Psycho Love escrita por Chocolatra


Capítulo 18
Temos que manter o disfarce




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/634720/chapter/18

Escuto um barulho na porta, abro os olhos, tudo está embaçado, mas consigo ver que é o Dean. Sinto o cheiro de sangue, minhas veias saltam. Ele se ajoelha em minha frente e entrega duas bolsas de sangue, pego e bebo tudo rapidamente. Minha força volta, meu tom de pele sai de cinza claro para a minha cor e finalmente irei sair daqui, ele estica a mão para me ajudar a levantar, recuso a ajuda e me levanto sozinha, saio andando e subo para a sala. Encontro Sam sentado em uma poltrona e ele me olha, depois olha para Dean.

—É, você a soltou mesmo – diz Sam surpreendido.

—Por quê? Ele não ia me soltar? – pergunto.

—Não é isso, fez cinco dias que você estava lá, e não sete como ele prometeu.

Olho para Dean e ele desvia o olhar.

—Eu ainda estou com fome, tem mais sangue? – pergunto.

—Na sua bolsa, está no seu quarto – diz Dean, agora me olhando.

Concordo com a cabeça e subo para o “meu” quarto. Encontro minhas coisas dentro dele, e minha mala de bolsas de sangue, tem cinco bolsas, que não vão servir mais do que dois dias, pego uma bolsa e sento na ponta da cama. Começo a beber lentamente, sentindo o maravilhoso gosto do sangue. Escuto barulhos de sapato no chão de madeira, paro de beber, olho para a porta e vejo Dean me olhando.

—Posso entrar? – pergunta.

Dou de ombros e volto a beber o sangue. Ele caminha em minha direção e senta ao meu lado, e fica olhando para o chão. Paro de beber e olho para ele.

—Você veio aqui, para ficar perto de mim, ou o que? – pergunto.

Ele olha para mim e depois olha para os meus lábios. Sério isso?

—Está sujo – diz limpando com o polegar o canto da minha boca.

Desvio o olhar fingindo não me importar.

—Bom, eu vim aqui para te pedir desculpas – arqueio minhas sobrancelhas, Dean Winchester pedindo desculpas? Isso é piada? – eu não deveria ter te tratado como te tratei naquele dia.

Olho para ele.

—Calma, você está falando de me prender naquela cela?

—Não, isso foi certo – diz como se fosse óbvio – estou falando por ter te chamado de vadia, você não é uma, eu disse por que fiquei nervoso, mas Katherine já conheci muitas e tenho certeza que você não é, então me desculpa, eu te tratei como um lixo.

Abro um sorriso.

—Obrigada – digo.

—E sobre eu ter te prendido, foi algo difícil de fazer, porque eu... Eu... Eu gosto mesmo de você, e te ver daquele jeito... Não era algo fácil.

—Mas mesmo assim fez.

—Não fiz aquilo porque eu quis, fiz aquilo porque sou um caçador e tenho que fazer o certo, tenho que lembrar que eu sou o que sou e não posso simplesmente te poupar por algo que fez, mesmo que eu queira.

Meu sorriso aumenta.

—Para de abrir esse sorriso imenso – diz sorrindo também – olha eu não sou muito acostumado a falar o que penso.

Encaro-o.

—Você não é de falar nada sobre você.

Ele dá de ombros.

—Sou um cara fechado.

—E eu consegui fazer com que você se abrisse, estou me sentindo muito importante.

—Pode abaixar esse seu ego!

—Eu Katherine Pierce, consegui com que Dean Winchester falasse sobre seus sentimentos, acredito que essa será uma oportunidade única.

—Pode ter certeza que sim – ficamos sorrindo um para o outro feito babacas.

—Acho que é a hora de eu falar sobre os meus sentimentos – digo.

Ele fica calado, me escutando com atenção.

—Não sei qual tipo de relação que estamos tendo, mas sinto que não vai dar certo, eu sou uma vampira e você um caçador, é algo...

—Eu sei, é uma coisa bem complicada.

Concordo com a cabeça.

—Acho que podíamos manter nossa relação em amizade, ou melhor ainda, companheiros de trabalho, acredito que seria melhor.

—Sim, acho que não pensamos direito quando começamos a... Nossa relação que não sabemos o que é.

—Concordo, então estamos de acordo?

—Claro, estamos sim – diz, consigo ver em seu olhar que não era isso que ele queria dizer.

—Ótimo.

Ficamos nos olhando. Não queria cortar qual seja essa nossa relação, eu realmente gosto dele, mas eu sou algo que ele mata, era para nós dois se odiar, e não nutrir sentimentos amorosos um pelo outro.

—Eu vou te deixar sozinha, acho que ainda quer aproveitar isso – diz olhando para a bolsa de sangue na minha mão.

Aceno com a cabeça, ele se levanta e sai do quarto. Volto a beber o sangue. Estou surpresa pelo Dean dizer tudo aquilo, afinal ele não gosta de falar sobre seus sentimentos. Acho que me meti em uma grande encrenca, e o pior é que eu não quero sair dela, só que tenho que tentar, mesmo não querendo.

POV Dean

—Dean! – escuto a voz de Sam da sala, saio da cozinha e caminho até ele – eu sei onde o demônio vai atacar.

—Onde? – pergunto animado.

—É meio longe, mas vale a pena tentar – ele abre um sorriso – no Brasil.

—Então vamos pro Brasil?

—Pelo jeito sim.

—Eu topo, eu sempre quis conhecer lá – escuto passos de saltos altos, olho para a escada – Katherine...

—Eu ouvi tudo – diz ela descendo – estou animada para isso.

—Só que temos um problema – digo – os passaportes.

—Sim, temos que fazer identidades falsas – diz Sam.

—Por quê? São procurados? – pergunta Katherine gostando disso.

—Caçamos coisas, e pessoas não sabem disso, então sim, temos alguns problemas com a policia, sem contar que pode ter demônios, ou qualquer outra coisa atrás de nós.

—Ótimo, porque eu também tenho.

—Você? – pergunta Sam.

—Já tive séculos ruins – ela dá de ombros.

—Eu arrumo para vocês, não precisam se preocupar – diz Bobby adentrando a sala – só preciso de fotos de vocês disfarçados, e já pensei em tudo – diz abrindo um sorriso – Dean e Katherine são casados, e Sam um primo de Katherine.

Todos concordam.

POV Katherine

Aqui estou eu, andando pelo aeroporto, com uma peruca loira e uma roupa que definitivamente não é minha, e ainda arrastando uma mala enorme, que não tem quase nada dentro, só algumas armas especiais, que tentamos esconder e tomara que dê certo, porque senão estamos ferrados. Sinto a mão de Dean entrelaçar a minha, olho para ele e ele olha para mim.

—Temos que manter o disfarce.

Sorrio.

—Claro, meu amor – digo.

Ele tenta segurar o riso e desvia o olhar.

Compramos as passagens e eu e Dean já pesamos as nossas malas, falta o Sam.

—Estou morrendo de fome – diz Dean.

—Eu também – digo.

—Sam, vou arranjar algo para comer – diz Dean.

Sam concorda com a cabeça, enquanto está pesando sua mala.

—Vou com você – digo.

—Por quê? Vou comer comida de verdade – diz empurrando o óculos falso de grau no rosto.

—Eu também gosto de comida – digo e entrelaço nossas mãos.

—O que é isso?

—Temos que manter o disfarce – digo e começamos a andar.

Paramos em uma fila de uma lanchonete, começo a ler os painéis que estão presos na parede, onde está escrito todas as comidas.

—Nossa tem muita coisa – digo – nem sei o que escolher.

—Nunca abandono meu velho amigo hambúrguer – diz Dean.

—O que escolher? Tem pizza, bacon, hambúrguer, torta...

Dean me puxa contra si pela minha mão em que está entrelaçada na dele, sinto sua outra mão firme em minha cintura e me beija. No primeiro segundo passa pela minha cabeça resistir, mas desisto dessa ideia. Envolvo meus braços em seu pescoço e prosseguimos o beijo lento, com suas pegadas fortes em minha cintura. Ele afasta nossos lábios, mas continuamos com os rostos bem próximos.

—Pensei que seriamos só amigos – digo arqueando uma sobrancelha.

—Eu vi um demônio, precisei despistar – diz.

—Ah tá – digo tirando meus braços do seu pescoço e me afastando. Sim, fiquei triste, queria que ele tivesse me beijado por que queria.

—Fico desapontada com isso? – pergunta com aquele seu maldito sorrisinho malicioso.

—Não! Claro que não! Somos amigos, só isso.

—Aham – diz ainda com o sorrisinho.

Fazemos o nosso pedido e o pegamos, sentamos em uma mesa próxima e começamos a comer.

—Me dá um pedaço da sua torta? Parece estar muito boa – diz Dean.

Encaro-o.

—Por favor, eu amo torta – diz implorando.

Rio da sua cara.

—Aqui – pego uma colherada e dou na boca dele.

Ele revira os olhos e geme.

—É muito bom – diz.

—Mas é só isso, coma seu hambúrguer – digo dando um sorriso.

—Isso não se faz.

Dou de ombros e volto a comer a torta.

—Cheguei – diz Sam com um copo de café na mão, ele senta em uma cadeira ao meu lado.

—Nós vamos para São Paulo né? – pergunto e Sam concorda com a cabeça – por que não vamos para o Rio? Lá tem praia!

—Primeiro: não estamos de viagem e sim em um caso, e segundo: o demônio vai para São Paulo – diz Sam e Dean concorda com a cabeça.

—Mas podíamos nos divertir também.

—Não! – diz os dois em coro.

—Nossa, calma – digo e logo como outro pedaço da torta.

—Mas podemos ir em comemoração a morte daquele maldito demônio – diz Sam.

Eu e Dean concordamos.

—Depois de matar aquele desgraçado, ver mulheres de biquíni na praia? Isso que é paraíso – diz Dean sorrindo.

—Concordo, dizem que os brasileiros são gostosos e bem dotados – digo sorrindo e Dean me encara.

—E as brasileiras são bem... Como posso dizer? Agraciadas por Deus.

—E os brasileiros tem muita pegada – digo encarando-o.

—Já as brasileiras...

—Já chega! – grita Sam, alguma pessoa em nossa volta olha para ele – parem com esse joguinho.

—Que joguinho? – perguntamos ao mesmo tempo.

Sam bufa e olha para o relógio.

—Está quase na hora, devemos ir.

—Vou ir ao banheiro – digo e me levanto.

Caminho até o banheiro feminino mais próximo, percebo que está vazio e tiro a peruca. Isso está me fazendo suar demais. Escuto passos se aproximando, então a coloco. Uma mulher entra e para ao me lado, e começa a se olhar no espelho. Pego meu batom e o retoco.

—Katherine Pierce? – escuto a mulher.

Olho para ela.

—Como?

—Você se chama Katherine?

—Não, me chamo Mary.

—Não, você é a Katherine Pierce – diz insistindo.

—Quem é você?

—Ah não se lembra de mim?

—Desculpa, mas deve estar me confundindo com outra pessoa.

Droga, parece que essa ideia de disfarce não funcionou, obrigada Bobby.

—Eu nunca esqueceria o rosto da mulher que assassinou o meu vilarejo inteiro.

Engulo em seco.

—Hã...

—Foi em 1835, você chegou ao meu vilarejo e matou a todos, menos a mim... Você me transformou no monstro que você é! – ela me pega pelo cabelo e bate minha cabeça na pia, me fazendo cair no chão e a peruca também – matou minha família – ela chuta minha barriga, começo a tossir – matou meus amigos – ela um tapa em meu rosto e me segura pelo cabelo, me fazendo me ajoelhar em sua frente e olhar para ela – matou todos que eu amava – ela tenta chutar meu rosto, porém seguro sua perna.

—Chega de se achar A vampira, porque você não é – torço sua perna, fazendo-a se deslocar, ela grita e cai no chão, pego-a pelo pescoço e olho em seus olhos – se acha que pode matar Katherine Pierce, está muito enganada, você não é nem metade do que sou e nunca será! – enfio a mão em seu peito, alcançando seu coração – e sobre matar seu vilarejo, sinto muito, tive séculos ruins – arranco seu coração e solto seu corpo morto, deixando-o cair no chão, jogo o coração em cima dela.

—Katherine! – escuto a voz de Dean, olho para a porta e o vejo espantado – o que aconteceu aqui?

—Ela tentou me matar – digo.

—Droga – diz entrando e vendo o corpo – o que vamos fazer com ela?

—Não sei – digo preocupada.

Ele fica andando de um lado para o outro, calado e olhando para o chão. Isso é assustador.

—Para com isso, está me deixando cada vez mais nervosa!

Escuto umas vozes lá de fora, amplio minha audição.

—Senhor, por favor, me deixe passar — escuto a voz de um homem.

—Calma, eu preciso de ajuda... — escuto a voz de Sam.

—Tem alguém tentando entrar aqui, o Sam está atrasando, mas não vai durar por muito tempo – digo.

Dean me olha preocupado.

—Tem um rio aqui perto, não tem? – pergunta.

—Acho que sim.

—Leva o corpo, enterra ela por lá, ou joga no rio, tenta se livrar – diz.

Concordo com a cabeça.

—Vou tentar entrar na sala de segurança, e apagar as filmagens, porque vão notar o sumiço dela, e vai ver que não saiu do banheiro, e você vai ser suspeita.

Vejo que tem uma janela no alto da parede, caminho até ela, me penduro nela e vejo que tem várias caçambas de lixo lá embaixo, desço, pego o corpo e o jogo, me penduro novamente.

—Ei, faltou o coração! – diz ele.

—Joga na privada – pulo pela janela.

Estou fora do aeroporto, corro com a minha alta velocidade, e encontro o rio a alguns quilômetros, que por sinal tem terra ao redor. O melhor é enterra-la, se eu jogar na água, pode ir para margem e ela será encontrada. Cavo rapidamente e jogo o corpo, cubro tudo de terra. É nessas horas que eu amo ser vampira. Uma coisa que poderia durar muitas horas para um humano, eu fiz em vinte minutos, corro para o aeroporto, e entro pela mesma janela que saí, Dean não está mais aqui, ele limpou o pouco de sangue que tinha, só que agora tem uma mulher, ela está me olhando assustada. Droga, ela me viu pular pela janela, estou com sangue e terra pelo corpo. Ela corre para a porta, mas chego primeiro.

—Você não vai se lembrar de mim – digo hipnotizando-a.

—Não irei me lembrar de você – diz ela.

Suspiro aliviada.

—Agora sai.

Ela sai do banheiro, tranco a porta e me limpo o mais rápido que consigo. Saio e dou de cara com Sam.

—Vamos, temos cinco minutos restantes – ele me segura pela mão e sai me puxando.

—Calma, cadê minha peruca? – pergunto parando.

—Droga, está com o Dean.

—Aqui! – escuto a voz de Dean, ele corre em nossa direção e entrega a peruca, visto e estou finalmente com o disfarce – ela é a minha mulher – diz Dean soltando a mão de Sam da minha.

—Tanto faz, vamos – diz Sam apressado.

Corremos até o embarque e conseguimos entrar, por pouco não conseguimos. Sento-me no assento confortável do avião e solto um longo suspiro. Dean senta ao meu lado e vejo que relaxa todos os seus músculos. Sam senta a nossa frente.

—Conseguimos – digo.

—Sim – diz respirando ofegante – por pouco perdíamos o voo.

Concordo com a cabeça, encosto-me a janela e durmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai?! O que acharam? Entre tapas e beijos de Dean e Katherine, quem não ama? Dean falando sobre seus sentimentos: homem eu te amo demais! E esse trio indo para o Brasil hein? O que será que vai acontecer? Finalmente eles vão achar o demônio? E essa história de ser somente amigos, vai dar certo? Comentem amores, quero saber a opinião de vocês! Beijos.