Juntas escrita por llucida


Capítulo 1
Inquieta




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Inquieta.

Sakura havia se remexido na cama mais uma vez. Lembrava-se do quanto ansiara pra quando Sarada começasse a demonstrar sinais de que estava louca pra vir ao mundo, desde aumento da silhueta em alguns centímetros, ao momento que ela começasse ensaios de percussão em sua barriga.

Estava guardando mantimentos na pequeno chalé, localizado entre as montanhas do norte de Takigakure, onde estavam fazendo estadia por algumas semanas, distraída com o preparo da torta de tomates que Sasuke tanto gostava, quando sentiu aquela pequena vibração em seu ventre, delicada e breve, mas forte o suficiente para fazer ecoar a batida mais forte que seu coração já tivera. Havia uma vida que estava crescendo dentro de si. Uma vida que com seus pezinhos ainda não formados se inclinava a dar o primeiro passo naquela jornada que fariam juntas.

— Estamos começando, Sarada — sussurrou, levando a mão até a própria barriga, e a envolvendo entre os braços, enquanto suspirava feliz.

Sempre tivera a impressão que seu primeiro filho seria uma menina, e não abria mão dessa convicção, especialmente depois de ficar grávida. Sua intuição dizia que era uma garota, e aquela altura, seu chakra já indicava se tratar de uma menina.

Naquela época, já podia imaginar o quão constante a Sarada gostaria de demonstrar sua empolgação para vir ao mundo dia após dia.

Suspirou, inquieta, remexendo-se mais uma vez na cama, sentindo o marido se virar para ela, observando-a impassivo.

— Desculpe, ela está fazendo um pequeno abalo sísmico hoje — justificou com um sorriso apaziguador, sentando-se e olhando para ele. Não queria tê-lo acordado.

Ele se limitou a acenar, aproximando-se e a envolvendo em seu braços, fazendo-a recostar em si.

— Deve ter puxado a hiperatividade da mãe — falou, acariciando seus cabelos assim que ela se acomodou em seu peito, a mão dos dois entrelaçados sobre a barriga de Sakura.

— Eu não sou hiperativa, você que é reservado demais — protestou sonolentamente a médica. Sarada ainda chutava sua barriga em intervalos irregulares afastando qualquer possibilidade dela dormir de verdade, mas estava tão cansada, que se deixou fechar os olhos esperando que a atuação se tornasse realidade e ela pudesse acabar dormindo qualquer hora.

O silêncio se seguiu nos minutos em que Sasuke aguardava a esposa dormir, observando os esporádicos chutes da filha. Talvez por não estar em sua barriga, ele gostava de apreciar aquelas pequenas manifestações de vida, apesar de raramente se permitir momentos como aquele.

Mais alguns minutos haviam se passado quando sentiu o marido se afastar, aconchegando-a entre os travesseiros.

— Hey, a mamãe quer dormir, pequena — sussurrou aproximando a face de sua barriga enquanto pausava a mão sobre ela delicadamente. Tão baixo, que Sakura poderia jurar que ele não queria que ela ouvisse — Há um mundo enorme aqui fora, e sei que está ansiosa para vê-lo. Tem montanhas tão altas que faz até o shinobi mais poderoso se sentir pequeno, tem vales, céus estrelados e coloridos das mais belas cores ao fim do dia, tem dias frios e flores que abrocham na primavera, e aquelas que nunca perdem para o inverno... — ia dizendo pausadamente, com um tom de voz suave. Naquele momento, Sakura pensou que ele talvez não achasse tão ruim o fato dela estar escutando sua conversa privada com a filha. — Tão enorme, Sarada... E eu prometo que irá vê-lo. Cada canto que quiser.

Sakura sorriu

— Anata, a mimando com promessas tão cedo? — perguntou Sakura, remexendo-se preguiçosamente, colocando-se no mesmo nível que ele e ajeitando-se entre os travesseiros.

— Ela deve gostar das Planície do Leste — falou Sasuke, lembrando-se de um dos primeiros lugares que foram quando começaram sua viagem juntos após o casamento, era de longe, o preferido por ambos até então.

— Se não ficar quietinha não tem viagem — reclamou para a filha.

— Tá vendo, sua mãe que vai ser durona com você — disse ele, ainda se dirigindo a Sarada.

— Alguém vai ter que disciplinar essa menina — defendeu-se, deixando os olhos se fechar novamente.

Talvez sua filha fosse uma pequena chantagistazinha, porque após a promessa a freqüência dos chutes foi diminuindo até ela ser capaz de dormir tranquilamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Pretendo escrever algumas drabbles sobre a Sakura sendo mamãe, focando tanto nas dificuldades, quanto nos prazeres.