Edmundo e Skye haviam contado o que acontecera no acampamento para o Conselho – excluindo a parte que Skye desafiara Miraz duas vezes – quando Pedro decidiu que estava na hora de Susana e Lúcia partirem, enquanto ele se prepararia para o duelo.

Com exceção de Susana, Lúcia, Skye e Edmundo todos que a pouco estavam na caverna, arrumaram algo para fazer e partiram.

— Prometa para mim que vai se cuidar bem! – ordenou Skye para Lúcia, enquanto balançava a garota pelos ombros.

— Skye! – reclamou Lúcia rindo – Você mesma disse que eu sei me defender melhor do que todos aqui.

— Isso mesmo! Eu disse, e espero que seja verdade. – disse Skye abraçando Lúcia em seguida.

— Ela ficará bem. Até porque, não estará sozinha. – falou Susana, encostando suas mãos nas costas de Skye.

— Então tratem de tomar cuidado! – exclamou Skye soltando Lúcia, e pulando em Susana em seguida.

A Rainha riu baixou, mas correspondeu o abraço da garota. Foi pouco tempo de convivência, mas foi o bastante paras as duas criarem um vínculo.

— Eu sugiro que a minha cunhada saiba se proteger. – sussurrou Skye no ouvido de Susana, fazendo com que a garota quebrasse o abraço e olhasse feio para ela.

— Ok, chega de sentimentalismo. – disse Caspian, entrando na caverna enquanto puxava um cavalo.

Susana e Lúcia acenaram para Skye e Edmundo, indo em seguida até o cavalo. Caspian ajudou as duas a se prepararem e isso deu a oportunidade perfeita de Edmundo puxar Skye pelo braço para de trás do arco, onde os dois não podiam ser vistos.

— Mas o que...

A garota nunca terminou esta frase, pois assim que Edmundo parou de puxá-la, o garoto envolveu o rosto de Skye e encostou seus lábios nos dela.

Skye sentiu que se não estivesse encostada no arco, ou se Edmundo não estivesse lhe segurando, suas pernas cederiam. Aos poucos Edmundo foi aprofundando o beijo, enquanto descia suas mãos para a cintura de Skye, que não recuou, e envolveu o pescoço dele.

Apenas quando os dois estavam sentindo a maldita ausência de ar, foi que Skye sentiu necessidade de quebrar o beijo.

— Uau! – exclamou Skye enquanto puxava o ar.

— Eu disse que aquilo ainda não tinha acabado. – sussurrou Edmundo.

— Aposto que desta vez foi mais intenso. – concluiu Skye – Espera um pouco...

Skye tirou as mãos de Edmundo de sua cintura e saiu de trás arco, para tentar escutar o que Susana e Caspian diziam.

— Escute! Talvez seja hora de ter isto de volta. – disse Caspian, tirando a trompa do bolso.

— Por que não fica com ela? – perguntou Susana, com um pequeno sorriso – Pode precisar me chamar outra vez.

Em seguida, o cavalo começou a galopar, levando Susana e Lúcia para fora da Caverna, sem que Caspian pudesse responder.

Um sorriso bobo surgiu no rosto do garoto, e após alguns segundos ele também saiu da caverna, sem lembrar-se da existência de Skye e Edmundo.

— Nossa! – falou Edmundo, que também havia assistido a cena.

— Agora Susana não poderá mais negar que gosta de Caspian. – disse Skye rindo – Ele ficou tão bobo que nem se lembrou que nós também estávamos aqui.

— Isso dará mais algum tempo para nós dois. – disse Edmundo puxando Skye.

— Sinto muito senhor Rei. Não sei se percebeu, mas daqui a algum tempo, seu irmão irá para um duelo.

— Você me fez esquecer desse pequeno detalhe. – justificou Edmundo.

— Ótimo, então é melhor tratar de lembrar. – declarou Skye, dando um selinho rápido no garoto, para em seguida sair correndo da caverna.

[...]

— É melhor você ficar lá em cima. – objetou Caspian. Ele e Skye discutiam sobre onde a garota ficaria após o início do duelo.

— Caspian, só os arqueiros ficarão lá. Eu só me dou bem com espadas. – declarou Skye emburrada – E além disso, a decisão não é sua.

— Já não conto as vezes que você me disse isso. Pare de ser teimosa, eu só quero o seu bem.

— Caspian. – chamou Edmundo – Eu posso cuidar da esquentadinha, se você preferir.

— Ele não tem que preferir nada. Para mim está ótimo. – disse Skye sorrindo.

— Tudo bem, faça o que quiser. – decidiu Caspian, virando-se para a entrada do Monte.

— Ei! – gritou Skye, antes que Caspian saísse do Monte, fazendo com que este se virasse – Tenha cuidado.

— Igualmente. – respondeu Caspian, finalmente desaparecendo.

Skye encarou o lugar onde o irmão estava por longos segundos, até que a mão de Edmundo segurasse o seu ombro.

— Está na hora. – disse ele sério.

A garota acenou com a cabeça, e segurou firme no cabo de sua espada embainhada. Antes de sua pequena discussão com Caspian, ela havia vestido uma cota de malha. Por cima da cota, ela vestiu uma armadura de couro que cobria todo o seu tronco.

Skye segurou a mão de Edmundo, e o garoto sorriu para ela, apertando forte sua mão. Quando Pedro, já com sua armadura, parou ao lado do irmão, Skye soltou a mão de Edmundo e disse:

— Tenha cuidado, Pedro! Eu sinto que Miraz não lutará de uma forma limpa. Fique atento.

— Obrigado, Skye. Mesmo. – Pedro acenou com a cabeça.

Um fauno trouxe a enorme espada que Pedro usaria, e a entregou para Edmundo. Após uma troca de olhares, os irmãos começaram a andar em direção à saída do Monte. Skye seguiu um pouco atrás deles.

Ao sair do Monte, Skye sentiu algo. Acompanhada da ovação que receberam do exército narniano, a garota conseguiu sentir que a partir daquele momento, a guerra tinha realmente tomado início