O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 6
Namorado


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o tão esperado capítulo! Espero que curtam e deixem comentários.



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Cory nos olhava com um sorriso malicioso no rosto, eu senti minhas bochechas pegarem fogo de tanta vergonha, Matt estava passando dos limites.

— Vou entrar e deixar os pombinhos a sós! — Cory falou divertido e entrou em seguida, deixando apenas Matt e eu.

— Ficou louco!? — Disse enquanto socava seu braço com força.

Ele apenas gargalhou como se aquilo não tivesse doído e em seguida me puxou pelo braço, aproximando-me dele.

— Eu apenas vim dizer que eu estou faminto e não posso esperar para jantar com seus pais! — Ele falou debochado e eu revirei os olhos.

Matt ainda vestia a roupa que estava na escola, e seus cabelos continuavam bagunçados, eu sempre senti vontade de pegar um pente e pentear aqueles cabelos escuros, mas sempre abominei a ideia de pelo menos tocar naquele garoto.

Eu ainda não havia dito nada, apenas o observava, seus olhos azuis pareciam ainda mais claro sob a luz da varanda de minha casa, e eu não pude deixar de notar em como seu rosto era bonito e anguloso, mas precisava ter bom senso e não fazer besteiras, alguns momentos podem destruir uma vida inteira.

— Não seja idiota. — Chamei sua atenção e em seguida comecei a caminhar em direção à minha casa.

— Avise seus pais que seu namorado chegará às 19:30. — Ele gritou e eu levantei o dedo do meio para ele, além de tudo, ele ainda conseguia ser abusado.

Ele balançou a cabeça em negação e caminhou para a sua casa lentamente, eu não quis, mas acabei por observá-lo, ele conseguia ser bonito até de costas e aquilo me assustava de uma forma louca.

Assim que entrei em minha casa, suspirei aliviada, pelo menos ali eu não correria o risco de vê-lo, e ultimamente isso se tornou tão frequente que não me assusto mais, Matt Hamilton havia entrado em minha vida e tirá-lo seria difícil, a única parte boa nessa aproximação será ter Mike em meus braços e era por isso que eu me submetia à aquelas coisas.

— Mel! — Minha mãe cumprimentou enquanto caminhava em minha direção.

Ela tinha seus cabelos enrolados em bobs e vestia uma calça jeans com uma regata branca, usava saltos altos como sempre e usava um batom nude que a deixavam ainda mais encantadora, a minha mãe é linda.

— É... Oi mãe. — Respondi ainda respirando com dificuldade, eu sempre ficava assim quando estava nervosa.

— Por que está tão nervosa? — Ela perguntou percebendo o meu peito subir e descer e novamente senti que estava ficando vermelha, isso estava se tornando muito frequente.

— Não é nada mamãe... Nada que tenha que se preocupar. — Falei rapidamente e subi as escadas sem dar tempo para que ela respondesse.

Entrei em meu quarto e tranquei a porta, mas infelizmente eu ainda não estava livre de Matt, a janela de meu quarto é virada para a dele, e do meu quarto eu conseguia ver o jogador de vôlei sem camisa, com seu abdómen perfeito à mostra, a cena chamou a minha atenção e eu passei bons segundos observando.

Até que ele viu que eu o observava e jogou beijos para mim, eu fiquei completamente sem graça e fechei a cortina rapidamente, o que eu estava pensando? Eu o odeio e você não deve achar seu inimigo gostoso, mesmo que ele seja muito.

Joguei-me em minha cama, ainda eram 17:47, eu teria tempo para me arrumar e avisar meus pais sobre o visitante ilustre, minha mãe com certeza vibraria com a ideia de tê-lo como genro e meu pai odiaria a ideia já que concorda comigo que ele não presta, pelo menos ele é inteligente.

Eu ainda estava deitada e percebi que o dia havia escurecido, a luz não entrava mais pela pequena fresta da janela e o meu celular apitou eu o peguei, eram mensagens no meu Whatsapp.

Matt babacão: Do jeito que você me olhou, as minhas desconfianças de que posso ser um modelo da Calvin Klein se confirmaram.

Eu: Não seja convencido idiota, pera ai, porque eu tenho o seu número mesmo?

Matt babacão: Você pediu para a sua amiguinha, a Vanessinha e salvou em seu celular, aposto que o meu nome está salvo como: "O gostoso do meu vizinho"

Suspirei, como ele além de ser um otário, podia ser tão convencido assim? Tá certo que as meninas babam por ele na escola e que ele já dormiu com metade das meninas daquela escola e que foi considerado o mais bonito, não por mim é claro, mas ele não precisa ser assim tão convencido.

Eu: Errou, está salvo como: "O convencido que se acha lindo quando na verdade parece um projeto de garoto de programa que não deu certo"

Digitei e enviei com um estúpido sorriso nos lábios, segundos depois meu celular vibrou, mas eu não quis saber qual seria a sua resposta.

Levantei-me da minha cama e caminhei até o banheiro de meu quarto, arranquei as minhas roupas e entrei em um demorado banho.

A água deslizando pelo meu corpo era no mínimo relaxante, ás vezes um banho quente pode acabar fechando muitas feridas e te dando excelentes ideias.

Depois de tomar banho e estar enrolada na toalha, sentei na cama e abri meu closet, eu tinha uma pilha de roupas e sapatos caros que não usava pois achava tudo aquilo desnecessário, a minha mãe insistia em achar que sou como ela, uma perua sem limites.

Sem muita dificuldade, escolhi um vestido nude cheio de babados, parecia adequado para a situação e ficava até que legal em meu corpo, escolhi um salto bem alto para acompanhá-lo e ao mesmo tempo não me sentir tão ridiculamente menor que Matt.

Vesti o vestido e calcei os sapatos, não passei muita maquiagem, me limitando a um lápis preto que realçou meus olhos verdes, um leve blush rosado e um batom rosa claro, aquilo tudo me deu uma aparência de boneca de porcelana que eu abomino.

Eu estava sentindo-me ridiculamente parecida com Katherine naquela roupa, aquilo era totalmente ela, não eu.

Eu preferiria com toda certeza, um tênis e uma calça jeans, mas sabia que deveria pelo menos fingir que havia me esforçado para me arrumar, do contrário toda a nossa farsa seria descoberta e não era isso que eu queria.

Deixei meus cabelos soltos, eu não havia os lavado e eles ainda tinham as ondas formadas, me olhei no espelho por uma última vez e suspirei irritada, eu estava bonita, mas aquela não parecia eu.

Desci as escadas lentamente, e quando meu pai me viu, ele ganhou uma expressão de surpresa, e eu ri de lado, ele com certeza não estava reconhecendo a menina que costumava jogar vídeo-game com ele e Cory.

Quando eu era pequena o meu grande vício era brincar de boneca, eu era uma menininha delicada e fofa, mas ao mesmo tempo geniosa, em minha adolescência eu mudei de menina delicada e fofa para uma garota que não ligava para nada e que se escondia atrás de um moletom pois a timidez impedia de falar com qualquer um, e sempre que fazia isso, a pessoa era tratada com tamanha frieza que se negava à voltar a falar comigo.

É acho que eu sou mesmo uma badass e daquelas bem difíceis.

— Nossa filha! Você está linda. — Meu pai exclamou e logo Cory apareceu e começou a gargalhar.

Eu revirei os olhos, não entendi qual era a graça daquilo, mas tinha certeza que havia algo relacionado a Matt, aqueles dois eram unha e carne e eu sempre sofri zoações por causa disso.

— Tudo isso é para o Matt? — Ele perguntou e minhas bochechas novamente ficaram vermelhas, não por causa do blush, e sim por causa da vergonha mesmo.

— Não seja ridículo Cory. — O repreendi e meu pai olhou-me confuso.

— Quem é Matt? — Papai perguntou e eu não soube o que responder.

— É o filho dos Hamilton, e o namorado da Melanie. — Cory falou e eu pulei em cima dele no mesmo instante.

O estapeei várias vezes e meu pai me tirou de cima dele, eu sorri vitoriosa pois ele estava vermelho e com certeza dolorido.

— Você é má Melanie. — Cory observou e eu sorri debochada.

— E você é um linguarudo. — Falei e ele pareceu se ofender, ele sempre foi sensível.

— Não seja ignorante com seu irmão. — Meu pai pediu e eu emburrei a cara e sentei no sofá.

Meu pai sentou ao meu lado e eu revirei os olhos, sabia que ele perguntaria sobre Matt, graças a Cory.

— Você está namorando o nosso vizinho? — Meu pai foi direto.

Suspirei, não sabia como responder aquela pergunta, mas a minha mãe apareceu na sala, agora vestia um vestido verde e tinha os cabelos enrolados.

O vestido realçava ainda mais as suas curvas poderosas que conquistaram o meu pai, a história dos dois era no mínimo diferente do habitual, não, eles não se conhecerem na faculdade ou tampouco eram melhores amigos, a minha era a melhor amiga da minha irmã, Maria, filha do primeiro casamento de meu pai, e a minha mãe começou a frequentar a casa deles, logo que se mudou para cá, assim que se viram sentiram algo nascer e acabaram se apaixonando, houveram muitas brigas e intrigas até que finalmente se casassem, mas isso já é outra história.

— É maravilhoso que namore o Matt querida! Adoro aquele garoto. — Minha mãe falou antes que eu respondesse meu pai.

— Não acho que ele sirva para você, mas se gosta dele, siga em frente. — Meu pai afirmou mexendo em seus cabelos castanhos e eu ainda não tinha resposta.

— Peter, pelo amor de Deus! O garoto é brilhante, já o viu jogando? Ele é incrível, além de ser um gato. — Minha mãe disse e piscou um olho para mim, eu senti que estava ainda mais vermelha naquele instante.

Meu pai olhou para ela, ele parecia irritado e ela riu, eles sempre pareciam felizes, quase nunca brigavam, eles pareciam se completar e eu achava a relação dos dois incrível.

— Isso não importa muito Jade, todos sabem que ele é um cafajeste, troca de namorada como troca de roupa. — Meu pai falou e eu sorri por dentro, ele concordava comigo.

— Ele é jovem, é normal nessa idade e tenho certeza de que ele não magoaria nossa filha. — Minha mãe o defendeu e eu suspirei, tão iludida.

— Nós estamos namorando e ele virá jantar conosco hoje. — Eu falei e os dois olharam para mim, completamente chocados.

— Como assim? — Mamãe perguntou parecendo claramente curiosa.

— Ele vai jantar conosco hoje, ele quer que eu o apresente à vocês. — Afirmei e mamãe sorriu, meu pai lançou um olhar de desaprovação.

— Se ele quer ser apresentado, é sinal que tem boas intenções, viu, eu sabia! — Ela falou e meu pai se levantou e se retirou, parecia irritado.

— Espere até sua irmã saber disso! — Mamãe falou animada.

— Não quero que ela saiba. — Falei e puxei meu celular que estava congestionado de tantas mensagens.

Abri uma das conversas e não me surpreendi ao ver o nome de Matt.

Matt babacão: Abra a porta.

Ao ler esta mensagem meu coração disparou, ele estava ali, mas eu não quis abrir a porta, não queria dar de cara com ele, não agora.

Mesmo assim, fiz um esforço e me levantei caminhando em direção à porta, a abri devagar e logo dei de cara com o cretino, que estava excessivamente lindo.

Matt vestia uma camisa social azul escura e uma calça jeans clara, tinha os cabelos escuros perfeitamente alinhados e um buquê de rosas vermelhas em suas mãos, além de uma caixa de chocolates na outra, assim que me viu, ele me olhou de cima em baixo e em seguida dei um leve sorriso de lado.

— São para você querida. — Ele disse entregando-me as rosas e o chocolate.

— Obrigada, eu acho. — Eu respondi e terminei de abrir a porta. — Entre.

Ele entrou sem hesitar, ele já havia estado ali muitas vezes, mas nunca como o meu namorado e eu pedia por dentro que nunca mais estivesse ali nessa posição, seria a primeira e a última vez.

Logo meus pais e Cory apareceram na cozinha, Cory sorrindo ironicamente e minha mãe sorrindo contente, meu pai ainda estava sério.

Cory vestia uma camisa de futebol, o time era o famoso Real Madrid, aquela era sua camisa preferida, ela tinha um número 7 que era do famoso Cristiano Ronaldo, meu irmão, assim como meu pai, era fanático por futebol.

Matt sorriu de volta para eles e me puxou, colando nossos corpos em um abraço típico de casais, eu suspirei, mas sorri falsamente.

— Boa noite, senhor e senhora Guire. — Ele cumprimentou e naquele momento eu soube que a noite seria longa e com toda certeza, eu precisaria ser perfeita para enganar meu pai, um delegado experiente, meu irmão uma pessoa muito observadora e minha mãe que não precisava de muito para ser enganada.


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Notas finais do capítulo

Responda nos comentários: Estão gostando?
Para quem se interessou na história dos pais de Melanie, basta acessar a minha página e ela está ali, o título a deixa bem identificável!