Um dia você acorda

No outro acordam você.

Mas continua bem disposto

A todos envolver.

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Seu chapéu já está sem vida

De tanto que é pisado.

Não mais que seu rosto,

Quando é espatifado.

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Gloriosas mãos tocaram sua face

A ela trouxe aconchego.

Mas aquela outra vizinha

Veio tirar o seu sossego.

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E uma outra ainda

Um frango assou pra você.

E o esfomeado da Vila

Te deu um golpe. Touchè.

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E sem contar os dias

Em que tenta trabalhar.

Mas sempre aparece um

para seu ofício atrapalhar.

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E mesmo quando a fome aperta,

Sua vergonha ela não afrouxa.

A não ser que seja o dia

De fazer o Barrigão de trouxa.

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Com um sorriso no rosto

Eis como leva a vida.

Menos nos dias,

Que lhe são cobradas as dívidas.

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A ti já compararam

Com Futebolista

Apenas por descer a lenha

Esse esbelto e "jovem" ciclista.

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A ti, ainda disseram

Ter cara de chuteira

E você, mesmo querendo

Não perdeu a estribeira.

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Seus feitos heróicos

Não são alardeados.

Quer um exemplo:

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"Não existe trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar"

"A virtude de bem viver está nos princípios morais, minha filha."

"As pessoas boas devem amar seus inimigos."

"Somente as pessoas ruins sentem prazer em ver o sofrimento alheio."
 
"Sou pobre, porém honrado!"

"Como dizia meu velho avô: Se quiser vir a ser alguma coisa, que devore os livros!"

"Estou juntando para te dar tudo de uma vez, um montão no fim do ano."

"Na hora do aperto se aprende..."


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Mas ainda assim,

Só o senhor nos alegra.

Vamos andando,

Venha.

Olha lá o velho do saco.

Cuidado com o pugilista.

E tem ainda o sapateiro,

E de quebra o leiteiro,

Sem contar o pedreiro.

Já ia me esquecendo do barbeiro.

Vendedor de balões,

E até mesmo fotógrafo.


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Quem disse que ele é preguiçoso,

Só pode ser um mentiroso.