The Boy of Mysterious Eyes escrita por Clariie


Capítulo 10
Capítulo 9. – Transbordando sentimentos E Minha volta à escola


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi ♥
Cheguei com um Capítulo fresquinho pra vocês! Espero que curtem, mas antes...
Obrigada à:
— Juliana Lorena
— Paper Girl
— Cycyr5
— TayGeek
— divademi22
Amo vocês e seus comentários, meninas! Me deixam tão feliz. Gente, eu senti falta de algumas pessoinhas, então apareçam, Please.
Sem mais nem menos, ENJOY ! Nos vemos lá em baixo.



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Como uma garota ansiosa pelo seu primeiro dia de aula, levantei antes mesmo do despertador tocar. Conforme a rotina de uma aluna, tomei uma ducha gelada para despertar e fiz minhas higienes matinais. Estava ansiosa, na verdade eu ansiava minhas aulas desde que cheguei a cidade. Observando pelo ponto de vista de outro adolescente que usam o termo “normais”, eu não deveria ansiar tanto pela escola por ser considerada uma prisão aos demais, porém eu discordava de tal argumento, afinal, a escola não é uma prisão muito menos o inferno. Em algumas que frequentei, eu até cheguei a pensar que fosse um manicômio, mas por culpa dos alunos não dos professores. Sinceramente, o que chega a torná-la um inferno, são os próprios alunos e suas vontades intensas de aprender - sente a ironia no ar. Espera, mas por que mesmo estou falando sobre isso? Deixa pra lá, isso não vem ao caso. O caso é que, eu queria retornar as aulas, pois ao menos assim eu poderia passar 2/3 do meu dia ocupada.

Concluindo meus pensamentos, vesti meu roupão e saí dos meus aposentos. Caminhei até o último quarto do corredor e bati na porta.

– Colle! – chamei.

– Entra – ouvi sua voz pedir através da porta destrancada.

Atendendo ao seu pedido, adentrei o quarto e logo não contive o sorriso de orelha a orelha ao ver o pequeno em frente ao espelho de seu armário vestindo um blazer verde-escuro sobre uma camiseta preta estampada com R2-D2, um robô da saga Star Wars se não me enganado.

Colle sorriu ao ver meu reflexo em seu espelho.

– Bom dia, Dawson.

– Bom dia, Quinn. – sorri de lado. – Você está parecendo uma versão mais nova de Hayden, vestido assim.

Me aproximei mais do garoto enquanto ele parecia ofendido.

– Sério? – concordei e ele riu baixinho. – eu até fiquei meio indeciso entre esse blazer ou aquela jaqueta – apontou para a jaqueta jeans sobre seu puff –, o que você acha?

Por um curto período, analisei seu blazer e sua jaqueta, mas para contrariar, encontrei outra opção em seu armário que estava com as portas abertas.

– hmm... – passei por ele e tirei a camiseta vermelha xadrez de botões que eu havia lhe dado alguns meses atrás do cabide. Tirei seu blazer com cuidado e o vesti com a nova peça de roupa, afastei dois passos e o analisei. – Bem melhor. – concluí.

Ele olhou o resultado no espelho.

– É, ficou melhor. Valeu, mana – ele agradeceu e eu retribui seu sorriso com uma piscadela de olho.

Caminhei em direção a porta, precisava me vestir.

– Bom, eu vim aqui para te acordar caso ainda estivesse dormindo – expliquei já com a mão na porta –, mas, pelo que parece, você já fez isso e um pouquinho mais.

Saí de seu quarto ouvindo sua risada. Entrei em meu quarto já ouvindo o despertador tocar, desliguei-o e caminhei logo para o closet. Em menos de 20 minutos eu já havia me arrumado assim como Kira e Rydel pediram, ou melhor, ordenaram.

– Esse vestido preto listrado, que vai deixar você com um corpão, esse saltinho 12...

– O quê? – a cortei – Mas de jeito nenhum que eu vou usar salto, Kira.

– Mas é 12, Ally. – a morena fez beicinho.

– Pode ser dois, Kira! – frisei convicta – Mas eu não vou de salto pra escola.

Ela bufou cedendo, parecendo irritada. Rydel que estava do outro lado do closet mexia em uma gaveta aleatória.

– Ok, ok, estressadinha. – ergueu as mãos em rendição. – o que você vai usar então?

Com um sorriso vitorioso, caminhei até um dos armários e puxei do fundo de um prateleira, meu all-star cano médio branco.

Tcharam – ergui o par de tênis acima de nossas cabeças – o salvador da pátria e mil vezes mais confortável que um salto, lhes apresento, meninas, o all-star!

Rydel riu e Kira somente revirou os olhos com a língua exposta.

– Impressionante, Ally. – a morena rolou os olhos outra vez, sarcástica. – Mas voltando! – Kira bateu uma única vez palmas, chamando nossa atenção. Cruzes, garota bipolar essa. – Ok, eu permito que você vá com essa cafonice aí – referia-se ao tênis na minha mão. – E pra completar o look, você pode ir com essa jaqueta jeans, se preferir.

Estranhei ela dizer “pode ir” e “se preferir”. Como assim? Kira Starr disse mesmo isso?

– Perfeito! – Rydel gritou lá do seu canto, sentada no chão em frente a uma gaveta aberta, que olhando bem, todas as meias que antes estavam guardadas dentro da mesma agora estavam jogadas ao seu redor, todas espalhadas, e a loira ainda erguia uma meia-calça preta.

A loira se levantou do chão toda desajeitada, jogando as meias e outras peças de roupas que estavam sobre suas pernas no chão, novamente todas espalhadas.

– Rydel! – a repreendi assim que ficou ao meu lado. Em resposta, a loira ficou com um semblante confuso, sem entender por que a censurei. – Loira, você vai arrumar essa bagunça. – apontei para as meias e as outras peças de roupa espalhadas pelo chão.

Ela apenas olhou para o lugar e fez pouco caso.

– E junto com o all-star, o vestidinho listrado de mangas compridas e a jaqueta jeans – ela organizou as peças de roupa no pequeno sofá dali como se estivessem em um manequim e por fim colocou a meia calça sob a saia rodada do vestido –, essa meia-calça que eu achei super sexy.

– Meia-calça vai ficar legal? - duvidei da combinação, afinal eu nunca havia usado meia-calça nessas ocasiões, pra mim elas eram para algo mais formal.

Ignorando completamente minha pergunta, Kira observou o look, e por fim pareceu orgulhosa do resultado. Ao lado da loira, as duas tocaram as mãos, com sorrisos tão largos que cheguei a pensar que estavam torturando suas bochechas.

Já vestida, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo com topete, passei delineador e rímel e pra finalizar um batom líquido rosado, minha maquiagem básica. Passei pelo closet pegando apenas a jaqueta do sofá e minha mochila que já estava arrumada. No quarto, o despertador no criado-mudo já marcava 7hr23min, eu ainda tinha pouco mais de meia hora, catei meu celular na cama, o estojo de meu óculos para leitura na gaveta do criado-mudo e saí fechando a porta atrás de mim. Eu estava pronta.

Já chegando na cozinha, recebi uma ligação de Rydel.

– Austin está se oferecendo para ir buscar você, aceita a carona? – disparou assim que eu atendi. Eu podia sentir seu sorriso ao dizer aquilo.

Pensei no assunto rapidamente, e argumentei mentalmente: depois daquela noite eu ainda não havia o visto muito mesmo trocado uma mera palavra com ele, e, sinceramente, acho que seria meio constrangedor ir daqui a Marino no mesmo carro que ele nessa situação e ainda mais descer de seu carro na frente de todos, porque, com toda a certeza do mundo, eu sabia que Austin Moon era de chamar a atenção de todos quando sozinho, quanto mais com uma novata como eu.

E por fim, concluí:

– Desculpa, loira, mas não precisa, diz pra ele que eu agradeço, mas eu vou dispensar.

– E porque a recusa, Allyson?

Estremeci ao ouvir a voz rouca e manhosa de Austin do outro lado da linha.

Pedi aos deuses para não me deixarem gaguejar.

– Austin?

Perguntei o óbvio buscando apenas aliviar a tensão sobre meu corpo, que foi cessando assim que o timbre de sua risada gostosa atingiu meus ouvidos, acalmando-me.

– Ainda tem dúvidas, Allyson?

– Hãn... Austin, isso foi uma pergunta retórica, estou certa? – tentava amenizar a tensão outra vez.

Ele riu mais alto.

– Só pra deixar claro, eu acabei de revirar os olhos. – sorri, e quem revirou os olhos foi eu. – Mas então, Allyson, porque recusou minha oferta de carona?

Sua voz se tornou mais serena, como se quisesse demonstrar que havia se magoado.

– Porque não seria exatamente justo.

– Ah, não? – eu poderia sentir seu sorriso de lado simplesmente pelo seu tom de voz.

– Claro que não, Austin. – rolei os olhos, explicando-lhe – A casa de sua tia fica mais perto da Marino do que a minha, então vai ser a mesma coisa que você dá duas viagens, se é que me entende. – ele riu outra vez. – E afinal, Hayden ficou de me levar, então...

– Ok, Allyson. – o imaginei fazendo beicinho, aquilo com certeza seria uma graça. – Nos vemos na Marino?

– Quem sabe...

Sim, eu estava evitando – por curto prazo – Austin Moon. Sabe, seria completamente constrangedor vê-lo logo de manhã depois daquela noite, mas eu tinha consciência de que, cedo ou tarde eu teria que encarar a realidade e ficar em um tom de vermelho escarlate ao pensar que Austin poderia estar pensando no nosso quase beijo – que se não fosse por Piper, não seria um quase, e eu realmente agradeço. Quando ele cantou James Bay olhando em meus olhos, e principalmente quando ele veio me deixar em casa, quando eu paguei de ridícula por não estar 100% sóbria por conta de duas míseras taças de vinho? Não, acho melhor eu adiar isso.

O celular apitou, avisando-me de que Austin havia encerrado a ligação e eu agradeci internamente por isso, pelo menos assim eu não poderia piorar a minha situação. Enquanto guardava o celular no bolso da mochila, Colle passou correndo por mim indo em direção à porta da sala.

– 7 e 28, Hayden. – gritou ao passar pelo balcão da divisa entre a sala de jantar e estar da cozinha.

– Já tô indo! – Hayden respondeu aos gritos também com pressa, saiu da cozinha encontrando-me na porta e depositou um beijo na minha testa – Bom dia, bela adormecida. Volto em 15 minutinhos, esteja pronta. – ele caminhou até a porta e antes de fecha-la, comentou com uma piscadela: – aliás, você está linda!

E em menos de menos de trinta segundos, pude ouvir Hayden buzinar ao se distanciar do jardim da casa com seu carro. Ainda na porta da cozinha, joguei minha mochila sobre o balcão e liguei a pequena tevê que havia ali, ouvindo o tagarelar aleatório dos jornalistas sobre um engarrafamento em uma das avenidas de Miami peguei um copo na pia e despejei suco de maçã dentro. Enquanto bebia o suco e mordiscava uma torrada sentada sobre o balcão da pia, permite que meus pensamentos vagassem; ora na Marino, ora na minha vida deixada em LA, e em meus pertences perdidos no aeroporto de Miami.

Meu relicário e diário eram objetos cobiçados por mim, independente do lugar ou momento eu sempre estava com uma de suas companhias. Por pertencerem à mim por tanto tempo, eu os considerava particular, íntimo de minha pessoa. Mas eu fui roubada, o próprio destino tratou de me tomar. Mamãe talvez ficasse magoada ou até mesmo, decepcionada comigo por tê-los perdidos, principalmente pelo relicário ter sido presente de sua avó. Só que, naquele momento quem mais estava chateada, magoada, com raiva e decepcionada com Ally Dawson era a própria Ally Dawson. Como cheguei a esse ponto? Como cheguei ao ponto de ser descuidada com as coisas que tinham mais significados pra mim nesses últimos meses?

Com a raiva e o ódio sobre mim, gritei atirando o copo com toda a minha força contra a parede a minha frente fazendo-o se estilhaçar rapidamente, cacos de vidro e gotículas de suco voaram para todos os lados da cozinha. Eu literalmente estava tremendo de ódio, gritando.

Quando dei por mim, eu estava de pé e Hayden estava à minha frente segurando meus punhos que estavam cerrados e erguidos, com os olhos arregalados.

– Acalme-se, Ally. Calma... – seu corpo prendia o meu contra a bancada. – Shhh, tá tudo bem... – sussurrou quando percebeu meus olhos arregalados e minha expressão de espanto pelo pequeno surto que eu estava tendo ali, sem mais nem menos.

Eu estava perplexa comigo mesmo. Por Deus, o que houve pra eu agir assim?! Era como se meus pensamentos transbordassem de minha cabeça, como a espuma de champanhe transbordava da taça quando cheia demais. Hayden soltou meus pulsos lentamente substituindo tal ato por um abraço, cujo qual eu não consegui corresponder. Eu nem ao menos conseguia falar nada, não conseguia entender como cheguei a esse estado de deixar o ódio e a raiva se apossar de mim, sentimento a qual sempre desprezei.

Aquilo sim, era uma situação inexplicável!

E após alguns minutos com Hayden afagando meus cabelos, tudo o que consegui pronunciar foi:

– Você precisa me levar para a escola, Hayden.

Ele com os olhos semicerrados, certamente desconfiados e confusos, olho-me de frente.

– Você está bem, Ally?

Eu não queria preocupar Hayden com coisas banais como um surto de raiva ou seu motivo, que pra ser sincera, do ponto de vista alheio poderia parecer algo fútil: Simplesmente objetos! Mas eram objetos que, pra mim, tinha seus significados. O relicário era o último presente em matéria a qual mamãe pôde me dar, e o diário, bom, minha adolescência inteira estava escrita em suas páginas, desde os momentos de alegrias às "guerras" e lutas que eu tive que passar. Então... eu simplesmente não queria preocupar Hayden enchendo sua cabeça com os meus problemas.

– Sim. – por fim, respondi. Esperava que aquilo tivesse soado com confiança.

Ele estreitou mais os olhos, desconfiado de minha resposta, mas logo sorriu docilmente acariciando minha bochecha com o polegar.

– Ally, espero que você saiba que eu sempre estarei do seu lado, sempre vou te proteger, vou te ajudar... mas eu quero que você confie em mim. Eu preciso que você confie em mim, maninha. – ele sorriu de lado expondo uma de suas covinhas – Então... eu posso muito bem fingir que não percebi esse leve tremor no seu maxilar – revirei os olhos com a sua revelação –, mas não posso fingir que não presenciei esse seu "ataque de loucura" – brincou, fazendo-me sorrir.

– Hayden, eu confio a minha vida à você – declarei a mais pura verdade –, e você sabe melhor do ninguém disso. É só que...

Estremeci, o que eu iria dizer? Que não queria que ele se preocupasse comigo nesse momento, porque tipo, disso ele iria discordar na hora e me passar o maior dos sermões sobre eu ser a irmãzinha dele e que pra ele não importa o quanto fútil seja o motivo, ele iria sempre me ajudar?! Acho que já tenho muitos sermões assim na minha lista.

– Tudo bem, Ally. – ele cedeu, mas eu ainda podia visualizar no fundo de seus olhos que ele ainda não tinha se dado por vencido. – É melhor nós irmos, caso contrário, você se atrasa.

– Obrigada, Hayden – o abracei, agradecida por não insistir mais no assunto. – Posso dizer que te amo?

Com um sorriso angelical, brinquei, já sabendo sua resposta.

– Claro que não, pirralha. – separou nosso abraço empurrando minha cabeça de leve, sorrindo, como fazia toda vez que eu questionava isto a ele – isso é muita melosidade pra mim. – acrescentou.

Ri, lembrando-me da primeira vez que ele havia feito isso, lembro-me muito bem que era no seu 14º aniversário quando ele estava jogando videogame na garagem com um grupinho de amigos, eu cheguei lá e quando o parabenizei com um abraço eu falei algo como: “Eu te amo, maninho. Tu me ama?” e então todos os amigos dele começaram a rir dele e ele fez a mesma coisa que segundos atrás, separou nosso abraço empurrando minha cabeça de leve e dizendo “Claro que não, pirralha”. Acho que eu tinha nove anos ainda, faltava menos de um mês pra mim completar uma década, e eu saí da garagem aos prantos chamando por mamãe enquanto os amigos de Hayden e o próprio riam de mim, mas naquela mesma noite depois de Hayden ter recebido uma bronca de mamãe e de seu pai, Clark, ele foi até o meu quarto pedir desculpas e disse que também me amava.

Depois que Hayden e eu saímos de casa, passamos boa parte do caminho até a Marino conversando sobre coisas triviais, foi quando me lembrei de que precisava lhe contar algo.

– Tenho uma entrevista de emprego hoje. – anunciei com empolgação.

Por um segundo, meu irmão desviou os olhos da estrada para ver minha expressão.

– Sério? – ele sorriu, parecendo surpreso. Eu assenti e ele freou o carro quando o sinal ficou vermelho – e quando e onde é?

Ele também parecia animado, o que só fez minha alegria aumentar mais ainda.

– Hmm é em uma cafeteria duas quadras depois da Marino, e bom – eu estava sorrindo que nem boba – a “entrevista” é hoje depois da aula. Tu lembra quando eu te falei que depois de conversar com Jackson no telefone eu havia conhecido uma garota que também frequenta a Marino?

O sinal ficou verde, permitindo que nos deixássemos prosseguir.

– Trish, não é mesmo?

– Isso – assenti. – Então... ela vai me levar lá depois da aula.

– E tudo bem pra você? – olhou-me de relance por um mero segundo.

Sorri com a hipótese. Eu nunca havia trabalhado, pois Lester sempre dizia que não queria que sua “filhinha” trabalhasse sendo que seu pai era um empresário de grande sucesso. Até hoje ele continua com tal argumento, mas o fato, que ele aparentemente não dava a mínima, era que eu queria trabalhar! Não queria viver sempre as custas de Lester, queria trabalhar, ganhar meu próprio dinheiro. Queria ser uma pessoa normal! E como começar minha nova vida do que com um trabalho em uma cafeteria, já que daqui há 3 meses eu completaria meus 18 anos, seria uma jovem adulta?!

Lester teria que segurar sua língua.

– Tudo ótimo.

Ele sorriu abertamente e eu o acompanhei, encostei-me no banco do passageiro. Assim que viramos a esquina pude ver pela janela do carro o estacionamento da Marino ao nosso lado.

Haviam dezenas de pessoas por lá, alguns chegando com seus carros, de ônibus escolar, bicicletas, patins, skates ou simplesmente à pé mesmo. Adjunto do estacionamento, tinha um pátio com pequenos aglomerados de flores e palmeiras com bancos de pedra diante da grandiosa Marino High School com seus três andares e suas paredes brancas com detalhes verde-água e amarelos. Era um encanto.

Hayden pigarreou chamando minha atenção.

– Você tem certeza que não quer conversar sobre hoje mais cedo? – indagou com receio, talvez preocupado com a minha reação. – se quiser, eu posso faltar na empresa e podemos passar o dia juntos, simplesmente fazendo vários nadas... Não me importo nem um pouquinho, Ally.

Sorri sem expor os dentes e me debrucei sobre o banco depositando um beijo em sua bochecha.

– Tá tudo bem, Hayden. – abri a porta do carro ao meu lado pronta para sair – Você deveria se importar era com as minhas presenças nas aulas, isso sim. Se Lester souber que você fica me convencendo de matar aula ele te passa o maior sermão, menino!

Ouvi sua risada de desdém e vislumbrei seus olhos rolarem, antes de sair do carro.

– Acho que já sou bem grandinho e sei as consequências de minhas escolhas, Ally – fechei a porta e debrucei-me diante da janela do carro. –, então é Lester quem deve tomar cuidado, ou se ele ousar tomar você de nós, eu te sequestro, maninha.

E mandou uma piscadela com um sorriso maroto, ri.

– Só não deixa ele ficar sabendo disso, Ok? – brinquei.

Postei-me de pé e acenei, despedindo-me.

– Boa aula, Ally. – desejou-me antes de sair com seu Audi pela rua.

Esperei até seu carro dobrar no final da rua para, finalmente, girar nos calcanhares. Após tal feito, percebi que boa parte dos alunos que antes estavam na pracinha da escola e no estacionamento ao lado já entravam na escola, provavelmente o sinal já tinha batido. Temendo chegar atrasada na minha primeira aula, corri até a entrada do prédio.

Enquanto subia os poucos degraus da entrada já conseguia sentir alguns olhares sobre mim. Olhares que só pioraram assim que entrei por completo no corredor principal. Enquanto metade dos olhares eram de garotos que passavam por mim assobiando ou proferindo obscenidades, outros olhares eram de garotas que me olhavam com desdém e repulsa, mas tinha aquelas pequenas exceções da qual simplesmente lhe dirigiam o olhar por meros segundos.

Vamos lá, você é Ally Dawson, você consegue! Orgulhe-se por ser forte a esse ponto. Caminhei, não dando atenção a nenhum dos responsáveis pelos olhares, independente deles, de cabeça erguida.

– Amada do Aus....! – ouvi um berro de Kira mais avante, mas foi interrompida por Rydel que tapou sua boca. Graças a Deus que ela foi interrompida! Mas do que adianta agora que todo o corredor olhavam com desconfiança pra mim.

Kira, Rydel e Brooke estavam ao pé de uma escadaria no meio do corredor com seus sorrisos sacanas.

Por pouco, mas muito pouco mesmo, Kira não grita o nome de Austin que estava no topo da escadaria com Dez e outro garoto. Os três fitavam-me, mas apenas Austin mantinha um sorriso de lado malicioso, certamente percebera que seu nome seria dito por Kira. Enrubesci e me mantive cabisbaixa, com vergonha não só dos olhares dos desconhecidos e sim dele, Austin Moon.

Tentar ignora-lo vai ser uma missão impossível, pensei.

Voltei a avançar o corredor, agora cabisbaixa, indo até as garotas, quando alguém esbarrou no meu ombro. Eu rapidamente perdi o equilíbrio e quando eu pensei que iria cair de bunda no chão, alguém me segurou pela cintura colando meu corpo ao seu, firmando-me novamente no piso.

O oxigênio ficou mais rarefeito quando percebi que a minha proximidade do garoto extrapolava os limites. E antes que eu pudesse me afastar dele, o garoto se pronunciou.

– Cuidado, garota. – ele sorriu, expondo covinhas charmosas em suas bochechas rosadas.

– Obrigada, ... – minha voz oscilou, esperei que ele me dissesse seu nome.

– Gavin Young, por favor.


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Notas finais do capítulo

E então... gostaram? Não?
Gente, criei um Twitter (depois de muita insistência de uma amiga). Meu Twitter é "@wolfie_5er", pra quem quiser saber...
^-^ Conversem comigo, eu sou legal, juro!
Ps. AUSTIN E ALLY ACABOU OFICIALMENTE NO EUA ! Choremos :'(
Ps2. Capítulo passado teve menos comentários que os anteriores e isso meio que me deixou desanimada. Eu esperava mais reviews, meninas. Eu sei que ele não teve Auslly, mas uma estória não pode ser sempre um mar de rosas não é mesmo, e aquele capítulo é importante para o enredo da fic, então... Amo Vocês e espero mesmo que deixem suas opiniões nos reviews.
Comentem, acompanhem, favoritem, recomendem se merecer...
AMO MUITO VOCÊS !