Uma semana para o fim do mundo escrita por Ayla


Capítulo 15
Finalmente o fim


Notas iniciais do capítulo

Opaaaa, alguém esqueceu de postar quarta-feira. Hehehe
Desculpa gente, me esqueci mesmo, foi sem querer. Nem tenho uma desculpa, só me esqueci mesmo.
Espero que gostem deste ultimo capítulo e olho nas notas finais!!



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Assim que cheguei na praça, a visão que tive era terrível. Pior do que eu havia visto até agora. Muitas pessoas passavam correndo por mim, se esbarrando uns nos outros, algumas pessoas eram pisoteadas na correria como se fossem papel, as barracas e mesas destruídas. Gritaria de todos os lugares. Uns buracos se abriam no meio da multidão quando um novo possuído era localizado e atacava a outras pessoas em sua volta. As pessoas não se importavam com pertences, nem familiares. Crianças eram deixadas para trás. Vi poucos que carregavam seus filhos no colo.

A lona esticada para os proteger da chuva, foi arrebentada e caiu sobre algumas pessoas, dificultando a fuga delas e impossibilitando a passagem de muitas outras. No chão havia sangue, cacos de vidro e bebidas que agora se misturavam a água da chuva. E olhando para cima, só se via uma escuridão se movimentando, não dava para ver o céu, só se via Maufis sobrevoando a praça... Era um caos na terra.

–Concentre-se, Naruto-kun. _ Ouvi a voz de Sawa. _ Vou subir os dois metros e tentar encontrar o Orochimaru, ou pelo menos Nagato. _ Assenti. E continuei andando, só que com mais cuidado para não cair e as pessoas passarem por cima de mim.

Meu pé foi pisado uma dezena de vezes, e não dava pra ouvir nada além de berros. Senti uma mão apertando muito forte no meu ombro e quando olhei, percebi que era um possuído. Impulsionei energia na cabeça dele e me livrei facilmente. O problema é que ao fazer isso, ele caiu ao chão e as pessoas passavam por cima sem piedade. Devo tomar mais cuidado e evitar fazer isso por aqui.

–Achei! Achei o Orochimaru! Ele está perto do palco. _ Sawa falou e olhou para mim. _ Vamos lá, fica naquela direção. _ Ela disse apontando.

Dei meu primeiro passo na direção que Sawa apontou, mas fui segurado pelo braço. Acumulei energia na palma da mão mais uma vez e me virei para impulsioná-la na cabeça do possuído. Mas freei meu ataque quando notei de quem me segurava. Não era um possuído. Era Nagato.

–Onde você se enfiou? Te procurei pra caramba! _ Ele me perguntou ainda me segurando.

– Você me deixou pra trás, resolvi te procurar, mas desisti e resolvi vir atrás de Orochimaru. _ Falei voltando a andar. _ Orochimaru está perto do palco, vamos?

Ele confirmou com a cabeça e andou comigo em direção ao palco, Sawa e Ryouma nos guiavam até lá. Quanto mais perto de Orochimaru chegávamos, pior era a sensação que sentíamos. Aquela energia horrível roubava nossas forças e deixava um vazio em nossos corpos. Minhas mãos começaram a tremer, não sei se de frio e fome, ou se é nervoso puro. Eu estava ali, perto de mais dele.

O que tenho que manter em mente neste momento, é que meus amigos estão bem e que dependem de mim para continuarem bem. Preciso acabar com isso e rápido. É essa ideia que me mantêm firme na busca pelo fim dessa desgraça toda. Quanto mais perto do palco chegávamos, mais vazio ficava, agora poucas pessoas esbarravam em nós e eu já consigo visualizar Orochimaru.

Ele é um cara estranho de pele muito pálida e o cabelo longo e escuro. Me dá arrepios só de olhá-lo e o pior é que estou andando na direção dele. Nagato parece inabalável andando na minha frente, eu estou com muito medo, mas não posso parar. Tem muitos Maufis ao redor de Orochimaru voando em círculos formando uma espécie de escudo. Vai ser meio difícil a gente ultrapassar aquela barreira e acertar Orochimaru.

–Está pronto? _ Nagato me perguntou parando em minha frente.

–Pronto? Tem como estar pronto pra uma coisa dessas? _ Perguntei de volta. Fala sério, estar pronto pra enfrentar isso? Mas eu estou enfrentando né. Não é questão de estar pronto, eu tenho que estar pronto para proteger meus amigos.

–Uzumaki Naruto e Uzumaki Nagato. _ Ouvi aquela voz horripilante vinda de trás de Nagato. O ruivo se virou para ficar de frente pro dono da voz. Orochimaru estava caminhando em nossa direção. Nós congelamos. _ É um prazer conhecer dois jovens com os mesmos dons que eu. Sou Orochimaru e...

–Nós sabemos quem você é. _ Nagato o cortou e deu um passo a frente. _ E nos poupe de seu discurso, discordamos completamente do que você está fazendo. Queremos que pare.

–Parar? _ Ele falou não acreditando nas palavras de meu amigo ruivo. _ Não vou parar, vocês tem o mesmo poder que eu, sabem o quando sofremos nas mãos daqueles que são ditos “normais”. Todos eles devem pagar.

–Não, nem todos são assim. _ Eu falei lembrando-me de meus amigos. Ta certo que demorei 16 anos pra fazer amizades, mas mesmo assim eu fiz. _ E de qualquer maneira, você não pode sair por aí machucando as pessoas.

–Porque não? Elas me machucaram, machucaram a vocês dois, eu tenho certeza disso. Não adianta negar, ninguém gosta de pessoas como nós. Eles nos chamam de aberração, de macumbeiros, de demônios... Ninguém aceita o que somos. Vivemos apanhando e sozinhos. Porque eles não podem pagar pelo preconceito deles?

–Nós entendemos pelo que passou. _ Eu disse fechando os punhos. Relembrar os momentos ruins da minha vida – que foi quase a vida toda – é muito doloroso. _ Você está certo. Não precisa ser nenhum gênio para saber que Nagato e eu sofremos, apanhamos e tudo mais. Mas tem pessoas que não ligam pra isso. Nós temos amigos. Amigos ditos “normais”. Amigos pelos quais estou lutando para protegê-los. E não vou deixar que os machuque por vingança.

–Amigos? _ Orochimaru me perguntou, senti um tom de ironia na voz dele. _ Ah sim, amigos. Eu cheguei a ter amigos. Mas eles me abandonaram assim que arranjaram algo melhor para fazer. Eles nos esquecem com uma facilidade incrível. Não acredite em pessoas que se dizem seus amigos.

–Não podemos fazer nada por você Orochimaru. Nós estamos felizes com as coisas do jeito que estão. _ Nagato se pronunciou mais uma vez.

–Bom, já notei que são uns tolos. Se não vão se juntar a mim, então saiam da minha frente. Tenho umas contas a acertar, umas pessoas pra possuir e outras pra torturar.

–Só está dando razão a tudo que eles sempre nos acusaram. _ Falei. Ele está fazendo exatamente tudo que sempre ouvi, sempre fui acusado. Possuir, machucar, fazer os que estão próximos sofrer. Nunca fui capaz de fazer nada disso, mas sempre sofri essas falsas acusações. E agora ele está fazendo com que todas elas sejam verdadeiras.

–Uzumaki Naruto, faz tempo que já não ligo mais para o que as pessoas pensam ou deixam de pensar de mim. _ Ele falou e eu me mantive calado, ficou um quase silêncio de alguns segundos. Ao longe ainda era capaz de se ouvir os gritos desesperados das pessoas...

–--------------------//----------------------- Hyuuga Hinata

Não tem muito tempo que Naruto-kun nos deixou dentro do bueiro e partiu em direção à praça. O cheiro ruim daqui de baixo me embrulha o estômago e muito provavelmente não é só a mim que causa essa reação. Estamos quase todos quietos, somente Sakura-chan que fala e não para de falar as doenças que podemos pegar. Mas eu não consigo ouvir o que ela diz, estou muito preocupada com o Naruto-kun. Ele foi sem o Nagato-san, ele pode estar em perigo. Estou inquieta, mordendo meu lábio inferior e tentando olhar para a rua pela brecha da tampa do bueiro.

–Hinata, ele vai ficar bem. _ Shikamaru me fala e eu me viro para fitá-lo, mas é quase impossível de fazer isso, aqui é muito escuro e sou capaz somente de ver a sua silhueta. Dou um pequeno sorriso para ele mesmo sabendo que não poderá ver e abaixo a cabeça.

–Tenho uma ideia, Hinata. _ Ouço a voz da Temari-san e levanto minha cabeça novamente. _ Vamos andando por aqui por baixo mesmo na direção da praça. Deve ter algum bueiro por lá que de pra ver o Naruto.

–Péssima ideia. _ Sasuke fala. Mas porque? Eu adorei, quero mesmo saber como o Naruto-kun está. _ Pode ser muito perigoso. _ Temari ri assim que o Sasuke-kun terminou de falar.

–Não percebeu? Tudo é muito perigoso hoje. _ A loira de quatro coques disse para ele e o Uchiha-kun somente bufou. Eu continuei calada. Estou pensado em ir sozinha mesmo, eu estou preocupada com o Naruto-kun, mas não quero por meus amigos em perigo. _ Vamos Hina, eu vou com você.

Dito isso, eu me virei e comecei a engatinhar pelo esgoto da cidade em direção à praça. As vezes eu olhava para trás para ter certeza que a loira me seguia, a gente tinha que tomar cuidado quando passávamos na entrada de um bueiro, a água vinha com mais força, e se não prendêssemos a respiração, respirávamos água. Aquela chuva forte parecia nunca mais acabar.

Chegamos a um dos bueiros da praça, decidimos não ir para mais perto deles pois poderia ser perigoso. Mal dava para ver o Naruto-kun, eu via o cabelo dele e um cabelo vermelho ao lado, acredito ser o Nagato-san. Que bom que eles se encontraram. Eu consigo ouvir algumas coisas, mas o barulho forte da água me impossibilita de ouvir tudo.

–Está conseguindo ver Hinata? _ Temari-san me pergunta espremendo-se ao meu lado para que possamos as duas ver pela fresta do bueiro.

–Um pouco... _ Eu respondo quando ela finalmente se encaixa ao meu lado.

–Vamos levantar um pouco para enxergar melhor? _ Ela me perguntou já se posicionando para fazer força, eu assinto e me posiciono também.

–No três... Um, dois, três! _ Temari-san faz a contagem e então começamos a empurrar.

Quando conseguimos levantar um pouco aquela tampa pesada, Temari avistou pedras ao alcance de nossas mãos, e nós as puxamos para segurar a tampa aberta, assim não teríamos que ficar segurando aquilo. Agora, eu era capaz de ver tudo. Eles não estavam muito distantes, estavam a uns 15 metros de distância, um loiro, um ruivo e um homem pálido de cabelos escuros que deveria ser aquele tal homem cruel que Naruto-kun havia falado. O céu estava lotado daquelas coisas que estão espalhadas pela cidade. Meu coração bate muito forte, não quero que Naruto-kun se machuque, nem o Nagato-san.

–Calma, Hina! _ Temari-san põe a mão em meu ombro e eu a olho.

Mas um grito nos faz olhar rapidamente para a cena, há alguns possuídos em volta do Nagato-san e Naruto está correndo em direção do homem pálido. Muitos possuídos tentam segurar o Naruto-kun, mas ele os faz desmaiar com as mãos. Sinto meus batimentos acelerando, seguro um grito na garganta quando o Naruto-kun é arremessado no chão por um possuído e outros tantos vão para cima dele. Nagato-san corre para ajudá-lo, mas também é cercado pelos possuídos.

–Ai meu Kami-sama! _ Tamari diz baixinho ao meu lado com a mão na boca. Sinto lágrimas nos meus olhos, eu queria muito poder ajudar, eu queria poder proteger o Naruto-kun, queria poder ser forte como ele e proteger meus amigos.

–Ah! Achavam mesmo que eram capazes de me deter? _ Ouço a voz do homem pálido, ele está se aproximando do Naruto-kun. Os possuídos pararam de machucá-lo e parecem somente segurá-lo. _ Estão me atrasando. O primeiro a morrer será você, Uzumaki Naruto. _ Ele da uma risada medonha que me arrepia o corpo, o meu rosto já encharcado pela água da chuva, agora também é molhado pelas minhas lágrimas.

Com um movimento daquele homem terrível, os possuídos voltam a bater no Naruto-kun, eu soltei um grito, mas Temari-san tapou minha boca. Nesse momento houve um enorme clarão e meus olhos doem muito. Meu grito mudou de horror para um gemido de dor. Ponho a mão nos olhos por reflexo e quando as afasto vejo sangue. Meus olhos sangram, mas ainda enxergo perfeitamente bem.

–T-temari-san, viu esse clarão? O que foi isso? _ Eu pergunto me virando para ela.

–Não vi na... _ Ela me respondia normalmente, mas sua fala para no meio do caminho, ela parecia assustada. _ Porque seus olhos estão sangrando, Hinata?

Eu não sei, sinceramente não sei. Não me dou ao trabalho de respondê-la, volto a olhar para o Naruto-kun, ele tenta reagir de alguma forma a todos aqueles possuídos, mas então eu percebo algo. Ele não estava sozinho, havia uma menina de cabelos rosas o ajudando.

–Sakura-chan? _ Eu sussurrei baixo de mais para que Temari-san me ouvisse. Mas então eu percebo que não era a Haruno que eu conhecia, aquela era a Haruno da foto que eu vi no outro dia. Era a irmã da Sakura-chan. Mas como? Eu nunca fui capaz de enxergá-la! Será que... O clarão fez isso comigo? Mas por que só eu? O que aconteceu? Agora olhando melhor, vejo outro homem, ele ajudava ao Nagato. Mas ele não estava ali antes, estava?

Agora Naruto-kun está de pé, ele e Nagato conseguem avançar com a ajuda daqueles dois que eu não via antes. Naruto-kun sangra bastante, assim como o outro Uzumaki eu quero muito ajudá-los, mas se eu sair daqui vou acabar atrapalhando, né?

–Hinata, é sério, o que houve com seus olhos? _ Temari-san continuava falando sobre isso, mas não estou preocupada com isso, estou mais preocupada com o que acontece lá fora.

Os Uzumakis avançavam em direção àquele homem estranho, percebo que Nagato-san manca um pouco. Um possuído foi na direção do Naruto-kun e lhe agarra o pescoço eu vejo uma luz azul, que nunca vi antes, saindo da mão de Nagato-san assim que toca a cabeça daquele ser que agarrou o Uzumaki loiro. Assim, Naruto-kun consegue finalmente alcançar o homem pálido, vejo muita luz azul em sua mão direita que vai rapidamente em direção à cabeça do homem maligno, mas ele faz algum tipo de símbolo com a mão e uma grande luz escura sai de seu corpo e joga o Naruto-kun para longe e o segura no chão.

–Temari-san, está vendo essa luz escura? _ Perguntei sem desviar os olhos, o homem pálido andava lentamente na direção do loiro, enquanto o ruivo era cercado mais e mais pelos possuídos.

–Que luz? _ Ela me perguntou de volta e eu entendi que somente eu podia ver a tudo aquilo. Agora eu via o que o Naruto-kun via.

–Morra! Uzumaki Naruto! _ O homem pálido gritou e outra luz negra saiu de seu corpo, indo diretamente para o Naruto-kun. Eu não sei exatamente o que era aquilo, mas eu sei que não é nada de bom. Inconscientemente eu gritei e não sei de onde, tirei forças para terminar de abrir a tampa do bueiro.

Eu estava correndo, correndo em direção ao Naruto-kun, o homem pálido parou seu ataque e olhou para mim, todos olharam para mim, mas eu não queria saber, eu só corria em direção àquela confusão, eu queria salvá-los!

–--------------------//----------------------- Uzumaki Naruto

–Não! _ Eu ouvi aquela voz feminina que eu conhecia, senti desespero na voz dela. Automaticamente eu virei meu rosto em direção à voz.

Por que a Hinata estava ali, correndo em minha direção? Ela não podia fazer isso, ela devia ficar segura junto com meus amigos. Olhei para Orochimaru, ele havia parado o ataque e olhava diretamente para ela. Eu não podia deixar que nada de mal acontecesse a ela.

–Ora, ora... o que temos aqui? _ Orochimaru se virou para a Hina, mas não tirou aquela luz negra de cima de mim, então eu não pude me mexer, ela continuou correndo e se ajoelhou do meu lado.

–Hina, não devia ter saído da segurança! _ Eu falei para ela preocupado. Ela chorava ao meu lado e fazia que não com a cabeça.

–Eu não podia ver você morrendo... não... _ Ela se levantou e parou na minha frente, entre eu e o Orochimaru. _ Não vou deixar que machuque o Naruto-kun!

–Então vou ter que matar você primeiro! _ Orochimaru falou e logo outra luz negra saiu de seu corpo e se moveu na direção dela, senti Hinata tremer, mas não se moveu.

–Pare! _ Ouvi uma voz, não fui quem gritou, nem ninguém que eu conheça. Era um Maufis que estava ao lado de Orochimaru a todo o tempo e ao ouvir esse Maufis, ele obedeceu. _ Não podemos machucar uma Hyuuga.

–Por que não? _ Orochimaru perguntou irritado. O Maufis o ignorou e se aproximou de Hinata, ela não tirava os olhos dele.

–Você é uma Hyuuga, não é? _ Ela assentiu. _ Sou Mitsuhide, fiz um contrato a 16 anos atrás com sua família. Hiashi falou de mim alguma vez? _ Ele fez outra pergunta.

Hinata não se moveu, nem um som saiu de sua boca, o Maufis continuava próximo a ela, mas parecia não oferecer perigo. Orochimaru olhava fixamente para eles, mas não me deu nenhuma brecha para que me soltasse da luz negra, os possuídos pararam de atacar, porém seguravam Nagato firmemente. Depois de um tempo, Mitsuhide se moveu e tocou na face de Hinata, ela soltou um grito abafado e deu uma passo para trás. Não foi um grito de dor, foi de medo.

–Diga menina Hyuuga, pode ver aquela moça logo ali? _ Ele perguntou apontando para Sawa. Hinata seguiu o dedo dele com o olhar e olhou fixamente para a Haruno morta, Hinata piscou algumas vezes e depois olhou para Ryouma, não pode ser. Ela pode os ver?

–S-sim... P-porque eu posso? Eu não... não podia a alguns minutos atrás...

–Há... Isso é uma longa e antiga história que ocorreu a 16 anos atrás...

–Vamos parar com isso Mitsuhide. Que palhaçada é essa?

–Cale a boca Orochimaru. _ O Maufis falou irritado, Orochimaru fez uma careta, mas o obedeceu. _ Minha jovem, você e seu primo enxergam graças a mim... e claro, graças a seu pai e seu tio.

–C-como assim?

–Vou lhe contar uma história... A muitos séculos existem somente quatro grandes famílias no mundo que podem ver, ouvir e falar com os mortos. Foram famílias desgraçadas, que sofreram durante muitos e muitos anos, e sofrem preconceito até hoje. Mas havia uma família que era um tanto diferente das outras. Todos os membros dela eram cegos, não importasse com que outra família se relacionasse, os filhos sempre nasciam cegos mesmo que a medicina avançasse. Eles não podiam ver esse mundo, o mundo humano, o mundo material, mas viam o outro. _ Ele fez uma pausa e olhou para todos nós, depois voltou a olhar para Hinata que continuava imóvel. _ Todas as quatro famílias procuravam desesperadamente por um meio de bloquear esse “dom” de poder se comunicar com os mortos. Uma dessas famílias, há dois séculos atrás, conseguiu bloquear somente o dom de ouvir, mas ainda pode ver e falar. _ Ele... ele está falando da família do Shikamaru? _ E há 16 anos, a família dos que nasciam cegos encontraram um jeito. Eles conheceram a mim quando eu decidi invadir essa cidade por conta própria para conseguir mais seguidores, ah, eu matei muita gente e vi muitos outros sendo consumidos pelo ódio, nesta noite, eu matei a primeira dama e o prefeito.

Não... ele não pode estar falando a verdade. Foi ele quem matou meus pais. Não foram terroristas... Eu fechei meus olhos e respirei fundo, senti meu sangue correndo mais rápido, mas eu não posso perder o controle, preciso me acalmar...

–Foi nesta noite que eu conheci os Hyuuga. Um pequeno menino havia nascido cego, ele já tinha um ano, e uma menina estava por vir. Os pais não queriam aquele futuro desgraçado para seus filhos. Eu daria a visão para todos aqueles que nascessem daquele dia em diante, inclusive o pequeno menino de um ano, e bloquearia todos os dons em troca, é claro, da alma dos irmãos gêmeos que deveriam ser minhas por toda a eternidade.

Hinata arfou e caiu de joelhos, mas não desviava o olhar, houve um grande silêncio, e nada nem ninguém se movia.

–M-meu pai... _ Hinata começou a falar, mas parou.

–Hizashi e Hiashi me prometeram suas almas. Hizashi já está comigo, agora só estou esperando pelo Hiashi.

–Não! Não, não, não! _ Ela gritava e fazia que não com a cabeça, ela precisava de ajuda, mas não posso fazer nada agora.

–Me diga jovem Hyuuga, tem ideia de quais sejam essas quatro famílias? _ Hinata levantou sua cabeça e fitou Mitsuhide diretamente, ela não falou nada. _Sim... Os cegos, os Hyuuga. Os que bloquearam o dom da audição, os Nara. E as duas famílias que não bloquearam nada, os Uzumaki e os Sannin. _ Provavelmente Orochimaru deveria ser um Sannin. Eu olhei para a Hinata, ela deveria ser alguém como eu. O Shikamaru também. _ Quando fiz esse contrato, eu também não poderia machucar nenhum descendente Hyuuga. Por isso minha cara, devo pedir que afaste-se. É também por este motivo que ordenei que nenhum Maufis ou possuído se aproximasse da parte nobre de Konoha. Você deveria estar lá, e não aqui. Por isso, peço perdão por estes machucados que fizemos a você.

Hinata fica um longo tempo calada, o Maufis que falava com ela ainda não havia se movido, ele claramente não queria machucá-la. Daqui eu ouço os soluços de Hinata, ela estava chorando, eu não podia vê-la direito, pois estava de costas para mim, mas eu sabia que chorava.

–Jovem Hyuuga, por favor, mantenha-se fora disto. _ Mitsuhide pediu novamente para que ela se afastasse.

–H-hinata... _ Eu falei com um pouco de dificuldade, pois a luz negra me apertava bastante. _ Por favor, fique fora disso. _ Ela me olhou, seus olhos estavam vermelhos e as lágrimas se misturavam a chuva, os fios azulados estavam grudados à testa branca.

Ela se levantou de vagar e andou até mim, passou a mão no meu rosto e eu não pude evitar de fechar os olhos e aproveitar o toque dela, eu... eu amo a Hina e amos os toques dela. A Hyuuga se abaixou e me deu um selinho, depois olhou para Mitsuhide.

–Não vou. _ Falou convicta. _ Não vou deixar o Naruto-kun e o Nagato-san. _ A Hinata se levantou e ficou do meu lado, os olhava fixamente demonstrando não ter medo.

–Menina tola! _ Orochimaru berrou e lançou sua luz negra na direção de Hinata. Ela cruzou os braços sobre a cabeça num reflexo, a luz vinha rapidamente na direção dela.

–Não! Não a machuque! _ Mitsuhide berrou e então a luz negra se desmanchou. Aquele poder... Orochimaru o tinha porque lhe era fornecido pelo Mitsuhide.

Com isso, aquilo que me mantinha no chão foi desfeito e eu pude me mexer novamente, todos os possuídos caíram no chão de uma só vez e os Maufis saíram de seus corpos e juntaram-se a massa gigantesca de Maufis que sobrevoavam a cidade. Eu olhei para Orochimaru, aquela era nossa única chance! Mas onde acertar? Orochimaru ou Mitsuhide? Mas Mitsuhide é um morto, a energia funciona nele? E então eu olhei para Nagato, nós tivemos a mesma ideia, e só tínhamos uma chance de fazer isso.

Corremos os dois na direção de Orochimaru. Sawa, Nagato e Ryouma já estavam com a energia sincronizada, agora só faltava eu. Íamos sincronizar os quatro, assim a energia seria forte o suficiente para “limpar” tudo e qualquer coisa do mal que estivesse dentro de um raio de 30 metros. Eliminando aqueles dois problemas – Orochimaru e Mitsuhide – que parecem ser os principais, devemos acabar com tudo isso.

Estávamos a um passo de Orochimaru e eu ainda não consegui sincronizar, correr e sincronizar é algo impossível. Fechei meus olhos não me importando com o resto, eu tenho que conseguir, preciso fazer isso, e então eu os abri e fui capaz de ver uma grande luz azul envolvendo tudo em volta. A luz nos deixou incapazes de enxergar por alguns segundos, e depois, assim como surgiu, foi embora, aqui ficou somente Orochimaru caído no chão desmaiado. Eu consegui sincronizar no último segundo restante. A energia levou tudo de ruim embora, inclusive o Mitsuhide e todos aqueles Maufis.

Olhei para Hinata que continuava parada e corri para abraçá-la. Conseguimos, sim, nós conseguimos, pois se não fosse por ela, estaríamos ferrados. Nagato andou até nós e nos abraçou também. Aquele inferno acabou. Finalmente.

–Nós conseguimos, Hina! _ Eu falei e a beijei, um beijo rápido. Ela me olhou e sorriu. Parecia em choque com tudo que aconteceu, mas acho que vai ficar bem.

[...]

Duas semanas se passaram desde aquele inferno. Descobri depois que Shikamaru e os outros foram procurar pelas meninas e ouviram também toda a história de Mitsuhide, que embora fosse um morto, devido a todo o seu poder, podia ser visto e ouvido por humanos comuns. Hinata está melhor, já conversou com o pai sobre tudo e ainda está se acostumando com os dons que despertaram. Mesmo que Mitsuhide tenha sido destruído, ela e o primo ainda podem enxergar, mas só ela tem os dons. Orochimaru está numa clínica para doentes mentais de segurança máxima e promete se vingar de nós todos os dias.

Depois que tudo acabou naquele dia, fomos ajudar os outros a sair do bueiro e fomos todos direto para o hospital, a situação lá estava precária. Os dois hospitais da cidade estavam lotados e muitas pessoas estavam gravemente feridas, lógico que tinham uns que estavam mais gravemente feridos do que outros. Os primeiros socorros estavam sendo dados ali no corredor mesmo. Muitos estavam sendo transferidos para a cidade mais próxima para que esvaziasse um pouco o hospital. Está horrível, mas pelo menos, tudo aquilo havia acabado.

Desde aquele dia muitas pessoas estão comentando que Nagato, Hinata e eu salvamos a cidade e viramos algo como heróis. Já estamos fartos de tantos repórteres nas nossas casas. Eu nunca pensei que fosse virar um herói. Mas acho que... estou feliz. Finalmente fui reconhecido. Eu, como havia prometido, fui até a residência dos Hyuuga pedir para que pudesse namorar a Hina. Agora somos oficialmente um casal de namorados. Shikamaru e Temari também oficializaram o namoro. Gaara e Kankurou que não gostaram muito disso.

Mesmo que tenham se passado duas semanas, a cidade ainda estava aos cacos. Muitas casas quebradas, muitas pessoas foram mortas, parecia que todos estavam de luto. Como Mitsuhide havia falado, a parte nobre da cidade ficou intocada. Os ricos da cidade só foram saber do atentado no dia seguinte. Gaara e Kankurou decidiram cancelar a festa a fantasia e jogar para o mês seguinte. As escolas estavam paradas e só vão voltar na semana que vem. Do comércio só funciona padaria e mercado, mais nada. Muitas pessoas ainda estão se recuperando.

Graças a Kami-sama, nada de ruim aconteceu a família de nenhum de nós. Shikamaru ainda está de repouso devido a todos os ferimentos que teve e Temari vai visitá-lo todos os dias. Hina e eu estamos no laguinho agora. Aqui ficamos longe de tudo de ruim que aconteceu.

–Fico feliz que tudo tenha acabado... bem de alguma forma. _ Hinata falou para mim.

Estamos deitados debaixo da sombra fresca da arvora mais próxima da beira do lago. A brisa fresca passava por nós bagunçando nossos cabelos. Ela está com a cabeça no meu peito e olha para o lago, eu olho para as folhas da árvore balançando.

–Verdade... Pelo menos tudo isso acabou. Graças a você, Hina. _ Eu beijei o topo da cabeça dela.

–Nada disso, Naruto-kun. Você e Nagato-san que fizeram tudo. Sawa-senpai e Ryouma-senpai também.

–Claro que não Hina-chan. _ Sawa falou sorrindo. _ O que seria de nós se você não tivesse aparecido? _ Hinata sorriu de volta, mas se manteve em silêncio.

Eu ainda estou me acostumando com o fato de que Hinata pode se comunicar com os mortos. Isso é um pouco estranho, mas tenho certeza de que é mais estranho para ela do que para mim. Ela se senta e se vira para mim, ainda sorrindo.

–De qualquer forma, acho que estou feliz com os resultados. _ Ela falou e eu me levantei também.

Me aproximei devagar e selei um beijo calmo, mas cheio de amor. Adoro sentir os lábios doces da Hina. Eu enlacei a cintura dela e a puxei para mais perto e ela correspondeu lançando seus braços em volta do meu pescoço, mas parei por ai, eu sei o quanto a Hinata é tímida e pura e não ouso tentar mais nada além disso. Nos separamos por falta de ar e sorrimos um para o outro.

–Eu te amo, Hinata!

–Eu também te amo, Naruto-kun. _ Ela me responde e sai correndo para dentro d’água. Claro que eu me levanto e vou atrás.

Muitas coisas aconteceram em pouquíssimo tempo. Eu fiz amigos, amigos de verdade, tenho uma namorada, descobri que tenho um primo, que Jiraya é meu avô de verdade, que meus pais foram mortos por um Maufis e salvei a minha cidade. Teve épocas da minha vida que eu pensei desistir de tudo, mas o que temos que fazer é aguentar, levantar a cabeça, seguir em frente e ter em mente que um dia, tudo isso vai melhorar. A minha hora já chegou, e a sua?

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Notas finais do capítulo

Oii galerinha, o que acharam do fim da primeira temporada? Espero que tenham gostado, pois a fanfic tem uma SEGUNDA temporada. UHUUUUUL

Link pra vocês -> https://fanfiction.com.br/historia/643606/Contra_o_Tempo/

Mas ESPEEEERA! Não clica no link agora nãão! Comente primeiro :D

Desculpe gente, sou uma tarada enrustida, doida por hentai, por isso não me aguentei e a segunda temporada, diferente da primeira, tem hentai. Mas torço pra que gostem mesmo assim.

Beijinhos e até a próxima temporada!



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