Juntas escrita por llucida


Capítulo 8
Conta um conto


Notas iniciais do capítulo

VOCÊS VIRAM A CAPA DE JUNTAS????? Não? Voltem duas casas porque estão perdendo uma maravilha de capa.
A Deusa Nariko nos presenteou com uma capa linda e a ela dedico esse capítulo.
Fica aqui o meu mais sincero obrigado ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/634075/chapter/8

Mãozinhas roliças a puxaram pedindo atenção. Ela olhou para a garotinha de cabelos escuros cuidadosamente partidos de lado, camiseta branca de gola social e de olhos pidões que fora autora do gesto.

— Mamãe, conta a história do macaquinho?

Era fim de tarde, e apesar de ter desenvolvido o hábito de ler a noite para ela, o pedido súbito era muito familiar. Estava entre os pedidos que Sarada mais fizera nos seus quatro anos de vida. Ela simplesmente adorava a tal história do macaquinho.

— Tudo bem, vou pegar o livro.

— Deixa que eu pego, mamãe. — Ela se propôs, correndo para a estante cheia de livros.

Sakura a assistiu subir sem cerimônia no pé do armário para alcançar o livro azul que se encontrava na segunda prateleira. Havia algo gracioso em sua tentativa empolgada de alcançar o volume com suas poucas dezenas de centímetros de altura, pegando finalmente após três tentativas.

Era o livro de contos ocidentais que Sakura comprara quando visitara a feira de uma aldeia no País do Vento com o marido quando estava por volta do quinto mês de gestação. O avistara em uma das muitas vitrines do movimentado comércio local. Ele, com sua capa lustrosa azul e nome em grafia dourada, logo se destacara em meio a diversos outros títulos empoeirados. Entre parar em frente à vitrine e a euforia por compra-lo, ignorou o acordo que fizera com Sasuke de só comprar coisas para Sarada quando voltassem para Konoha, no fim do sétimo mês. Em sua defesa, ela podia alegar que o marido já havia ignorado o combinado antes, comprando um par de sapatinhos vermelhos que vira em uma das primeiras vilas que visitara depois de saber que ela estava grávida.

Sasuke se conformou então em observar a esposa entrar na loja, esperando-a do lado de fora. Sakura, além do livro que vira na vitrine e decidira levar antes mesmo de entrar, se viu parando indecisa entre as prateleiras da sessão infantil, optando por fim em levar mais outros dois livros: Um com fábulas antigas e bem populares e o outro era uma coleção de contos ninja. Todos eram impressos em folhas brilhantes, com desenhos coloridos em todas as páginas.

Todos os dias ela lia algum capítulo para a filha. Gostava de imaginar por quais daquelas histórias ela se encantaria, quais ficariam por anos em sua mente, inspirando-a com lições sobre amizade, coragem e bondade e entrariam em sua lista de preferidas ou apenas se a fariam rir e pedir para ler várias e várias vezes. Era um modo de se sentir perto dela e de apresenta-la através de palavras ao mundo que ainda não conhecia.

Às vezes Sasuke se sentava com a esposa e esta o incentivava a ler algum capítulo para que sua pequena se acostumasse com a voz dele também. No início ele estranhava o pedido, mas acabava lendo ao menos alguma parte. Em algumas ocasiões ela acabava adormecendo sob o som da voz grave e suave do marido, a gravidez lhe deixava constantemente com muito sono e era fácil se deixar levar pela tranquilidade proporcionada por momentos como aquele. Não raramente ele também interrompia a leitura, contestando se a história fosse tola ou tivesse algo que soasse absurdo.

—Ela resolveu casar da noite para o dia com um desconhecido? indagou Sasuke inconformado certa vez, fechando o livro.

Estavam sentados sobre a sombra de uma árvore frondosa, coberta aquela época do ano por flores laranja de uma vivacidade contagiante. Dali podia ouvir o um dos muitos rios da região, e Sakura, que havia deitado a cabeça no colo do marido para ouvir a história, o encarou pensativa, passando a questionar se foi uma boa escolha optar por um livro ocidental.

—Ao menos ela é... Hum... Bondosa? Não é um péssimo exemplo de todo. Sakura defendeu um tanto incerta. Havia simpatizado com ela de algum modo. — Mas atenção Sarada, ir a uma festa ok, casar com um desconhecido nem pensar! advertiu, levando as mãos a barriga, dirigindo-se a filha.

—Nem pensar em casar, na verdade. — retificou Sasuke afastando uma mecha de que estava em frente ao losango púrpura da testa da esposa, colocando para o lado, com certo azedume no tom que fez Sakura rir.

— Muito bem, vamos às estórias com ninjas e kunoichis poderosas então.

Quando a garotinha voltou com o livro em mãos, Sakura se sentou colocando-a no colo e abrindo-o na já conhecida página onde a fábula começava. Sarada era uma ouvinte exigente, observava meticulosamente os desenhos de cada página com fascínio e gostava de manter o padrão teatral no modo que a mãe contava, fazendo-a ter cuidado com as entonações em cada fala e parágrafo.

A musiquinha, mamãe. Ela sempre exigia, referindo aos quatros momentos onde o macaco cantarolava, e ria cantando junto. No fim das contas era o momento preferido de ambas onde Sakura fechava o livro sabendo que dali a alguns dias ela pediria para que contasse a história do macaquinho de novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá, espero que tenham gostado do capítulo, e aqui vão duas observações:
1) Eu acho que eles pretendiam voltar de viagem antes do nascimento de Sarada, para Sakura ter um parto mais seguro e mais estabilidade e tudo, mas acho que nossa princesa resolveu surpreender e nascer antes do previsto hsuah


2)O tal conto do macaquinho é um de Monteiro Lobato, era meu preferido na infância, e acho noventa por cento da magia estava no modo que ele era contado, com entonação, música e essas coisas que fascinam crianças (porque olhando assim não tem nada de muito especial no conto). Minha mãe sempre falou de um menino que ela cuidava que pedia pra ela contar essa história mil vezes, então alguma mágica deve ter nesse conto haha.
Enfim, até o próximo.