Annie e Finnick - Até que a morte nos separe. escrita por Carmel Verona


Capítulo 1
O primeiro sorriso




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Olho torto para os pés de pato que calço enquanto Dallon joga a âncora para o mar. Quase todos os dias, depois da aula, Dallon me acompanha até perto dos corais para que eu possa pescar, já que a pesca acabou se tornando o meu mais novo ganha pão. Eu faço um rabo de cavalo e vou até ele.

– Você realmente parece um pato- Dallon ri e eu sorrio de volta.

– Você tem razão.

Eu dou uma volta no barco tentando andar com aquele assessório e nós dois rimos da situação. Eu realmente pareço um pato enquanto ando.

– Pelo menos eles são bons para nadar - diz ele - E você com certeza não nada como um pato.

– Ora, muito obrigada - digo.

Ele me entrega o arpão e uma pequena rede, que mais parece uma bolsa, para que eu possa colocar os peixes que eu encontrar.

– Te encontro em vinte minutos - digo

– Que mentira Annie - Ele se aproxima e coloca um fio solto da minha franja atras da orelha - Você sempre demora quase uma hora.

Eu reviro os olhos e vou para a borda do barco.

–Ok, quarenta minutos e eu estarei de volta - e mergulho antes que ele possa dizer algo.

A água gelada em volta do meu corpo traz a melhor sensação do mundo. Eu continuo nadando até perto dos corais, onde consigo ver vários peixes e fico admirando cada um deles. Tenho vontade de rir com um pequeno baiacu que parece assustado comigo.

Eu vou mais para o fundo e passo por entre um arco formado por corais e algas, em direção ao lugar que sei que existem vários peixes. Em pouco tempo minha rede está quase cheia, então resolvo explorar um pouco mais dos corais. Os peixes todos são adoráveis e tento me lembrar das especies novas que meu pai me ensinou. Tomo muito cuidado para não me cortar com os corais e para não perturbar alguns peixes maiores e mais perigosos.

Até que eu vejo um vulto. Levo um susto tão grande que resolvo subir e pegar um pouco de ar. De cima eu vejo que o barco de Dallon está a alguns metros de distância.

– Está tudo bem? - Consigo ouvir ele gritar

– Sim - grito de volta- Já estou voltando.

Mergulho mais uma vez e vou em direção ao barco. Nado mais para o fundo e vou mais rápido. Estou em meio aos corais quando sinto algo passar pela minha perna. Quando olho para baixo vejo uma enorme moréia vindo em minha direção. Dou um berro, mas ele é abafado pela água. Nado para trás com forca e tento ser rápida, ela continua vindo na minha direção. Continuo nadando e pegando velocidade até que bato a cabeça em um coral e tudo fica escuro de repente.

Aos poucos vou retomando minha consciência, e é quando sinto água salgada em minha boca e começo a tossir desesperadamente.

– Você está bem?

Empurro quem quer que seja que esta me segurando e deito de lado na areia e continuo a tossir ate que toda água salgada esteja fora dos meus pulmões.

–Desculpe - Respiro fundo e olho para a areia, tentando entender o que aconteceu.

Areia? Como eu vim parar na praia?

– Você bateu a cabeça - diz uma voz não muito familiar que parece ler os meus pensamentos - Eu tive que te salvar.

– Eu bati a...- olho para a pessoa que estava falando comigo, mas acabo perdendo o folego, e dessa vez não por causa da água.

Finnick Odair? Nao pode ser! Finnick Odair acabou de me salvar de um afogamento?

–Obrigada - é tudo o que consigo dizer antes do meu rosto ficar todo vermelho. Eu me sento e espero que ele não tenha reparado, que vergonha.

– Ainda bem que você voltou - Dallon parece preocupado, e eu lembro que ele estava no barco comigo.

Quando eu olho em volta, várias pessoas estão me encarando. A maioria delas são meninas, mas na verdade elas estão encarando Finnick, todas elas com um sorriso bobo nos lábios.

Ainda sentada na areia, retiro os pés de pato e tento me levantar, mas acabo sendo rápida demais e fico um pouco tonta, cambaleando.

–Wow - diz Finnick e coloca uma mão em minhas costas -, melhor eu te levar para o médico.

– Eu posso fazer isso - Diz Dallon.

– Não- eu digo antes de pensar - quer dizer...

Quer dizer que e obvio que eu quero ir com Finnick Odair, obvio.

– É melhor você avisar o meu pai - Digo a Dallon -Diga a ele que eu estou no hospital, ele já deve estar preocupado a uma hora dessas.

E realmente era verdade. Meu pai ficava em casa fazendo redes e sempre me esperava depois da pesca. A uma hora dessas ele já devia estar preocupado.

Dallon não parece gostar muito da ideia, mas acaba aceitando. Ele pega os meus pés de pato e sai da praia.

– Tudo bem - diz Finnick para as meninas - O show acabou. É melhor vocês todas voltarem para casa.

Todas suspiram em conjunto e fazem o que ele mandou. Tenho vontade de rir, talvez porque eu poderia estar no meio delas, mas sou eu que vou ter um momento a sós com ele. Uhul para mim.

– Annie, certo?

Eu aceno com a cabeça e, antes que eu possa perceber, Finnick me pega no colo e me traz pra perto de si. Eu coro, de novo.

Exibido, penso. Por que ele faz questão de sempre se mostrar assim?

Mas todos os meus pensamentos vão embora quando ele sorri para mim e meu coração começa a acelerar. Não é aquele sorriso galanteador, típico do Finnick que conhecemos vindo da Capital. É um sorriso mais amigável, um sorriso confortante, um sorriso que me faz perguntar quantas vezes ele já sorriu dessa maneira depois de voltar dos Jogos Vorazes.


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