The Boy of Mysterious Eyes escrita por Clariie


Capítulo 1
Prólogo – Perda


Notas iniciais do capítulo

(CAPÍTULO ATUALIZADO)
— Ai, como estou nervosa... (~le eu roendo as unhas - ecaa!)
Primeira fic, então peguem leve.
Como é o prólogo, é pequeno, mas os próximos capítulos serão maiores. E também será somente este capítulo contado em 3º pessoa.
Até já e ENJOY ♥



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E seu mundo desabou. Lembranças surgiram, um filme de sua vida até ali passara diante de seus olhos.

Algumas vezes, durante sua vida, questionou-se como seria ter uma vida comum, pacifica, como parecia ser as das pessoas que a cercavam.

No começo, quando pequena, sempre achara que sua vida fosse normal. Ousava dizer que faltava um pouquinho só para considera-la perfeita, e esse pouquinho, de fato, se referia a questão de seus pais serem divorciados. Apenas isso! Mas depois, com alguns anos de aprendizado, notou que sua vida passara longe de ser normal, muito menos “quase perfeita”. De um decimal à uma centena de milhar. As coisas se complicaram drasticamente.

Descobrira que, de certa forma, todo mundo esconde segredos. Os sorrisos corriqueiros servem apenas como fachada. A sociedade lhe impõe a isso; uma felicidade fingida. Prendam seus medos e rancores à sete chaves, gritam. Não precisamos saber de suas desgraças vividas e futuras! Isso é problema seu. Resolva-se. Parecia ser certo. É o que todos se impõem a fazer – mesmo não tendo a noção de que estão fazendo.

Certo dia, descobriu os segredos da pessoa que mais confiava. Os piores ao seu ver. Mamãe me desprezava como filha, ajuizava. Tiveram seus problemas, assim como era ciente de que todos sempre tiveram desde a existência do ser humano. Trancados à sete chaves.

Mas, presentemente, desprezou-se acima de todos os erros cometidos por sua mãe. Aqueles que a envolviam. Arrependeu-se amargamente por ter menosprezado e desconfiado do amor que sua mãe sentira todo esses anos por ela. Sentiu nojo, raiva de si mesma. Sentiu-se asquerosa com suas tolas atitudes. Estragara todas as lembranças boas com a mãe. E agora, bom, já não poderia fabricar outras substituíveis ao seu lado. Agora eram poucas as que lhe restaram.

As lágrimas surgiram como em um passe de mágica, pedindo liberdade, assim que o oficial de polícia alegou o que ocorrera. Sua cabeça, teimosa, forçava-a a achar que aquilo era o pior dos pesadelos.

Engasgou, desejando que aquilo fosse uma brincadeira de mau gosto, apenas um trote aleatório. Mas no fundo, sabia que não era.

— O quê?

— Srta. Quinn, certo? – indagou o policial pelo telefone, hesitante.

— Dawson – corrigiu-o. A visão já embaçada por conta das lágrimas que se acumulavam em seus olhos e os soluços engasgando-se na garganta.

— Srta. Dawson, na madrugada de hoje ocorreu um acidente de carro a qual sua mãe, Penny Quinn, estava. Acreditamos que sua mãe voltava de alguma cidade vizinha, talvez Santa Monica – uma pausa torturante se fez. – Srta. Dawson, sinto muito em lhe dizer, mas sua mãe faleceu no local do acidente.

Com o nó na garganta, engasgou mais uma vez, assim se permitindo chorar silenciosamente. Não acreditava naquilo. Não queria acreditar naquilo. Provavelmente eram por volta das 02hrs da manhã e a vizinhança toda deveria estar dormindo naquele momento, mas agora pouco lhe importava o universo.

Arrastou-se do colchão e sentou no chão gélido, com as costas na lateral da cama e os joelhos abraçados, deixou as lágrimas rolarem com mais intensidade.

Chorou, gritou e chorou desesperadamente.

— Ally? – disse uma voz sonolenta. – O que houve? Por que esse escândalo?

Quando levantou a cabeça, ao pé da porta viu Colle, o irmão caçula, que estava com a mão na maçaneta e uma expressão preocupada e confusa que tomavam seu semblante.

Entre lágrimas, Ally sorriu tristemente para Colle o convidando a se sentar consigo no chão. O garoto de recentes onze anos assim fez.

Ele abraçou-a de lado.

— Não se preocupe, vai ficar tudo bem. – ele afagava o braço da irmã, carinhosamente.

Ally apenas chorou em seu pequeno ombro.

— Allyson! – alguém gritou no piso inferior. Em segundos, viu a sombra do irmão mais velho na porta do quarto.

Hayden estava com o rosto vermelho assim como seus olhos que também estavam marejados, muito provável já sabendo do acontecimento.

Hayden se aproximou, agachando-se a frente dela e do irmão mais novo depositou um beijo na testa de cada um deles.

Ally pôde sentir suas lágrimas pingarem sobre seu rosto, unindo-se as dela.

— Oi – disse ele. A voz trêmula, desprovida de confiança. – Não se preocupem, vamos ficar bem.

Separou Ally dos braços de Colle e se sentou entre os dois, colocando os braços por trás de suas costas. Ally se aconchegou no peito de Hayden e esticou o braço, abraçando a cintura de Colle.

Fungou, evitando que o nariz escorresse.

— Ela se foi – entre soluços e espasmos, conseguiu dizer. –, e não nos despedimos.

O choro de Colle se fez presente. Logo, Ally imaginou tamanha dor que ele sentia. Havia perdido o pai há dois anos, e agora, a mãe. Sentiu-se tola por estar aos prantos diante da dor do irmão que tornara-se maior e mais intensa que a própria.

Mamãe se fora e para sempre, pensou ela. Se dizem nesses casos que devemos seguir em frente, como faríamos isso?

E mesmo lutando, a exaustão tanto física quanto psicológica a venceram. Adormeceu nos braços quentes e protetores de Hayden, ouvindo o choro baixinho de Colle. Esperaria, sem entusiasmo, para ver o que o dia de amanhã a reservara, mas pouco se importava. Seu coração estava dilacerado, com os farrapos jogados ao fundo do poço, como nunca antes.


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Notas finais do capítulo

Oi novamente. Então, o que acharam, ficou legal, ruim, "pura-buxa"? Críticas negativas e positivas serão sempre bem-vindas!
*Se leu, Comente. Preciso saber que você está aí.
Beijocas e até logo (Eu espero, vai depender de vocês). ♥