Telephone escrita por Deh


Capítulo 4
Jareau e Prentiss: Quem sou


Notas iniciais do capítulo

Então gente, essa fic ficou um pouco sombria.
Se passa após os acontecimentos do episodio 200.
Eu pessoalmente acho que elas teriam reações semelhantes, aos sequestros e até mesmo ao que fizeram.
Espero que gostem



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“Ah! se nem eu sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém a gostar de mim?” Cecília Meireles

Jeniffer Jareau estava furiosa, como um assassino em série poderia deixa-la assim? A resposta logica seria matando pessoas, mas não nesse caso, ela estava furiosa porque ele fez uma pergunta que ela não podia responder, há alguns anos ela sabia qual seria sua resposta, mas hoje ela já não sabe. Como um “Quem é você?” poderia deixa-la tão irritada, era o que pensava Reid.

Emily Prentiss não estava nos seus melhores dias, tudo bem que ultimamente nunca é um bom dia, mas hoje ela estava paranoica acima da conta. Desde o ocorrido com Doyle ela já não consegue mais andar pela rua sem evitar o habito de sempre estar olhando por cima do ombro. Então juntando uma caminhada na rua com Clide o resultado não seria tão agradável, como ele ousava questionar sua decisão? Ela dirigia um caso em que era necessário se disfarçar, mais especificamente como um interesse amoroso para o elemento, mas ela não permitiu que sua agente, que era considerada o tipo do elemento executasse o trabalho, de repente ela se viu sendo interrogada por Clide no caminho de volta a sua casa, era suportável, seriam perguntas que seriam feitas, afinal ela não autorizou o disfarce o que significava que o elemento ficaria livre por mais um bom tempo. Mas foi quando ele disse “Quem é você e o que fez com a agente Prentiss?” Ela sabia que era seu sarcasmo habitual, mas aquela pergunta naquela situação não deixou as coisas melhores, ela apenas entrou no seu prédio sem ao menos olhar para trás.

A verdade era que ela não era mais uma criança, mesmo em sua época de rebeldia ela acreditava que as coisas tinham um proposito, ela chegou até mesmo a acreditar no bem, motivo pelo qual entrou para o FBI, acreditando nesse ideia de criança ela aceitou se juntar a uma equipe de elite para pegar os caras maus de nível internacional, mas resolveu parar depois de se envolver o suficiente com um caso. Quando entrou na UAC ela acreditava está fazendo o bem, quantos vítimas eles salvaram em ultimo minuto, se agarrando ao fato de estar ajudando as pessoas ela preferiu esquecer o que tinha acontecido quando trabalhava com Clide e o restante de sua equipe. As coisas iam bem, ou nem tanto, já que JJ uma de suas melhores amigas foi transferida, todos diziam que era uma promoção, mas algo dentro dela não acreditava, quantas vezes enquanto JJ trabalhava fora ela não viu sua amiga perder aquele brilho, aquela fé que ela tinha no bem? E isso só se tornou mais evidente quando JJ a levou para fora do país após sua morte, ela sabia que seja lá o que JJ estivesse fazendo não era coisa boa e isso traria consequências. Ela foi tirada de sua reflexão quando seu celular tocou, olhando o autor da chamada ela não poderia acreditar, seria mera coincidência? “Prentiss” ela atendeu em seu tom habitual “Ah, oi Emily” Era apenas imaginação sua ou sua amiga estava diferente “Tudo bem JJ? Aconteceu algo?” ela perguntou mais que preocupada “Bem... nada grave, apenas uma pergunta que eu não soube responder” Emily franziu a testa, desde quando JJ se preocupava com algo que não pudesse responder, se fosse ao menos Reid, mas era JJ o que só tornava mais preocupante “Eu estava interrogando um suspeito quando ele me perguntou quem sou eu” Ela sentiu a voz da amiga ficar tensa nessa última parte “Ora JJ você é uma agente do FBI, uma das melhores diga-se de passagem” ela tentou confortar a amiga, mas por experiência própria algo dentro dela sabia que essa não era a resposta certa, “Foi o que eu disse Emily, mas ele me disse que isso é o que eu sou, não que eu sou” Isso era o que Emily temia, elas estavam indo para um caminho que Emily ainda não tinha coragem de ir, mas ela era sua amiga, era sua obrigação ajuda-la, assim como ela fez há alguns meses atrás quando soube que JJ havia sido sequestrada. “Isso é por causa do seu sequestro não é?” Emily sentiu a necessidade de perguntas, dando a amiga mais uma chance de escapar, mas Jennifer não voltaria atrás agora, definitivamente não, ela tinha que falar sobre isso com alguém, Will estava fora de questão, Rossi também não, Morgan já havia feito muito por Emily, ele não merecia se culpar pelo que aconteceu com ela, Reid sabia como era ser sequestrado, mas ela sabia que nem mesmo ele tinha superado seu trauma e além do mais ela tinha medo que isso fosse deixa-lo perturbado, Garcia? Em nenhuma hipótese ela deixaria sua amiga saber disso, ela amava a fé de Garcia em tudo ficar bem no final ela não poderia acabar com isso, Hotch seria a escolha certa, ele sabe o que é ser torturado, mas ele ainda é seu chefe ele poderia muito bem achar que ela não estava indo bem com o trabalho e dispensa-la, então sobrou Emily, ela sabia como era ser sequestrada e torturada, ela sabia como era fazer coisas da qual não se orgulha. “JJ você ainda está ai?” ela saiu de seu debate interior “Sim Emily” então Emily começou “Você quer me contar o que aconteceu em quanto você estava fora e por que isso causou seu sequestrou ou eu terei que deduzir?” Ela respirou fundo, ela queria falar com alguém, pois bem agora ela estava falando “Eu fui para o Oriente Médio Emily, meu trabalho era semelhante ao que fazia na UAC, ser a ligação das pessoas com as autoridades, mas a diferença é que as pessoas lá tinham medo de mim, eu tinha que conquistar sua confiança e você sabe o quanto é difícil fazer alguém que teme você a confiar em você? Eu consegui fazer isso, eu fiz uma mulher confiar em mim, ela iria falar com os outros, mas aparentemente alguém não aprovou isso e mandou mata-la da pior forma possível. Você sabe como eu me senti quando soube da morte dela? Culpada. Se eu não tivesse persuadido ela a falar com os outros ela não teria sido morta, então comecei a investigar, suspeitava que tinha uma espécie de agente duplo no meio, mas armaram um emboscada para mim, acabei perdendo um bebê, que Will nem mesmo sabia da existência. Então quando Rossi me chamou para voltar, eu aceitei mais que depressa, eu queria esquecer tudo o mais depressa possível” ela terminou em um tom melancólico, Emily sabia como era “Mas você não fez” não era uma pergunta, era uma afirmação “Eu tentei me convencer por um tempo até funcionou, mas depois do sequestro é impossível esquecer.” Emily suspirou, era sua vez de mostrar a JJ algo que ela já sabia “Você não é mais quem era JJ, você não é mais a garota de comunicações do FBI. Você é uma mãe, uma esposa, uma agente do FBI que sabe que seu trabalho é importante” ela queria dizer que sabia que JJ estava perdendo a fé do bem vencer o mal, ela temia que ela até mesmo estivesse perdendo a fé no sistema “Mas...” ela não deixou a loira continuar “Isso é o que importa JJ, erra é você. Você falhou, tudo bem, você foi sequestrada nós te salvamos. Eu queria poder dizer que você esquece, mas não você não vai esquecer, você vai se lembrar disso, então se lembrará de tudo de bom que já fez, de todas as pessoas que já ajudou, de todos os criminosos que prendeu. Lembramos do que fizemos de ruim, para que isso não ocorra novamente” Era estranho ela dizer isso, mas de fato era verdade. “Obrigada Em” JJ disse sorrindo “Disponha” Emily sorriu.

De fato a conversa aliviou JJ, agora ela tinha uma resposta para a pergunta daquele cretino, ela já não era mais a garota inocente da Pensilvânia. Ela era alguém que sabia muito como é o mal e não deixaria que ele vencesse no final.

Enquanto isso, Emily não pode deixar de pensar no passado, depois dos acontecimentos com Doyle ela pensou que sua equipe, sua família não gostaria dela, ela mesmo se preparou para isso. Mas eles não fizeram isso, porém ela não pode deixar que sua instabilidade afetasse eles, por isso ela preferiu vir para Londres. Ela não queria que eles vissem suas olheiras de noites mal dormidas, ela não queria que eles visse o quanto sua vida amorosa era um fracasso e acima de tudo ela não queria que eles se preocupassem com ela, ela não merecia.

A verdade é que ambas são mais parecidas do que imaginam, quantas vezes JJ não se sentiu tentada a ir para Nova Orleans com Will e deixar tudo para trás? Mas ela não iria, era aí que ela se diferenciava de Emily, enquanto a morena perdeu completamente a fé no bem, JJ ainda por mais que pareça impossível ainda tem fé. Mas não vamos culpar a morena, ela aprendeu da forma mais dolorosa que os sobreviventes sempre serão vítimas. E quem pode culpa-la? Ela é uma sobrevivente, ela viu a morte mais perto do que gostaria, mas ela se tornou vítima do medo e paranoia, pior ainda ela se tornou vítima do triste pensamento de ninguém gostar dela. Mas quem sabe um dia alguém possa mostrar a ela assim como ela fez a JJ quem ela realmente é, mostrando a ela que medos podem ser enfrentados, superados e até mesmo vencidos. Ela pode não perceber, mas uma minúscula parte dela espera ansiosamente por esse dia.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Esperando ansiosamente os comentários.
Bjss e até breve.



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