O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 1
Prólogo - Troca justa


Notas iniciais do capítulo

Hey, fico feliz que esteja lendo essa história ♥ ela está em fase de revisão, então peço desculpas por qualquer erro que encontrar aqui.
Revisão 1: 10/02/2016
Revisão 2: 15/04



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“Há uma linha tênue entre amor e ódio...”

O barulho da bola voando de um lado da quadra para o outro era no mínimo agonizante; valia à pena assistir aquele treino de vôlei, já que Mike Foreman estava ali, e vê-lo assim, suado e logo sem camisa era uma boa recompensa.

Se ele era meu namorado? Pago promessa subindo a muralha da China de joelhos se um dia for. Na verdade, ele mal fala comigo e pra piorar é o melhor amigo do garoto mais insuportável do universo, também conhecido como Matt Hamilton, o galinha do terceiro ano.

Talvez Matt impressionasse boa parte das meninas da escola com seus dois metros de puro músculo, seu sorriso perfeitamente alinhado, e uma tatuagem estrategicamente feita em seu braços. Mas em mim? Ele não causava nada que não fosse a repulsa.

Nós nos odiávamos desde que ele se atreveu a ser meu vizinho. Nossas famílias eram amigas; minha mãe insistia para que eu fosse simpática com ele, o que eu nunca me esforcei em fazer, já que o odiava tanto que ficar longe dele era um alívio enorme.

Mike saiu da quadra conversando animadamente com o imbecil do Matt, que sorriu ironicamente para mim. Ele sabia da minha queda/tombo por Mike; gostava de esfregar na minha cara o quanto era imbecil e nunca chamaria a atenção dele.

Não, não sou feia. Nem era. Era até considerada bonita pela maioria, entretanto não era nada importante naquela escola. Não era a mais popular, tampouco a nerd que ninguém dava atenção. Era uma simples aluna sem graça, que não era nem a mais, nem a menos.

Levantei-me daquela arquibancada e já ia saindo quando alguém veio em minha direção e me jogou de volta lá. Não me surpreendi ao ver o sorriso besta de Matt, ele sempre gostou de me provocar. Olhos azuis me encararam, o seu lindo sorriso apareceu.

— Acho que tem um pouquinho de baba aqui ó — Ele falou tocando seu próprio lábio, revirei meus olhos.

— Saí fora, Hamilton! — Gritei e o empurrei, mas ele não se mexeu. Ser um paredão de músculos às vezes ajuda em algo.

— Escuta, se você quer mesmo dar uns pegas no Foreman, acho que deveria começar tirando essas orelhinhas de coelho da cabeça — Matt afirmou, fazendo referência à minha touca com orelhinhas de coelho que sempre adorei.

Novamente tentei me levantar. Mas sem sucesso, pois Matt segurou meu braço, me sentando novamente. Aquilo estava me irritando. Estava me segurando para não repetir o que havia feito quatorze anos atrás, pulado em cima dele e agarrado em seu belo pescocinho.

— Calminha aí, Clarckson... — Ele disse lentamente, suspirei. Sabia que teimar com Matt seria algo em vão.

Ele então se aproximou, arrancando a minha touca com orelhas de coelho de minha cabeça. Tentei pegá-la de volta, porém ele apenas levantou o braço e isso se tornou impossível, já que ele tinha dois metros de altura, enquanto me limitava aos meus 1,70.

— Me devolve, seu babaca! — falei pulando e tentando pegar a minha touca.

— Shiu, você fica muito melhor sem isso. É totalmente fora de moda, acredite — Ele exclamou, enquanto jogava a minha touca em uma lata de lixo próxima da arquibancada.

— Você sabe que o seu comentário foi muito gay, não sabe? — perguntei irônica, ele sorriu de lado. Se eu não fosse imune aos seus encantos, teria me derretido apenas com aquele sorriso.

— Gay ou não, de mulher eu entendo, pode acreditar... — Ele falou suspirando. — E é por isso que eu vou te dizer: você tem um corpão cara. A sua bunda é realmente muito boa, com todo respeito é claro e não que eu tenha reparado. Mas olha... esqueça essa parte e vamos ao que importa — Ele completou. Senti minhas bochechas queimarem. Matt realmente era um babaca.

— Diga, Hamilton — falei ríspida e ele enfiou os dedos nos cabelos negros reluzentes.

— Então... Se você se vestisse assim de uma forma... Mais... Provocante... É isso, provocante. Te garanto que o Foreman babaria por você — Ele garantiu, me deixando confusa.

Por que ele estava me dando um conselho sobre o Mike, se nem amigos éramos?

— Entendi. Mas porque está me dizendo isso, se nem amigos somos? — questionei ainda confusa. Ele soltou uma gargalhada alta. Sorte a nossa que não havia ninguém na quadra para ouvir aquilo.

— Digamos que dá onde saiu esse conselho tem muito mais... Mas sabe que nada é de graça, não é? — Ele perguntou retoricamente e pude entender onde ele queria chegar. Estava óbvio que queria algo em troca da sua ajuda.

— O que você quer? Já vou avisando que não vou transar com você, tipo, nem morta! — Alertei, novamente o babaca caiu na gargalhada.

— Você não é o tipo de garota que eu levaria para a cama, sem ofensa é claro... É só que você faz mais o tipo do Mike mesmo — Ele disse tudo muito rápido; quando abri a boca para perguntar ele pôs um dedo na frente dela.

— Relaxa aí que eu ainda não acabei. Isso não tem nada a ver com sexo, acredite. Pode até ter um pouquinho, tá eu admito tem sim a ver com sexo, mas você não precisa fazer nada comigo. É só fingir e eu jogo o Mike na sua cama. De uma vez por todas — Ele assegurou, fiquei completamente chocada. O que ele estava me propondo? Que eu dissesse para as pessoas que transamos?

— O que você está querendo dizer, Hamilton? — perguntei completamente ofendida, ele fez um sinal com as mãos que queria dizer "menos".

— É só uma troca justa Melanie. Você é a única garota bonita da escola que eu ainda não peguei e meus amigos dizem que você nunca se renderá a mim. É uma questão de honra, nós nem precisamos nos beijar é só fingir... Vai é fácilzinho e depois, eu vou te ajudar com o Foreman. Eu prometo que faço-o gostar de você. Por favor, Clarckson... quebra essa — Matt terminou seu discursinho e ainda estava chocada.

Eu gostava muito do Mike, mas fingir estar transando com Matt? Nunca.

— Vou dizer uma vez só para você não esquecer. Eu NUNCA vou transar com você e nem de brincadeirinha! Fique longe de mim, ouviu bem, Hamilton? Não sou nenhuma das suas parceiras de foda! — falei, saindo da arquibancada completamente irada.

Passei pelo corredor feito um furacão. Ainda estava completamente irritada com a audácia de Matt. O que ele acha que eu sou? Uma das suas parceiras de transa como as que ele está acostumado a transar? Não mesmo!

Encontrei com Vanessa no caminho para a sala de aula; logo que me viu, veio em minha direção. Nós sempre fomos amigas, mas não do tipo melhores amigas, pois eu nunca curti esse tipo de coisa de dizer que ama e vice-versa. Acho que nessa parte realmente não puxei a minha mãe, que era melhor amiga de minha irmã mais velha Maria. Elas são inseparáveis, sentia que a amizade delas era verdadeira.

Eu só tive uma amiga assim na oitava série, ela foi Angela Ventura. Não ela não espalhou meus segredos por aí nem fez nada que me fizesse odiá-la. A única coisa que fez foi crescer e virar uma dessas populares que não suporto, então me afastei e hoje nós apenas dizemos um "oi" e pronto. Ótima relação, não é?

— Ai, amiga. Esse Matt é um pedaço de mau caminho, meu Deus! Se ele me desse apenas uma chance... — Vanessa falou passando a mão pelos cabelos cacheados, sorri para ela. Sabia que ela não tinha chance com Matt, já que não tinha peitos enormes, tampouco uma bunda como um Cadilac.

Matt passou por nós, esbarrando em mim e fazendo com que meus livros caíssem no chão. Suspirei e me levantei morta de raiva.

— Olha por onde anda, chupetinha! — Gritei morta de raiva, logo percebi que ele não estava sozinho. Mike estava com ele e se virou quando eu disse isso.

A cor do meu rosto sumiu naquele instante. Quando aqueles olhos verde-oliva cruzavam com os meus, a única coisa que eu consiguia pensar era em quando teria aquele menino maravilhoso nos meus braços. Tá, talvez aquele acordo fosse uma boa coisa a se fazer, se ele me garantisse Mike, tudo valeria à pena.

— Chupetinha? — Mike perguntou para Matt que ficou vermelho no mesmo instante. Eu havia utilizado o seu apelido de infância, ele iria me odiar mais uma vez por isso, o que eu não dava à mínima, pois o ódio era recíproco.

— Você me paga, Clarckson! — Ele exclamou e se virou, levando consigo Mike, o meu eterno amor platônico.


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Notas finais do capítulo

E aí gostou? Vai acompanhar?