Psycho Love escrita por Chocolatra


Capítulo 24
Nova Orleans part. 2


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Quero agradecer por todos os comentários do último capítulo, apareceram novas leitoras, fiquei muito feliz, sejam bem-vindas!
Boa leitura!



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Fico parada, surpresa por ele realmente querer me ouvir. Eu tinha certeza de que quando eu voltasse para cá, eu seria recebida com uma estaca no meu coração.

—Você vai falar ou não? - pergunta Elijah cruzando os braços.

—Hã... - respiro fundo – naquela época que eu morava com vocês, eu tive que viajar certo?

—Sim, disso eu me lembro – diz impaciente.

—Quando eu viajei encontrei seu pai, na verdade, ele me encontrou, me sequestrou e me trancou em um galpão, perguntou onde vocês estavam, mas eu disse que não sabia... – tusso por causa do veneno, mas logo me recupero – e óbvio que ele não acreditou...

—E ai você contou a verdade sem ao menos se importar com a gente – diz com raiva.

—Não! Eu passei dias sendo torturada, dizendo que eu não sabia, e uma hora ele acreditou, e então enfiou a mão em meu peito... Nessa hora eu sabia que seria morta, não tinha mais como acobertar e... Eu contei, ele me deixou lá sozinha e eu tive que sair de lá sozinha, passei dias tentando, minha pele estava em carne viva, mas eu não desistia, e quando eu consegui, tentei avisá-los...

—É, você ligou para a gente, mas já era tarde demais, pensei que você estava pagando de vítima.

—Não, eu não consegui avisá-los porque estava presa, e ai... - abaixo a cabeça - recebo a noticia de que Kol estava morto, morto pelo pai de vocês, por minha causa ele morreu – olho para Elijah - até hoje sinto um pouco de culpa, mas nunca que eu deduraria vocês! Vocês eram a minha família, eu amava o Kol mais do que tudo nesse mundo, e ele morreu por minha causa...

Elijah dá um longo suspiro.

—Que droga! Você está falando a verdade – diz ele.

—Sim.

—Nós te abandonamos e te odiamos durante todos esses anos, sendo que você não era culpada.

—Eu perdoo vocês, nunca os culpei por me odiar.

—Mas eu não me perdoo, deveria ter acreditado...

—Elijah...

—Vem, vou te ajudar – diz passando pelo portão, Sam e Dean me ajudam a entrar.

—Que história hein... - comenta Dean.

—Você não sabe nem da metade – digo.

Chegamos ao grande pátio da casa, olho em volta e percebo que não mudou quase nada, parece que o tempo não passou, as mesmas rachaduras na parede, as mesmas plantas... Parece que voltei ao passado.

—Elijah? - ouço uma voz feminina, percorro meus olhos pelo pátio e vejo uma bela mulher de cabelo castanho se aproximando de Elijah – quem são esses?

—Essa é Katherine Pierce... Uma velha amiga – diz ele sorrindo para mim.

—A mulher que matou o Kol? – pergunta confusa.

—Foi tudo um mal entendido... Depois te explico – diz ele

—Sou Hayley – diz ela cumprimentando com um aceno.

—Dean.

—Sam.

—Onde está o Klaus? - pergunta Elijah a Hayley.

—Acho que está lá em cima – diz ela.

—Venham – diz Elijah.

Nós três acompanhamos ele até a escada, ainda Dean e Sam me ajudando.

—Está apaixonado por ela né? - pergunto a Elijah quando ele pisa no primeiro degrau, ele para e me olha.

—Como?

—Hayley – digo.

—Sim... Eu a amo – diz sorridente.

Nunca vi um sorriso tão sincero dele, e olha que o conheci por anos, pelo jeito essa mulher o faz feliz. Piso no primeiro degrau e minha perna cambaleia, quase caio no chão, porém Dean e Sam me seguram.

—Não consigo andar – digo.

—Vem – diz Dean que me pega no colo – estamos quase lá, aguenta.

Concordo com a cabeça.

Nós quatro chegamos ao andar de cima, caminhamos pelo longo corredor. Meu corpo está todo dolorido, minha cabeça parece que vai explodir e estou suando, parece que tenho febre, está piorando cada vez mais, preciso que Klaus acredite, ele é o mais rancoroso dos irmãos, ele PRECISA acreditar. Vejo uma figura se aproximar de nós, então começo a ver suas curvas e o longo cabelo loiro. Rebekah.

—Katherine? - diz perplexa me olhando. Seus olhos azuis brilham de raiva, mas ainda vejo um amor no fundo deles – o que ela está fazendo aqui? - pergunta agora olhando para Elijah.

—Vem cá - ele segura sua mão e os dois se afastam.

A cada minuto que passa estou piorando, sinto que não tenho mais tanto tempo, não podemos mais enrolar aqui.

—Vamos, ele está no escritório - diz Elijah se aproximando sozinho, o seguimos pelo corredor e ele para – esperem aqui, eu vou primeiro.

Ele entra em um cômodo logo ao lado, que eu sei que é o escritório, um dos lugares preferidos de Klaus.

—Tudo o que você falou foi verdade? Tipo, você foi torturada mesmo e não contou nada? - pergunta Sam.

—Sim, eles passaram esses dez anos acreditando em uma mentira.

—Por que não contou a verdade antes? - pergunta Dean.

—Eu tentei, mas fui ameaçada de morte, tive que fugir - não aguento mais esperar – me põe no chão - peço a Dean.

—Mas você não...

Piso no chão e cambaleio, ando com dificuldade e entro no escritório, os olhos de Klaus param em mim, seus olhos verdes cobertos de raiva e vingança.

—Agora você está mentindo para os meus irmãos?! - pergunta furioso se aproximando de mim.

—Klaus, se acalma – diz Elijah segurando seu braço.

—Klaus? O que houve? - outra pessoa aparece no escritório e essa voz feminina eu reconheço, olho para trás e vejo na porta Caroline, que olha para mim surpresa, mas com ódio - Katherine?

—Olá Caroline – digo.

—O que essa mulher está fazendo aqui? - pergunta Caroline a Klaus.

—Pergunte ao Elijah – responde ele.

—Como ousa vir aqui depois de tudo o que você fez a mim e a eles? - pergunta ela nervosa.

—Primeiro: eu nem sabia que você morava com os Mikaelson, e segundo: eu nunca te fiz nada.

—Ah não? E machucar o Stefan, meu melhor amigo, não foi me atingir?!

—Não foi algo que eu tinha planejado fazer!

Toda a minha história em Mystic Falls volta em minha cabeça. Stefan Salvatore, um vampiro mais novo que eu, olhos verdes e com um corpo maravilhoso, era do tipo romântico, me envolvi com ele, afinal eu só estava de passagem pela cidade, mas ele se apaixonou por mim, e eu acabei me apaixonando por ele, porém eu não queria me prender a ninguém e disse a ele, ele ficou devastado, fui embora. Só que depois de um ano, eu não aguentava mais, precisava dele, voltei para Mystic Falls atrás dele, mas o encontrei com outra, Elena Gilbert, minha doppelganger, a única diferença era que ela tinha cabelo liso e era a mocinha, disse a mim mesma que eu o teria de volta, mas não funcionou, eu acabei com a vida dos dois, e quase fui morta, tive que fugir. Ele preferiu a humana sem sal do que a vampira que podia dar de tudo a ele.

—Eu estou me controlando para não bater em você!

—Pode se controlar, pois quem vai matá-la sou eu – diz Klaus que corre em minha direção, Elijah entra na frente dele.

—Niklaus, controle-se!

Klaus o empurra, fazendo-o voar pelo quarto, e de repente vejo Sam e Dean lutando com Klaus, porém foi em vão, ele os fez voar pelos ares também. Sam bateu na parede e acabou desmaiando, já Dean caiu sobre uma das telas que Klaus pinta. Klaus se aproxima de mim e prende sua mão em meu pescoço, olha profundamente em meus olhos.

—Irei vingar o meu irmão, eu nunca esqueci o que você...

—O que eu fiz? Passei dias sendo torturada, e somente quando eu vi que seria morta tive que ceder, tinha certeza que conseguiria avisá-los, mas Mikael me deixou presa e foi atrás de vocês, como acha que eu me senti quando eu soube que o homem que eu amava estava morto por minha causa? E que a minha família me odiava? Passei anos sofrendo por causa disso e não tem um dia que eu não me lembre do Kol... Não era só você que o amava, eu também o amava! - ele engole em seco, Caroline se aproxima e tira a mão de Klaus de meu pescoço e o afasta de mim.

Meu corpo pesa e caio no chão, tudo está ficando preto, não sinto mais nada, só sinto o mundo se apagando aos poucos.

—Katherine! - escuto a voz de Rebekah. Ela me segura em seus braços - Niklaus dê o seu sangue a ela, agora! Ela nunca nos traiu! - grita desesperada, fico olhando para o seu rosto, enquanto tudo vai sumindo – Niklaus!

Ele fica parado, não sabendo o que fazer.

—Klaus, ajude-a – diz Caroline.

Ele se aproxima de mim, ajoelha, morde seu pulso e me dá o seu sangue. Tudo volta a aparecer, volto a sentir tudo em minha volta, meus sentidos de vampiro voltam ao normal e todo o sintoma do veneno vai embora. Ele se afasta. Sento-me no chão e Rebekah fica me olhando preocupada, passando uma mão em minhas costas.

—Você está bem? - pergunta ela.

—Sim – digo sorrindo – obrigada.

Ela sorri.

Dean.

Levanto-me rapidamente e percorro meus olhos pelo escritório, o vejo caído em cima da tela de pintura estilhaçada, corro até ele e o vejo desmaiado, ponho sua cabeça sobre minhas pernas.

—Dean? Dean, acorde – digo passando minhas mãos pelo seu rosto. Ele não responde. Mordo meu pulso e dou meu sangue a ele – acorde, Dean! Dean!

—Calma... Tem Dean para todo mundo – diz com a voz rouca e fraca.

Rio e suspiro aliviada.

—O que perdi?

—Bom, eu estou curada – digo.

—Ainda bem – diz ele sorrindo.

Sinto cheiro de sangue, passo meus dedos pelos seus fios de cabelos e percebo que sua cabeça está sangrando.

—Sua cabeça está sangrando, bebe mais sangue – digo.

—Isso é nojento.

—Só bebe – digo enfiando meu pulso em sua boca, ele faz o que eu mando.

Ele se levanta lentamente e faço o mesmo, Sam se aproxima de nós dois.

—Você está bem? – pergunto.

—Sim – diz – ele te curou?

—Sim – digo aliviada, percebo que todos saíram do escritório, menos Rebekah, que está olhando para mim - vocês podem me dar um minuto?

Eles percebem que quero falar com ela.

—Claro, estamos lá embaixo – diz Sam e os dois saem.

Ela se aproxima de mim e me analisa com os olhos.

—É... Você está melhor – diz.

—Eu disse... E graças a você - digo.

Ela sorri.

Ficamos nos olhando em silêncio, sem ter o que falar. Esses olhos azuis e esses fios loiros, me lembro de que eram a perfeita combinação para mim, me enfeitiçavam, principalmente, juntando os dois com as belas curvas de seu corpo.

—Eu... Eu passei esses dez anos nutrindo ódio de você, pensei que você tinha matado o meu irmão, mas... Quando eu te vi no corredor... - ela começa a olhar para qualquer outro lugar da sala, menos para mim – meu coração acelerou, meu corpo todo congelou e eu perdi a minha respiração, toda a paixão e o amor que eu senti por você voltou em segundos, eu simplesmente não sei como... Mesmo depois de tantos tempos, mesmo tentando te odiar, eu não consegui te esquecer, parece que eu nunca vou te esquecer, nunca vou parar de te amar – ela olha em meus olhos e os vejo cheios de lágrimas - me diz o que posso fazer, me diz o que eu faço para esquecer você!

Engulo em seco. Perco minhas palavras, não sei o que pensar, não sei o que sentir, só estou surpresa com essa declaração repentina. Lembro-me do meu relacionamento complicado com ela, sempre amei Kol, ele era tudo para mim, mas eu era completamente apaixonada por Rebekah, eu brinquei com os dois irmãos, fiz os dois brigarem milhares de vezes, mas nunca pararam de me amar, sempre faziam de tudo para me agradar, e no final, eu sempre escolhia Kol.

—Eu... Eu não sei o que dizer...

—Me diga o que sente, preciso saber se sente o mesmo...

—Bekah... - seguro sua mão, ela fecha os olhos e respira fundo, como se aquele toque era tudo o que ela tinha esperado durante esses dez anos - já tive tantos relacionamentos após você, e eu realmente amei um homem, ele era tudo para mim e eu o perdi... Não sei dizer o que estou sentindo, mas acredito que não tenho os mesmos sentimentos de antes - lágrimas escorrem pelo seu rosto, seco elas cuidadosamente - você merece alguém melhor que eu, te fiz sofrer por muito tempo, siga em frente.

—Esse é o problema, eu não consigo!

—Ei – ponho minhas duas mãos em seu rosto e olho diretamente em seus olhos - você passou dez anos presa a mim, eu quero que você se livre disso, seja feliz com alguém que realmente a ame, que realmente vá te fazer feliz... - aproximo meu rosto do seu e pressiono meus lábios contra os seus. Todos os momentos íntimos que eu tive com ela voltam em minha mente, foram ótimos momentos, cada beijo, abraço, transa, carinho... Essa mulher mexeu muito comigo. Afasto meus lábios do dela, antes que ela abrisse sua boca , quando abro os olhos a vejo de olhos fechados, ansiando por mais e então abre os olhos decepcionada – e que esse pequeno beijo seja uma despedida da nossa história, da nossa relação.

Ela me olha tristonha, mas concorda com a cabeça.

—Eu te amo e você é uma pessoa de estrema importância para mim, por isso que vou deixar você ir – digo e uma lágrima escorre pelo meu rosto.

POV Dean

Estou andando de um lado para o outro no pátio, enquanto espero Katherine. Sam está sentado em um sofá, já reclamou por eu estar andando, mas ignorei, preciso dar um abraço em Katherine, beija-la... Preciso dela! Não consigo ficar parado.

—Você é o Dean certo? - escuto uma voz feminina atrás de mim, viro-me e vejo Caroline.

—Sou eu, por quê?

—Eu percebi a relação entre você e Katherine, parece algo bem íntimo, e como eu a conheço há anos, gostaria de te mostrar algo, mostrar que Katherine só parte o coração das pessoas que a amam – ela me entrega um celular e olho para tela, vejo um foto em que Katherine está beijando Rebekah. Como assim? Estou extremamente confuso – parece que ela reencontrou um antigo amor – diz.

Depois de tudo o que fiz por ela, Katherine tem a coragem de fazer isso comigo? Eu sei que não estamos namorando, mas mesmo assim, ela sabe que temos uma relação complicada. Devolvo o celular e olho para Sam.

—Vamos – digo caminhando em direção da porta.

—Como? - pergunta confuso vindo atrás de mim - e a Katherine? Ela ainda não desceu.

—Ela está ocupada, afinal nós já cumprimos a nossa parte, salvamos a vida dela.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam dessa história toda de Katherine e os Originais? E essas relações conturbadas? O que será que vai acontecer? Comentem amores, beijos!