O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 37
Shopping


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! O comunicado oficial é que meu computador voltou e agora poderei postar com frequência :D. O capítulo é dedicado para a Lizzy que recomendou a história! Obrigada, eu amei a sua recomendação ♥
O personagem Nicholas é da história de uma amiga minha maravilhosamente linda. Deixarei o link para a fic dela nas notas finais.
Só isso, beijocas!



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Depois que eu havia ligado para Vanessa — e ela tinha dado um ataque — Cory finalmente havia se dado o trabalho de se arrumar e eu também. O dia havia esfriado, por isso vesti uma calça jeans escura e um casaco de couro preto. Um batom vermelho nos meus lábios completou minha produção. Calcei minhas botas marrons de couro que eu nunca quis usar e saí do meu quarto balançando meus cabelos.

Eu ainda estava intrigada e até com um pouco de ciúmes de Matt, mas eu já estava me distraindo bastante arranjando encontros para o meu irmão recém solteiro. Sentei no sofá da sala e relaxei. Cheguei a fechar os olhos por alguns momentos e até cochilei. Um cheiro de perfume feminino forte entrou em minhas narinas e acabei abrindo os olhos. Eu devia ter dormido cerca de cinco minutos, mas tinha a impressão de ter dormido mais que isso. Vanessa se encontrava bem na minha frente e a julgar pela sua expressão, ela estava animada.

A morena tinha os cabelos alisados e agora uma franja moldava seu belo rosto. Ela vestia uma espécie de cropped branco com uma jaqueta de franjas cor de areia e uma calça da mesma cor. Ela estava muito maquiada e seu batom era roxo. Vanessa estava maravilhosa, tanto que até eu me sentiria atraída por ela.

— Boa noite, Mel Melada — ela disse sorrindo e eu acabei me lembrando de Matt no mesmo instante.

Um sorriso besta brotou em meus lábios e Vanessa me olhou pretensiosa.

— Tem alguma coisa que você quer me contar? — ela perguntou e foi aí que eu me toquei.

Uma coisa muito importante tinha acontecido. Eu agora não era mais virgem e eu não tinha conversado com ninguém sobre isso. Como eu já disse Vanessa nunca foi o tipo de amiga "BFF", mas depois de um tempo foi exatamente isso que ela se tornou. O tempo que ficamos separadas fez com que eu quisesse valorizar um pouco mais sua amizade. Ela merecia saber daquilo.

— Como foi que sacou? — perguntei, imaginando se estava escrito na minha testa que meu hímen se encontrava rompido.

— Você nunca acorda de bom humor — ela falou como se estivesse me analisando — E você estava gemendo o nome do Matt tipo "Oh Matthew". Deu pra sacar.

Eu não entendia exatamente o que ela estava querendo dizer na parte de acordar de bom humor. O que as pessoas acham? Que sexo é a chave para a felicidade? Não é bem assim. E eu também duvidava que houvesse feito o que ela disse. Não fazia o meu tipo. Olhei pra Vanessa com cara de pouco amigos e ela deu um sorriso amarelo.

— Foi brincadeira, amiga. Relaxa um pouco aí vai — Vanessa olhou para suas unhas.

— Estou relaxada, amiga. Você é que parece nervosa. Meu irmão é um animal, mas ele é dócil na maioria das vezes — respondi tranquilamente e ela corou no mesmo instante.

Estava mais que claro que Vanessa gostava de Cory, eu francamente não entendia exatamente o que ela via naquele imbecil, mas nunca quis descobrir. No começo eu achava que eles dariam um excelente casal, agora não penso mais assim.

Cory era um bom garoto (exceto quando se relaciona com ruivas psicopatas) e também era muito bonito (sendo meu irmão gêmeo é impossível não ser), mas algo me dizia que ele não iria por muito tempo com Vanessa. Ela podia ser bonita e divertida e eu sabia que ele gostava dela, mas é que nossa família tem um problema sério em querer pessoas fora do nosso alcance. Eu confesso que pensei muito se Vanessa iria ou não, sair machucada dessa aventura romântica, mas ela já era tão adulta quanto eu e deveria saber onde deve e onde não deve se meter.

— Pare de enrolar e desembucha! — Vanessa pedia.

Olhei para ela com um sorriso no rosto.

— Você só precisa saber que foi bom e nada mais.

— O Matt é bom de cama? Sempre imaginei! — ela comentou e eu revirei os olhos.

— É claro que ele é — respondi.

— Eu não queria mesmo ser você, Melzinha. O Matt é muito bem dotado. Tenho total pena de você — Cory comentou e eu senti vontade de estapeá-lo.

— Não posso dizer o mesmo sobre a Breeze, já que você não é — Revidei e foi como se eu tivesse o insultado da forma mais grosseira possível.

Homens e seu orgulho de macho.

— Não sei como diz isso se nunca viu — Cory se defendeu.

— E nem pretendo. Isso seria muito incestuoso.

Eu dei uma alta gargalhada e Vanessa me olhou como se eu fosse uma aberração.

— Será que podemos ir para o shopping? Eu morreria por um milk-shake e umas batatas fritas com muito bacon — Vanessa falou como se estivesse cansada.

— Que comida gordurosa, Nessa — Cory falou pela primeira vez diretamente com Vanessa.

Eu olhei para os dois com um sorriso malicioso e fui caminhando na frente. As coisas estavam indo rápido, ele já tinha chamado de apelido e nem tínhamos saído de casa.

**

Tirei meu carro da garagem e o parei na calçada. Cory e Vanessa conversavam animadamente e como se já fossem um casal. Ela se insinuava sem disfarçar, jogando o cabelo e ele sempre que podia tocava nela. Estava sendo mais fácil do que eu imaginava. Buzinei de forma que os dois prestassem atenção em mim e os dois entraram no carro. Ambos no banco de trás. Agora eu parecia a motorista particular dos dois. Suspirei e dei a partida. Minutos depois eu liguei o rádio e uma música de Rock pesado dominou meu carro. Eu balançava a cabeça ao som da música e ignorava a presença dos dois.

Cory e Vanessa agora se olhavam nos olhos. Não consegui dominar minha curiosidade e acabei observando tudo. A mão dos dois estavam entrelaçadas e Vanessa olhava diretamente para o boca deles. Aumentei o volume da música e logo uma das minhas músicas prediletas começou. Worth It do Fifth Harmony.

Give it to me, I'm worth it — cantarolei alto e os dois se afastaram. Eles podiam até se beijar, mas no meu carro não.

Cory me fuzilou com os olhos e eu continuei com os olhos no volante. Não demorou muito para chegarmos.

O shopping da cidade era relativamente novo e também não era algo gigante. Ele possuía três andares de lojas e uma praça de alimentação. Como já estávamos no final do ano, a decoração era totalmente natalina. E foi vendo a decoração que eu percebi que na Segunda, eu iniciaria a minha última semana de aulas e logo teria que resolver questões sobre a formatura que se aproximava. Eu com certeza iria participar da festa, já que me privei da minha de oitava série. Talvez eu devesse aproveitar a oportunidade para ver alguns vestidos.

Nós caminhamos até a praça de alimentação e pedimos batatas fritas com bacon para Vanessa e um sanduíche natural para Cory. Eu pedi uma coca e um cheesburguer com bastante queijo. Não demorou para a comida chegar e eu vi Cory e Vanessa se divertirem enquanto comiam. Eu apenas continuei sentada comendo com vontade, e por alguns momentos cogitei a ideia de ter encarnado Matt para comer daquele jeito descontrolado e absurdo.

— Você gosta de comer pelo visto, gatinha —Um garoto que parecia não ter mais de doze anos comentou e eu quase engasguei com a comida.

Ele me lembrou muito Matt quando era dessa idade. As mesmas bochechas rosa e os olhos azuis, mas o garoto era baixinho.

— Eu adoro comer. Você não? — respondi e ele pareceu chocado por eu ter respondido.

— Eu gosto, mas tenho que cuidar do corpo, não é? — ele disse sorrindo e eu novamente tive espasmos de tanto rir.

— Está mais que certo — concordei. — Mas eu sou mesmo gatinha?

— Claro que sim. Admito que você não é tão gata assim, mas é gata e esse seu jeito de badgirl me deixou louco. Couro é muito sexy e em morenas fica ainda melhor.

Me segurei para não cair novamente na gargalhada. Na minha época garotos dessa idade nem sabiam o significado da palavra sexy.

— Ah é? Que interessante... e quem te ensinou isso? — questionei.

— O meu primo. Ele é o maior galã com as mulheres e ele é o melhor jogador de vôlei da cidade — o garoto falou e eu comecei a pensar que o tal primo fosse Matt pelas semelhanças físicas.

— E como ele se chama?

— Matt — ele falou sorrindo e eu quase tive um ataque.

Como Matt pôde ensinar esse tipo de coisa para uma criança? Ele escutaria poucas e boas.

— E qual é o seu nome? — perguntei.

— Vince Alexander.

— Bonito nome. Você é uma gracinha, mas agora preciso falar com meu irmão — terminei o assunto e voltei os olhos para Cory.

O meu irmão gêmeo me olhou de volta.

— Vou dar uma volta. Fiquem bem sem a mamãe — anunciei e me levantei.

Comecei a caminhar em direção às lojas quando meu celular tocou. Atendi e era Matt.

– Onde a senhorita está?

– Estou em Nárnia.

– Pare de bobeira e me responda.

– Não estou afim. Ligue para a sua amiga de ligações e pergunte pra ela onde eu estou.

– Pirou? Aquilo não era nada sobre isso. Você está com o Mike, aposto.

Revirei os olhos.

– Talvez.

Falei e desliguei o telefone.

Aquela com toda certeza era a conversa mais sem sentido que eu já tivera, mas resolvi ignorar no momento e entrei em uma loja cara. Vestidos com preços de carros estavam na vitrine, mas nenhum deles me agradou.

Sentei-me em uma cadeira e passei a observar os diferentes colares que estavam ali. Um garoto loiro havia acabado de comprar um e vinha em minha direção. Eu gelei.

— Ei, você não é a Mel? — o garoto perguntou e eu tive receio de responder.

Quem era aquele?

Ele parecia confuso com o meu silêncio e eu aproveitei para observá-lo. Ele parecia um modelo. Seu rosto parecia ter sido esculpido de tão lindo e seus olhos claros chamavam muito a atenção. O garoto era maravilhoso e eu comecei a imaginar se ele ia dar em cima de mim. Não, ele não parecia ser desse tipo.

— Oi? — ele falou confuso.

— É, oi. Eu sou a Mel sim e você? Quem é você?

— Sou o Nicholas, prazer — ele apertou minha mão e eu sorri em resposta. Ele parecia ser boa pessoa.

— De onde me conhece? — perguntei curiosa e ele deu um sorriso de lado. Ele era incrivelmente bonito.

— Sou uma espécie de cunhado seu.

— Cunhado? O Cory agora é gay? Socorro! Não sabia me desculpe — falei toda desajeitada e ele pareceu segurar o riso.

— Eu não sou o namorado do seu irmão. Eu sou meio que irmão do seu namorado. Sou um dos melhores amigos do Matt.

Amigo do Matt! Suspirei aliviada. Pelo menos ele não ia dar em cima de mim.

— E como soube que era eu? — perguntei.

— Eu deduzi. Cabelos escuros, olhos verdes, baixa... — eu revirei aos olhos quando ele disse "baixa".

— Pelo visto o Matt falou de mim.

— Ele SÓ fala de você. É quase insuportável, sem ofensas.

— Ah claro. Imagino o tipo de coisa que ele fala sobre mim — comentei traçando possíveis assuntos sobre mim.

— Ele te ama. Nunca pensei que um cachorro daqueles fosse tomar jeito, mas você conseguiu. Parabéns! — ele disse sorrindo.

— Obrigada, eu acho. De qualquer forma o Matt me irritou muito hoje — Suspirei.

— Ele sempre irrita. Ás vezes penso que a mãe dele batia maconha e botava na mamadeira dele. Não posso nem lembrar daquele Akonderson — ele falou e eu arregalei os olhos.

— Akonderson?

— Longa história. Vamos tomar um milkshake que te conto — ele falou e eu assenti.

Logo estávamos com nossos respectivos copos.

— O que aconteceu foi que o Matt foi o último de nós a perder a virgindade - ele começou e eu sorri. Aquilo era inimaginável. — Então quando ele finalmente fez, ele chegou cantando I Just Had Sex feito um louco. Daí nós o chamamos de Akonderson que é a junção de Akon com Anderson. Akon, cantor e Anderson, o jogador de vôlei — ele terminou de contar e eu estava morta de tanto rir. Agora eu poderia implicar com ele sempre.

— Obrigada por me contar sobre isso. Você foi muito legal em compartilhar isso com uma estranha — agradeci e ele pareceu corar.

— Que nada! Você tem um irmão, certo? — ele perguntou e eu assenti.

— Sim, e ele é um nojo.

Ele pareceu sem graça com algo, mas não entendi exatamente o que. Nicholas abriu a caixinha do colar e logo um maravilhoso apareceu.

— Você gostou? — ele perguntou.

— Amei. É para sua namorada? — perguntei e ele pareceu mais sem graça ainda.

Já ia me desculpar quando ele abriu a boca:

— É para minha irmã — ele disse com adoração e eu sorri. Ele parecia ser encantado pela irmã.

— Nossa! Você deve amá-la, meu irmão nunca me daria algo assim — comentei e ele corou novamente.

— Acho que nenhum irmão daria — ele concordou e se levantou. — Tenho que ir embora. Foi um prazer te conhecer.

— O prazer é todo meu — retribuí a gentileza.


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Notas finais do capítulo

Aqui o link https://fanfiction.com.br/historia/643695/Segredos/, leiam que não se arrependerão hahaha...
Beijinhos de amor