Psycho Love escrita por Chocolatra


Capítulo 21
Matilha




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Estou em uma padaria, tomando um café, sentada a uma mesa para duas pessoas, olhando o ciclo de pessoas do lado de fora, pela janela. De repente vejo Dean se aproximando, ele senta a minha frente, desvio meu olhar do dele.

—Eu te procurei por todas as partes – diz.

Ignoro-o.

—Katherine.

—Nossa que barulho chato – digo sem olhar para ele.

Ele bufa.

—Sério que vai fazer esse joguinho?

Tomo um gole do café e volto a olhar a rua.

—Desculpa – olho para ele – era isso que queria ouvir?

—O que acha? Depois de gritar comigo e jogar a culpa em cima de mim, queria que eu voltasse com a nossa “amizade”?

Ele respira fundo.

—Tá, o que eu fiz não foi certo, eu me estressei, sabia que eu tinha falhado no que prometi para o meu pai, aquela era uma chance única e eu simplesmente falhei de novo, então eu explodi e você era um alvo perfeito para culpar.

—Você não falhou – digo com pena.

Sei o quanto ele sofre por causa dessa promessa, por causa dessa vingança, eu sinto isso, sei exatamente como é, prometer algo a alguém e quer vingar algo, e simplesmente perceber que não tem a capacidade para cumprir.

—Como não? Estou atrás desse maldito a anos, nunca vou vingar a morte da minha mãe e da minha irmã – ele abaixa a cabeça.

—Vai sim, eu vou te ajudar.

Ele levanta a cabeça e me olha.

—Como você consegue? – pergunta.

—Consigo o que?

—Fazer me abrir, eu não faço isso!

Sorrio.

—Eu não faço nada, talvez você aja assim quando gosta de alguma mulher.

Ele revira os olhos.

—Para de se achar especial, você não é!

Rio.

—Continue a fingir, é muito engraçado!

Seu telefone toca, ele toca o bolso da calça jeans e atende. Enquanto ele conversa, volto a beber meu café e focar minha atenção à rua.

—Tenho que ir – ele se levanta.

—Aconteceu alguma coisa? – pergunto olhando para ele.

—Não, só preciso ajudar um amigo.

—Ok.

Ele sai.

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—Você sempre faz isso? – pergunto.

—É bom para saúde – diz Sam.

Estamos correndo pelo quarteirão.

—Você não tem nada a ver com o seu irmão.

—Eu sei, ás vezes me pergunto quem é o irmão mais velho.

—Confesso que eu também – rimos juntos – e até que é bom fazer isso, me sinto mais atlética.

—Calma, é só seu primeiro dia.

—Idaí? Não posso me sentir assim?

—Não – ele ri.

Paro de correr.

—O que foi? – ele pergunta parando mais em minha frente.

Estou fuzilando a maior vagabunda que eu conheço, eu juro que eu poderia acabar com ela nesse exato momento. Aqueles cabelos ruivos e brilhantes, e o seu olhar nunca esquecerei, vê-la do outro lado da rua, a poucos metros de mim, me deixa com a sede de matança.

—Katherine? – pergunta Sam próximo de mim, olho para ele – aconteceu alguma coisa?

—Eu só encontrei uma vadia, que eu deveria ter matado há anos atrás, me deixa resolver isso – digo atravessando a rua, ele me segura pelo braço, olho para ele.

—Não vai fazer nada, vamos voltar para o hotel.

—Eu não vou a lugar nenhum, sem eu matar aquela vaca.

—É uma vampira?

—Não.

—Bruxa?

—Não.

—Metamorfo?

—Não... Ela é só uma humana idiota.

—Então você não vai mata-la, vamos – diz me puxando pelo braço.

—Sam, eu vou matar ela, e ponto final!

—Não enquanto eu estiver aqui, vem – ele me puxa e eu vou.

Eu vou encontra-la novamente e eu juro, vou beber até a última gota daquele sangue de vadia dela... Não, se eu fizer isso o Dean vai me deixar mais uma semana sem sangue, então vou mata-la da forma mais humana possível, com uma arma. O Sam não a viu mesmo, então não tem como desconfiar de mim.

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Sam contou tudo a Dean, que me disse que se eu a matasse, seria duas semanas sem sangue, e eu fingi que eu simplesmente desisti. Com sucesso, durante a noite consegui pegar uma arma deles, enquanto eles dormiam, agora só esperar o momento certo para sair e mata-la.

Estou em frente à mesa, com os braços apoiados nela, lendo o jornal local, tentando passar o tempo, preciso ficar sozinha para conseguir sair, mas eles não colaboram, se um sai, outro fica, como agora, Sam saiu, mas o Dean está aqui. Sinto braços passar em volta da minha barriga.

—Sinto sua falta – escuto a voz do Dean em minha orelha.

Fecho os olhos e mordo meu lábio inferior.

—Posso dizer o mesmo – digo.

Ele me vira para eu olha-lo, caminha pelo quarto, até eu sentir a parede em minhas costas, então começa a dar beijos em meu pescoço. Sentir seus lábios molhados em minha pele nua, faz meus pelos se arrepiarem e meu corpo entrar em completo transe, parece que o que ele quiser que eu faça, eu faço.

—Espero que não esteja fazendo isso para pegar a arma – digo.

Ele para de beijar meu pescoço e me olha.

—Que arma? – ele dá um selinho – eu não tô nem ai para aquela mulher, se você está atrás dela, deve ser por um bom motivo.

Sorrio.

—É sim – selo nossos lábios, ele apoia suas mãos em minha cintura, crio impulso e prendo minhas em seu quadril, ele caminha até a cama, me joga nela e sobe em cima de mim. Parece que quanto mais nós fazemos sexo, cada vez mais fica melhor, não consigo entender.

POV Dean

Esperei Katherine adormecer, levanto da cama lentamente, visto minha roupa e coloco as algemas cheias de verbena em meu bolso de trás. Ela começa a se mexer e acorda.

—Bom dia flor do dia – digo.

Ela sorri e olha para a janela.

—Está anoitecendo – diz.

—Ah eu queria uma frase de impacto para quando você fosse acordar.

Ela ri.

—Ok, tá perdoado – ela se levanta e vai tomar um banho.

Respiro fundo. Esse plano tem que dar certo, senão der, essa mulher pode morrer, e mesmo que ela tenha feito algo para Katherine no passado, não posso deixar que ela a mate, essa mulher é humana, só matamos coisas sobrenaturais. Ela sai do banheiro e vai até a cozinha, pega uma garrafa de cerveja e a abre, então começa a beber. Plano em ação. Caminho sorrateiramente até ela, passo meus braços em volta da sua cintura, e começo a beijar seu pescoço, sei o quão ela ama isso. Ela solta a cerveja em cima da pia e dá alguns gemidos, vejo que seus braços estão vulneráveis, e consigo prender uma algema em seu pulso, ela se vira em minha direção rapidamente e dá um soco em meu rosto, que me faz cair de joelhos no chão. Droga, ela e sua força sobrenatural. Tem sangue saindo da minha boca, mas que grande merda.

—Me dá a chave – pede.

Ela me segura pela camiseta e me joga perto da televisão e da cama, sinto uma dor forte em minhas costas, gemo de dor.

—Cadê a chave? – pergunta e eu fico calado olhando para ela.

Ela me segura pelo pescoço e me joga na cama, sobe em cima de mim e começa a apertar meu pescoço.

—Me dá ou eu te mato!

—Você não vai me matar – digo com dificuldade.

—Duvida?

—Duvido.

Ela aperta mais meu pescoço, o ar está quase se esgotando, então ela solta meu pescoço, respiro ofegante. Consigo rolar na cama, ela fica sob mim.

—Esse vai ser seu joguinho Winchester?

—Eu sei que gosta de ficar no comando, mas não dessa vez – tento colocar a outra algema, mas acabo levando um chute em meu membro.

Caio para trás, no chão, para piorar a situação. Grito de dor, ela sobe em cima de mim.

—A chave! – grita ela.

Rolo no chão e fico sobre ela.

—Desculpa amor, mas já sou acostumado a ser acertado nessa região, então me acostumo com a dor – viro-a de costas e consigo por a outra algema.

—Então foi para isso que transou comigo?

—É, eu não posso deixar que mate um humano.

Levanto-me e ajudo-a se levantar, faço-a sentar na cama e amarro seus pés com cordas cheias de verbena.

—Sério isso?!

—Preciso ter certeza de que não vai fugir – aproximo meu rosto do dela para dar um selinho, mas ela dá uma cabeçada em mim, gemo de dor – tudo bem – digo me afastando e vou até a porta.

—Aonde você vai? Vai me deixar aqui assim?

Ignoro-a e saio do quarto.

POV Katherine

Depois de alguns minutos que Dean saiu, Sam chegou. Estou com tanto ódio, deveria ter percebido que ele mentiu para mim, mas estava em um momento vulnerável, não pensava direito, tudo em que eu queria era ir para cama com ele, sentir seu toque e nada mais, ele foi muito esperto, e isso me deixa com mais raiva ainda, ele conseguiu me enganar.

—Ah você está ai – diz me olhando.

—Ele me usou – digo com raiva.

—Não te usou não.

—Ele só transou comigo pra me prender aqui!

—Ele poderia ter bolado vários planos, só que ele preferiu esse porque gosta de você.

—Ah que ótimo jeito de gostar.

—Você também o usou.

Reviro os olhos.

—Por que você quer mata-la?

—Ela quase estragou o meu relacionamento com o Damon, aquela vadia usou bruxaria para fazê-lo transar com ela!

—É agora entendo o porquê da sua raiva – diz compreensivo.

—Ela o forçou com magia! Ela é uma vagabunda suja, que não consegue o homem que quer, e tem que usar magia – bufo - me tira daqui, por favor.

—Não antes que Dean volte e diga que conseguiu mandar ela embora.

—Como ele vai conseguir?

—Ele tem seus jeitos.

—Ah não! Pela segunda vez ela pega um cara que eu gosto.

—Um cara que você gosta?

Droga Katherine! Não sei calar a minha boca mesmo! Fico quieta.

—Adoro quando vocês admitem que gostam um do outro sem nem perceber – diz se divertindo da situação.

Reviro meus olhos e fico calada.

Alguns instantes depois, Dean chega.

—Pronto, resolvi o seu problema – diz se aproximando de mim, ele sobe na cama e começa a soltar as cordas.

—O que teve que fazer? Transar com ela? Fazer um sexo oral? – ele larga as cordas e me olha confuso.

—Não, fingi que era um policial e disse que iria prendê-la se não saísse da cidade.

Rio.

—Ah e ela acreditou em você?

—Sim, mostrei o distintivo e disse que se eu vesse a cara dela novamente, iria para trás das grades.

Fico totalmente sem graça.

—Ia ficar com ciúmes se eu tivesse transado com ela? – pergunta com um sorriso de divertimento da situação.

—Não, é que...

—Relaxa, ela não faz meu tipo – ele termina de soltar as cordas.

—Preciso de sangue, vou ir à floresta e caçar como uma selvagem – digo encarando Sam e Dean.

—Daqui a alguns dias vamos ir para uma cidade grande, tenha paciência – diz Sam.

—Até lá quantos coelhos vou ter que matar? – pergunto.

—Faça um regime então – sugere Dean.

Mostro meu dedo do meio e caminho até a porta.

—Se eu não conseguir nenhum sangue, eu bebo o de vocês – digo e bato a porta ao sair.

Não acredito, depois de mais de trezentos anos estou caçando animal de novo, eu havia prometido a mim mesma que não me rebaixaria a isso, e olha onde você está Katherine. Mas prefiro isso a passar dias sem sangue, Dean eu te odeio! Como estamos em cidades do interior, o que mais tem aqui é floresta, provavelmente irei me perder, não faço isso há anos... Ah para de se lamentar, você é Katherine Pierce, a mais forte vampira de todos os tempos, que não se lamenta e não tem medo de nada!

Isso já está me tirando do sério, estou há horas atrás de algum animal e até agora o que eu achei foi um esquilo, isso não vai dar certo! Escuto um barulho de galho quebrando, fico no máximo de silêncio possível e atenta, pelo som, parece ser algo grande, olho para todos os lados e nada. Vejo uma moita mexer, fico olhando para ela e com as minhas presas prontas para atacar, e de repente vejo um lobo sair de trás, droga, lobisomem? Sério? Escuto um barulho atrás de mim, viro-me e vejo outro lobisomem, e vários outros aparecerem, ficando em volta de mim. Ótimo, estou encurralada por um monte de cachorros fedorentos. Um em minha frente, corre em minha direção, consigo pega-lo pelo pescoço e torce-lo, outro vem até mim, pulo em cima dele e arranco sua carne com os meus dentes, e consigo arrancar seu coração, agora vários se aproximam me atacando, levo vários arranhões e ossos quebrados, até que um volta a ser humano, totalmente despido, me encara com ódio, um homem, alto, forte e de cabelo escuro, se ajoelha ao meu lado e quebra meu pescoço, sem eu ao menos conseguir resistir.

POV Dean

—Ela já deveria ter voltado não acha? – pergunto a Sam, que está assistindo jogo comigo.

Ele me olha.

—Ela é uma vampira de mais de quinhentos anos, sabe se virar.

—Ela saiu à tarde, já está anoitecendo.

—Vai saber ela quis dar uma volta.

Encaro-o.

—Ou ela foi morta na floresta – digo.

Sam suspira.

—Vamos esperar até amanhã, se ela não voltar, vamos atrás dela, combinado?

Concordo com a cabeça e volto a minha atenção para a televisão.

POV Katherine

Abro os olhos lentamente, sinto dores pelo meu corpo e quando minha visão fica nítida, vejo aquele mesmo lobisomem que quebrou meu pescoço sentado a minha frente, de braços cruzados e me olhando com divertimento. Percebo que estou presa a uma cadeira, com cordas cheias de verbena, olho ao redor e só está nós dois em uma sala toda de madeira, sem nenhum móvel ou janela.

—Olha só quem acordou – diz ele.

Olho para ele.

—Quem é você? – pergunto.

—Meu nome é Tyler Lockwood, sou o membro alfa da minha alcateia.

—Tá e o que isso tem haver comigo?

—Bom – ele se levanta – deixe-me contar uma história – ele se aproxima de mim e começa a andar em volta de mim enquanto fala – a minha alcateia há anos caça vampiros, porque em 1839 o nosso bando foi massacrado por sanguessugas como você, mais de cem lobisomens, homens, mulheres, crianças, foram mortos a sangue frio, sem ao menos termos feito nada, e os vinte que sobraram, prometeram a si mesmos que iriam se vingar e ajudar esse mundo, matando todos os vampiros, e isso foi passando de geração em geração, o nosso maior lema é exterminar os vampiros – diz parando em minha frente e me olhando.

—Muito tocante, mas pergunto novamente, o que isso tem haver comigo?

Ele dá um sorriso.

—Você parece gostar bastante de sarcasmo e até nas horas que não são bem-vindos – seu sorriso some e um olha frio aparece – eu odeio sarcasmos – ele apoia suas mãos nos braços da cadeira e aproxima seu rosto do meu, deixando centímetros um longe do outro – e odeio mais ainda quando não são bem-vindos.

—É uma pena, não estou nem ai para o que você gosta ou não – digo.

Ele prende sua mão no meu cabelo e me encara.

—Agora vai o que? Me beijar? – pergunto arqueando uma sobrancelha.

Ele dá um sorriso sínico e morde meu pescoço, sinto o veneno entrar em minhas veias, a dor começa a aparecer. Eles querem me matar do pior jeito, com mordida de lobisomem, é letal para os vampiros. Ele tira os dentes do meu pescoço e volta a olhar em meus olhos.

—Gosto de homens selvagens – digo sarcasticamente.

Ele sorri cinicamente, solta o meu cabelo e se afasta.

—Vamos ver até quando esse seu sarcasmo vai – ele dá as costas para mim e sai da sala, me deixando sozinha.

Posso estar fingindo que não estou ligando para o que está acontecendo, mas na verdade estou! Estou com medo, isso pode me matar em horas ou dias, que serão de dor e alucinações, é um inferno passar por isso, mas parece que agora vou chegar até o estágio final, a morte.


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Notas finais do capítulo

E ai?! Joguinhos entre Dean e Katherine: A M O! E o que será que vai acontecer com a nossa Biskath? Será que isso é o fim mesmo? Comentem amores! Beijos.