Annie e Finnick - Até que a morte nos separe. escrita por Carmel Verona


Capítulo 22
A segunda entrevista


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões por estar completamente desaparecida. Mas eu prometi que ia acabar essa fic e estou acabando. Eu tenho que me desculpar! Finalmente estou entrando de ferias de novo e estou continuando a fic.
MIL PERDÕES!!! eu nao desisti! ♥



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Kallos chegou cedo até demais para arrumar Finnick para a esperada entrevista. Eu fico andando de um lado para o outro no apartamento, sozinha, enquanto Lavigne organiza tudo o que tem para organizar e Finnick e Mags se trocam para a entrevista. Ainda me sinto nervosa com o que aconteceu ontem. Desde os meus jogos, Snow nunca exigiu nada. Metade do tour pelos distritos foi cancelado depois de eu passar pelo Distrito Oito e ver a família de Evelin. Aquele dia foi horrível. Eu tentei dar um discurso, mas acabei gritando na frente de todo mundo, horrorizada. Ou foi pelo menos isso o que me contaram, pois eu não me lembro. Me lembro vagamente dos meses seguidos da minha vitória nos jogos vorazes. Lembro de estar no trem e chegar no Distrito Quatro, depois nada. É como se tudo tivesse sido apagado, ou como se eu não estivesse lá, como se eu estivesse perdida em minha cabeça e se não fosse por Finnick eu ainda estaria perdida no meio da minha própria confusão.

Balanço a cabeça e tento me livrar desses pensamentos. A Capital não me faz bem. Decidi que assim que Finnick entrar naquela Arena eu vou voltar para casa, para o mar. Eu não aguento ficar aqui, preciso voltar para o Distrito Quatro. Eu sei que Finnick e Mags vão ficar bem sem mim, eu não tenho como ajudá-los. Me pergunto porque nenhum outro mentor veio comigo.

Depois de algumas boas horas perambulando pelo aparamento, eu decido ficar deitada na cama do meu suposto quarto. Quando eu finalmente me encontro e paz, Kallos abre a porta com uma violência tão grande que eu dou um pulinho, assustada.

– Desculpe, querida, mas não temos muito tempo.

Eu não digo nada. Apenas fico olhando para o meu estilista que parece ter exatamente o mesmo rosto de cinco anos atrás.

– A entrevista! Você vem comigo hoje, não vem?

Eu engulo seco e penso em uma resposta, mas nenhuma me vem a mente. Eu fico ali, sentada na cama olhando confusa para o estravagante homem na capital. Ele se aproxima um pouco e sorri para mim.

– Pense bem, Annie - Ele diz com um tom amigável - Ver Finnick hoje a noite é melhor do que ficar sozinha aqui, vendo tudo pela tevê.

– E-eu não sei.

Depois de ontem, não me sinto segura para andar por aí sem Finnick. Me sinto um filhote perdido, inseguro. Finnick faz tudo ficar mais fácil.

– Eu vou ficar com você o tempo todo - Kallos está com uma voz tão doce que me faz sorrir - Nada de ruim vai acontecer.

Eu quero revirar os olhos, mas finalmente acabo concordando com ele. Kallos e Lavigne eram legais também. Eu me sentia confortável com eles. Depois dessa semana perturbada eu percebi que eles continuam sendo boa companhia. Não me julgaram quando todos o fizeram, na verdade eles continuaram a me receber de braços abertos. Lavigne ficou assustada, mas parecia esperar que eu fosse ficar do jeito que fiquei. Já Kallos parecia saber que aquilo iria acontecer.

– Então podemos começar? - Diz meu estilista, me trazendo de volta a realidade.

Eu me sento no banheiro e ele faz a minha maquiagem, então coloca um vestido azul em mim e saltos tão altos que eu me pergunto como vou conseguir andar com eles. Em pouco tempo eu estou pronta. Kallos deixou que meu cabelo ficasse solto do mesmo jeito que estava antes. O vestido era simples, se comparado as extravagancias da Capital. Eu gosto do vestido. Ele é azul, mas de um tecido tão fino que quase da para ver através dele, fica bem preso na minha cintura e cai até o joelho de um jeito bem confortável. Eu dou uma volta e a saia sobe um pouco. É gostoso de vesti-lo. Eu sorrio ao me olhar no espelho, me sinto bonita, porém simples.

– Obrigada - É tudo o que eu consigo dizer.

Kallos sabe que eu estou realmente grata e ele parece orgulhoso de sí mesmo.

Quando chego na sala de jantar, Finnick está me esperando. Não há ninguém apenas nós dois.

– Você está linda - Ele diz e se aproxima de mim.

Finnick me puxa para si e apoia o rosto na minha cabeça, eu fecho os olhos e o abraço pela cintura. Não estou triste - pelo menos não ainda-, na verdade me sinto um pouco aliviada ao sentir o seu perfume e afundar meu rosto em seu peito.


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Kallos se senta ao meu lado direito, estamos na terceira fileira, perto demais do palco. Me pergunto se os estilistas tem algum tipo de ingresso especial, o que é bem provável. Assim que nos sentamos Caesar Flickerman começa o show. Esse ano ele tem o cabelo rosto tingidos de lavanda e só percebo que estou fazendo uma careta estranha quando meu estilista pigarreia como um sinal. Eu tenho que me comportar, ou pelo menos tentar me comportar, como uma pessoa normal.

Logos as entrevistas começam, a mulher chamada Cashmere do Distrito Um começa sua entrevista praticamente aos prantos. Eu reviro os olhos ao perceber que os cidadãos da capital estão chorando junto com ela. A diferença é que eles choram de verdade. Cashmere não derrama uma lágrima, apenas faz caretas de choro. Ela logo acaba a entrevista, então vem Gloss, irmão dela. Quando Beete entra ele logo questiona a legalidade do Massacre. Eu começo a me sentir um pouco tonta, o que está acontecendo? O que exatamente ele quer dizer? Wiress não parece confortável no palco, todos parecem sentir dó dela, mas tudo o que eu consigo sentir é empatia. Se Mags não tivesse se voluntariado por mim, se não tivesse me salvado, eu estaria na mesma situação que ela: sem saber o que fazer. Talvez eu estivesse pior, não sei. Quando Mags entra eu percebo que Flickerman adianta a entrevista o máximo possível, já que a maioria das pessoas não entende uma palavra do que ela diz. Mags não liga, ela conversa com Caesar e olha para mim as vezes. Seus olhos me transmitem uma certa segurança que me deixa um pouco mais calma, especialmente depois de Beete.

Quando Finnick entra, meu coração dá um salto. É ridiculo como ele ainda consegue fazer com que ainda existam borboletas em meu estômago. Eu estava com ele há meia hora atrás, mas messmo assim, nesse momento, ele faz com que eu sinta algo diferente, algo bom.

Ao se sentar ao lado de Caesar, Finnick dá um sorriso galanteador. Eu sorrio também e reviro os olhos. Não sorrio por timidez, sorrio por achar engraçado essa máscara que ele usa.

– Finnick - Começa Caesar e eu ouço algumas pessoas gritando e aplaudindo Finnick - Será tão difícil para todos nós deixarmos um ícone como você.

– Sejamos sinceros, Caesar - diz Finnick - Acredito que será difícil dizer adeus para todos esta noite.

– É verdade - Caesar ri - E outra coisa - dizia ele, fazendo um mistério - Eu ouvi dizer que tem algo especial que gostaria de dizer para alguém.

Finnick sorri de novo, mas dessa vez é diferente. Ele olha para baixo como se estivesse.... tímido?

Finnick Odair tímido?

Caesar entrega o microfone para ele, então Finnick revista a platéia.

– Meu amor - Ele começa, varrendo a multidão com os olhos -, você tem meu coração para toda a eternidade - De repente ele fica sério e é quando os seus olhos encontram com os meus. Ele não desvia o olhar e eu também não consigo desviar, eu faço como o de costume e me perco em seus infinitos olhos verdes - E se eu morrer naquela arena, minha última lembrança será a de seus lábios.

Instintivamente eu levo os dedos aos meus lábios, como se pudesse lembrar dos lábios dele, os lábios macios de Finnick, o modo como sempre me beijou com uma mistura certa de carinho e desejo.

Ele continua olhando para mim, até que Caesar corta tudo.

– Muito bem - Diz o apresentador.

Eu levo as minhas mãos para a saia do vestido e agarro a barra esperando que isso possa fazer com que eu me sinta melhor, menos ansiosa. Eu tento prestar atenção durante o resto da entrevista, mas eu não consigo. Apesar de estar olhando para o palco e tudo o que está acontecendo, meus olhos sempre se desviam e voltam para Finnick, que está ali atras. Ele continua olhando para mim. Eu sei que ele não pode dizer nada, seria muito estranho. Eu sinto uma mistura de saudade com desejo e desespero. Preciso dele, preciso saber o que estou sentido. Ele não pode fazer nada agora, então ele apenas me acalma com os olhos.

Eu não consigo prestar atenção em mais ninguém. Os tributos entrevistados parecem dizer palavras que comovem a capital, mas eu não ligo. Apenas encaro Finnick, que sorri para mim as vezes. Sei que ele está tentando me acalmar. Meu coração bate rápido e posso sentir meus olhos enchendo de lágrimas.

As memórias me vem a mente. A primeira vez que nos falamos, quando ele me salvou do meu afogamento, quando ele me deu apoio nos jogos, como ele cuidou de mim e nunca me deixou de lado quando eu fiquei louca. Ele me ama. Eu sei que me ama. Se não amasse, não teria feito metade das coisas que fez por mim. Me lembro de cada abraço, cada beijo, cada risada, cada toque... Quando percebo, estou sorrindo de volta para ele.

– É agora, Annie - Kallos me cutuca e eu perco os olhos de Finnick por um momento.

Quando percebo, quem está no palco é Katniss Everdeen, a mais nova queridinha da capital. Ela está vestida de noiva. Eu tenho vontade de rir, pois tenho certeza que quem teve essa ideia brilhante e comovente foi o nosso querido presidente Snow. Caesar fala qualquer coisa sobre seu casamento e ela responde se levantando. A garota rodopia e, enquanto isso, seu vestido branco parece pegar fogo. A capital vibra com esse ato até que a menina para e fica surpresa junto com a Capital. Seu estilista a transformou em um tordo. Procuro o rosto de Finnick no palco, mas dessa vez ele não olha para mim. Ele está olhando para ela, com um sorriso nos lábios, como se soubesse de algo que eu não sabia.


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