Falling in Love escrita por Luna Lovegood


Capítulo 2
Trust?


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores!

Falling in love está chegando em seu segundo capitulo =D tenho muuuuitos planos para essa história espero que vocês gostem!

Muito obrigada pelos comentários e favoritos! Fiquei muito feliz!

Nos falamos novamente nas notas finais!



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If I say who I know it just goes to show

You need me less than I need you

Take it from me we don't give sympathy

You can trust me trust nobody

But I said you and me we don't have honesty

The things we don't want to speak

I'll try to get out but I never will

Traffic is perfectly still

(Trust-me - The Fray)

  

Felicity Smoak

É um prazer finalmente conhecê-la. Amanda disse com uma voz desprovida de emoções, embora mantivesse um sorriso amistoso nos lábios para amenizar.

Igualmente. respondi puxando a minha mão o mais rápido possível.

Tinha algo na forma como ela olhava para mim que me deixava receosa. Como se ela esperasse que eu tivesse a resposta para alguma pergunta dela. Ok, talvez eu estivesse sendo apenas neurótica, mas havia algo de muito estranho naquela mulher. E não era o fato dela estar aqui, em Paris, atrás do meu marido, quando ele devia estar aproveitando nossa lua de mel.

— Eu estava comentando com Oliver que vocês fizeram a escolha certa, Paris é um lugar tão romântico para passar a lua de mel. — não perdi a forma como seus olhos se estreitaram na direção de Oliver, fazendo-o retesar. — Se ele tivesse perguntado a minha opinião eu teria sugerido algo menos clichê...

Quem se importa com a opinião dela?

— Foi ideia do Oliver. — comentei, e o senti mudar a mão colocando-a ao redor da minha cintura a segurando forte, enquanto puxava meu corpo mais para perto do seu — E clichê combina conosco, considerando como nos conhecemos.

— É claro que foi ideia do Oliver. Ele é sempre tão atencioso e romântico. — Amanda falou voltando seus olhos escuros para o meu marido, percebi que eles pareciam irritados, minha mente imediatamente se viu questionando o porquê da chefe de Oliver estar aqui em Paris, e justamente no período da nossa lua de mel. A ideia dela ser um ex-namorada amargurada não parecia tão ruim agora, ainda mais por ela achar meu marido romântico, como ela saberia se não tivesse sido alvo das suas atenções? — Eu vou deixá-los aproveitar o momento.

 Já vai tarde!

Amanda se despediu com um sorriso educado nos lábios e eu agradecia a Deus mentalmente. Mas algo na sua imagem não me parecia certo, aquela mulher sorrindo não parecia uma boa combinação.

Eu podia até estar sendo um pouco neurótica, mas o clima ficou mais pesado depois que ela apareceu, Oliver parecia tenso e o aperto dele em minha cintura se tornou forte e protetor, olhos sempre ao nosso redor, nunca em mim. Como se ele estivesse preocupado que a qualquer momento alguém iria me arrancar de seus braços ou que eu fosse fugir para bem longe. Eu gostava da sua possessividade até certo ponto, fazia bem para o meu ego saber que ele me queria ao seu lado, mas eu não gostava nenhum pouquinho do motivo para ele estar agindo assim.

— Por que a sua chefe está em Paris também? — comecei a inquisição com uma pergunta importante, mas dando um ar leve.

Você dormia com ela? Era a pergunta que eu realmente queria fazer.

— Ao que parece há uma conferência por aqui. — deu de ombros, mas senti que de certa forma aquilo parecia incomodá-lo.

— Que coincidência.

Ela está te perseguindo? Ela cruzou um maldito oceano e “esbarrou” em nós dois durante a nossa lua de mel e você quer que eu acredite que é apenas uma coincidência? 

— É mesmo. — ele concordou, me cercando.

— Ela é... Simpática... — comentei incerta, não queria insultar alguém que eu mal conhecia, por pior que a primeira impressão tenha sido e muito menos queria que isso afetasse meu dia com Oliver. Eu apenas estava jogando para ver que respostas iria conseguir.

As sobrancelhas de Oliver se ergueram e ele me olhou como se eu dissesse a coisa mais absurda do mundo.

— Amanda Waller é tudo menos simpática. — A voz dele era séria e havia algum desgosto ali, imediatamente me senti melhor, ele não dormiria com ela se seus sentimentos eram tão opostos. Ok, homens podiam ser estranhamente distantes quando o assunto era sexo, corpo e coração não precisavam estar ambos envolvidos, mas Oliver não era assim.

Eu conhecia seu coração.

— Como você consegue trabalhar para ela? — soltei, aliviada por saber que ele tinha a mesma opinião que eu. — Tem algo de assustador nela. — confessei relembrando a forma estranha que os olhos de águia se prenderam em mim, aquela mulher me dava arrepios!

— Não fique com medo dela, amor, eu estou aqui com você. — ele falou me puxando para seus braços e apertando o meu corpo contra o seu. Aconcheguei-me ali, apoiei minha cabeça em seu peito e inalei aquele cheiro bom que só Oliver tem. — Eu sempre protegerei você. — Eu ri com aquela brincadeira, mas assim que ergui meus olhos para o rosto de Oliver percebi o quanto o semblante dele estava sério e determinado.

Talvez eu realmente devesse temer aquela mulher.

***

Depois do encontro surpresa com Amanda Waller, Oliver ficou um pouco tenso e distante. Ele parecia preocupado, andava segurando firme a minha mão e observando tudo a nossa volta, como se a qualquer momento um homem bomba fosse aparecer e explodir tudo ao nosso redor. Ele simplesmente não relaxava.

Deixamos o restaurante e decidimos caminhar um pouco antes de voltar ao hotel. Eu queria aproveitar aquela noite incrível, como qualquer casal apaixonado faria em Paris, jogando moedas em fontes e fazendo desejos que completariam nosso felizes para sempre, tendo conversas bobas sobre a beleza da lua e outras mais séries sobre o que o futuro nos esperava. Mas Oliver não estava realmente presente. Ele não me escutava, apenas concordava com tudo o que eu dizia. Estava completamente alheio a minha presença.

A noite que mais cedo eu achara linda, agora parecia ter perdido toda a vibração. Paris, a cidade luz, mais parecia a cidade cinza para mim.

— Isso é um desastre! — desabafei frustrada, depois da quinta vez que tentei iniciar um diálogo com Oliver e ele me dera respostas vazias e sorrisos mais vazios ainda. Eu estava em lua de mel e obviamente o meu marido estava com a mente em outro lugar, bem longe de mim.

— Você tem razão. — ele concordou sem prestar atenção ao que eu dizia, o olhar dele estava fixo em um senhor de chapéu sentado em um banco há alguns metros de nós.

Aquilo foi a última gota d’água, eu bufei de raiva, soltei minha mão da dele e sai marchando de volta para o hotel. Ótimo, nós estávamos casados há pouco mais de vinte e quatro horas e as coisas já estavam dando errado. Eu deveria ter esperado por isso.

— Felicity! — exclamou apavorado vindo em minha direção e me segurando pelo braço, parando-me.

— O que foi? — Não contive minha impaciência, e uma ligeira petulância. Eu estava no meu direito.

— O quê você está fazendo? — perguntou-me com os olhos confusos. O fato dele não perceber o motivo da minha irritação teve o poder de me deixar ainda mais irritada.

— Eu não sei, Oliver, o quê você está fazendo? — joguei as palavras que estavam presas na minha garganta enquanto meu dedo cutucou seu peitoral acusadoramente — Foi você quem insistiu nessa viagem, quem falou que deveríamos curtir um tempo juntos antes de começarmos a rotina de casados. Que queria criar belas lembranças comigo. E agora você se comporta como um robô, nem presta atenção nas coisas que eu digo! Parece que preferia estar em qualquer lugar do mundo menos aqui. — falei deixando claro que eu estava magoada com o comportamento dele.

Vi Oliver suspirar e fechar os olhos antes de falar comigo, parecia buscar as palavras certas a me dizer, eu às vezes odiava o quanto ele pensava demais nas palavras antes de dizê-las. Quando ele finalmente abriu os olhos e olhou diretamente para mim, notei uma nuvem de tristeza nublando o seu semblante, e imediatamente me senti mal por confrontá-lo tão bruscamente, talvez ele estivesse com algum problema sério, e eu estava sendo egoísta pensando apenas em mim.

— Você está certa. Eu sinto tanto que eu tenha estragado esse momento. — vi em seus olhos que ele realmente sentia. — Deixe-me compensá-la por isso! — a voz veio manhosa enquanto ele se aproximava os seus lábios dos meus. Aquilo era golpe baixo, ele sabia que simplesmente perdia o foco quando ficávamos assim tão perto, o quanto era fácil esquecer qualquer briga boba e me perder nele.

A boca de Oliver não fez seu caminho usual até a minha. Oh não, ela trapaceou indo até a minha orelha esquerda e apenas a respiração quente dele ali já me deixava desorientada.

— Não há outro lugar que eu queira estar no mundo. Você é o meu lugar favorito. — sussurrou, meu coração se exultou com aquela declaração. Sim, era um pouco brega e se outra pessoa a dissesse para mim, eu iria apenas revirar meus olhos, mas com Oliver...

Oliver sempre parecia saber a coisa certa a dizer. E a coisa certa a fazer também. Os lábios dele traçaram uma linha lenta de beijos indecorosos vindos da base minha orelha e terminando em minha boca. E como sempre, quando seus lábios tocaram os meus eu me esqueci do motivo de estar brava com ele. Tudo o que eu queria, tudo o que eu precisava era provar mais do sabor viciante dele. Minhas mãos tomaram vida própria e se enroscaram em sua nuca, e eu o trouxe para mais perto querendo aprofundar o beijo.

Porém, cedo demais ele se afastou.

— Eu amo beijar você, mas acredito que já estamos dando um show aqui. — falou, e eu percebi as pessoas nos olhando  — Vamos para um local mais privado.

Local privado. Isso significava nossa suíte de núpcias, corei com meus pensamentos. Não seja tola Felicity! Repreendi a mim mesma. Não é como se você nunca tivesse feito isso com Oliver antes... várias vezes! Oh Deus! Eu estava ficando ainda mais vermelha. Notei que Oliver tinha um pequeno sorriso nos lábios, e pelo olhar que ele me lançou notei também que sabia exatamente a direção que meus pensamentos haviam tomado.

O caminho até o hotel pareceu longo, ambos estávamos ansiosos demais. Assim que chegamos ao corredor do nosso quarto e nos vimos livres dos olhares curiosos começamos a nos beijar avidamente. Oliver me pressionou contra a parede próxima a nossa porta, enquanto procurava o cartão do quarto em seus bolsos.

Ele se afastou de mim por alguns segundos apenas para abrir a porta. Percebi no momento em que ele prendeu a respiração que algo estava errado.

— Nós não deixamos a porta do quarto aberta. — A forma como ele falou me deixou apavorada — Fique atrás de mim, Mel.

— Mas Oliver... — tentei argumentar, mas foi em vão.

— Apenas fique atrás de mim. — reforçou com uma voz séria.

Não é como se alguém estivesse no quarto esperando para nos atacar. Ou houvesse homens armados roubando nossas coisas. Mas Oliver estava tão nervoso com aquela possibilidade, que eu me deixei ser contagiada por aquele sentimento de medo. Ele empurrou a porta devagar e adentrou no quarto silenciosamente, eu o segui, nervosa, tentando não fazer barulho, por sorte o quarto era acarpetado e abafava o som dos meus sapatos. Observei o lugar, mas estava tudo do mesmo modo que havíamos deixado, me deixei respirar aliviada. Oliver estava sendo apenas paranoico.

— Tem alguém aqui. — ele insistiu, me colocando protetoramente atrás do seu corpo.

Oliver estava certo.

Havia alguém no quarto, mas não um ladrão, um assassino, um sequestrador ou seja lá o que se passava na cabeça dele. Era apenas a camareira do hotel que levou um susto imenso quando saiu do banheiro e se deparou com Oliver ali, a olhando como se pudesse matá-la com as próprias mãos.

— Me desculpe senhor Queen, fui informada de que deveria deixar a suíte de núpcias arrumada — a camareira disse nervosamente — Sinto muito.

— Não tem problema — respondi suavemente tentando acalmar a jovem, que apenas assentiu e deixou o quarto com uma rapidez incrível. Eu não podia culpá-la, Oliver tinha um olhar assassino no rosto.

— Você está bem, Oliver? Você está parecendo um pouco... — observei bem o semblante dele tentando entender o que se passava ali, levei uma de minhas mãos até seu braço tentando acalmá-lo. — ...estressado.

Meu toque pareceu acordá-lo por que imediatamente seus belos olhos cor de oceano encontraram os meus, eles pareciam ter tanto a dizer. Ele sacudiu a cabeça como se tentasse expulsar um pensamento ruim, e me deu um pequeno sorriso em seguida.

— Eu não estou bem, Felicity.

— O que há de errado? — perguntei preocupada. — Foi a comida? O Jet leg finalmente te alcançou? Quer que eu busque algum remédio?

— Não. Eu tenho outro problema, algo sério. — esperei por sua resposta — Nós estamos em lua de mel e até agora eu não aproveitei dos benefícios de te ter como minha esposa. — disse e me puxou para mais perto dele.

— Eu posso fazer a mesma reclamação.

— Você fica linda com esse vestido, Sra. Queen. — sorri, já sabendo o que viria depois — Mas eu prefiro você sem ele. — falou, e seus olhos vieram famintos na minha direção, me fazendo sentir quente sobre aquele olhar e rir, não porque eu achava a cena engraçada. Eu apenas ri de felicidade.

Oliver deslizou as mãos pelo meu corpo e a seda do vestido deixava cada toque dele ainda mais sensual. As mãos chegaram até as alças e ele as puxou pra baixo, descendo-as por sobre o ombro e fazendo-o tecido fino cair ao chão sobre meus pés, eu já não ria mais, eu apenas estremecia saboreando a expectativa. A boca de Oliver tomou a minha em um beijou desesperado, repleto de paixão. Minhas mãos ávidas o despiram de sua camisa e eu me deleitei com a sensação de ter a pele dele queimando junto a minha.

— Essa é nossa primeira vez como Senhor e Senhora Queen, precisamos fazer isso direito. — disse-me com um sorriso nos lábios, eu sabia que ele estava adorando me chamar de Senhora Queen, já o tinha feito uma dúzia de vezes. Acho que é algo primitivo, o fato de eu carregar o sobrenome dele lhe dava uma sensação de posse. Não que eu me importasse, eu havia mantido meu sobrenome também e acrescentei o dele porque eu sabia que pertencia a Oliver, eu sentia isso em cada célula do meu corpo.

— Não tem como errar amor, nós praticamos muito. — devolvi enquanto deslizava meus dedos sobre seus bíceps.

— Sabe o que dizem sobre a prática... Ela leva a perfeição.

Oliver parou de falar e voltou a me beijar. Caminhou lentamente me empurrando em direção a cama, onde me colocou delicadamente, ele se afastou um pouco, terminou de se despir e cobriu o meu corpo com o dele. Logo ele estava espalhando beijos e pequenas mordidas pela extensão do meu pescoço, me desfazendo. O toque dele me deixava arrepiada, tinha sido dessa forma desde a primeira vez, essa estranha e absurda atração entre nós.

— Você foi a melhor coisa que me aconteceu. — me disse entre um beijo e outro, olhando diretamente em meus olhos, meu coração se alegrou com aquelas palavras e eu sorri, me sentindo inteiramente feliz e completa. Eu queria dizer que ele também era o melhor da minha vida, mas aí seus lábios exigentes reivindicaram os meus e eu não consegui mais falar, apenas tentei mostrar através dos meus gestos o quanto o amava e estava feliz de tê-lo em minha vida.

***

Acordei sozinha na cama. Tateei pelo colchão procurando pelo corpo quente de Oliver, mas ele não estava ao meu lado. Na verdade ele não estava em lugar algum do quarto. Olhei para o relógio digital sob o criado mudo que marcava 02:34 da madrugada. O que o fizera se levantar tão cedo? Onde ele havia ido? E por que não me avisara?

Deixei essas dúvidas me corroerem enquanto o tempo passava e ele não aparecia, minha mente já seguindo por caminhos perigosos. Havia algo em Oliver, sempre houvera, algo que eu ignorava deliberadamente, como o fato dele nunca falar diretamente sobre a família ou sobre seu emprego, ele tendia a ser sucinto e dizia que apenas não gostava de misturar as coisas. No princípio eu achei que era porque ele era uma pessoa reservada, mas depois foi se tornando óbvia a forma como ele parecia fugir das minhas perguntas ou me dar respostas vagas.

Eu acabei ignorando essas pequenas coisas, porque estar com Oliver me fazia feliz. Eu me pergunto se eu agi certo, porque estávamos começando uma vida juntos e isso significava dividir nossos medos, nossa história, eu fiz isso quando contei a ele sobre o meu pai e meu relacionamento não muito bom com minha mãe. Mas Oliver não. Ele quase nunca me falava sobre a família, exceto que era órfão de pai e que não tinha muito contato com a mãe e a irmã que moravam em Nova York. Eu não insistia muito no assunto, pois eu percebia o quão triste ele ficava toda vez que eu perguntava sobre eles e isso partia o meu coração. Me lembro de que separei um convite do nosso casamento para que ele enviasse à elas e seus olhos marejaram quando eu o encontrei, embora como todo homem ele tenha disfarçado a emoção e murmurado apenas um obrigado. Mas então eu o vi dias antes da nossa união olhando para o convite com um olhar perdido. Ele decidira não as convidar. Seja lá o que tivesse acontecido, eu esperava que um dia ele se sentisse bem o suficiente para compartilhar comigo.

Eu esperava que o casamento mudasse as coisas e ele se abrisse, mas eu estava começando a perceber que talvez isso não acontecesse assim tão rápido. Já passavam das quatro horas da manhã quando eu ouvi a porta do quarto se abrir, fechei meus olhos e fiquei deitada fingindo que ainda dormia.

Oliver retirou a roupa e se deitou com cuidado ao meu lado, me puxando para perto de seu corpo enroscando-se em mim, sua respiração quente e ritmada batendo em minha orelha enquanto suas mãos brincavam com as minhas, eu acabei adormecendo novamente no calor daqueles braços. Mais tarde quando acordamos ele nada me disse, muito pelo contrário agiu como se nunca tivesse saído. Não teria sido um problema, se isso não tivesse se repetido em algumas outras noites da nossa viagem. E como na primeira vez, Oliver continuou fingindo que nada aconteceu.

Cheguei a conclusão que ele devia sofrer algum tipo de insônia, mas eu decidi que lhe daria um tempo e o questionaria sobre isso depois. Não valia a pena estragar a nossa viagem com isso.

***

As duas semanas que planejamos tiveram que ser encurtadas para dez dias, porque Oliver recebeu um chamado urgente para voltar ao trabalho. Agora eu realmente tinha um motivo para desgostar tanto da chefe dele!. Mas ainda assim cada momento em que passamos em Paris, foi único e especial, nós visitamos museus, jantamos em restaurantes incríveis e passamos muito, muito tempo em nosso quarto de hotel, apenas aproveitando a companhia um do outro. Eu me lembraria dessa viagem por toda a minha vida.

Oliver estava registrando a nossa saída e eu estava o esperando no salão. Era uma pena ter que acabar a nossa lua de mel mais cedo, mas ainda assim eu estava feliz. Nós aproveitamos cada momento naquela cidade, e eu estava ainda mais apaixonada por ele. Além disso, havia algo de excitante em voltar para casa, nós finalmente começaríamos a nossa vida juntos. E eu estava ansiosa por isso, por essa rotina de ser casada com Oliver.

Eu estava tão distraída em meus próprios pensamentos que não percebi quando alguém esbarrou em mim, me levando com malas e tudo de encontro ao chão.

— Eu sinto muito senhorita. — um senhor se desculpou e me ajudou a levantar. Aceitei a mão que ele oferecia e olhei diretamente em seus olhos. Havia algo de familiar ali, embora eu não conseguisse me lembrar com exatidão aonde eu já os tinha visto antes.

— Obrigada. — agradeci assim que estava de pé. Ele apenas assentiu, colocou seu chapéu de volta em sua cabeça e partiu, sorri ao observá-lo era raro ver alguém que ainda usasse chapéu hoje em dia, era tão fora de moda. Percebi tardiamente que o tal senhor havia deixado algo em minha mão. Um pequeno bilhete.

Procurei ao redor pelo homem, mas ele desaparecera deixando apenas aquele pedaço de papel em minhas mãos, o abri. Não confie nele. Estava escrito em letras garrafais. Não deveria ter importância, essas três palavras não deveriam significar nada para mim, mas ainda assim me fizeram estremecer. Olhei para Oliver que ainda estava conversando com a garota na recepção e ele sorriu para mim.

Meu coração falhou.

Guardei o bilhete no meu bolso e comecei a pensar nos estranhos desaparecimentos dele durante a noite. Pensei no quanto ele era reservado sobre seu passado, sobre a família. Sobre tudo.

— Pronta para ir? — Oliver se aproximou com um sorriso nos lábios. Assenti, sentindo o peso daquele bilhete no bolso do meu casaco.

O quanto eu realmente conhecia o meu marido?

 

 


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Notas finais do capítulo

Então? Eu preciso saber se vocês então gostando! Me digam! Bjs!