O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 27
Coelho-porco


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Cheguei no pistão aushausahsauh brinks '-'
Esse capítulo está bem divertido na minha humilde opinião e eu espero que gostem :)
Gostaria de dar boas vindas aos novos leitores e agradecer aos antigos pelo apoio



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Azul. Aquela era a minha cor predileta naquele momento. Os olhos de Matt pareciam ter a cor do céu naquele instante e eu não conseguia tirar os olhos dali. Ele parecia envergonhado e eu estava também. Eu nunca havia dito aquelas palavras para nenhum menino e nunca esperava dizê-las para o meu inimigo de infância e para o garoto que fez os meus anos escolares um inferno. Eu deveria odiá-lo por vários motivos, mas a única coisa que eu conseguia sentir por ele era uma coisa sufocante que apertava o peito e me fazia ter vontade de ficar próxima dele o tempo todo. Aquele era o tal do amor que eu sempre temi.

O silêncio agora reinava no quarto e eu já pensava em ir embora como eu havia dito que iria, no entanto algo parecia me prender ali. Matt agora tinha o rosto repousado em suas mãos e seus olhos grudados nos meus. Eu sabia que ele podia me dilacerar por inteira com apenas algumas palavras e sabia que a experiência podia ser tão traumática que virar lésbica seria uma boa opção, mas eu parecia ter uma tendência suicida tão grande que caminhei até o jogador de vôlei e parei na sua frente. Ele não se mexeu, apenas sorriu de lado e corou em seguida. Sim, foi a primeira e única vez que o vi corar daquela forma.

— Você sabe que sou um imbecil que pode te magoar e te fazer querer se matar, não sabe? — ele perguntou com um meio sorriso nos lábios.

O que ele disse era a mais pura verdade, mas eu sabia que o afetava tanto quanto ele me afetava e eu poderia usar todo o meu poder contra ele caso ele um dia me magoasse.

— Sei... — respondi com um sorriso nos lábios. — Mas também sei que posso te cansar a ponto de não ter disposição para jogar e isso sim seria um motivo para se matar, não acha?

O moreno riu e pôs uma de suas mãos em sua boca. Eu devolvi o sorriso e pisquei um olho. O silêncio havia voltado e agora eu estava sem graça novamente e dessa vez pelas coisas que havia dito. Como eu poderia ter tido coragem de dizer que o cansaria a ponto de não ter disposição para jogar? Eu só podia estar drogada.

Nosso silêncio foi quebrado por alguns gemidos que logo percebemos vir da caixa com o garoto vestido de coelho. Eu corri até a caixa e me deparei com o garoto de olhos castanhos abertos e sem a sua máscara que agora estava no chão. Ele parecia completamente assustado e estava prestes a gritar quando Matt tapou a sua boca. Fiquei nervosa no mesmo instante, poderíamos ser presos se alguém visse aquele garoto ali e a última coisa que eu queria era passar parte da minha vida atrás das grades.

— O que você foi fazer... — falei enquanto Matt ainda tinhas suas mãos na boca do garoto de olhos arregalados.

Caminhei de um lado para o outro pensando em como acalmar o garoto. Eu sei, aquilo não era problema meu, mas não quis me arriscar a ter meu "crush" preso ou algo assim. Acho que seria terrível não ter ninguém para irritar e beijar e fazer outras coisas que prefiro manter em meus pensamentos particulares pois são inadequadas para uma história como essa. Não que vocês não presenciarão alguma...


— Nós não somos sequestradores ok? — falei nervosa e o garoto revirou os olhos. — Não pera, nós somos... não pera... eu não sou não, quem é o Matt. Droga falei o nome dele! Por Deus socorro! — terminei de falar e me joguei na cama com a mão na testa.

— Relaxa Mel, isso não é problema seu — Matt garantiu agora tirando as mãos da boca do garoto que parecia mais relaxado.

Nos entreolhamos e em seguida olhamos para o garoto irritado dentro da caixa.

— Alguém pode me explicar que sacanagem é essa? Aposto que foi o idiota do Fred que armou essa palhaçada pra mim? E se isso é realmente uma palhaçada eu preferia que tivesse stripers aqui, fala sério! — ele falou tudo muito rápido e Matt segurou o riso. — Ei mocinha, pode começar a tirar a roupa!

Matt o olhou com uma cara tão feia que eu mesma senti medo. Então ele levantou o coelhinho pela garganta e olhou no fundo dos seus olhos enquanto o segurava no ar. Ás vezes eu me assustava com a força de Matt, ele parecia sei lá... o Capitão América? Não, acho que talvez o Homem de Ferro combine melhor pela arrogância e tal.

— Só não quebro a sua cara porque a sua vida já é zoada cara! De qualquer modo olha o respeito com a mulher dos outros! — Matt falou alto e o soltou. Ele caiu no chão e eu não pude conter o riso. Ciúmes sempre mostrando como as pessoas podem ser imbecis.

— Mulher dos outros? Desde quando sou sua mulher? — perguntei risonha e ele me lançou um olhar gélido.

— Desde que deitou na minha cama e se mexeu comigo nela — ele respondeu e eu senti vontade de estapeá-lo por dizer aquilo na frente do coelhinho que ria sem parar.

— Se eu fosse você eu dava na cara dele! — o coelhinho pilhou e eu o olhei enfurecida.

— Cala a boca! — Eu e Matt falamos em uníssono.

Nós nos olhamos e em seguida caímos na gargalhada. A cara do coelhinho dizia que ele estava bugado na situação. Eu então finalmente criei forças para ir embora enquanto eu não falava/fazia mais merda, mas antes eu tive que implicar com Matt.

— Você se apega demais com as pessoas que se mexem com você de vez em quando — afirmei e saí andando, mas o babaca correu até mim e me segurou.

Suas mãos estavam apertando o meu braço e por alguns segundos me senti no filme "Cinquenta Tons de Cinza" mas sem a parte do helicóptero e essas coisas. Me soltei e o olhei com um olhar divertido.

— Céus! Eu criei um monstro — ele exclamou risonho e voltou sua atenção para o coelhinho que observava tudo com atenção.

— Agora voltemos para a experiência... — ele falou esfregando as mãos e fazendo uma cara assustadora.

— Fala sério! Você não podia usar um rato nessa experiência? Cara eu sou um coelho não vê? Sou adorável! Oinc Oinc — o garoto falou e eu o olhei confusa.

— Quem faz Oinc Oinc não é o porco? — perguntei confusa e Matt pareceu mais confuso que eu.

— Então eu sou o coelho-porco mais fofo do mundo, não acham? — ele falou sorrindo e ele realmente pareceu fofinho. No entanto não foi o que respondemos.

— Não — respondemos novamente em uníssono e aquilo começou a me incomodar de verdade.

— Voltando para o procedimento... é o seguinte coelhinho da páscoa: Eu tenho variadas drogas e variadas bebidas aqui que posso te fazer beber ou cheirar, fumar, sei lá o que... mas não precisamos fazer do jeito difícil, você pode simplesmente responder as perguntas que eu fizer e ficar aqui nesse quartinho em silêncio até o dia do jogo são e salvo. O que acha? — Matt perguntou ameaçador.

— Que jogo cara!? E que porra de pergunta? Me diz onde eu estou! A última coisa que me lembro foi de entrar em um carro com coelhinhas da playboy com seios fora do normal e com pêlos pubianos de outro planeta! — o garoto respondeu e eu fiz uma cara de nojo.

— Eca cara! Você é nojento — falei e Matt parecia confuso.

— Você está em Rosevild. Lar de nós, os incríveis Blaus! Acho que você lembra de nós na final do ano passado não lembra? vinte e um pontos não são para qualquer um! — ele respondeu se gabando e eu revirei os olhos.

— Amigo, eu não tenho culpa de vocês perderem ok? Treinem mais cara! Deem o melhor de vocês e quem sabe não ganham — ele respondeu e eu vi Matt perder a paciência.

— Paciência tem limite cara e eu estou no meu. Seja bonzinho se quiser continuar com todos os dentes no lugar ok? É o seguinte: Ano passado vocês pegaram o Simon e fizeram todo tipo de sacanagem com o menino e agora vamos nos vingar, mas relaxa que não somos tão baixos a ponto de te fazer trepar com uma cabra... Faremos você trepar com uma macaca que é um pouquinho melhor já que ambos são primatas e... — Matt não parava de falar até que eu o interrompi.

— Você não vai trepar com nenhum animal, vai por mim — falei e Matt me olhou com raiva.

— Ela tem razão. Não faremos isso com você porque não tem culpa de seus colegas serem uns babacas, mas você terá que nos ajudar ok? Responda algumas coisas que precisamos saber sobre o Henry babaca fominha e vai ficar tudo bem — Matt falou e o garoto pareceu se acalmar.

— Tá pergunte o que quiser! Mas já vou avisando que não sei muito sobre o patrão — ele respondeu e Matt sorriu com sua malícia de sempre.

— Eu não deveria te perguntar nada sem estar na presença dos outros, mas não vou resistir... me responda porque o babaca do Henry vive cochichando no ouvido do Jensen — Matt ordenou e o garoto pareceu pensar por alguns segundos.

— Não sei se devo falar sobre isso... eu não tenho certeza — o garoto começou e Matt o olhou com cara de mau. — Mas dizem que os dois têm um caso.

Tá, aquilo foi demais pra mim e foi por isso que finalmente me movi para sair daquele quarto. Matt gargalhou alto e eu suspirei profundamente. O que ele iria ganhar com isso? Aquilo era desnecessário demais.

— Um caso? Não quer dizer... um relacionamento de três anos? — Matt perguntou e o garoto pareceu chocado.

— Como você sabe disso? — o menino perguntou e Matt gargalhou novamente.

— Eu sei de muita coisa — ele afirmei sem parar de sorrir. — Não vá Mel, fique e escutará coisas muito piores, como por exemplo... conte detalhes sobre as calcinhas que o otário do Henry usa para dormir, ele ainda usa a de oncinha?

Agora eu estava completamente chocada e louca de vontade para conhecer o tal Henry que parecia ser uma figura. Pelo que dizem sobre o capitão do Kennedy eu imaginava um homem machista e ridículo, mas pelo que vejo isso não passa de uma ilusão. Ás vezes as pessoas mostram uma imagem e são outra coisa bem diferente.

— Como sabe das calcinhas? — o garoto perguntou falando a palavra "calcinhas" baixo.

— Já disse que sei muita coisa e você me contará muito mais, mas por enquanto fique em silêncio aí — ele disse e me abraçou por trás me levando para fora do quarto.

Estávamos no corredor agora e foi aí que notei que o dia já escurecia e a noite começava. Matt sorria de uma forma diferente agora, parecia sereno de alguma forma e seus olhos pareciam calmos. Ele alisou meu rosto com as costas de suas mãos e aproximou seus lábios dos meus lentamente. Desceu suas mãos para a minha cintura e me apertou contra ele enquanto nos beijávamos lentamente, apaixonadamente. Aquele era o nosso primeiro beijo daquela forma. Não era um beijo desesperado ou cheio de malícia, parecia apenas um beijo de amor verdadeiro.

— Se quiser eu tiro aquele babaca do meu quarto e terminamos o que começamos... — ele sussurrou em meu ouvido enquanto abaixava uma das alças de meu vestido.

— Não... é melhor eu ir... tchau! — respondi decidida e comecei a caminhar para longe dele.

— Mel! — ele me gritou e eu parei com as mãos na cintura.

— Tem uma coisa que eu quero te perguntar! — ele gritou novamente.

— Me diga amanhã! Tenho que ir! — respondi e saí correndo em direção à minha casa.

As luzes de minha casa estavam apagadas e a única coisa que eu conseguia escutar eram barulhos vindos de cima. Subi as escadas lentamente e parei na porta do quarto de Cory e descobri que era de lá que vinham os barulhos. Sua cama parecia estar mexendo e eu conseguia ouvir baixos gemidos e gritinhos estridentes que me fizeram querer vomitar no mesmo instante.


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Notas finais do capítulo

Meus anjos, tenho sentido falta de alguns se vocês nos comentários... Espero que apareçam rsrs
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