O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 32
A Mel Gordinha


Notas iniciais do capítulo

Heeeey camaradas! Aqui estou eu, a diva das divas, a maravilhosa das maravilhosas, Mila! HAHAHAHHAAHAHAH brinks, peço desculpas por qualquer erro e também pela demora com o capítulo... Ainda sem computador!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633417/chapter/32

O porão era ainda mais escuro do que eu imaginava e ser empurrada por escadas era ainda pior. Por Deus, o que eu havia feito para merecer isso? Ou melhor, o que Matt havia feito pra merecer isso? Ah! Lembrei! Sequestrou o senhor coelho-porco. O ruivo purpurinado era uma verdadeira "bad bitch" e lembrar de suas historinhas fez com que um sorriso nascesse em meus lábios. O garoto moreno e robusto me olhou confuso e eu suspirei. Ele até que era bem pegável, mas parecia gostar de chupar a fruta que eu gosto até o talo. Triste não? O homossexual, quer dizer, o moreno, continuou me empurrando pelas escadas e eu por um momento pensei que fosse tropeçar. O olhei com uma cara de Nicki Minaj discutindo com Miley Cyrus e ele soltou meus braços.

Ainda com os olhos nele, sorri ironicamente e balancei os cabelos. Ele pareceu querer cortar a minha cabeça fora, mas por algum motivo eu não sentia medo algum. Eu sabia que eles não passavam de adolescentes imaturos tentando vingar algo e eu também sabia que eles iriam se dar muito mal nisso. O moreno me lançou um olhar gélido que eu retribuí e em seguida me dei um empurrão forte, tão forte que quase caí. Fui forte e me mantive de pé. Ele agora tinha os lábios entreabertos e parecia sentir uma raiva desumana.

— Desça sozinha, vadia! — o garoto gritou e eu segurei o riso. Ele era mesmo muito gay. Tão gay que acabei por me pegar tendo flashes dele com o nosso ruivinho.


— Pode deixar, fofinho! — respondi e ganhei uma virada de olhos como resposta. Eu parecia tediosa aos seus olhos, mas sabia que nos olhos de Matt eu era tudo, menos isso.

O porão contava com uma sala pintada de marrom e arrumada em um estilo vintage. Contava também com um sofá de couro vermelho com alguns desenhos engraçados e uma estante cheia de livros velhos. O lugar cheirava à poeira e eu logo espirrei. O Ricky Martin do Paraguai ligou as luzes e eu pude perceber uma alta janela que claramente dava acesso ao jardim. Não demonstrei minha animação e continuei parada vislumbrando meu novo lar. O sono me pegou com força e eu fechei os olhos. Eu iria dormir, mas antes armaria planos para fugir no maior estilo Katniss Everdeen e cantar "Bitch Better Have My Money" para Henry. Talvez eu estivesse viajando um pouco. Talvez.

Por alguns momentos pensei em procurar uma escada e pular, mas como o garoto ainda me olhava, tentei disfarçar a minha súbita animação. Olhei para os meus pés e pude ver a minha sapatilha que parecia de alguma forma diferente. Eu não estava longe de casa há mais que um dia, mas parecia que séculos haviam se passado.

O garoto finalmente saiu, me deixando sozinha. Sentei no sofá e bufei, estava cansada. Eu tinha certeza de que todos se ferrariam quando Matt descobrisse isso e contasse ao meu pai. E foi pensando em Matt que consegui adormecer por alguns segundos, mas logo fui acordada por passos no porão. Acordei e dei de cara com Henry, que vestia uma calça verde e uma camiseta branca que mostrava parte de seu peito. Mais gay? Impossible! Impossível mesmo. Sempre adorei os gays, mas aquela experiência estava sendo tão desagradável que me sentiria mal na presença de qualquer alma purpurinada por um bom tempo. Como alguém pode ser tão idiota? Eis a questão. Henry estava parado de braços cruzados e me observando com os olhos atentos como se estivesse me estudando em cada detalhe. Sem mais nem menos, o ruivo sentou ao meu lado e continuou me fitando.

— Você o ama, não é? — perguntou e eu logo entendi que se referia a Matt.


O olhei desanimada e suspirei. Odiava falar sobre os meus malditos sentimentos, mas resolvi falar a verdade que já estava nítida para todos.

— Sim.

— Sabe Melzinha? Eu não quero te machucar, mas preciso atrair seu boy pra cá... Caso ele não jogue, podemos ganhar mais facilmente e dessa forma tudo será igual ao ano passado. Apenas colabore e tudo vai ficar bem — ele falou e eu senti vontade de cuspir em seu rosto. Aquilo era trapaça.

Revirei os olhos e suspirei. Odiava pessoas como Henry e odiava ainda mais quando elas resolviam abrir a boca.

— Deve ser terrível duvidar da própria capacidade desse jeito.

— Ah minha querida! — ele disse segurando meu queixo. — Não sabe o que diz. Ter o Matt no time é sim uma verdadeira trapaça. Seu amorzinho é um príncipe da libertinagem, mas também é um verdadeiro Deus no vôlei. Não é justo jogar contra ele — O ruivo falou e soltou meu queixo.

Ele estava certo sobre Matt, mas isso não dava a ele o direito de tirar alguém do jogo e se ele estava achando que ia jogar seu joguinho de quinta, estava enganado. Em um momento de desespero pensei em jogar um livro em sua cabeça e fugir depois, então me levantei e fui até a estante de livros. Peguei o primeiro que tinha um título engraçado, se chamava "Sem Título" e abri na primeira página que para minha surpresa estava escrita e com a mesma frase: "Que tipo de imbecil é você"? Repetida inúmeras vezes. Respirei fundo e virei a página que continha mais uma frase: "Para abrir este livro". Eu já estava virando mais uma página quando Henry falou:

— Sem título.

— O que? — perguntei.

— Que tipo de imbecil é você para abrir esse livro sem título? É a frase do livro — ele explicou e eu soltei o livro no chão.

A princípio o que eu queria era simplesmente pegar um livro qualquer e acertar na bicha, mas acabei por deixá-lo cair quando vi a pessoa parada no final da escada. Eu tinha certeza que reconheceria aquela cabeleira loira e aquelas pernas longas e finas em qualquer lugar. A garota vestia um vestido preto e colado e uma jaqueta de couro preta por cima. Seus olhos estavam bem maquiados com sombra roxa e seus lábios tinham a mesma cor. O cabelo cor de aveia estava preso em um rabo de cavalo bem apertado e alto. Pela primeira vez na vida, eu a vi de tênis. Ela tinha uma expressão diferente da última vez que a vi. Agora a loira parecia vitoriosa, mas eu não deixaria meu medo transparecer mais. O espetáculo do meu sequestro já havia sido mais que suficiente por aquele dia.

— Olá, Melzinha — Katherine exclamou e eu sorri irônica.

— Olá, lambe-sal! — respondi utilizando um novo apelidinho carinhoso e como burra que sempre foi, ela pareceu confusa.

— Lambe-sal? — ela repetiu confusa e fazendo um chiado chato.

— É... Lambe-sal — repeti com um sorriso besta nos lábios e recebi um olhar de desaprovação em resposta.

— O que é isso? — ela perguntou para o ruivo que parecia se divertir com a situação.

— Querida? Quem lambe sal? — Henry perguntou e Katherine pareceu ainda mais confusa.

— Não sei — a loira respondeu.

—Quem sabe se você utilizar essa coisa que você chama de cérebro, você não descubra, amorzinho — exclamei e ela revirei os olhos.

— É a vaca e você parece alterada, Melzinha — Henry concluiu e eu senti meu sangue ferver novamente.

— Eu alterada? Magina se eu teria motivo dado o fato de que fui sequestrada e estou presa com uma espécie de loira do banheiro e uma bicha que não sai do armário por nada! — respondi o mais ríspida que pude e Henry revirou os olhos, enquanto Katherine parecia querer me dar uns tapas.

— Eu só não encho a sua cara de porrada porque estou de bom humor, porque você bem que merece — Katherine exclamou e Henry a fuzilou com os olhos.

— Você não vai encostar um dedo na nossa joia preciosa. Não trabalhamos com agressões físicas — ele advertiu e ela respirou fundo e subiu as escadas.

Menos uma. Pensei.

— Me desculpe Henry, mas já que você já me sequestrou e tal e eu estou sendo muito compreensiva, pode sair e me deixar dormir? — pedi e o ruivo se levantou.

— Como quiser — ele disse saindo e batendo a porta.

Mas não, eu não dormi. O que eu fiz foi exatamente o contrário disso. Eu caminhei lentamente até a porta e notei que ela estava trancada por fora. Em seguida observei a janela por bons momentos até que notei onde ela abria e onde fechava. Notei também que haviam banquinhos que poderiam servir de algo. Coloquei os banquinhos um em cima do outro e já estava preparada para subir quando a porta rangeu e em seguida se abriu. A pessoa com certeza me pegaria no flagra, mas fui mais esperta e derrubei os banquinhos no chão rapidamente e me deitei no sofá. Eu pude ver de relance o rosto de um homem loiro e com as bochechas vermelhas, não o reconheci. O homem se aproximou do meu corpo e me deu um leve balanço. Me virei e dei de cara com nada mais, nada menos que Dereck.

Talvez vocês não se lembrem do Dereck, mas eu lembro muito bem do jeito que aquele loiro havia me humilhado na casa da árvore e foi com esse pensamento que me levantei rapidamente. Eu queria muito ficar longe daquele ser patético e ele parecia tão assustado quanto eu. Ele vestia uma blusa branca com as iniciais da escola e um tênis pateticamente verde que eu tive que segurar o riso para não rir. Seus cabelos estavam mais curtos do que ele costumava usar quando era mais novo e ele havia crescido bons centímetros.

— Pode parecer loucura, mas você é a cara de uma garota que morava em Rosevill. Não, esquece disso, você não pode ser a Melanie. A garota que eu conheço era gorda e bem feia, sem contar que tenho certeza que nunca namoraria o Hamilton. Se bem que eles andavam bem juntos durante uma boa época da minha vida... — o garoto começou a falar coisas de mim mesma que eu preferia esquecer e parecia não ter fim, até que eu resolvi me pronunciar.

— Eu sou Melanie Clarckson Guire e atual namorada do Matt.

— Não, não mesmo! Você só pode estar brincando! Puxa vida! Você mudou tanto e está tão bonita! — ele exclamou e eu não pude ignorar a deixa.

— Pena que não posso dizer o mesmo de você, já que continua estranho e feio — falei e ele pareceu chocado.

— Mel gordinha... você mudou mesmo e agora está tóxica.

— Não tanto quanto você, amor — respondi ainda mais irônica.

— Mas pera aí! Se você é mesmo a Mel, o seu pai é o... — ele começou e eu terminei:

— Sim, Peter Guire, o delegado da cidade que pica meninos em pedacinhos.

— Meu Deus do céu. Precisamos te devolver — ele exclamou e eu sorri mostrando os dentes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Responda nos comentários: O que está achando do desenvolvimento da história?