Na segurança da mente escrita por Mitsue chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma história dedicada ao casal mais sofrido do mundo de Naruto, Sasusaku! É uma visão pessoal de como nosso querido Uchiha deve se sentir durante sua missão e, vou logo avisando, é bem emotiva, porque eu acho que depois de tudo a pedra de gelo que era esse homem deve ter se derretido.Espero que gostem e me contem o que vocês acham que se passa na cabeça do ex-vingador!
Boa leitura!



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Já estava anoitecendo quando ele finalmente parou para descansar. Como em todas as outras noites, ele fez uma pequena fogueira, preparou uma janta rápida e simples, colocou seu saco de dormir no chão e se deitou sob a luz da lua.

Uchiha Sasuke nunca foi do tipo de homem que expressa seus sentimentos abertamente e quem o conhece sabe disso. Contudo, pouquíssimas pessoas sabiam o que se passava em sua mente. Na segurança de seus próprios pensamentos ele poderia refletir sobre sua vida, suas alegrias, seus medos e amores. O pensamento mais constante em sua mente era, sem dúvida, a sua família. As adoráveis feições de bebê de Sarada, bochechas gordinhas e olhos grandes, tão negros quanto os seus, assim como seus cabelos. Da última vez que a vira ela já corria por toda a casa e balbuciava algumas palavras como mamã, tomate, Boiuto, (Sasuke não gostou nada disso) e, pra sua surpresa, papa. Mas ele não havia presenciado sua primeira palavra assim como não a vira dar seus primeiros passos e era quando pensava sobre essas coisas que a saudade de casa mais doía.

Apesar de tudo isso e de amar muito sua filha, considerando o dia e o local, ela não era o centro de seus devaneios. Afinal, em quem mais ele poderia pensar no dia 28 de Março estando debaixo de uma enorme árvore de cerejeiras além de Sakura? Sua amada Sakura.

Por uma mera coincidência ou por obra do destino, ele encontrara aquela árvore solitária no alto de uma pequena colina. Poderia ser bobagem de sua parte pensar nisso, mas ali ele sentia como se a noite não fosse tão escura e silenciosa, o chão não fosse tão duro e a solidão não fosse tão fria. Era como se sua adorada esposa estivesse velando seu sono, como de fato às vezes fazia.

Aquela maldita viagem que ele fora obrigado a fazer já estava se tornando demais. Como uma pessoa que perdeu a antiga família tão cedo se sentiria ao ter que ficar tanto tempo longe da nova? Como um homem com a história tão manchada como a dele poderia se perdoar por não estar ao lado de uma das únicas pessoas que foi forte o suficiente para não deixar de amá-lo e bondosa o suficiente para lhe conceder o perdão? Por Kami! Nem mesmo quando o pai de sua esposa veio a falecer ele esteve ao lado dela para ampará-la. Ele apareceu um mês depois disso e descobriu que Sakura não só teve de aguentar a dor praticamente sozinha como tinha de permanecer forte para consolar sua mãe e, apesar de ter inúmeros amigos ao seu lado, nada substituiria o carinho de um marido.

Quem visse esse peculiar casal junto até duvidaria que ali existisse algum sentimento real, mas eles não sabiam de nada. Sakura foi a primeira mulher que o viu chorar, tanto de tristeza quando teve de abandonar sua família pela primeira vez como de alegria quando sua pequena Sarada nasceu (o único evento que ele se recusou a perder); ela foi a primeira mulher que o fez ficar nervoso, com direito a suor frio e batimentos acelerados; foi a primeira mulher para a qual ele jurou amor e proteção, sendo que a segunda era a filha deles; e, claro, foi a primeira e única mulher para a qual ele se entregou de corpo e alma. Ninguém jamais o faria completo como ela fazia.

Estava estranhamente sentimental naquela noite. Talvez fosse o modo como a luz da lua brilhando sobre a grama debaixo dele lembrasse seus olhos, ou o rosa das flores lembrasse o seus cabelo, ou o fato de o cheiro do ar ser curiosamente o mesmo que ele sentia cada vez que aconchegasse seu rosto na curva de seu pescoço, sentindo os fios macios e rosados lhe acariciarem a pele. É... talvez.

A única coisa que o impedia de correr o mais rápido possível de volta pra casa, de volta para os braços para os quais pertencia, era a importância de sua missão, porque só a segurança de sua família era mais importante do que estar com ela. Se ele tivesse a mínima chance, por menor que fosse, de impedir o que quer que esteja ameaçando o motivo de sua felicidade, e ele sabia que havia alguma coisa, faria o que fosse possível para impedir. Eram meses que estavam se tornando anos, e cada dia era extremamente enfadonho, salvos os que ele voltava para seu lar. Mas ele era um ninja forte e protetor, poderia suportar.

Mas ele não era o único a sofrer. Toda noite ele visualizava sua Sakura indo se deitar sozinha, em uma cama gigante e vazia, rezando para que nada de mal acontecesse a ele, e sabia que Sarada diversas vezes perguntava por ele da melhor maneira que sua fala de bebê permitia. Jamais poderia agradecer o suficiente a sua esposa por ter esperado quase 15 anos por ele e ainda ter de esperar mais.

Estava quase pegando no sono. Antes de se render ao cansaço e aos sonhos tão esperados que ele sabia que viriam, reviu seu dia para ter certeza de ter feito uma coisa de extrema importância. Em sua mente ele relembrou o momento em que amarrou uma mensagem na perna de seu falcão e o soltou. Nunca gostou muito dessa história de mensagens por celular, eram impessoais demais. Satisfeito por não ter se esquecido, ele começou a sonhar.

Bom, na verdade, ele jamais se esqueceria de mandar aquela mensagem, afinal, era para Sakura. Em sua mente ele imaginava o momento em que ela leria o bilhete e viu com clareza quando seus olhos esmeraldinos se encheram de lágrimas e aquele sorriso doce brincou em seus lábios. Ah... esses eram seus sonhos preferidos. Contudo, naquela noite, seu maior desejo era voltar para casa, tê-la em seus braços, abraçá-la com força, dando aquele sorriso torto que sabia que ela amava, e lhe desejar um Feliz Aniversário.


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Notas finais do capítulo

E aí? Por favor, comentem e me contem sua ideias!