Book 5: Love escrita por VeraLGPedrosaBadWolfPT


Capítulo 2
Capitulo II: A Partida


Notas iniciais do capítulo

Estão a gostar? Espero que sim ;)



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Asami decide tratar dos assuntos da empresa, enquanto Korra estava fora. Não importa todos os problemas que ela havia tido com a empresa antes, era sua responsabilidade, e cabe a ela vê-la ter sucesso. Ela percorreu os armazéns. As coisas iriam correr bem novamente.

Ela passou as noites na mansão, feliz por ter a família do Mako e do Bolin lá. A mansão era grande demais para apenas uma pessoa. Tanto espaço vazio fazia-a sentir-se sozinha. Ela ficou acordada até tarde, a estudar os livros de engenharia, a criar projetos novos.

Ela perguntou-se como Korra estaria e esperava que ela estivesse a sentir-se melhor.

Duas semanas passaram e uma alegria enorme desperta em Asami. E ela não era a única. Toda a gente estava contente porque Korra iria voltar em breve. Todos estavam ansiosos para ver como ela estava. Então três semanas passaram e ela ainda não tinha voltado.

"Ela disse que ia passar lá duas semanas." Disse Mako. "Mas talvez ela queira ficar mais um pouco."

Asami ponderou isso. Quatro semanas passaram e ela começou a sentir-se ansiosa. As coisas são diferentes sem Korra por perto. Numa noite, quando as estrelas brilhavam intensamente no céu, Asami desligou as luzes do seu quarto, e a luz das velas, ela escreveu uma carta para Korra.

"Korra,

Eu sei que o Bolin tem-te escrito muito. Para ser honesta, eu não acho que algumas das minhas cartas iriam chegar ai antes que tu voltasses, e é por isso que eu não te tenho escrito nenhuma. Prevejo que estejas de volta antes que esta chegue, mas tudo bem. Eu preferia ver-te do que ter de ler a resposta à carta. As coisas estão tranquilas por aqui. Tenho estado bastante aborrecida. Cheguei a pegar no carro e dar bastantes voltas à cidade, especialmente à noite, já que as ruas estão vazias.

O Mako já voltou a trabalhar como detetive e o Bolin esta positivamente apaixonado pela Opal. Eu não os tenho visto muito, quando voltares, nós todos devíamos passar um tempo juntos.

Vejo-te em breve.

–Asami."

Seis semanas passaram e Korra ainda não tinha voltado. O Mako e o Bolin também não tinham notícias dela. Asami foi ter com o Tenzin e ele apenas lhe disse para ele ter paciência.

"Ela esta a passar por um recuperação muito difícil."

É claro que sim. Em vez de ficar irritada com ele, Asami sentiu-se grata por lembrarem-na para não ser tão egoísta, Korra voltaria quando estivesse pronta.

Dois meses passaram e nenhuma palavra sobre Korra. Três meses e ainda nada.

"Korra,

Talvez um "par de semanas" tenha um significado diferente para ti do que para mim, não?..Estou só a brincar ok? Ainda assim...eu pensava que por esta hora já devias estar de volta. Talvez estivesses errada sobre a Tribo da Água, e estás-te a divertir imenso, espero que seja esse o caso. Todos nós já pensamos ir juntos ai visitar-te. Eu sei que da última vez que falamos, tu desses-te que querias estar sozinha, mas talvez tenhas mudado de ideias. Parece que passou tanto tempo. Não te preocupes, não iriamos para ai sem te dizer. Se não responderes, nós ficamos aqui, sem ressentimentos. Se tu escreveres a dizer que não queres que vamos para ai, tudo bem. Seria bom ver-te, mas entendo que ainda não estejas pronta. As coisas estão bem por aqui. Sei que o Mako e Bolin têm-te escrito, por isso não acho necessário falar sobre ele.

Eu sei que estas cartas são curtas, talvez sem sentido. A vida simplesmente não é emocionante sem ti. Eu espero que estejas a recuperar-te. Diz aos teus pais que disse olá, e à Katara também. Beijos para a Naga!"

–Asami."

Seis meses passaram:

"Korra,

Sinto a tua falta. Republic City não é mesma sem ti. Esta tudo bem contigo? As coisas estão bem por aqui. Eu consegui um grande contrato para ajudar a reconstruir a estrutura da cidade, então eu vou estar ocupada por um bom tempo. Diz-me quando estiveres pronta para voltar, para que eu possa abrir um tempo na minha agenda.

–Asami."

Nenhuma palavra, mas sim dor e deceção, toda a vez que ela ia ver o correio e não tinha lá nada.

Asami pôs-se a pensar em todas as aventuras que a equipa Avatar tinha, e como Korra conseguira superar isso tudo, mesmo quando a esperança parecia perdida. Os igualitários, Unalaq, Zaheer e a Lotus Vermelha. O próximo inimigo, o seu pai ou até mesmo Varrick. Asami, eu sou um homem de negócios! Sem ressentimentos! Ela considerava-o uma pessoa de confiança, mas depois do que o seu pai tinha feito e da maneira como Mako tinha a tinha deixado, ela era cautelosa na confiança que dava às pessoas. A única pessoa próxima a ela, que ela jamais tinha desconfiado, era Korra. Ela tinha, na altura em que ela ficara com Mako, mas afinal, ela era o Avatar, como é que ela podia competir com alguém assim?

Depois de algum tempo a pensar, ela pensou o quão rápido o tempo passa. Ela sentia falta de alguém para rir com ela.

As coisas acalmaram um pouco. Tudo estava a ser tratado com calma.

Ela dormia inquieta. Ficava acordada madrugada pós madrugada. Ela trabalhava a fundo, levando a Future Industries ao topo e a voltar a ser uma empresa respeitada novamente. Ela escrevia a Korra semanalmente.

Nove meses passaram.

"Korra,

Eu não posso acreditar que já faz tanto tempo desde a última vez que nos vimos uma à outra. Eu tenho pensado muito em ti. Olhei para o meu carro no outro dia, e lembrei-me de quando pós as chaves na tua mão, naquela altura eu pensei " se eu consigo, então o Avatar também consegue", mas tu és horrível! Eu acho que a tua condução é a maior ameaça que Republic City já vira. Enfim...eu não consigo imaginar que irias embora, se não tivesses as tuas razões. Eu tenho trabalhado bastante duro na Future Industries. O meu pai tem -me escrito. Elas vêm se acumulando, mas eu não as abro. Mesmo que eu tenha saudades dele, eu não sei se posso confiar nele outra vez.

Talvez isto soe hipócrita, mas eu espero que as minhas cartas não estejam num canto da tua mesa por serem lidas. Se lês-te alguma das minhas palavras, isso já basta. Tu não acreditas o quão eu sinto a tua falta, eu mesma não acredito.

–Asami."

Um ano passa.

"Korra,

Volta depressa para Republic City! Quando estiveres pronta é claro...eu espero que esteja tudo bem. Preocupa-me se não esteja que não estejas. Eu gostaria de saber se há alguma coisa que eu possa fazer por ti. Talvez não precises de ajuda...eu só tenho dificuldade em aceitar que não gostarias de voltar, se estas a sentir-te melhor. Se precisares de alguma coisa, tudo o que precisas é pedir.

Espero ver-te em breve!

–Asami."

A caixa de correio estava sempre vazia.

Ela vive, dorme, respira, trabalha, e faz com que as linhas de produção da Future Industries tornem-se rápidas e eficientes. A família de Mako e Bolin sempre a repreendiam, dizendo-lhe para sair dali e ser jovem. Os homens olhavam para ela. E ela começou a perceber que as mulheres também olhavam para ela. Todos olhavam para ela, sorriam-lhe timidamente e viravam-lhe as costas.

Ela também namorou, apesar de levar aquilo como um segundo emprego, já que ela não estava apaixonada e não... o relacionamento durou muito pouco.

As suas cartas para Korra ficavam cada vez mais longas com o passar do tempo o que mais ela podia fazer já que não recebia nenhuma reposta.

"Korra,

Eu não sei onde estás, ou se lês as minhas cartas, mas pensando que estas, só queria que soubesses que estamos todos pensar em ti. Já se passaram quase dois anos, mas eu sinto que passou uma eternidade. Eu tenti sair com alguém, mas nãos deu certo. Talvez tenhas tido mais sorte que eu e talvez seja por isso que não tenhas voltado. Eu decidi colocar o namoro de lado e concentrar-me na empresa. A infraestrutura da cidade é muito importante é bom contribuir com isso. Afinal, esta é a nossa casa. Tu salvaste-nos e a esta cidade tantas vezes, é o mínimo que eu posso fazer. Talvez eu posso mostrar-te a cidade, como ela esta agora, quando voltares, ok?

–Asami."

Ela continuava a escrever-lhe. Tornou-se um hábito, mesmo que ela não tenha nenhuma reposta. Ela já não pensa que Korra vai voltar. Às vezes ela quer chorar ao pensar nisso, geralmente à noite, quanto o mundo parece ficar maior e ela sente-se sozinha. Mas ela é mais forte que isso.

Uma noite, ela nem sequer dormiu, cansada dos seus projetos, ela sentou a beira da janela e escreveu outra carta:

"Korra,

Eu gostaria de saber como ajudar. Eu acho que com a morte da minha mãe...era só eu e o meu pai. Eu pós na minha cabeça que quando eu queria alguma coisa, eu não iria parar até que isso estivesse feito. Eu não iria parar até que isso fosse corrigido. Talvez seja por isso que eu amo tanto as máquinas e engenharia. O meu pai sempre ficou orgulhoso por mim, pelas minhas habilidades de luta, de tudo. Eu trabalhei muito para não dececionado. Eu trabalhei muito para não dececiona-lo. Eu acho que, de certa forma, foi para compensar a ausência da minha mãe, eu tinha de ser melhor em tudo o que podia. Mas tu és uma máquina. És uma pessoa. Uma pessoa incrível, mas as pessoas são mais difíceis de consertar. És mais do que eu posso descrever.

Levei muito tempo para perceber, que talvez eu não posso-te dar o que precisas.

Talvez as respostas estejam contigo. Eu parecia o Tenzin a falar agora. Eu sei que provável vais dizer que já não tens os Avatares passados, mas eu estou a falar da tua força interior. Eu acredito em ti Korra. Todos nós acreditamos. Lembra-te disso.

–Asami."

Esta foi a última carta que ela lhe envia. Ela não tem mais nada a oferecer.

A Tribo da Água do Sul é gélida.

Mas nada atinge Korra. De certa forma, o frio faz o seu corpo sentir-se em casa. Mas a sua mente sentia-se diferente: presa.

Ela não comia. Pouco a pouco. Ela perdeu o músculo que ela tinha. Ela não dormia bem, pois acordava a gritar. Às vezes, ela acordava com a cara contra o chão duro e frio.

Ela ficaria assim até que alguém a encontra-se. Ela não podia se levantar. Às vezes, ela passava horas assim. Horríveis quando isso acontecia.

Ela sentiu-se triunfante quando, depois de semanas, ela conseguia mexer os dedos, mesmo que só um pouquinho. Isso significava que ela estava um passo mais perto de conseguir comer sozinho. O amor com que os seus pais e Kya cortavam-lhe a comida em pedacinhos e sentavam-se pacientemente para dar-lhe de comer...bem ela não podia imaginar algo mais humilhante. Ela é o Avatar, o mundo continuava sem ela, e ela nem conseguia comer e vestir-se sozinha ou dar uma volta sem ninguém a empurra-la na cadeira de rodas.

É a razão pela qual ela deixou Republic City. Ela não podia suportar a ideia de que todos a conheciam com sendo a Avatar, agora reduzido a uma pessoa tão patética. Seria mais fácil desta maneira. Ela estava fora de vista e assim ela podia pensar melhor. Eles não têm de se preocupar com ela e assim poderiam seguir com a vida deles. Toda a gente a adorava, especialmente Asami. Ela quis dizer-lhe que estava bem, mas sempre dava-lhe uma sensação de claustrofobia e ela entrava em pânico. Mesmo que Korra apreciava cada gesto que Asami tinham feito por ela, como: trazer-lhe revistas de pro-bending, sintonizar-lhe o rádio para que ela ouvisse os jogos, trazer-lhe água quando ela estava com cede.

Ela nunca pediu nada, mas Asami intuitivamente sabia o que fazer.

Ter Asami a sua beira quando a sua mão vinha-lhe mudar a roupa ou dar-lhe banho era simplesmente humilhante. E Asami era tão paciente. Ela nunca a deitou abaixo, nunca a questionou e ela saia quando Korra precisava de ficar sozinha.

Tudo era tão certo e tão errado ao mesmo tempo...ela tinha de vir embora.

Ela disse que ia demorar duas semanas, mas foi mais do que isso.

Mako e Bolin escreveram-lhe, e depois de um longo mês, a primeira carta de Asami chegou. A sua mãe abriu-lhe o envelope e deixou a carta no colo dela antes de sair para que ela pudesse ler a carta em privado.

A carta fê-la chorar. Ela tem chorado muito ultimamente. Às vezes é a dor. Outras eram pena de si mesma. Ela estava tão dececionada, por ter mentido a Asami, sobre o tempo que demoraria. "Vejo-te em breve" disse ela. Não. Ela não podia voltar atrás agora. Não tão cedo. Não enquanto ela for tão inútil.

Mais semanas se passaram, e mais cartas chegaram. Ela agora tinha força suficiente para empurrar a cadeira alguns metros. O esforço deixava-a exausta e sem fôlego, mas era um grande passo. Agora ela podia ver o mar, e à noite, as estrelas cintilantes no céu.

Ela tenta escrever. É diferente do que pegar nos talheres. Era preciso mais destreza para poder escrever. Ela praticava até que os seus dedos começassem a doer. Apesar da sua letra parecer os rabiscos duma criança, ela tentou escrever para Asami.

"Asami,

Desculpa, mas eu não vou voltar, quando eu disse que ia. As coisas podiam estar melhores por aqui, e eu sinto muito a vossa falta, de todos vocês. Talvez se tiveres tempo podias-me vir visitar. Estou tão cansada e..."

Ela não enviou-a.

Ela receava que Asami parasse de lhe enviar cartas, mas elas continuaram a vir de forma constante. Elas rapidamente tornaram-se a melhor parte da sua semana, sorrindo quando ela lia que Asami tinha conseguido um contrato, e culpava-se, de cada vez que Asami perguntava-se quando ela iria voltar.

"Asami,

Eu consegui mexer o meu dedão do pé! Eu sei que parece pouco, mas já é um grande avanço! Katara está-me a ajudar, mas ainda não me recuperei o quão gostaria. Eu tentei andar, mas cai de cara no chão. Eu só fui capaz de mexer os meus braços, pouco mas consegui. Muito obrigado pelas cartas. A Tribo da Água é grande, mas bastante aborrecida. As cartas são o único entretenimento que eu tenho. Obrigado pelas revistas e os filmes dos Furões de Fogo! Eu gostaria de jogar pro-bending outra vez. Eu gostaria de voltar brevemente, mas eu estou preocupada..."

Ela não enviou nada do que escreveu.

Meses passaram. Um ano passou. Um ano e seis meses. A sua força voltou gradualmente, mas ela ainda tinha bastantes pesadelos. De certa forma o veneno não tinha sido totalmente retirado do seu corpo. Ela não venceu a luta contra Zaheer, não importa o que os outros digam. Ela lutou e perdeu. Como é que o mundo iria confiar nela outra vez?

As cartas escritas por Mako e Bolin começaram a vir menos frequentemente, passando de semanas para mensais. Mas Asami escrevia-lhe regularmente. Ela falava sobre a empresa e o progresso que ela fizera e como Republic City estava mudada e que ela precisava de ver o parque, pois estava melhor que nunca.

Asami preocupava-me com ela e ela preocupava-se com Asami. Ela franziu a testa quando Asami falou sobre namoro. Sorriu, ironicamente quando ela perguntou se ela tinha sido bem-sucedida nesse assunto.

"Korra,

Talvez eu devesse parar de te escrever. Talvez o teu silêncio signifique que não queiras falar comigo. Talvez esteja a ser egoísta, mas é difícil para mim aceitar o facto que poderíamos para de falar um para a outra e que tu nunca mais voltarás. Eu acho que eu apenas não consigo abrir mão de ti.

–Asami."

Depois dessa carta Korra teme que Asami pare de lhe escrever por completo. O pânico manteve-se por mais tempo que o habitual, o apetite reduziu a nada, os nervos tomaram conta dela. Algumas noites ela pegava e lia todas as cartas de Asami. Elas era uma conexão com ela e Republic City. Ela não podia perder aquelas cartas.

O pânico desaparece quando Kya lhe trás uma carta. Ela correu para o seu quarto e começou a lê-la. Asami não tinha desistido. Ela ainda lhe escrevia. Ela revela mais do que ela queria. Em alguns assuntos, Asami era bastante reservada. Korra gosta disso nela. Elas equilibravam-se mutuamente. Asami é fixe e calma não importa a pressão. Korra é impulsiva.

A carta de Asami deixa-a pensativa.

"És mais que uma companheira. És mais do que eu posso o escrever em palavras. Demorei para perceber, que eu não posso dar-te o que precisas."

Korra lê repetidamente as cartas, até que ela estejam todas amarrotadas. Ela continua a treinar e, levemente, e o seu corpo ficou em forma outra vez. Ela não é tão forte quanto antes, falta alguma coisa. Ela não pode voltar a Republic City ainda, por muito que ela queira. Não importo o quão ela progrediu, ela ainda tinha um longo caminho pela frente.

Semanas passaram-se em silêncio e ela não recebeu mais nenhuma carta de Asami. Ocasionalmente ela recebia do Mako e do Bolin. No início, ela pensa que a carta tenha-se perdido pelo caminho, mas quanto mais tempo passava. Mais o pânico tomava conta dela. Ela tem receio que Asami tenha desistido. Ela tentou escrever-lhe, mas não dava certo. Ela tentou novamente, tarde na noite, exausta e incapaz de dormir.

"Asami,

Desculpa se eu não respondi a nenhuma das tuas cartas, mas de cada vez que eu tentei, eu não sabia o que escrever. Os últimos dois últimos anos foram os mais difíceis da minha vida. Mesmo que agora eu possa andar, ainda não condigo. Eu ainda tenho pesadelos com o Zaheer e o que aconteceu naquele dia. Tenho meditado muito ultimamente, foi a Katara quem me aconselhou a faze-lo. Mas às vezes eu me preocupo, eu penso que talvez, eu nunca me vou recuperar completamente.

Eu tenho pensado muito sobre ti, e todas as aventuras que tivemos juntas. Obrigado por tudo o que me envias-te. Tudo isso impediu-me de ficar maluquinha da cabeça. Eu li cada uma das tuas cartas e sempre esperava que escrevesses mais, o que é muita burrice, dado à quão ocupada és. Parece que tens feito um grande trabalho na Future Industries o que não é surpresa para ninguém. Desculpa, por não ter-te dito mais cedo o quão eu apreciei teres tomado o teu tempo para me escreveres. As cartas significam tudo para mim.

Nada de namoro por aqui. Passo a maior parte do tempo a treinar, tentar voltar a ser o que costumava ser. O processo é mais lento do que eu quero e sinto que o mundo está a andar mais rápido do que eu. Sinto muito por ainda não ter voltado. Eu sinto-me tão perdida e eu não quero que tu me vejas assim, eu não quero que olhasses de maneira diferente para mim.

Eu estou a espera que a meditar e com seções de cura, eu volte a ser capaz de entrar no estado Avatar, e tudo volte ao normal. Eu realmente sinto falta de Republic City. Eu realmente sinto a tua falta. Acho que vou voltar em breve. Não há nenhuma razão para eu não continuar o meu treinamento ai. Talvez estejas a pensar: " Tu desses-te que eram só duas semanas", mas desta vez vai ser diferente. Não tens de enviar uma resposta a esta carta. Vamos nos ver antes mesmo que a tua carta chegasse aqui. Eu mal posso esperar para que sejamos capazes de falar, cara a cara.

Arranjas algum tempo na tua agenda para mim?

Por favor, não digas ao Mako e ao Bolin que eu escrevi-te e não escrevi para eles. Eu não quero feri-lhes os sentimentos. É mais fácil falar destas coisas contigo. Coisas que eu acho que eles não entenderiam.

Beijos,

–Korra"

Ela lê e relê a carta e pergunta-se se ela esta muito desajeitada. Ela vai ficar bem. Ela manda a carta e no dia seguinte diz os seus pais que tem intenção de voltar para Republic City. Assim que ela diz isso, ela tem a certeza que esta era a melhor decisão a ser tomada. Já se passaram quase dois anos e meio. É muito, muito tempo.

A viagem para a Ilha do Templo do Ar é boa. As águas são calmas e os animais marinhos saíram para brincar.

Só que, a paragem numa vila costeira deixa-a muito nervosa. Ela começa a perguntar-se se ela tinha cometido um erro, e voltar tão cedo. Os dois ladrões venceram-na facilmente, foi humilhante. Tens a certeza que ela é a Avatar? Korra olhou fixamente para ele:

"Desculpa" ela murmura. " É que eu estou um pouco enferrujada."

Os ladrões deixam-na ir, e ela volta para o pequeno barco e continua o seu caminho para a Ilha do Templo do Ar, mas a cada centímetro percorrido no oceano, a coragem ia descendo, ela pensava que poderia ser apenas o desespero de perder aquilo que motivou a sua viagem. Ainda assim, a visão da Ilha e de Republic City logo atrás dela, fazia o seu coração agitar e ela não podia evitar o sorriso que vinha ao seu rosto.

Como é que ela podia sentir-se como se estivesse a voltar a casa, se ela tinha acabado deixa-la? Bem as luzes, a música, o Templo de Ar, toda a grande parte das pessoas que ela conhecia ao seu alcance! Uma energia que a muito ela não senti começava a emergir de novo dentro dela.

Exceto os pesadelos que ela tem, com a versão sombria dela, aqueles olhos incandescentes, correntes tilintando nas trevas...Luta isso Korra. Vence isso. Esquece isso. Tu fizeste uma promessa.

Mas ela não pode. O ar está a desaparecer dos seus pulmões. Ela vira-se para a vela, deslocando os seus sentidos, para longe da Ilha do Templo do Ar, para longe de Republic City, para longe de Asami. Ela combate o ardor nos seus olhos. Ela não aguenta aquilo. Ela mentiu... Outra vez. Vá para trás. Eu não posso voltar. Quanto mais rápido os seus pensamentos, mais facilmente ela conseguia respirar. Estranho. Ela morde a língua. Ela não pode negá-lo. Ela deveria saber que ela acabaria por dececionar toda a gente.


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