Annie e Finnick - Até que a morte nos separe. escrita por Carmel Verona


Capítulo 11
Bem vindos a septuagésima edição dos Jogos Vorazes.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/634044/chapter/11

Acordo com um pequeno susto como quando um o despertador toca, mas nada estava ali para me acordar. Ainda me encontro deitada no colo de Finnick e ele continua dormindo, seu rosto transmite paz, o que me faz sorrir. Pode ser que eu fique sem sorrir por uns dias, preciso aproveitar esse momento. Mas logo meu mentor se move e acorda, a primeira coisa que ele faz ai abris os olhos é sorrir para mim.

– Bom dia. - Sua voz está um pouco rouca, mas ainda é gostosa de ouvir.

Eu me aproximo e beijo seu rosto.

– Bom dia.

Me levanto e vou direto para o chuveiro. Ao sair da cama me sinto nervosa por me lembrar dos jogos. Tomo um longo banho e espero que a água leve as minhas preocupações consigo, mas a medida que os minutos passam meu coração parece bater mais rápido. Alguém bate na porta do banheiro e eu levo um susto.

– O café está na mesa - Posso ouvir Mags do outro lado da porta.

A mesa de café da manhã está mais completa do que nunca: vários tipos de pães, café, cappuccino, ovos mexidos, cozidos, fritos e mais uma infinidade de coisas. Eu decido comer de tudo um pouco, saborear tudo o que posso ao máximo. Nunca se sabe quando eu poderei ter uma refeição como essas, se essa não for a minha última. Tomo também uma grande xícara de café preto, na esperança que de a cafeína me mantenha num bom pique por um tempo.

Todos estão quietos demais na mesa. Lavigne não esta presente, apenas os tributos e mentores. Dallon e Mags terminam de comer e vão para o terraço primeiro. Eu me termino meu café e só vou quando Finnick diz que está na hora, então nos dirigimos para o elevador.

Tudo que consigo pensar é nos jogos. Sinto que estou tremendo, minha cabeça reprisa algumas cenas de morte dos outros anos, dos meus novos inimigos, inclusive Dallon será um deles. Eu jamais teria coragem de matá-lo. O silêncio no elevador é desconfortável, mas o que se passa pela minha cabeça é pior, muito pior.

– Água - Finnick corta o silêncio.

– O que? - minha voz sai um pouco estridente.

– Água sempre foi a sua melhor amiga, não deve ser diferente agora - Ele me instrui e eu o ouço atentamente - Não saia da sua base até que a contagem regressiva termine ou eles vão explodir o chão quando você pisar. Os tributos do Distrito Um e Dois estarão a espera de você e Dallon. Você pode confiar neles pelo primeiros dias, mas quando as coisas apertarem, fuja.

Eu aceno com a cabeça.

– E, Annie - Ele se vira pra mim e coloca as suas mãos em meu rosto. Eu olho nos seus olhos verdes e me deixo ficar perdida neles por um segundo - Eu te prometo que você vai sair viva de lá. Vou fazer de tudo para que você volte.

Ele me puxa para si e me dá um beijo. Eu o retribuo e aproveito os seus lábios nos meus. Um beijo doce e breve. Parece um beijo de despedida, talvez porque seja uma despedida. Luto contra o nó que se forma em minha garganta e aproveito os lábios macios de Finnick. Quando afasto meu rosto do seu, eu me enterro em seus braços e aproveito os últimos minutos que tenho. Aqui, em seus braços, me sinto pequena e segura.

– Eu te amo - Ele sussurra.

– Eu vou voltar - prometo a ele.

A porta do elevador se abre e Finnick fica para traz, aerodeslizador está posicionado e muitos tributos já estão sentados, eu me sento e uma mulher injeta o rastreador em meu braço esquerdo e logo começamos a voar. Quando dou por mim, estou na sala com Kallos. Estou vestida com uma calça preta colada em minha pele, uma camiseta azul e uma jaqueta impermeável. Kallos está me encarando e eu não consigo decifrar sua expressão.

– Que a sorte esteja sempre ao seu lado - Diz ele por fim.

Eu não consigo me segurar e lhe dou um abraço. Estou muito emotiva, mas isso não me incomoda, preciso de todo carinho e apoio que conseguir agora. O meu estilista parece surpreso por um momento, mas logo ele me abraça de volta.

– Obrigada - Sussurro e me desfaço de seu abraço.

Sessenta segundos– Diz uma voz feminina através dos auto-falantes.

– Obrigada por me deixar linda durante esses dias.

Kallos sorri para mim e segura as minhas mãos.

– O prazer foi meu - diz ele - Você é muito bonita e adorável, tudo que eu fiz foi realçar isso.

Eu sorrio para ele, um pouco sem jeito.

– Espero te ver por aqui de novo. - Kallos se despede e eu vou para o tubo.

Quando ele solta as minhas mãos, percebo como elas estão suadas e tremendo. Eu me sinto um pouco tonta e quando o tubo de vidro se fecha me sinto claustrofóbica. Eu coloco as mãos no vidro que me cerca, com medo, e logo começo a subir. A contagem regressiva começa junto e eu sinto o desespero aumentar a cada toque que ouço.

A luz do sol me cega e logo estou em um campo de grama alta, olho para os tributos e percebo que eles encaram uns aos outros e olham para a cornucópia.

O toque final é dado e meu coração para por um minuto.

– Senhoras e Senhores, está aberta a septuagésima edição dos Jogos Vorazes.

Todos correm em direção a cornucópia, menos eu. Minhas pernas se recusam a se mover.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Annie e Finnick - Até que a morte nos separe." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.