Annie e Finnick - Até que a morte nos separe. escrita por Carmel Verona


Capítulo 19
Looping




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Eu estou correndo na grama alta tentando chegar até a cornucópia, mas quanto mais eu corro mais eu estou longe dela. Eu posso ver que Finnick está me esperando, eu não consigo alcançá-lo. Eu paro por um minuto para recuperar um pouco de ar e sinto meus pés ficarem molhados. Quando olho para baixo eu vejo que o chão está coberto de água e o nível dela sobe rapidamente. Eu tento correr de novo, mas tropeço e acabo caindo e me afundando na água, ela está muito mais funda do que antes. Eu tento nadar até a superfície, mas não chego nunca.

– Annie!! - Consigo ouvir Finnick gritar por mim. - Annie!

Eu finalmente chego até a superfície da água, então o cenário muda.

Agora estou na frende do Edifício da Justiça, esperando a colheita. Lavigne está exatamente como estava na primeira vez: toda de azul e parecia estar triunfante. Ela pega um único papel na bola de vidro e lê em voz alta.

– Annie Cresta.

Acordo num susto, exatamente como havia feito há cinco anos atrás. Finnick continua dormindo, ele parece estar em paz. Eu sorrio ao ver que ele dorme tão bem, pelo menos alguém consegue descansar. Tiro uma mecha de cabelo que está sobre seus olhos e ele sorri quando eu o toco.

– Bom dia, Annie - Ele diz.

– Oi, Finnick - Eu sussurro.

– Pesadelos? - Ele se ajeita na cama e me puxa para mais perto de si.

– Aham - Eu confesso - Pesadelos com a Arena. Estou com medo da colheita.

– Eu não vou deixar nada te machucar.

Algumas horas depois, Finnick e eu estamos os dois de banho tomado e prontos para a colheita. Ele segura a minha mão até o cadastro, onde temos que nos separar. Eu não consigo acreditar que estou aqui de novo, que tenho que passar por tudo isso mais uma vez. Me sinto assustada quando me separo dele, eu me dirijo até o pequeno grupo de vencedoras e procuro os olhos de Finn, que me olha de volta e sorri. Me sinto um pouco melhor com isso, então volto minha atenção para a cerimônia que está prestes a começar.

Vejo que Lavigne sobe ao palco, mas dessa ve ela não está azul. Sua pele está esvereada, seu cabelo tem uma cor verde água e está comprido, alisado até o quadril. Ela usa um vestido que está colado em todo o corpo, mas se abre nas pernas. Faz eu me lembrar de uma sereia, mas não consigo achar tudo aquilo bonito, é informação demais.

– Sejam todos bem vindos - Ela começa e eu sinto meu coração dar um salto. Tenho a mesma sensação pavorosa de quando eu fui escolhida.

Eu penso em sair dali, eu quero muito fazer isso, mas ao olhar para trás eu sinto a mão de Mags segurando a minha. Ela sorri para mim com simpatia e isso me faz desistir de qualquer decisão idiota que eu poderia tomar. Lavigne continua com o seu discurso de sempre até a esperada hora da escolha dos tributos. A grande bola de vidro contém poucos papeis, o que aumentam as minhas chances de ser escolhida. E dessa vez eu não teria nenhuma chance em ter alguém que pudesse se voluntariar por mim. Lavigne remexe a bola por um bom tempo até pegar um nome dali de dentro.

– Annie Cresta.

Eu demoro um segundo para entender o que está acontecendo, mas dessa vez a mulher não precisa me chamar de novo para eu entender que fui eu a chamada.

– Não, não não.

Um pacificador me pega pelo braço e me leva em direção ao palco.

– NÃO!- Eu grito para ele - ME DEIXE EM PAZ! EU NÃO VOU VOLTAR PARA LÁ - Eu continuo me debatendo, mas ele não deixa o meu braço por nada - ME SOLTA, EU NÃO VOU VOLTAR!!- Eu começo a chorar e gritar em desespero e continuo me debatendo para que ele me solte - FINNICK! - Eu grito sem pensar.

– Eu me ofereço como tributo.

Eu paro de me mover e olho para Mags. Ela realmente fez isso. Ela está salvando a minha vida.

Minha antiga mentora sobe ao palco com a ajuda de uma bengala e eu a sigo com os olhos, incrédula. O pacificador ainda segura o meu braço com força.

– Mags... - Eu sussurro para mim mesma.

Lavigne ajuda Mags a subir os últimos degraus na escadinha até o palco e depois se dirige a bola que contém o nome dos homens. Meu coração continua batendo rápido e forte.

– Finnick Odair - Anuncia a mulher.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto e o pacificador me aperta com ainda mais força, mas eu não faço nada. Apenas observo Finnick ir até o pequeno palco e saudar a todos como se aquilo fosse algo cotidiano, como se estivesse tudo bem. Ele abraça Mags e várias lágrimas brotam dos meus olhos, elas parecem não acabar nunca. Eu choro em silêncio, permaneço imóvel até ver que Finnick, Mags e Lavigne estão entrando no Edifício da Justiça. É nessa hora que eu reaprendo a me mover.

– Me larga - Eu rosno para o pacificador, mas ele tenta me trazer consigo para longe dali.

Eu cuspo em seus olhos, ele me xinga e finalmente me solta para se limpar. Nessa pequena brecha eu vou correndo para o Edifício da Justiça e me atiro nos braços de Finnick. Ele me pega e me abraça como se não nos víssemos há meses.

–Eu vou com vocês - Digo a ele - Eu vou com vocês para a Capital.

– Não, Annie - Ele segura o meu rosto com as mãos - Você não pode ir.

– Sim, Finnick, eu posso e eu vou.

Ele olha no fundo dos meus olhos e finalmente aceita isso. Eu o abraço de novo, morrendo de medo de perdê-lo na arena.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que estao me acompanhando, de verdade! Algum cometario, review ou ideia? *--* haha Gosto de saber o que voces pensam



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