O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 39
Anormal


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeey! Ai, juro que não entendo porque tenho que começar os capítulos com hey ou alguma coisa do tipo, mas tá ok. Falta pouco mesmo para o Natal agora e eu estou feliz :D mais um capítulo fresquinho para vocês.
Eu gostaria muito de agradecer à linda da Lina que recomendou a fic ♥
Ain sua linda, me abraça :)
É isso,
beijocas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633417/chapter/39

— Por que diabos fez aquilo? — perguntei irritada e Vanessa revirou os olhos escuros.

— Não quero falar sobre isso. Se você me chamou aqui para me dar sermões sobre comportamento ou lições de vida zen, pode começar que eu vou embora agora — ela respondeu. — E o Cory parece que não enxerga a cobra que aquela garota é. Eu nem sei como pensei que ele poderia me enxergar, eu já entendi que ele não gosta de mim. Na primeira oportunidade que ele tem de me ignorar e dar atenção para outra pessoa, ele simplesmente vai lá e faz isso.

Eu tive que concordar. Cory simplesmente não conseguia enxergar Vanessa e não tinha nada que eu pudesse fazer por ela. Mas eu tinha muitas coisas pra fazer por mim e falar com Matt era a primeira delas. Depois eu também deveria conversar com a minha mãe sobre o comercial e também deveria raspar as pernas, mas essa última tarefa era supérflua.

Disse para Vanessa que já voltava e saí pela porta. Logo dei de cara com Cory e fiquei pasma com a cena que vi. Ele estava abraçado com Angela, que parecia chorar. O que estava acontecendo com o meu irmão santo? Em um ano ele conseguiu terminar seu namoro com a nossa priminha turca, embarcar em um romance louco com uma ruiva homicida, levar minha melhor amiga para um shopping e agora abraçar uma inimiga em potencial. Ótimo Cory! Matt sentiria orgulho de seu cunhado.

— O que significa isso? — perguntei atônita e Angela pareceu corar. Era a primeira vez que eu a via fazendo esse tipo de coisa e confesso que fiquei feliz por descobrir que ela tinha vergonha. Nem que fosse um pouquinho, mas já era um começo.

Angela me olhou com um olhar angelical.

— Me desculpe, é que eu estava um pouco chateada e seu irmão me ajudou.

Franzi as sobrancelhas e suspirei. Cory me olhou, também parecendo envergonhado. Resolvi ignorar os dois, isso não era problema meu e de problemas eu já estava cheia.

Caminhei até a casa de Matt e quando eu ia bater na porta pela segunda vez, a mãe de Matt a abriu. Ela pareceu aliviada de me ver e logo me puxou para dentro, sem dizer nenhuma palavra.

Hoje a senhora Hamilton, ou Ellen como ela preferia ser chamada, vestia um vestido florido que não combinava nada com seu estilo atlético sexy e tinha os cabelos presos em um coque estilo "mãe americana". Ela estava estranha, parecia estar vestindo uma fantasia. Minha sogra se sentou no sofá e eu deduzi que eu deveria sentar também. Foi o que fiz. Então ela me olhou com seus lindos olhos azuis e sorriu. Mas não foi um sorriso de felicidade, parecia um sorriso de nervosismo.

— Eu pensei que o Matthew estava com você — ela falou e eu balancei a cabeça em negação.

— Ele não estava comigo não. Pra falar a verdade, estava na esperança de encontrá-lo aqui. Nós meio que brigamos.

Ela arregalou os olhos azuis e em seguida tentou sorrir amigável, o que não deu certo.

— Eu estou muito preocupada com ele. Ele disse que ia sair e não sabia quando voltava e tem aquelas ligações que ele anda recebendo... — ela falou e até eu fiquei nervosa. — Você acha que ele está envolvido com drogas?

Eu não pude conter o riso. Aquela era uma pergunta séria, mas eu com certeza não saberia responder, já que eu sabia pouco sobre os hábitos sociais de Matt. Eu chutaria que ele não usa drogas, mas chutaria que já usou.

— Não saberia responder.

E foi aí que tudo aconteceu. Matt entrou na sala, segurando uma garrafa de alguma bebida cara e parecia completamente bêbado, o que eu certamente não estranhei. Era um típico comportamento seu e que eu estava estranhando tê-lo deixado de lado. A julgar pelo que eu havia dito a ele, eu não poderia achar ruim que ele tomasse aquele tipo de atitude. Era sempre assim com o Matt, não é?

Ele vestia uma calça jeans muito apertada e uma que eu nunca vira antes. Usava também uma camisa vermelha de seda com botões dourados e calçava um sapato de couro preto. Ele parecia vestido para algum tipo de festa formal, mas a julgar pelo seu rosto, se perceberia que ele estava era em um algum bar qualquer.

— E aí, amor? Como foi o encontro com o Mike? — ele disse obviamente se referindo ao que eu havia dito.

Eu simplesmente não conseguia me mover. Estava gelada. Sim, ele havia feito o que todos previam. Estava bêbado e sabe lá o que ele teria feito longe de mim. Me enfiei no sofá e apertei os olhos por alguns segundos. Aquilo só podia ser um pesadelo.

— Matthew! Como pode chegar assim em casa? E ainda chegar bêbado desse jeito? Eu pensei mil e uma coisas! Você é irresponsável — A senhora Hamilton começou e eu quis sumir. — Você não consegue aproveitar as coisas boas sem estragar tudo? É impossível para você não destruir a felicidade dos outros? Meu Deus, onde foi que eu errei?

— Relaxa mãe! Eu não fiz nada demais! Eu estou muito bem, quer dizer, eu estaria melhor se a Mel não tivesse se esfregando com o Mike por aí, mas eu to bem. Quando se é corno o que mais pode se fazer se não beber? — ele respondeu e eu senti vontade de estapeá-lo, mas me contive. — Agora eu vou subir, não seria legal vomitar na frente da namorada adúltera.

Mordi os lábios.

A senhora Hamilton ficou me olhando por longos segundos. Estava claro que aquilo havia sido uma provocação de Matt. Eu realmente duvidava que ele tivesse feito qualquer coisa com qualquer mulher. O seu estado não permitiria nada, ele mal se aguentava em pé. E o melhor de tudo, ele achava que tinha o traído. E provavelmente sua mãe também achava que sim.

— Eu não traí o Matt — eu afirmei e ela pareceu acreditar.

— Claro que não traiu. Eu conheço o meu filho, mas eu duvido muito que ele tenha tocado naquela mulherzinha.

Olhei para as escadas e pensei em subi-las, mas achei melhor não. Matt não merecia meu apoio. Ele merecia o meu desprezo e era isso o que ele teria de mim. As pessoas sempre esperavam esse tipo de comportamento dele e ele nunca pararia se alguém não lhe mostrasse como era errado e como ele poderia ser melhor que aquilo. Aquele alguém teoricamente seria eu, mas eu preferi adiar a minha melodramática vida amorosa para o outro dia. Há coisas mais importantes na vida do que garotos bêbados e possessivos. Eu tinha muitas coisas para fazer e elas não incluíam ficar fazendo carinho em um garoto prestes a vomitar.

— Eu acho que eu vou indo — afirmei e Ellen assentiu.

*/*

Saí da casa de Matt completamente irada. Como ele podia ter sido tão baixo de chegar daquele jeito em sua própria casa para me afrontar daquela forma? Ele merecia mesmo era que eu terminasse com ele, mas eu sabia que seria incapaz, já que o amava mais que qualquer coisa. Eu decidi que não transpareceria que eu estava completamente acabada pelo acontecimento. Abri a porta e dei de cara com meus pais conversando com Cory. Vanessa pelo jeito tinha ido embora e com isso eu não tinha ninguém para conversar sobre o quanto meu namorado é imbecil.

— Ei filha! — meu pai me chamou e eu sorri. — Junte-se à sua família!

Ele pediu, mas fui incapaz de me aproximar. Eu queria mesmo era tomar um banho e esquecer o dia de hoje, mas sabia que iria sonhar com o maldito e com sabe se lá o que ele fez longe de mim. Se ele queria me magoar, ele havia conseguido e merecia palmas, porque havia conseguido mais que me magoar, ele tinha conseguido me decepcionar.

— Estou cansada. Vou dormir.

Disse e subi as escadas para o meu quarto. Eu estava em um estado de depressão tão grave que não me dei o trabalho de tomar banho. Apenas me deitei do jeito que eu estava desejando que eu pudesse apagar aquele dia desastroso da minha mente. Foi em vão. Depois de alguns minutos, que eu não soube calcular quantos foram eu me levantei e finalmente tomei banho. O dia estava frio e isso me lembrou de que o natal se aproximava, logo nevaria. Pela lógica já era pra estar nevando, mas eu ainda não havia visto nenhum floco de neve.

Vesti uma roupa quentinha, que consistia em uma meia que ia até os joelhos e era cheia de bolinhas vermelhas e uma blusa de mangas compridas também vermelha. O meu cabelo escuro e minha pele clara combinaram perfeitamente com a roupa. Eu parecia uma criança, mas tentei ignorar o fato. Peguei um livro em minha humilde estante e comecei a folheá-lo. Era um exemplar de "O Morro dos Ventos Uivantes" e eu me lembrei que costumava fantasiar sobre um amor como o de Heathcliff e Catherine. Eu provavelmente era muito ingênua na época, pois naquele momento eu desejei nunca ter tido nenhum amor na vida toda.

Já passava de uma hora da manhã quando eu finalmente decidi que dormiria, mas como a minha vida é uma constante loucura, não foi o que aconteceu. Algum imbecil jogou pedrinhas na minha janela e eu logo presumi que poderia ser Mike com mais uma de suas serenatas. Não era ele. Era o meu adorado namorado bêbado. Ele agora vestia uma blusa preta de capuz e usava luvas. O dia estava mesmo frio. Abri a janela e pus meu rosto para fora.

— O que foi? — perguntei irritada.

— Desce e eu te conto — ele respondeu com aquele seu sorriso rouba-corações e por um momento eu derreti.

O amor é mesmo uma droga.

— Sem chance.

— Ah por quê? — ele fez beicinho e eu poderia ter achado a coisa mais fofa do mundo se eu não estivesse morta de raiva.

— Porque você é um babaca.

— Ui, que rude — ele levantou as mãos.

Eu simplesmente não conseguia. A tarefa de odiá-lo foi fácil para mim por anos, mas agora parecia apenas difícil dizer não para ele. Essas tolices românticas sempre me deram no saco e agora não era diferente, entretanto uma força que parecia vir de dentro parecia gritar "fique com ele! Desça e fique com ele!”. Um meio sorriso iluminou meu rosto e eu decidi que desceria sim, mas ele levaria um sermão, é claro.

Sair pela janela não foi exatamente uma coisa fácil de fazer, mas eu mentiria se dissesse que foi difícil. O frio que eu senti foi o que piorou as coisas. Eu pensei por alguns momentos que fosse simplesmente congelar e quando finalmente pus os pés na grama, agradeci ao Senhor por ter me livrado dessa.

— Espero que isso valha à pena — comentei e ele cruzou os braços. Um sorrisinho malicioso se formou em seu rosto e ele me abraçou fortemente.

— Give it to me, I'm Worth It — Ele cantarolou e eu segurei o riso.

Pera aí! Por que eu estaria rindo se eu estava com raiva dele? Eu não saberia lhe dizer, mas ele simplesmente me dava tanta paz que eu achava difícil não rir. O amor é o amor e ninguém pode mudá-lo. Matt segurou meu rosto com suas mãos grandes e olhou em meus olhos.

— Me desculpe — ele falou sério. Essa era uma das poucas vezes que o via assim. — Eu deveria ter tido maturidade para entender que você estava blefando.

Suspirei. Ele estava se desculpando. Por mais que eu sempre pensasse que pedir desculpas era uma coisa desnecessária já que não mudava nada do que tinha acontecido, naquele momento as suas palavras me tocaram. Tanto que o beijei. Não foi nenhum beijo estilo filme de amor, mas foi um beijo verdadeiro.

— Eu quero te levar para um lugar especial — ele falou e eu sorri imaginando o lugar. — Não é a minha cama. Você parece até uma viciada.

— Ei! — o soquei. — O viciado aqui é você.

— Você sabia que você se auto elogiou?

— Você é viciado em sexo, não necessariamente comigo — respondi e ele se deu por vencido.

Caminhamos até a sua casa e eu já imaginava alguma experiência sexual louca, mas o que achei amoleceu meu coração. Ta isso foi um pouco besta. Os fundos de sua casa estavam arrumados em uma espécie de acampamento improvisado. Uma cabana branca e muito grande por sinal, estava armada em sua grama muito bem cuidada. Matt me guiou até o lugar e nós simplesmente entramos. Alguns cobertores e travesseiros extremamente confortáveis ocupavam o lugar e eu fiquei impressionada com o espaço que tinha ali. Eu não poderia estranhar que a sua cabana era gigante já que ele também era.

— Isso é bem antigo, não é? — perguntei. Em algum lugar da minha memória eu lembrava daquilo.

— Sim. Eu costumava trazer seu irmão para dormirmos aqui — ele sorriu de lado. — Agora vejo como isso era gay. Eu prefiro você, só pra constar.

Dito isso, ele não perdeu tempo. Seus lábios colaram-se aos meus de uma forma doce. Nós ficamos apenas nos beijando por algum tempo. Estávamos presos em um beijo lento e demorado e quem tomou a atitude fui eu. Abri a blusa de Matt, que tinha um zíper na frente. Ele entendeu tudo e logo arrancou a blusa de baixo. Toquei a sua bochecha e olhei em seus olhos. Eles pareciam incrivelmente ternos. Não perdi tempo e voltei a beijá-lo com ardor. Dessa vez estávamos um pouco mais quentes e não demorou para ficarmos seminus.

— Eu juro que já estava sentindo falta disso — eu falei alisando a sua barriga e ele fechou os olhos e abriu devagar.

— E eu disso — ele completou e me deitou devagar. Suas mãos foram até o meu sutiã e sem drama, ele o arrancou.

Passei os braços em volta de seu pescoço e o puxei ainda mais pra mim. Mudamos de posição e agora eu estava por cima. Matt aproveitou para nos livrar de nossas últimas peças e eu finalmente uni nossos corpos. A sensação de transar daquela forma foi diferente. Eu parecia comandar e também o sentia dentro de mim com mais intensidade. Novamente nos beijamos, enquanto eu me mexia devagar.

— Você fica linda nessa posição — Matt sussurrou em meu ouvido e eu me arrepiei.

— Eu fico linda em todas — eu disse e o empurrei.

Ele deitou de novo, enquanto eu tomava conta de tudo. E assim eu terminei a minha noite. Transando com o meu namorado em uma cabana em seu quintal. Melhor final? Impossível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí curtiu? Por favor gente! Eu tenho mais de 300 acompanhamentos e ninguém dá as caras! Eu não mordo... deixem um oi pra mim nos comentários? Eu ficaria muito grata >