Uma semana para o fim do mundo escrita por Ayla


Capítulo 1
Um pouco de mim


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e sintam-se a vontade pra falar comigo e me mandar mensagens, adoro interagir.Opiniões e sugestões são sempre bem vindas, desde que sejam construtivas.Beijão!

Boa Leitura!



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Há dezesseis anos atrás, um garotinho loiro de olhos azuis e estranhas marcas no rosto, nasceu em meio uma catástrofe. A pequena cidade do interior havia sido atacada por terroristas. O prefeito e a primeira dama morreram e deixaram para trás um pequeno bebê loiro. Pois é, esse garotinho sou eu.

Não se tem muita informação sobre o dia do meu nascimento, as pessoas parecem ter medo de falar sobre isso. Uns dizem que foi a mando do demônio, outras dizem que foi simplesmente um ato terrorista. Eu acredito mais na segunda opção. Mesmo que coisas estranhas aconteçam comigo e eu veja coisas que ninguém vê, não acredito que tenha sido um demônio.

Bom, vou começar do início, desde que me entendo por gente, moro com um velho tarado chamado Jiraya. Mas isso não significa que eu o chame de Jiraya, pra mim ele é o Ero-vovô. Ele pode ser um velho tarado que só pensa em mulheres e peitos, mas não posso negar que ele, de certa forma, é uma boa pessoa e se preocupa com os outros a sua volta.

Estudo desde pequeno na mesma escola, e pela cidade ser pequena, coisa que eu acho irritante, conheço todos ou praticamente todos que moram nessa cidade, e todos me conhecem. Mas não só me conhecem pelo fato da cidade ser pequena, eles me conhecem porque eu sou filho do falecido prefeito vítima do ataque terrorista, mas infelizmente, não é só por isso. Sou também um garoto que vê o outro lado do mundo, o lado que as pessoas não enxergam. Sou uma aberração porque posso ouvir, ver e falar com os mortos. Mas não são todos, só os que estão presos a esse mundo por algum motivo.

Sim, eu poderia simplesmente ter escondido isso de todo o mundo. Mas uma criança de 4, 5 anos ainda não sabe ao certo sobre essas coisas e eu conversava constantemente com pessoas que já bateram as botas. Comecei minha infância sendo o excluído, os pais das outras crianças as proibiam de sequer olhar em minha direção, porque é claro, segundo eles eu poderia fazer com que demônios possuíssem o corpo dos filhos deles, porque isso é muito sensato.

Mas teve uma família que não acreditava nessa coisa toda, o filho dessa família era o único que conversava comigo, consequentemente as outras crianças começaram a se afastar dele também, então ele raramente falava comigo na frente dos outros, geralmente nos encontrávamos no laguinho depois da aula, lá ninguém nos via. Em parte isso me incomodava, mas eu estava feliz por ele falar comigo. Shikamaru era meu único amigo, e os pais dele não o repreendiam por isso. Hoje em dia ele não liga mais para isso e fala comigo normalmente. Descobri que a mãe dele e ele próprio, são capazes de enxergar o que eu enxergo, mas nada além disso. Por isso Shikamaru não ganhou a fama que ganhei.

O Ero-vovô fingia que nada acontecia e que tudo era extremamente normal. Me ignorava quando eu tentava falar sobre esse tipo de assunto e já até tentou me convencer que ver mortos era normal. Obvio que essa não colou.

Hoje em dia as pessoas não pegam tanto no pé. Por conta dos trabalhos escolares, os outros alunos eram obrigados a formar grupos comigo e foram meio que sendo obrigados a se acostumarem com o fato de que eu existo. Eles não gostam muito de mim e me ignoram, mas não é mais como antigamente, quando eu tinha uns 7 anos, eu apanhava diariamente das outras crianças porque conversava com uma “cadeira vazia”.

Estou a caminho da escola, ao meu lado vem “andando” Tayla, ela morreu faz uns dois anos, mas sempre foi muito materialista e não aceita o fato de não conseguir arranjar um emprego. Já tentei falar que mortos não trabalham, mas ela quer porque quer trabalhar para poder comprar um novo celular. Vai entender... Dois anos vagando por ai e ainda não entendeu as condições em que se encontra.

–Naruto! _ Essa é a voz do Shikamaru, olhei em volta tentando acha-lo. Mas era tanta gente na entrada do colégio que estava quase impossível. _ Poxa Naruto, não havíamos combinado de se encontrar em frente o Ichiraku? _ Ele falou aparecendo por trás de mim, de onde ele veio? _ Oi Tayla-san.

–Oi, Shikamaru-kun. _ Ela respondeu e ele compreendeu o que havia dito, mesmo que não possa ouvi-la. _ Já vou indo. _ Disse acenando para nós e partindo.

–Esqueci. _ Falei passando a mão na cabeça, sabia que estava esquecendo algo.

–Baka! _ Ele bufou e cruzou os braços. _ Estudou pra prova de geometria?

–Prova? _ Fala sério que tem prova hoje. Isso é um saco, eu nem presto atenção nas aulas, mas minha nota é uma das melhores.

Até porque, geralmente os professores tem o gabarito da prova sobre a mesa deles, então peço pra alguém que já bateu as botas ir até a mesa do professor e depois me passar as respostas. Pra alguma coisa esse meu “poder” serve. E mesmo quando o professor não tem o gabarito, meu “amigo” vai até a mesa do Shikamaru. Ele é um gênio!

–Como você não estuda e sempre tira notas boas? _ Ele me perguntou como se não soubesse a resposta. Olhei pra ele com um pequeno sorriso nos lábios que queriam dizer algo como “Ta de zoa que ta me perguntando isso?” _ Ah, que bom que pode ouvi-los, né.

Dei de ombros e sorri. A 1 mês atrás ele me pediu ajuda pra eu pedir ajuda. Queria que “alguém” vigiasse Yamanaka Ino para ele, meu amigo era apaixonado pela loira e não tinha coragem de chegar nela, ele queria saber se ela estava ficando com alguém. A resposta veio rápido. Ela estava ficando com um garoto do último ano.

O sinal tocou e adentramos o colégio, mais um dia chato e monótono estava começando. As aulas desse ano começaram faz 2 meses e eu já estou contando os dias pras férias de meio de ano. Ero-vovô prometeu que eu poderia viajar pra uma cidadezinha conhecida pelas praias, ele disse que a família dele tem uma casa lá e que eu poderia ir com meus amigos, que até agora se resume ao Shikamaru e alguns mortos.

–Já falou com seu pai sobre a viagem? _ Perguntei ao meu único amigo enquanto me sentava na minha carteira.

–Já sim, ele não liga. Só quero saber qual será a graça de nós dois ficarmos sozinhos numa casa de praia.

–Ah sei lá, mas lá as pessoas não me conhecem. Vai ser mais fácil de eu conhecer algumas pessoas e até algumas meninas, sem ser tachado de esquisito. _ Shikamaru assentiu pra mim e deu um sorriso. Nossa atenção foi chamada pelo professor Iruka.

–Sentem-se todos. _ Ele pediu educadamente e esperou que todos o obedecessem, quando fizeram silencio, ele continuou. _ Bom, temos uma aluna nova que acabou de se mudar para a cidade. Hyuuga Hinata, entre por favor.

Uma garota muito linda entrou na sala, ela tem olhos perolados, pele clara e o cabelo é azulado e vai até o meio das costas dela. Parece feita de porcelana. Ela não usa o uniforme da escola, que para as meninas, é uma saia azul marinho, quase preta, que na maioria das meninas não chega a metade da cocha, uma meia da mesma cor que a saia que vai até o joelho, uma blusa branca com detalhes em preto e uma fita vermelha na blusa servindo como uma espécie de lenço ou gravata, não sei. A linda menina nova está usando um vestido branco de alcinhas e que é preso na cintura por uma fita rosa.

O uniforme dos meninos é uma calça preta social, o sapato também é social, uma blusa branca meia manga de botão com um bolso do lado esquerdo e na manga da blusa há o emblema da escola. Eu particularmente gosto de usar meu sobretudo preto, me sinto confortável o usando. Mas a maioria dos garotos usa a blusa com os dois últimos botões abertos, poucos são os que vão com a gravata.

Tentei parar de babar na menina nova e não criar o mínimo de esperanças, afinal... O que aquela garota que parece um anjo, ia querer com um cara como eu?

–Fecha a boca Baka! Ta escorrendo baba. _ Senti Shikamaru me cutucar e tratei de fechar a boca e ouvi o Preguiça rindo. _ Ei Naruto, a única carteira vaga da turma, é a que está ao seu lado. _ Ele me falou e eu olhei em volta.

Realmente era, durante um tempo eu sentava na última carteira da sala. Mas Shikamaru me convenceu a me sentar na frente, eu sento na primeira e ele na segunda. Mesmo que as carteiras sejam arrumadas de dois em dois, ele não se senta do meu lado, pois ele gosta de botar os pés em cima da carteira ao lado. Claro que a carteira ao meu lado não é a única que está vaga, mas ele nunca vai ceder a que está ao lado dele.

O professor ainda falava alguma coisa lá na frente do tipo: Tratem-na bem e sejam gentis, não é legal excluir alguém só porque é diferente ou porque chegou agora no seu meio social e blablabla, às vezes eu sinto umas indiretas bem diretas para mim, mas talvez seja só imaginação. A menina se aproximou de mim e fui capaz de ouvir sua voz, era doce e suave.

–P-posso me sentar aqui? _ Ela perguntou baixo, apontando para a mesa ao meu lado.

–Claro! _ Respondi tirando minha mochila de cima da mesa e botando no chão, debaixo da minha cadeira. Se formou um silencio entre nós e eu olhei em direção ao Iruka-sensei, ele parecia procurar algo em cima da mesa. Deve ter deixado as canetas de quadro na sala dos professores novamente.

–Ele é Uzumaki Naruto. _ Ouvi a voz vinda de trás de mim. _ E eu sou Nara Shikamaru. Prazer em conhecê-la. _ O Preguiça estava apoiado sobre a mesa dele para que se apresentasse sem falar muito alto. A menina sorriu para nós e a face dela parecia meio rosada, sorri de volta e olhei pro quadro, tenho certeza que ela não ficará muito tempo sentando do meu lado. Logo ela ficara sabendo dos rumores sobre mim.

–P-prazer em conhecê-los. _ Porque ela gagueja quando vai começar a falar? Ouvi a turma começar um cochicho irritante assim que Iruka-sensei saiu da sala atrás daquilo que não conseguiu achar em meio as suas coisas. E eu não sabia se estavam falando da aluna nova ou da aluna nova ter sentado ao lado do esquisito da cidade.

Enfim... o resto do dia foi normal. Por ela ser aluna nova, passou quase o intervalo todo sozinha e ninguém se aproximou dela. No fim, Shikamaru me convenceu a ir falar com ela, deixar a menina sozinha era crueldade. De resto foi tudo a mesma, exceto o fato de que quando eu voltei pra sala, tinha uma folha sobre minha mesa escrito “ABERRAÇÃO” bem grande em caneta vermelha. Ah claro, obrigado por me avisarem, se não tivessem me deixado esse bilhete, eu não saberia. Com certeza foi Sasuke, ele adora pegar no meu pé e eu odeio esse cara.

–P-porque escreveram isso? _ Olhei pra Hinata e fiquei em silencio, como eu ia explicar? Shikamaru parou ao meu lado e a encarou.

–Coisa de gente ignorante. _ Ele respondeu sem desviar os olhos dela. A Hyuuga apenas assentiu e se sentou na carteira.

–N-não sei porque fizeram isso com você, Naruto-kun. Você parece ser uma pessoa muito boa.

Pena que só você pensa isso. Queria ter dito isso a ela, mas eu teria que explicar, então preferi ficar calado. Shikamaru se sentou no lugar dele e eu fui jogar o bilhete querido no lixo. Ai que saco.

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Uma semana se passou, Shikamaru e eu combinamos de não ir à escola ontem. Fomos pra casa dele assistir Cabana da morte, um filme que ficamos esperando sair em DVD já que quando fomos ao cinema havia saído de cartaz. Passei o dia na casa dele, o bom foi não ter que aturar as gracinhas do Sasuke ou os olhares dos alunos. Ontem na hora da saída, vi Ino conversando com Hinata no portão da escola, tenho certeza que estava contando sobre mim já que ambas não paravam de me olhar e tenho certeza que não é porque uma delas queria ficar comigo.

Me levantei da cama do Nara e olhei o relógio, já passava das dez da noite e estava mais do que na hora de ir pra casa. O Ero-vovô iria reclamar se além de eu matar aula, chegasse tarde em casa. Falei a Shikamaru que iria embora e ele me acompanhou até a porta, me despedi dos pais deles e segui em direção a entrada da casa. É incrível como os pais dele sempre me trataram bem, a mãe dele me disse uma vez que era super amiga da minha.

–Amanha tem prova de Literatura Baka, vê se estuda pelo menos uma vez na vida. _ Ele falou abrindo a porta, saí e me virei pra ele.

–Claro que não vou estudar, tenho muita coisa pra fazer quando chegar em casa.

–Tipo o que? Você não faz nada da vida. _ Ele cruzou os braços e se encostou na porta.

–Tipo dormir... Isso consome muito o meu tempo, sabia? _ Ele riu e olhou pro céu, tenho certeza que me chamou de Baka em seus pensamentos. _ Bom, vou indo então... até amanhã.

[...]

A prova foi fácil, mas a professora poderia pelo menos ter feito uma prova objetiva. Prova dissertativa é mais difícil de pegar a resposta, é muita coisa pra escrever. Como esperado, Hinata estava estranha comigo hoje, parecia estar pensando ou algo do tipo. Ainda estava sentada próxima a mim, até porque não tinha mais lugar na sala. Uma menina loira de quatro coques foi transferida da outra turma para a nossa a uns 3 dias. Parece que ela arranjou briga com Tayuya da turma dela. Agora a loira chamada Temari senta ao lado do meu amigo preguiçoso.

O sinal tocou para o intervalo e eu fui para o meu lugar de sempre, Shikamaru poderia negar, mas estava feliz por ter que ajudar Temari a pegar a matéria de nossa turma. Mesmo que sejamos do mesmo ano escolar, a nossa turma tem um ritmo um pouco diferente da dela, tem mais trabalhos e seminários. Enfim... eu estou sozinho no intervalo porque ele está com ela.

Daqui posso ver Sasuke rodeado pelas meninas. Sakura estava lá. Como pude ter sido apaixonado por essa garota durante anos? Ela é mais uma das bonecas do Uchiha, ela e todas as outras. Que cara mesquinho. Ele, Kiba, Shino e Neji estão sempre juntos. Espera um pouco. Porque Neji está conversando com Hinata num canto? Apertei meus olhos pra tentar enxergar melhor. Pensei que Hinata fosse um tipo de garota que não se apaixonasse por caras daquele tipo. Mas... ele parece estar dando uma bronca nela... Se bem que eles se parecem um pouco. Dei de ombros e olhei em volta, se Sasuke ver que estou olhando pra ele, vai querer arrumar briga e não estou afim disso agora.

Tudo o que tenho que fazer é esperar até o sinal tocar novamente, assistir o restante das aulas e voltar pra casa. Sabe, já pensei muitas vezes em porque eu não morri com meus pais. Acho que teria sido uma vida mais feliz. Se bem que não ia ter vida né... Senti alguém tocando meu ombro. Droga, será que Sasuke viu que eu estava o olhando? Me virei para fitar a pessoa e... hããn??

–Hi-hinata? _ Mas porque ela ta aqui? O que ta acontecendo? Olhei para Neji, ele nos observava com cara de quem ia matar um a qualquer momento. Acho que ele não a mandou até aqui.

–S-será que podemos conversar? Longe do meu primo? _ ela falou tímida.

–Primo? _ Perguntei meio perdido. Mas isso não estava me incomodando, a minha verdadeira pergunta era... conversar???

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, pretendo postar duas ou três vezes por semana. Beijokas!



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