Book 5: Love escrita por VeraLGPedrosaBadWolfPT


Capítulo 3
Capitulo III: Complicações




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A carta de Korra deixa Asami num estado de espirito em que ela não havia estado em anos, mesmo que numa parte ela sentia-se culpada, dada a forma como as coisas têm sido difíceis para Korra. OS outros especulavam qual seria a razão por trás na sua felicidade recém descoberta. A avó de Mako já tinha as suas próprias teorias. Ela deve de ter um namorado secreto escondido em algum lugar. Já esta na hora de admitir. Mako, querido, és tu? Asami simplesmente coçou a parte de trás do seu pescoço, enquanto Mako estava mais vermelho que um tomate. Avó, pela última vez, eu e a Asami não estamos a namorar. A avó olhou para ela a espera da confirmação. Ela encolheu os ombros em resposta.

Asami fez tudo o que tinha para fazer no seu calendário e trabalhou por horas extras para compensar a sua ausência, mas Korra não voltou. Asami diz a si mesma que ela talvez tenha calculado mal a duração da viagem. Talvez haja mau tempo. Ela olhou lá para fora, mas não viu nada que indicasse que iria chover. Talvez Korra tenha partido mais tarde do que previsto.

Tu não precisas responder às cartas. Vamo-nos ver mesmo antes que a carta chegaria aqui. Eu mal posso esperar para que sejamos capazes de falar, cara a cara.

Asami não podia esperar tanto. Ela não enviou-lhe uma carta. Ela recusa-se. De alguma forma ela acredita que se ela fizer isso, ela vai estar a quebrar a promessa de Korra. Ela lê as cartas uma e outra vez, memorizando cada palavra.

Um mês passa e Asami aceita que Korra não vai voltar. Ela deve ter as suas razões, mas essas razões não fazem a sua ausência menos torturante. Asami retorna ao seu trabalho, e pede desculpas pelas reuniões que tiveram de ser adiadas e pelos prazos que tinham sido ultrapassados. Ela estava com raiva de si mesma por ter acreditado que Korra iria voltar e, em seguida, raiva de si mesma por não acreditar que ela voltaria. Ela sentou-se na sua mesa de desenho, no seu escritório, na empresa. O papel estava em branco, a inspiração perdida.

Ela virasse bruscamente quando ouve um barulho. Ninguém deveria estar aqui ainda. Ela relaxa quando vê Mako:

"Hey" Ele sorri e traz-lhe um recipiente com comida." Foi a tua casa primeiro, mas eles disseram-me que ainda não tinha chegado, então eu imaginei que estrias aqui."

" O Detetive número um de Republic City." Ela sorri, cansada e pega a comida, agradecendo. Ela quase que nunca via Mako. Ela quase que não via ninguém a não ser os seus colegas de trabalho ou algum representante da cidade. " O que se passa? Tem alguma coisa errada?"

"Além de tudo?" Ele resmunga e puxa um banco para sentar ao pé dela." Eu fui tirado do meu posto à força. Para proteger o futuro rei do Reino da Terra." Ele cruzou os braços, respirou fundo e disse."Eu sou um dos melhores detetives da cidade! Agh, apenas um desperdício de tempo. Tu deves de conhecer o tipo. Ele é uma criança mimada. Uma verdadeira dor de cabeça."

"Quanto tempo é que tu vais ter de protege-lo?"

" Até à coroação." Ele resmunga outra vez. “Que é daqui a meio ano!"

"Ah isso passa rápido, nem vais reparar." Engraçado, como o tempo voava tão rápido. Já se passaram dois anos e meio." Logo Republic City terá o seu grande detetive de volta."

Mako dá-lhe um sorriso torto." Tu realmente sabes como fazer sentir-me melhor."

"Quando nós namorávamos, talvez." E o clima ficou tenso como sempre ficava quando algum dos dois mencionava esse assunto. É estranho. O seu antigo interesse por Mako e o de Korra também, e o fracasso de ambas as relações foi o que levou Asami e Korra a serem melhores amigas. Ela bate-te na perna, pegando um bolinho com os pauzinhos. "Estou só a brincar."

Ele volta a resmungar:

"De qualquer forma, eu não vim aqui apenas para reclamar. Eu vim para te ver." Ela arqueia a sobrancelha e ele olha para por um longo tempo. Asami come o bolinho, enquanto ele pensa em tudo o que ele tem para lhe dizer. Ela não tinha percebido que estava a morrer de fome até a primeira mordida. Quando foi a última vez que ela tinha comido? " O que se passa contigo?"

"O que tu queres dizer?"

"Bem quer dizer...tu tiras-te férias, certo? E por um tempo não? Parecia que estava no topo do mundo. Hey a minha avó estava certa não estava? Estas a namorar alguém? Separaste-te? Podes dizer-me."

"O quê?" Ela quase deixa cair a comida. "Não."

"Não, tu não podes dizer-me, ou não tu não estas a namorar ninguém?" Mako olha para ela e ela olhou para ele. "Eu não sei, era só que...era bom ver-te daquele jeito outra vez. Algo tem faltado em ti nestes últimos anos. Eu não te vejo tão regularmente quanto eu gostaria, mas eu vejo te o suficiente para perceber isso." Ele cruza os braços novamente e dá-lhe um olhar digno de um detetive.

Asami fica momentaneamente perturbada.

"É..." Ela estreita os olhos. "Nada" ela diz baixinho. "E só estava...Eu tive um bom pressentimento de que talvez a Korra ia voltar."

"O quê?!" Ele endireita-se na cadeira."Foi ela? Como? Porquê? Ela escreveu-te? Por que achas isso?"

"Acalma-te com as perguntas, Mako." Ela murmura.

"Ela disse-te e ia voltar?"

Ela desvia os olhos. "Não." Ela nunca foi uma boa mentirosa, mas Korra pediu-lhe para não dizer uma palavra e por isso ela não ia, mesmo que isso significasse que ela tinha de mentir. Talvez ela só não queira ferir os sentimentos de Mako, como Korra sugeriu. Talvez ela só queira manter o que ela sabia em segredo. "Tem sim sido assim por muito tempo. Eu pensei...que já tinha passado muito tempo."

Mako observa-a. Finalmente, ele vira-se, os seus dedos tocavam no papel preso na prancheta. " Eu sinto falta dela também." Ele não devia de ter acreditado nela. Afinal, ele é um bom detetive. Mas quis. Asami sabia que ele não quis pressiona-la mais e ela era grata por isso.

"Asami,

Desculpa, eu menti. Eu não tive a intenção de faze-lo. Parti no dia seguinte, após eu ter-te enviado aquela carta. A Ilha do Templo do Ar estava à vista, mas...eu não podia. Eu acho que, não importa o quão eu quero, eu ainda não estou pronta para voltar a Republic City. Sinto muito por ter demorado tanto tempo a enviar-te esta carta. Eu estava a espera...de encontrar algo, alguém, que me pudesse ajudar a voltar a ser o que era, eu poderia simplesmente aparecer em Republic City e surpreender-te. Mas eu ainda não encontrei essa pessoa. Talvez eu precise da ajuda da Zhu Li? De qualquer maneira...eu não sei o que dizer. Desculpa se eu dececionei-te ou magoei-te. Eu desejo que tudo isto poderia ter sido melhor.

–Sem emissor."

Os dedos de Asami apertaram a carta, as palavras no papel tornaram-se elegíveis.

Mais cinco meses passaram. A vida estava a decorrer normalmente. Asami estava na cerimônia do corte da fita, afastando-se dos avanços de Wu (aquele moço era detestável, pobre Mako), quando Mako conta-lhe a notícia. Korra iria voltar naquela noite. Lin Bei Fong tinha-lhe dito. Korra não lhe tinha escrito a dizer que ela ia voltar, mas se Lin havia lhe dito aquilo , devia de ser verdade. Talvez ela planeara surpreendê-la, assim como a última carta dizia. É uma surpresa sim, e ela não se importava de a ter arruinado. Asami não podia deixar de sorrir. Como antes, uma onda de adrenalina passou por ela, e os seus picos de frequência cardíaca.

"Eu mal posso esperar por vê-la."

Mas como antes, Asami dececionou-se. Korra não veio. Ela tinha escrito cartas para os seus pais, a dizer-lhes como é bom estar de volta a Republic City. Asami é um pouco feliz que ela não lhe escreveu, e não arruinou a surpresa. Independentemente disso, o clima festivo rapidamente azeda com a revelação.

Naga amuou. Asami acariciou-a atras da orelha. "Eu sei." Ela conforta-a

Depois que toda a gente tinha-se dispersado outra vez, Mako perguntou:

"Quer dizer...que tipo de jogo é que ela está a jogar? Por que ela iria dizer aos pais dela que ela estava aqui, quando ela não estava? Ela desapareceu por seis meses, quem sabe para onde?!" Ele chuta um balde para fora do cais.

Asami observou-o voar e cair duro na água.

"Mako acalma-te. Nós estamos todos chateados."

"Mas e se está algo errado e ela não está bem?" Ele pergunta. Asami morde a língua. Korra não estava bem, mas era algo que ela não conseguiu a explicar, ela não podia. "E se aconteceu alguma coisa?"

"Ela vai passar por isso. Ela pode passar por qualquer coisa." É fácil dizer. Ela disse isso para si milhares de vezes já.

Ele vira-se para ela com raiva:

"Como é que podes estar tão calma? Por que não estas mais chateada?"

"Eu estou chateada!" Ela exaltou-se. "Eu sinto falta dela, estou triste e preocupada! Mas nada disto vai traze-la de volta!"

Mako parecia um cachorrinho a quem tinham dado um pontapé, e depois só senti vergonha de si mesmo. Asami suspira, cansada.

"Eu não queria gritar contigo. Eu só estou..."

"Desculpa. Tu estás certa. Estou a comportar-me como um bebê como sempre. Eu acho que eu só estou com saudades do Bolin e da Korra. Eu não esperava que eles fossem embora por tanto tempo. Eu não tinha a intenção de chatear-te."

Ele coloca a mão no ombro dela. "A Korra é durona. Onde quer que ela esteja, tenho a certeza que ela esta bem."

Asami olha para o cais. Quando ele a abraça, ela abraça-o de volta. Ele ri baixinho:

"Meu, tu cresces-te bastante."

"Tu é que estas acostumado a passar tempo com o pequeno príncipe." Asami deu alguns passos para trás. " Bem… tens de voltar para o Wu e eu tenho de voltar ao trabalho."

"Porque não vamos buscar algo para comer. O Wu vai ter de vir mas..."

Asami balança a cabeça, afastando-se dele.

"Eu não posso. Tenho muito para fazer." Ela precisava de ficar sozinha.

Korra está de volta.

De volta mesmo.

Eles dizem que ela está de volta.

Jinora apanha-a de surpresa ao contar-lhe a notícia, já que ela, o Meelo e a Ikki, foram enviados para uma missão secreta para encontrar a Korra. E eles encontraram-na! E ela está de volta!

"Pensei que tu gostarias de saber" disse Jinora, Asami podia notar a presunção na sua voz. Ela nunca tinha notado isso nela, e ela não sabia porque tinha notado agora.

"Ah, obrigado". Ela teve de se apoiar à secretaria ao lado do telefone, muito atordoada, os seus joelhos estavam inexplicavelmente fracos. "Obrigado" ela diz antes de desligar o telefone, antes de sair do transe e ligar outra vez. Jinora atende. Asami pergunta-lhe se era um sonho, ela disse que não. Aquilo estava mesmo a acontecer. Korra estava realmente de volta? Depois de três anos, ela finalmente voltou?

"Hum...podias perguntar-lhe." Ela não sabia se lhe dizia a ela, ou pedia para passar o telefone a Korra. " Podias perguntar-lhe se ela gostaria de almoçar comigo esta semana? E com o Mako.

Jinora faz a pergunta a Korra, mas não importava o quão Asami esforçava-se para ouvir a resposta dela, a sua voz, ela não conseguia faze-lo.

"A Korra diz que ela gostaria de ir ao almoço sim." Jinora diz-lhe de forma provocadora.

"Oh." Ela chega a não acreditar.

"Então reserva uma mesa, ou algo assim e deixa o Mako em casa."

"O quê?" Jinora desliga o telefone na cara dela. Mas que reio foi aquilo?

Parte dela ainda não acreditava nisto. Já se passaram três dias desde que Jinora lhe tinha contado a notícia. A parte que acredita nela gere-lhe uma energia que a deixa incapaz de dormir à noite. Ela não iria acreditar totalmente até que ela visse Korra bem na frente dela. Ela não chegou a vê-la, no final de contas, e Asami preocupa-se, que caso ela visite a Ilha do Templo do Ar, faria com que Korra lembrasse-se da razão pela qual ela tinha ido embora. Não, Asami não acha que se ela fosse à Ilha ela iria descobrir que Korra tinha ido embora outra vez sem nem ter dito adeus.

Então, ela trabalha rigorosamente. Ela reserva a mesa no restaurante e convida Mako para o almoço, apesar da sugestão curiosa de Jinora de deixa-lo em casa. Ele precisava de lá estar. Ele também sentiu muito a falta dela. Asami não tinha a certeza se ela iria ficar bem quando a visse. SE ela a visse.

Na noite antes do jantar, uma onde de exaustão varre-a e ela cai no sono mais cedo que o habitual. Ela acha que aquela onde de ansiedade não lhe fez lá muito bem. Ou isso, ou foi à forma como ela tem trabalhado intensamente por três anos.

Nessa noite ela dormiu umas doze horas e de manhã ela saltou para fora da cama, aflita, pois ela estava atrasada para o trabalho. Não. Ela estava era atrasada para o almoço.

Ela veste rapidamente, olha-se no espelho e sai.

No restaurante, a rececionista diz-lhe que Mako já tinha chagado e estava a espera dela. Mas Korra ainda não tinha chegado. Asami pegou numa revista aleatória e começou a lê-la, apesar de ela não conseguir contratar-se.

Ela virar-se quando ouve passos.

"Espero que não tenha feito esperar muito tempo" Diz Korra.

Ela tem dificuldade. É ela. Era mesmo ela. Asami põem a revista de lado.

"Apenas três anos." Ela sorri, ela levanta-se e abraça-a, confirmar que era realmente ela, que aquilo não era nenhuma alucinação. Korra abraçou-a de volta, ferozmente. Vê-la novamente depois de tanto tempo... Asami simplesmente fechou os olhos. Respira. Respira outra vez. Ela já conseguia respirar normalmente outra vez. “Estou tão feliz por ver-te.”.

“Eu também.” Korra diz e com a mesma rapidez. “A ti é claro.”

Asami ri baixinho. Ela não conseguia deixa-la. Sabe-se lá quanto tempo elas ficaram abraçadas. Quando elas separaram-se, ambas sorriam intensamente uma para a outra.

“Adoro o teu cabelo.” Asami olha para ela por um tempo. O cabelo não era a única coisa que tinha mudado nela, mas era a mais evidente. Ela parecia mais velha. Ambas pareciam.

Korra toca no seu cabelo timidamente, corada. Asami percebeu isso, só não percebeu o seu coração dar um pulo.

“Obrigado.” Korra olha para ela antes de um suave sorriso traçar os seus lábios. “Tu estas bem como sempre.”

Asami sorri.

“Vamos, o Mako está há nossa espera na mesa.”

Korra olhou em volta da mesa. Ok. Não era o que ela tinha planeado. Eles estavam juntos só há alguns e eles já estava a discutir. Tanto autocontrolo para nada. Talvez se o príncipe Wu não tivesse aparecido e dito todas as coisas estupidas que ele disse, Asami não lhe teria perguntado sobre o estado Avatar.

Mas também, a explicação dela não tinha ajudado em nada.

Mako olhou desconfiado para elas, e em seguida direcionou o seu olhar para Asami e com raiva perguntou:

“Eu perguntei-te se ela tinha-te escrito e tu disseste que não.” Pausa dramática. “Será que ela que ia voltar, quando tu estavas de férias?” Ele exigiu-lhe. Korra congela. Asami continuava sem dizer uma palavra, apenas estreitou os olhos.

“Foi por isso que estavas tão…”

“Mako, desculpa, eu menti.” Asami disse antes que ele pudesse ir longe de mais. Korra queria saber o resto da frase. É por isso que Asami estava tão o quê?

“Esta é a única razão pelo qual não te nós não dissemos nada.”

“Nós? Será que tu escreveste-lhe com frequência?” Ele perguntou a Korra.

Asami disse não, enquanto Korra disse sim. Elas olharam uma para a outra e Korra só encolhe os ombros. Ela recebeu muitas cartas de dela, mas já a sua correspondência foi medíocre na melhor das hipóteses.

Era estranho estar de volta, tudo estava diferente. Agora o Mako penteava o cabelo para trás. Asami estava mais alta. A tensão entre eles não estava melhor que antes. Korra não tinha a certeza que Asami não estava feliz que Mako também tinha vindo almoçar.

“Mako acalma-te” Korra diz. “Olha, eu sinto muito, isto é tudo culpa minha. Mas é que… Eu não sabia o que te dizer. Eu não sabia o que dizer a ninguém. Eu escrevi muito pouco para a Asami.” Ela resmunga. “Eu não quero que nós discutamos. Podemos esquecer isso e falar sobre o que anda a acontecer? Afinal, eu estou de volta agora.” Ela sorri para os dois. A testa de Asami estava franzida, mas ela não chegou a olhar para a outra ao seu lado.

Korra morde a língua.

“Então…Asami o que tem vindo a acontecer? Ainda andas muito ocupada com a Future Industries?”

“Não muito.” Asami responde. Mako cruza os braços, olhando para tudo e para nada ao mesmo tempo. Eita Korra. Tu estragas-te tudo. Vais ter de resolver isto. Tenta não dizer nada estupido durante o resto do almoço.

“Mas eu tenho algumas notícias.” Ela continua. “Eu fui visitar à prisão visitar o meu pai pela primeira vez. Ele tem-me escrito…e eu acho que estou finalmente pronta a perdoá-lo.”

“Ele ainda continua a escrever-te?” Korra pergunta.

“O quê?!” Mako colocou-se no estado de alerta outra vez. Ele olha para Korra e depois para Asami. “ Asami disse-te isso? Há quanto tempo é que ela vinha-te escrito?”

“Há pouco tempo.” Asami responde desconfortavelmente.

“Bem, eu estou a adorar o almoço.” Wu diz-lhe. “Mas a minha delicada bexiga é pequena. Mako, escolta-me à casa de banho. O teu futuro rei exige.”

“Tu não és o meu futuro rei.” Mako atira-lhe um olhar antes de ignora-lo. “Asami, eu pensava que éramos amigos. Eu disse-te o quão eu estava confuso com isto tudo…de porquê que o Bolin não confiou em mim. Tu não confias em mim? Eu pensei que estava tudo bem entre nós. Foi melhor confiar para alguém que nem estava na cidade? Alguém que desapareceu por três anos?”

Asami apenas olhou para ele. Já Korra apertava os dedos em punho no seu colo. Ela não dizia nada. Ela odiava isso. Estava tudo a discutir por causa dela. Será que ela magoou-os? Porquê dar tanta importância a isto? Tinha coisas que ela não podia dizer a outras pessoas, e não podia dizer-lhe, isso ela tinha a certeza.

Se pelo menos ela conseguisse explicar-lhe isso, mas ela não sabia como. Ela não podia contar-lhe que Asami enviou-lhe todas aquelas cartas, como elas tiveram um efeito positivo sobre ela, ajudando-a nas noites em que ela mal podia-se mexer para ver as estrelas. Como é que ela poderia explicar isso?

“Eu apenas pensei que ia voltar mais cedo.” Ela disse em defesa.

“Então ela disse-te que ia voltar?” Ele pergunta a Asami.

“Eu realmente preciso de ir à casa de banho.” Wu reclama.

“Então vai sozinho! Eu não preciso de estar lá a ver-te a esvaziares a tua bexiga real!” Mako grita com ele. Wu resmunga e vai embora.

Mako foca-se em Korra.

“Tu não podias simplesmente ter dito um olá? Mesmo depois de todas as cartas que eu e o Bolin te mandamos?”

A cara dela fica quente.

“Eu acho que não podia…” Ela não conseguia.

Os clientes do restaurante estavam a olhar para eles. A mente de Korra volta a alguns minutos atrás, quando ela e Asami estavam abraçadas, e todos aqueles anos entre elas desapareceram, tudo estava em paz e tranquilo. Agora tudo tinha mudado, e ela não tinha a certeza se iria conseguir por ordem nas coisas novamente. Bem, essa era a história da vida dela. Talvez ela seja uma má Avatar.

“Malta.” Ela diz. “Que tal nós pararmos com esta discussão? O que a grande notícia.” Ela vira-se para Asami. “ Eu sei que Hiroshi é teu pai e tudo isso, mas tens a certeza que podes confiar nele? E se ele está a tentar manipular-te outra vez?”

O Flash nos olhos dela foi o suficiente para que Korra se arrepende-se das suas palavras.

“Tu achas que eu não sei o que o meu próprio pai é capaz de fazer?”

“Não…” Ela levanta as mãos em defesa, tentando travar a ira de Asami. “ Não foi isso que eu quis dizer.”

“Tu desapareces por três anos e agora vens-me dizer o que é melhor para mim!?”

As palavras doíam como facas. Asami estava certa. É claro que ela estava certa. Ela não estava acostumada a ver Asami tão irritada. Vê-la com raiva e ser ela a única responsável por isso.

“Não é que eu planeava ter ido embora por tanto tempo. Eu queria voltar, mas eu nunca me sentia pronta para isso.”

“É por isso que a Jinora, o Meelo e a Ikki trouxeram-te embora? Terias-te incomodado se eles não tivessem-te encontrado?”

Korra travou.

Mako levanta-se:

“Bem…eu acho que eu vou ver como esta o Wu. Vou deixar-vos sozinhas para que possam tratar de tudo o que têm para tratar. O almoço foi muito bom.”

Ele sai. Korra morde o lábio inferior. Asami parece triste esforçando-se para não dizer nada estúpido. Korra põem os seus cotovelos sobre a mesa, mãos enterradas no cabelo.

“Eu estraguei tudo, sinto muito.” Minutos passaram em silêncio. Talvez ela não devia de ter voltado. As coisas estavam tão diferentes. Talvez elas poderiam ter sido diferentes num bom caminho, mas não foram. Ela sentia-se horrível. Todos discutiam por causa dela. Isso era o oposto do que o Avatar deveria fazer.

“Esta tudo bem.” Asami finalmente diz, colocando um mão no ombro dela. “Hey…” A sua voz era suave. Korra desvia a atenção da colher que estava a sua frente e vira-se para Asami, dificilmente, sem sentir vergonha. “…Desculpa-me por ficar tão irritada. Estou tão feliz que estejas de volta. Voltas-te da tua maneira.”

Asami coloca a outra mão no lado esquerdo do rosto dela. Korra começa a corar, e seu coração acelera. “Isso é tudo o que importa.” Korra lambe os lábios, a sua boca estava seca. Ambas desviam o olhar.

“Nós deveríamos ir ter com o Mako e o Wu. Eles já foram a um tempo.

Korra baixa o copo de água. As duas levantam-se e seguem o seu caminho.


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