Falling in Love escrita por Luna Lovegood


Capítulo 3
I don't wanna lose you


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, muito obrigada pelos comentários lindos!
Desculpem a demora, mas tem capitulos que se recusam a serem escritos! É serio, eu tenho a ideia na minha cabeça, mas quando abro o word eu escrevo outra coisa!
Enfim, ainda não tenho certeza se estou satisfeita com esse capitulo, mas eu não queria deixar vocês esperando muito!
Espero que gostem!



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Cause I don't wanna lose you now

I'm lookin' right at the other half of me

The vacancy that sat in my heart

Is a space that now you hold

Show me how to fight for now

And I'll tell you, baby, it was easy

Comin' back into you once I figured it out

You were right here all along

It's like you're my mirror

My mirror staring back at me

I couldn't get any bigger

With anyone else beside me

And now it's clear as this promise

That we're making

Two reflections into one

Cause it's like you're my mirror

(Mirrors - Madilyn Bailey Acoustic Cover)

 

 Felicity Smoak

Papai, porque você tem que ir? — perguntei enquanto o observava arrastar a mala pela sala indo em direção à porta. Minha mãe havia ido para o quarto e começado a chorar compulsivamente. Eu era apenas uma garotinha de seis anos que não estava entendendo nada do que estava acontecendo e ninguém queria me explicar. Mas eu sabia que algo estava muito errado.

Meu pai se abaixou para ficar da minha altura, colocou um dos joelhos no chão e apoiou o cotovelo no outro. Havia um sorriso em seu rosto, mas não era um sorriso feliz, sorrisos felizes chegavam até os olhos das pessoas e formavam pequenas rugas nas extremidades. Eu sabia que ele apenas estava tentando me confortar, fingir que aquilo não era nada demais. Eu podia até ser uma criança, mas não me enganei com a encenação.

Às vezes Licity os adultos precisam fazer coisas que eles não querem respondeu cuidadosamente, os olhos claros dele brilhavam com o acúmulo das lágrimas que ele se esforçava para não deixar cair.

— Se eles não querem fazer, porque eles fazem?

Porque é o correto, e isso nem sempre nos deixa felizes. Eu não entendi, não via como algo poderia ser correto e ao mesmo tempo deixar as pessoas tristes.

Ser adulto parece ruim. Eu não quero crescer. falei revoltada, cruzando os braços e emburrando a cara.

Não pense assim querida! Há tantas coisas boas que eu tenho certeza que você fará quando crescer! — o semblante dele estava orgulhoso e emocionado. Ele colocou uma das mãos sobre o meu queixo, me fazendo olhar diretamente para ele — Você é tão inteligente! Tenho certeza que quando crescer fará coisas incríveis, tão incríveis quanto... — pausou enquanto fazia aparecer algo em sua outra mão — ...solucionar esse cubo mágico!

Eu imediatamente ri, porque já havia feito isso incontáveis vezes! Não era algo difícil para mim. Meu pai correspondeu o meu sorriso, com um verdadeiro dessa vez. Nós éramos tão sintonizados, ele me ensinava tantas coisas. Eu sentiria muito a falta dele.

Papai... Isso é fácil! Eu prefiro brincar de montar computadores. reclamei.

Não subestime o cubo querida falou um pouco sério demais porque esse é um cubo realmente mágico — deu ênfase na última palavra. ele pode ajudar a trazer o papai de volta para casa mais rápido. prendi a respiração naquele momento, eu podia ser uma garotinha inteligente para a minha idade, mas toda criança é fascinada por magia, não importa o quão bobo pareça, toda criança acredita Agora eu quero que me prometa que vai guardar isso com muito cuidado para o papai.

Eu vou papai. prometi com convicção, segurando o cubo fortemente contra o peito. Naquele momento eu realmente acreditava que ele era mágico, e que de alguma forma ele traria meu pai de volta.

Então eu prometo que volto. — falou com um olhar distante e logo me puxou para um abraço tão apertado, que me deixava sem ar. Eu pude sentir que ele estava chorando e então eu chorei também. Chorei, porque eu senti que estava perdendo algo que nunca eu seria capaz de recuperar.

Depois de alguns minutos meu pai me soltou, secou as lágrimas — as deles e as minhas — deu um beijo em minha testa e então partiu. E eu nunca mais o vi.

Eu tentei usar o cubo mágico para trazê-lo de volta para casa inúmeras vezes, mas nunca funcionou. A medida que eu fui crescendo eu percebi que não havia magia, e aceitei a triste verdade: Meu pai havia abandonado a família dele.

Essa era razão pela qual eu raramente confiava nas pessoas, a partida do meu pai me ensinou que as pessoas mentem e não se importam em quanto isso machuca os outros.

Observei o cubo mágico em minhas mãos, nós estávamos organizando as muitas caixas que eu trouxera para o apartamento de Oliver, tínhamos decidido que seria melhor eu me mudar para o apartamento dele que, além de ser bem mais espaçoso, era mais próximo ao meu trabalho. Eu não entendia como aquele brinquedo tinha vindo parar aqui, eu me lembrava de ter deixando na casa da minha mãe anos atrás.

Eu tentava não pensar muito no meu pai, essa era uma parte da minha vida que eu tentava esquecer e na maioria das vezes eu conseguia com louvor. Ele era só uma lembrança triste no passado de uma garotinha, embora a sua partida abrupta tenha definido muito de quem eu sou hoje, eu gostava de pensar que havia me tornado uma mulher forte e superado isso completamente.

— Hey, você está bem? — Oliver me perguntou franzindo o cenho, ele sempre tinha aquela expressão preocupada no rosto quando notava que algo não estava tão bem comigo, ou quando eu ficava pensativa demais. Era uma das muitas qualidades que eu amava nele, a forma como ele parecia ler minhas emoções e se importar com elas.

Oliver foi a pessoa que me fez abrir, me fez acreditar que eu deveria dar uma chance para o amor. Que eu deveria me permitir amar e ser amada, que nem sempre o amor machuca. Quando eu penso na nossa história até aqui, desde o dia em que nos conhecemos naquela cafeteria eu vejo que aos poucos ele foi me conquistando, sendo meu amigo, meu confidente e por fim meu amor. Oliver foi tudo o que eu precisava que ele fosse em cada momento da minha vida, eu era uma mulher sortuda não poderia me apaixonar por alguém melhor.

Por isso era tão difícil pensar naquele bilhete ou nos seus estranhos desaparecimentos a noite. Eu não queria pensar nisso, por isso eu escolhi esquecer. Convenci-me de que aquilo não era nada, de que o homem de chapéu estava apenas brincando comigo, estava decidida a não deixar essas pequenas coisas arruinarem o meu casamento. Oliver me amava, eu podia sentir isso na forma doce como ele olhava para mim, no jeito que ele me abraçava protetoramente.

— Eu estou bem. — respondi sorrindo para Oliver, e jogando o cubo de volta para dentro daquela caixa, disposta a deixar o passado no passado e me concentrar apenas no agora — Na verdade bem não é a palavra certa, eu estou feliz por ter você na minha vida. — falei me aproximando dele e enlaçando as nossas mãos. Eu não queria lembranças tristes na minha nova vida. Eu só queria ser feliz com Oliver.

Ele apenas encarou as nossas mãos unidas, parecia estar em uma guerra interna. Não consegui entender o que se passava na mente dele às vezes, mas isso era normal havia uma parte de Oliver que ele nunca deixava transparecer, uma parte que ele mantinha cuidadosamente afastada de mim e de todos. E então seus olhos azuis então se voltaram para os meus, ele sorriu, seus braços me envolveram pela cintura e ele me abraçou forte.

— Eu também estou feliz. — ele sussurrou baixinho ao meu ouvido, como se aquele fosse um segredo muito importante.

***

Eu estava a poucas semanas casadas e podia dizer que a vida era simples, nos levantávamos e nos arrumávamos para o trabalho e todos os dias tomávamos café na cafeteria em que nos conhecemos. Eu gostava que nós tivéssemos feito de lá o nosso lugar especial. Oliver era sempre atencioso e carinhoso comigo, sempre me perguntando sobre o meu dia, se eu tinha conversado com a minha mãe, enfim eu amava poder contar tudo a ele (vamos deixar algo claro eu sou uma pessoa que simplesmente não consegue parar de falar), eu gostaria que essa fosse uma via de mão dupla, mas infelizmente não era, Oliver era sempre vago a respeito da família dele e até mesmo sobre o próprio trabalho.

A pior parte do meu dia era o trabalho. Não que eu não amasse o que eu faço, veja bem e me formei em Tecnologia da Informação, trabalhar com sistemas de seguranças, criptografias, softwares era tudo o que eu sempre quis e a empresa Stellmor International era perfeita para isso. Só tinha um pequeno problema, um que usa saltos muito altos, tinha um sotaque russo, e cujo objetivo pessoal era infernizar a minha vida: Isabel Rochev, conhecida também como minha nem um pouco querida chefe, a mulher do diabo, o cão chupando manga...

Então, era um alívio quando eu chegava em casa e encontrava Oliver cozinhando, ver ele ali saber que ele era meu, fazia meu dia terrível desaparecer da minha mente. Era algo simples e bom. Além disso, Oliver Queen ficava lindo usando um avental! Mas que bobagem! Ele ficava lindo de qualquer jeito.

Oliver já não desaparecia mais durante a noite, e embora eu quisesse questioná-lo sobre esse acontecimento, eu sempre acabava varrendo esse pensamento para um cantinho escuro do meu cérebro, aquele cantinho onde eu escondia as verdades que não tinha coragem de encarar. Pelo menos até aquela noite.

Eu acordei com um barulho de trovão, um relâmpago iluminou todo o quarto e eu percebi que estava sozinha na cama. Eu procurei por Oliver por toda a casa, mas assim como foi em Paris, eu não o encontrei. Então eu apenas sentei no sofá e esperei. Eu me sentia como aquelas esposas desconfiadas que esperam os maridos traidores voltarem da esbórnia. Ouvi o ruído da porta se abrir, Oliver estancou no lugar assim que me viu.

— Oliver... Porque você sempre desaparece de madrugada? — perguntei com a voz trêmula, ele me encarou com certo pesar no olhar. Eu pensei que veria culpa ou embaraço por ter sido pego, eu não estava preparada para aquele olhar triste.

— Você sabe desde quando? — A voz saiu por um fio.

— Desde Paris — suspirei — você tem uma... — eu não conseguia dizer a palavra só de pensar nisso meu coração doía, mas eu precisava esclarecer isso logo.

— Não! É Claro que não Felicity! — negou com veemência, se aproximou sentando no sofá ao meu lado e a mão dele buscou a minha, eu apenas me afastei daquele toque, não seria condescendente com ele até obter as respostas que eu queria, sem contar que Oliver era expert em me distrair. Ele suspirou frustrado ao notar que não seria assim tão fácil — Eu nunca faria isso com você! — falou com convicção, olhando diretamente dentro dos meus olhos.

— Então, me explica o que está acontecendo. — exigi, ainda mantendo certa distância entre nós.

Oliver pareceu ponderar por alguns minutos, mas quando ele finalmente dirigiu a palavra a mim o que eu ouvi não era exatamente o que eu esperava.

— Tem noites em que eu não consigo dormir, e eu não quero acordar você. Eu só preciso caminhar um pouco e clarear a mente. — explicou, mas eu sentia que aquela não era toda a verdade, havia algo mais, algo que ele tentava me esconder.

— Isso é algo sobre a sua família? — averiguei, e o olhar dele para mim foi de alarme — Eu sei que você não enviou a eles o nosso convite de casamento. Eu não sei o quê aconteceu entre vocês, mas eu gostaria que você confiasse em mim o suficiente para dividir comigo Oliver.

— É apenas muito complicado — confessou evitando os meus olhos e olhando para o nada, ver aquele olhar triste dele doía em mim.

— Por favor, Oliver — pedi com a voz suave, trazendo o rosto dele para perto de mim e olhando diretamente na imensidão de seus olhos, eu precisava que ele se abrisse comigo, eu precisava saber o porquê de ele estar tão triste — Eu te contei sobre o meu pai, sobre o quanto a partida dele me machucou e você me ouviu, me ajudou a perceber que o amor nem sempre traz apenas dor. Deixe-me fazer o mesmo por você.

Ele buscou a minha mão novamente, e dessa vez eu não me afastei.

— Você sabe que o meu pai morreu há alguns anos — assenti apertando a mão dele, lhe dando apoio para que continuasse — O que eu não contei foi como ele morreu.

— E como ele morreu? — pressionei um pouco quando percebi que ele não havia continuado.

— Ele foi assassinado pelo próprio companheiro de trabalho, alguém que ele confiava e convivia diariamente — A voz de Oliver soou carregada de um ódio e rancor tão grande que eu estremeci, porque nunca o tinha ouvido falar desse jeito, ele sempre era gentil quando se dirigia a mim — O próprio amigo o trancou em uma sala em chamas, minha família sequer pode fazer um enterro decente.

Inspirei profundamente e apertei a mão dele na minha.

— Eu sinto muito Oliver. — falei, horrorizada pela forma que ele havia perdido o pai — Eu gostaria que houvesse um jeito de tirar essa dor de você. — Odiava vê-lo sofrer.

— Eu só preciso que esse cara pague pelo que fez a minha família — A mão de Oliver fechou-se em punho, em pude ver pela tensão colocada naquele simples movimento o quanto aquilo o corroía por dentro — Nunca encontraram o culpado, ele apenas desapareceu.

— Às vezes a vida não é justa, às vezes as pessoas são más sem nenhuma explicação para ser. Mas não podemos perder a nossa fé, não podemos perder a nós mesmo. Se fizermos isso eles vencem. E nós perdemos o que a vida tem de bom.

Oliver sorriu para mim, parecendo impressionado com o meu pequeno discurso.

— Você não é como eu imaginava. — falou levando uma das mãos até a minha face fazendo um pequeno carinho, e fixando seus olhos em meus lábios — Você é boa. — eu não entendi o que ele quis dizer com sua afirmação, mas logo sua boca estava na minha e eu já não conseguia raciocinar com coerência, apenas precisava de mais Oliver Queen.

***

A madrugada anterior havia sido diferente, e eu não estou dizendo isso porque Oliver finalmente se abriu comigo e me contou sobre o pai. Foi algo na forma como fizemos amor, foi algo diferente menos carnal do que costumava ser e mais emocional. Embora tenha sido igualmente excelente, eu senti que estávamos mais conectados do que nunca, e essa era a razão para o sorriso imenso que eu não conseguia tirar do meu rosto.

Era sábado de manhã, Oliver tinha saído cedo para resolver algo do trabalho e eu aproveitei para dormir até mais tarde, eu estava cansada depois da noite agitada que tivemos, eu teria feito isso, se a campainha não tivesse tocando incessantemente me obrigando a levantar e a atendê-la.

Senti o sangue desaparecer do meu rosto e o meu sorriso permanente esmaeceu rapidamente quando percebi de quem se tratava.

— Bom dia Licity — o senhor de chapéu falou com um sorriso nos lábios — Nós precisamos conversar sobre o seu marido.

***

Oliver Queen

Existem consequências de se trabalhar para uma organização do governo como a ARGUS. A vida dupla que você precisa esconder, as mentiras que saem da sua boca com tanta naturalidade que às vezes até você se perde entre tantas histórias contadas. Os perigos que você se sujeita, os inimigos que acaba fazendo durante suas missões. Com o tempo você aprende a não se importar e todos acabam sendo apenas peças dispensáveis num elaborado jogo de xadrez.

Mas Felicity Smoak não era só um peão qualquer. Nem mesmo um rei que deveria ser protegido a todo custo. Não, ela era a Rainha, capaz de mudar todo o jogo.

Não era justo fazer isso a ela, me recriminei. Mas eu duvidava que eu conseguiria me afastar agora, a linha tênue entre o que era a minha missão e o que era realidade já tinha sido ultrapassada há muito tempo, e eu não fazia ideia de como consertar essa bagunça. Tudo o que eu sabia era que ela mexia comigo de uma forma única, ela fazia eu me sentir vivo, me fazia querer coisas que antes eu nunca me atrevi a querer.

Contrariando todos os meus deveres, eu havia me apaixonado por ela.

Eu não sei se esse sentimento estava nublando a minha razão, mas a cada dia que eu passava com Felicity Smoak eu tinha mais certeza de que algo estava muito errado sobre a minha missão. Ela era alguém boa. Alguém que não merecia o que eu estava fazendo com ela.

— Amanda! — exclamei, assim que adentrei na sala e olhei para a mulher de pé olhando para a tela do computador. Ela era uma pessoa tão fria, a essa altura eu já deveria estar acostumado com os métodos nada ortodoxos dela de conseguir o que queria — Você mentiu para mim.

 


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Notas finais do capítulo

Então... Preciso saber o que vocês acharam, esse capitulo me deu um certo trabalho eu o escrevi varias vezes. Para ser honesta escrevi tanto que tive que dividir e deixar a outra parte para o capitulo 4.
Obrigada por lerem! Bjinhos!