Até nosso filho nascer escrita por Mitsue chan


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa história foi um pedido da clareFray e espero que ela goste! Já vou logo avisando que tem bastante drama e que se ela tiver comentários o suficiente eu posso até postar uma continuação. Isso é tudo, então aproveitem a leitura!



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Já fazia mais ou menos 20 minutos que Sakura estava sentada no chão do banheiro olhando fixamente para o objeto que tinha em mãos. Em seu interior ela sentia um turbilhão de sentimentos. Surpresa, medo, receio, insegurança. Mas, definitivamente, o que imperava era a felicidade. Afinal, não é todo dia que se tem a confirmação de estar esperando um filho.

Depois de apenas dois dias tendo enjoos matinais e se sentindo tonta, os sentidos de médica de Sakura soaram um alarme e ela percebeu o que poderia estar causando tudo isso. No mesmo instante ela usou chakra para checar seu corpo e constatou a presença de um ser estranho dentro dela. Então, talvez por ter necessidade de uma confirmação, ela comprou um teste de gravidez.

Agora estava presa em seus pensamentos, já imaginando como seria quando contasse isso a Sasuke, seu marido e futuro papai. Ela sabia que ele sempre quis uma família e, como tinha jurado que realizaria os sonhos dele, não poderia estar mais feliz com a notícia. Será que ela deveria esperar para contar em um momento apropriado? Talvez surpreendê-lo? Não, ela jamais aguentaria guardar um segredo desses por muito tempo e Sasuke a conhecia bem demais para saber se ela estivesse escondendo algo. O jeito era contar assim que ele voltasse.

Foi enquanto pensava sobre isso que ela escutou o barulho de chaves girando na fechadura. Correndo como um raio, Sakura desceu pulando os degraus como uma criança na noite de Natal, mas parou no penúltimo degrau. Bom... fazer um pouquinho de suspense não seria tão ruim. Endireitou a postura e passou a andar como uma pessoa civilizada, chegando à sala no exato momento em que seu marido fechava a porta atrás de si.

– Tadaima – o Uchiha anunciou.

– Okaeri, querido – a rosada respondeu dando um selinho nele. Sasuke retribuiu e a abraçou com um pouco mais de força que o normal, como se estivesse preocupado com alguma coisa. Sakura percebeu essa mudança e o olhou com uma dúvida nos olhos ao que o homem respondeu com um sorriso forçado antes de dizer:

– Vou tomar um banho para podermos jantar.

Ele deu um beijo na bochecha de Sakura e foi para o andar de cima. Ela estranhou o comportamento do marido que, apesar de ser do tipo de poucas palavras, estava agindo de maneira estranha, distante. Com certeza a maioria das pessoas nem notaria a diferença, mas, com o tempo, Sasuke havia passado a se abrir com sua esposa como não fazia com mais ninguém e ela havia aprendido a interpretar cada um de seus trejeitos. Portanto, ela tinha certeza de que ele estava escondendo algo e que só contaria quando se sentisse preparado. Dando um suspiro resignado, foi para a cozinha preparar o jantar.

Alguns minutos depois, assim que terminou de tomar banho, limpar suas coisas e arrumar suas armas, Sasuke chegou ao andar térreo vestindo uma calça de moletom e uma camisa preta de mangas compridas. Ele encontrou sua esposa colocando uma grande panela fumegante sobre a mesa e sorriu. No segundo que saíra do banheiro ele sentiu o cheiro delicioso de sua amada sopa de tomates. Sempre que ele voltava das missões, ainda mais de uma longa como a que acabara de fazer, Sakura prepava seu prato favorito. De repente seu sorriso sumiu. Ele sentiria falta disso. Mas, antes que ela pudesse notar sua expressão, tratou de parecer mais alegre.

– O cheiro está ótimo – Sasuke comentou com um sorriso.

– E o gosto está ainda melhor, então é bom você comer tudo – Sakura respondeu.

– Sim, senhora.

Eles se sentaram e se serviram, comeram tranquilamente enquanto discutiam banalidades. Depois de a panela estar completamente vazia, Sakura colocou a louça suja na pia e se virou para encarar seu marido.

– Sasuke – ela chamou animadamente – Eu tenho algo importante para dizer.

– É, eu também – o Uchiha respondeu – Mas você pode falar primeiro.

– Não, você primeiro – ela retrucou com um sorriso travesso.

Ele assentiu, se levantou e ficou de frente para sua mulher, fitando seus olhos verdes e curiosos, então respirou fundo uma vez.

– Eu sairei em uma missão. Uma longa missão – ele falou em meio a um suspiro e viu Sakura franzir o cenho, seu sorriso sumindo.

– O quão longa? – ela perguntou, já prevendo o pior. Sasuke suspirou mais uma vez, odiando a si mesmo e aquela situação. Tomando coragem ele a olhou nos olhos e disse o que estava entalado em sua garganta desde que saíra do escritório do Hokage.

– Anos...

A expressão de Sakura ficou desolada. Apenas a ideia de passar anos longe de seu marido, quando apenas dias já eram uma tortura, fazia seu coração doer. Era a mesma sensação de todas as vezes que ele a abandonara, só que muito mais forte porque, dessa vez, ela sabia que não seria só ela a sofrer. Sasuke sofreria e o filho deles também.

– Não – Sakura murmurou enquanto balançava levemente a cabeça e encarava seu marido com intensidade – não, não e não! De jeito nenhum!

Sasuke deu um leve suspiro. Já esperava por essa reação e a verdade é que se sentia tão desolado quanto ela, mas não tinha escolha.

– Sakura, eu-

– Não! – ela o interrompeu com a voz firme – Já disse que não. É tempo demais. O que Kakashi estava pensando quando te pediu isso?!

– Sakura – o Uchiha segurou sua esposa pelo ombro em um pedido mudo para que ela se acalmasse. Sabia que a próxima coisa que falasse não a deixaria nada feliz – Não foi culpa dele. Eu que pedi por isso.

Aquelas palavras doeram mais que qualquer coisa na alma de Sakura. Como assim ele pedira por uma missão que duraria anos? Será que não sentia nada enquanto estava longe dela? E o que seria da criança que agora crescia dentro dela? Iria ter um pai ausente? Antes que pudesse impedir, algumas lágrimas rolaram pela sua face, mas não eram de tristeza, eram de raiva.

– Uchiha Sasuke – Sakura rosnou – A partir do momento em que se casou comigo você aceitou que eu faria parte da sua vida e como sua esposa eu não vou permitir que você me abandone de novo!

Dessa vez foi Sasuke quem se aborreceu com as palavras. Ela falava como se ele tivesse escolhido isso, como se estivesse feliz com o fato de ter de partir. Mas não estava. Na verdade, era o que ele menos queria. Contudo, a única coisa que o machucaria mais do que se afastar de sua esposa seria perdê-la para sempre, e era isso que aconteceria se ele não impedisse o perigo que estava vindo. Tentando manter a calma e, por incrível que possa parecer, as lágrimas, ele voltou a falar.

– Sakura, me escuta. Eu também não quero isso, mas eu preciso!

– Precisa? Precisa?! – ela gritou e se afastou dele – O que seria tão importante a ponto de fazer você se afastar da sua família?

– Te proteger! Tem algo vindo e não posso deixar que chegue aqui.

– Esse não é um bom motivo! Não percebe que eu posso cuidar de mim mesma sozinha? Não sou mais uma garotinha, Sasuke. E se você quer mesmo me proteger então fique ao meu lado!

Sasuke começou a perder o controle, passando as mãos pelos cabelos impacientemente. Não esperava ter que brigar com sua esposa, achou que ela entenderia seus motivos, mesmo ficando triste, mas Sakura estava colérica enquanto gritava com ele.

– Eu sei que você tem medo – ele tentou se explicar mais uma vez – Mas eu não me perdoaria se algo acontecesse com voc-

– E você acha que eu ficaria como, hein? – ela gesticulava enfaticamente – Como acha que eu me sentiria se um dia alguém aparece na minha porta pra me dar a notícia de que você está morto?!

– Isso não vai acontecer! Não há ninguém além de Naruto capaz de me enfrentar!

– Não me interessa se você é o melhor ninja do mundo, ainda é humano!

– Por que você está tão nervosa? Eu já saí em missões perigosas antes, essa só vai durar mais tempo!

– Não é por isso que estou nervosa!

Agora Sasuke estava confuso.

– Então por que? – ele indagou, exasperado.

– Essa não é a hora certa! Não pode me deixar agora! – Sakura dizia com a voz embargada pelo choro.

– Eu não quero te deixar, mas tenho que terminar com isso antes que comece, não posso perder tempo!

– Ótimo! Então me leve junto – Sakura sugeriu.

– Não posso! Eu nem sei o que vou enfrentar. É perigoso demais. – Sasuke viu a indignação tomar conta dos olhos dela.

– Duvida de mim? – ela o acusava – Duvida da minha força? Da minha capacidade?

– Não diga besteiras, Sakura! – ele se defendeu – Sabe que isso não é verdade.

– Então não me impeça! Ou você fica ou vamos juntos! Somos casados e você tem que viver com isso!

Sasuke percebia que estava perdendo a discussão, mas seu desejo de proteger sua esposa junto com seu orgulho não permitiam que ele admitisse isso nem para si mesmo.

– Não entendo – o Uchiha disse – Essa vai ser como qualquer outra missão e sabe que eu vou vir aqui sempre que puder! Eu já prometi antes, não importa o quanto eu demore eu sempre vou voltar. Então por que você não pode aceitar isso?!

– Isso não diz respeito só a mim! Você não pode ir agora e pronto!

– Por que?! Por que agora seria um momento pior que qualquer outro?!

– Porque eu não quero que meu filho cresça sem um pai!

O silêncio que tomou conta do cômodo era sepulcral.

Sasuke não podia acreditar nos seus próprios ouvidos. O ninja fitava sua esposa enquanto um misto de emoções atravessava sua mente e sua expressão era a mais chocada possível.

– Sakura – ele murmurou, se aproximando mais dela – Você está... grávida?

Sakura viu a expressão surpresa dele e toda sua raiva começou a se converter em tristeza. Não era assim que queria dar a melhor notícia da vida deles, no meio de gritos e acusações.

– Sim – ela respondeu no mesmo tom sem olhá-lo nos olhos – Confirmei hoje.

O silêncio voltou a reinar e a culpa pesava nos ombros de Sasuke. Então era isso que ela queria contar. Ele definitivamente estragara o que poderia ter sido um dos momentos mais felizes de sua vida, e tudo ficou pior ao ver Sakura se afastar e virar as costas para ele enquanto a ouvia chorar.

Bem lentamente ele se aproximou dela, colocando a mão em um de seus trêmulos ombros. Sasuke virou sua mulher de frente para ele e viu suas próprias emoções refletidas nela. Então ele se ajoelhou na frente dela e deslizou a mão até sua cintura fina, encostando a testa em seu ventre. Dentro dela estava seu filho, que ele já amava tanto. Sentiu quando os dedos de Sakura começaram a acariciar seus cabelos e quando as lágrimas escaparam de seus olhos. Ficaram alguns instantes assim, absorvendo tudo que havia sido dito.

Depois, Sasuke se levantou, mas sem soltá-la, e olhou nos olhos de Sakura. Aquele seria um momento crucial, em que decidiriam o que fariam em seguida.

– Sakura – ele começou – Me desculpe.

– Me desculpe também – ela respondeu – Você não tinha como saber.

Eles ficaram mais um pouco em silêncio.

– Não quero ir, acredite – o Uchiha continuou – Mas agora que sei que essa criança está vindo preciso garantir a segurança dela.

– Sei disso – a rosada respondeu – E sei que não será uma jornada fácil, mas ainda assim quero ir com você.

Sasuke desviou o olhar. Não poderia nem imaginar como seria para Sakura fazer viagens tão longas estando grávida.

– Não é uma boa ideia – o moreno retrucou – Você não deveria se esforçar durante a gravidez.

– Acredite Sasuke, entendo disso mais do que você – ela respondeu – Mas já percebi que você não vai desistir nessa missão e parece que ela vai levar tempo. O que significa que você vai perder vários dos momentos mais importantes da vida desse bebê.

Ela viu quando a expressão dele mudou, ficando surpresa ao perceber as verdades nas palavras dela. Sakura se aproximou e colocou a mão dele entre as suas.

– Sei que é inevitável, mas não quero que você perca a gestação e muito menos o nascimento dessa criança.

Sasuke a olhou incrédulo.

– Eu jamais-

– Não pode me garantir isso – Sakura o interrompeu com um sorriso doce – Mesmo que você esteja vivo, não pode garantir que estará ao meu lado. Imprevistos acontecem. Mas eu sei que não poderemos criar um filho nessas viagens.

Mais uma vez eles se encararam em silêncio, até que Sasuke puxou sua mulher para um abraço apertado, expressando seu amor por ela e seu filho nesse simples gesto. Afundou seu rosto nas suas madeixas rosadas e, chegando próximo ao seu ouvido, disse:

– Tudo bem, até nosso filho nascer.

– Até nosso filho nascer – Sakura confirmou com um sorriso. Eles enfrentariam isso juntos como uma equipe. Como uma família.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?



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