O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 14
O dia seguinte.


Notas iniciais do capítulo

Oiiie gente linda! Estou aqui novamente, eu iria demorar com esse capítulo, mas a inspiração bateu em minha porta e aqui estou! UHASUAHSU
Espero que curtam o capítulo e eu gostaria de agradecer aos que comentam e aos novos leitores que favoritaram a fic! Vocês são lindos demais!
Capítulo revisado, qualquer erro que encontrar por favor avise nos comentários...
XOXO



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Cheguei em casa e entrei rapidamente, ignorando a presença de Cory na sala e subindo rapidamente as escadas, ainda estava me sentindo mal e só me sentiria melhor depois que tomasse um banho e tirasse todos os resquícios de Matt de mim, eu precisava de um banho de verdade.

Entrei em meu quarto e tranquei a porta, Cory não precisava me ver nua em frente a um espelho, ele estranharia com toda certeza e era assim que eu estava naquele momento, nua na frente do espelho e com uma expressão de desanimo aparente.

Chequei todo o meu corpo, todas as partes dele, queria saber se daria para notar alguma diferença apenas me olhando, ninguém precisava saber daquela infelicidade, muito menos as pessoas da escola.

Não consegui notar nada de diferente, apenas um leve corte no meu dedo que quando olhei de perto, percebi ser maior e mais profundo do que imaginava.

Caminhei calmamente até o meu banheiro e entrei em um demorado banho, me lavei com extremo cuidado e saí enrolada na toalha enquanto cantarolava uma música qualquer do Fifth Harmony.

Eu tinha aula naquele dia e meus pais não aceitavam que eu faltasse, por isso me arrumei rapidamente, vesti uma mini saia jeans e uma camiseta verde simples, em seguida calcei um tênis all star preto e peguei as chaves de meu carro.

Cory continuava sentado no sofá e eu acabei por me preocupar com ele, meu irmão gêmeo estava cabisbaixo e eu senti que ele estava triste, irmãos gêmeos tem esse tipo de ligação, querendo ou não.

— O que foi Cory? — perguntei e ele me olhou com seus olhos verdes similares aos meus.

Cory assim como eu, nunca foi bom em demonstrar seus sentimentos e os seus estados de espírito, mas eu soube que havia algo de errado, seus olhos que costumavam brilhar, hoje pareciam como os meus, sonolentos e tediosos.

— A Savanah vai para a Turquia. — ele afirmou com os olhos marejados de lágrimas, eu torcia para que ele não chorasse ali, nunca soube o que fazer com pessoas chorando.

Não entendi qual foi o motivo da tristeza dele, já que Savanah sempre vai para a Turquia uma vez por ano, todos os anos.

— Qual o problema? Ela sempre vai para Turquia! — exclamei e ele balançou a cabeça em negação.

— Ela vai morar na Turquia, ela acha que tem que se ligar com as suas origens e já encontrou até trabalho lá! Isso é terrível Melanie, eu ainda nem terminei os estudos! — ele falou desesperado e eu entendi o seu medo, ela iria para não voltar.

Nenhuma vez eu pude imaginar Cory sem Savanah, eles pareciam ser feitos um para o outro e Cory não ficaria feliz sem ela, bem, ele já não estava feliz, seus olhos se encheram de lágrimas e logo elas rolaram pelo seu rosto, eu tive que abraçá-lo quando eu precisava de um abraço.

Meu irmão tinha um cheiro diferente de tudo o que eu já havia conhecido, ele tinha um aroma infantil, mas ao mesmo tempo incrivelmente másculo, ele era uma eterna criança adulta e isso era adorável.

Continuamos abraçados, ele continuou chorando, mas eu sabia que precisava ir para a escola, por isso saí de seu abraço e lhe dei um rápido beijinho na testa.

— Ficará tudo bem, não vá na escola hoje, ligue para Savanah e passe o dia com ela, será bom para vocês. — aconselhei e peguei a minha bolsa em cima do sofá.

— Obrigada Mel, de verdade. — ele agradeceu ainda cabisbaixo, pobre Cory, finalmente tendo a dor de um coração partido.

Saí pela porta apressada, olhei rapidamente para a casa de Matt e sua moto estava em seu quintal, ele já havia chegado da casa de Angela e provavelmente também iria para a escola, vi seu rosto de relance pela janela da sala e entrei em meu carro rapidamente, eu estava totalmente envergonhada de cruzar com ele.

Já dentro de meu carro, relaxei e dei a partida, passei voando em frente à casa de Matt, não queria vê-lo de jeito nenhum e esse foi o melhor jeito de evitar.

Me olhei no espelho de meu carro e eu parecia que havia levado uma surra, meus olhos estavam realmente inchados, assim como todo o meu rosto, eu parecia ter engordado cerca de dez quilos.

A minha saia parecia ainda menor quando estava sentada e eu me arrependi de tê-la vestido, eu seria zoada por Matt, caso ele me vesse, seria difícil, mas eu tentaria me esconder dele, pelo menos por hoje, não é divertido encontrar com o seu inimigo que você acredita ter tirado a sua virgindade.

O estacionamento da escola parecia mais cheio que o habitual e eu senti uma leve tontura ao ver Katherine conversando com Molly animadamente, a loira rodava as chaves de seu carro esportivo azul escuro e Molly sorria sem parar, Katherine parecia feliz demais para alguém que havia sido enxotada de uma festa no dia anterior e claro que eu desconfiei de que ela estava tramando algo.

Ao sair do carro, senti uma deliciosa brisa passar por mim, levantando meus escuros cabelos que agora já estavam secos e bem volumosos, eles sempre ficavam assim quando eu acabava de os lavar e não os secava no secador.

Liguei o alarme do carro e ele fez aquele barulhinho chato que eu tanto odiava, algumas pessoas olharam para mim, mas Katherine ignorou completamente, ela estava estranha, ou ela havia percebido que estava agindo como uma idiota ou estava armando algo grandioso.

Passei em sua frente e ela nem sequer me lançou um olhar, aquilo estava realmente estranho demais, outra coisa que estava estranha era o fato de Vanessa não estar no estacionamento me esperando.

O corredor ainda não estava tão cheio, por isso logo localizei Vanessa, que agora tinha os cabelos cacheados novamente e não usava qualquer tipo de maquiagem, assim que me viu ela revirou os olhos.

— Ei Vanessa! — cumprimentei sorridente e ela suspirou como se estivesse entediada, eu não entendi exatamente o motivo.

— Oi Melanie. — ela respondeu arrogante. — Me assusta que esteja falando comigo quando tem seus amigos populares para debater sobre onde será a próxima festa e essas coisas! — ela concluiu totalmente agressiva e eu arregalei os olhos, não entendi exatamente o motivo de tamanha arrogância.

Vanessa vestia uma calça jeans apertada e uma camiseta vermelha, o dia hoje estava quente, por isso não haviam muitas pessoas de casaco, mesmo pessoas que não viviam sem eles como Vanessa e eu.

— Do que está falando Vanessa? Sabe que é minha única amiga. — respondi e ela abaixou a cabeça e soltou um riso sarcástico.

— Eu um dia pensei que era, mas você conseguiu provar o contrário! — ela respondeu e saiu andando brava, eu continuei sem entender o motivo.

Entrei na sala de aula e me deparei com Angela, que estava radiante. Ela vestia um rodado vestido verde água e tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo, tinha um pouco de blush pêssego em suas bochechas e lápis preto em seus olhos escuros.

— Mel! — ela anunciou e algumas pessoas, incluindo o professor, olharam para mim.

Vagarosamente me sentei ao lado de Angela, que sorriu com meu ato, talvez eu devesse dar uma chance a sua amizade, vista que a minha única amiga resolveu desistir de mim sem mais nem menos, algo me dizia que tinha algum podre por trás daquilo e eu iria descobrir o que era.

Eu não havia percebido que estava na aula de Educação Física, então não peguei o meu uniforme.

O uniforme para aula de educação fisíca era simples, calça legging preta, uma blusa larga com o nome da escola e um tênis branco, essas peças ficavam dispostas para nós e nós tínhamos que ir para a quadra em todas as aulas, naquela não seria diferente.

Angela me olhava sem parar e eu não entendi o motivo, eu achei aquilo meio lésbico, mas deixei quieto, eu sabia que ela não era lésbica ou melhor, tinha certeza.

— Por que está me olhando tanto? — perguntei divertida e ela sorriu, eu tinha que admitir que ela tinha um lindo sorriso.

— Estou te achando bonita ora! — ela respondeu e eu suspirei.

— Isso foi bem lésbico sabia? — observei divertida e dessa vez ela suspirou.

— Sabe que já transei com mais garotos do que você beijou na vida inteira não sabe? — ela exclamou divertida e eu assenti.

Em toda a minha vida, eu tinha beijado apenas 5 garotos, foram eles: Kennedy Thompson, um menino bonitinho que frequentava a livraria da minha mãe e que apreciava os mesmo livros que eu, Henri Schneider que é um sobrinho do marido de minha irmã, Thales Frank que foi o meu par na formatura da oitava série, Ben Gilbert que foi o meu amor platônico na época que tinha os meus dez anos e por último e menos importante, Matt Hamilton, o Matt que vocês conhecem.

Não, eu não tinha vergonha de minha pouca experiência amorosa, mas também não me orgulhava dela, eu apenas não costumava falar sobre. A minha quase inexistente vida amorosa nunca foi um assunto que eu gostasse de falar.

— É eu sei. — respondi cortando o assunto e me levantando para finalmente pegar o meu uniforme.

Peguei o meu uniforme e corri para o vestiário, deixando a minha bolsa e Angela na sala, eu meio que já estava enjoada de carregar as duas coisas, a bolsa e Angela.

Troquei rapidamente a minha roupa e a calça legging ficou como eu imaginava, apertada, eu sempre havia odiado a ideia de ter quadris e coxas grandes, mas estava aprendendo aos poucos a gostar deles, ser fora dos padrões ás vezes é bom, uma pena que eu não tenha aprendido isso antes de passar anos vomitando tudo o que comia.

Saí do vestiário enquanto prendia meus adoráveis cabelos e para o meu azar, dei de cara com todo o time de vôlei, desde Matt que tinha uma faixa em sua blusa, mostrando que ele era o capitão, a Mike que vestia o mesmo uniforme, porém sem a faixa.

Eles corriam em círculos pela quadra e eu tive que rir, Matt parecia engraçado quando corria, pessoas de dois metros correndo são incrivelmente engraçadas, acredite, e se essa pessoa é musculosa a situação se torna ainda mais divertida.

Eu tinha um idiota sorriso nos lábios, infelizmente o motivo dele não era Mike, mas sim Matt que acenou para mim assim que me viu, eu acenei de volta, não porque tinha que fazer meu papel de namorada, mas porque quis, é isso foi estranho.

No momento que eu o vi, não senti vergonha como imaginei que sentiria, mas senti uma coisa diferente, como se tivéssemos nos ligado de alguma forma, isso poderia ter a ver com aquele infortúnio que aconteceu ou não.

Como era de costume, os jogadores deveriam sair da quadra para que tívessemos nossa aula, porém eles continuaram parados, enquanto Wallace entrava com uma bola de vôlei nos braços.

Eu precisava sair dali de qualquer maneira, não aguentaria ficar perto de Matt sem ter algum tipo de reação estranha, mas como o azar é a minha sorte, parecia ser impossível sair dali agora.

— Hoje teremos aula com as nossas estrelas, nossos jogadores de vôlei. — Wallace anunciou e eu senti meu rosto pegar fogo.

Angela apareceu do meu lado e entrelaçou nossos dedos como se fôssemos amigas e eu em um impulso, soltei sua mão.

— Nosso capitão virá aqui na frente mostrar alguns dos movimentos inicias do jogo, venha aqui Mattew. — Wallace pediu e Matt veio até nós pomposo.

Ele se aproximou de mim e colou nossos lábios em um rápido selinho, eu sorri falsamente, quando na verdade queria o matar por me fazer passar essa vergonha.

— Menos Mattew, está na escola. — Wallace chamou a sua atenção e ele sorriu mostrando todos os dentes.

— Já deu uma boa olhada na minha namorada? — ele perguntou irônico e novamente eu senti as minhas bochechas queimarem, Matt sempre teve a habilidade de me envergonhar em todos os ambientes possíveis e isso era terrivelmente ruim.


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Notas finais do capítulo

É isso people! Algum palpite para o que aconteceu com a Vanessa?