Namorado de Aluguel escrita por Andye


Capítulo 9
Mudando os conceitos


Notas iniciais do capítulo

> Autora da fic pigarreando para avisar que chegou<

Oi querid@s...
Sei que muitos de vocês devem ter pensado que eu morri, sofri algum grave acidente, fui azarada ou, quem sabe e o pior de tudo, havia desistido de escrever a fic.
Mas não, são todos boatos errôneos sobre a Andye e o que aconteceu, de verdade, é que estava numa correria sem tamanho para concluir o período na Universidade.
Vocês sabem, estava em greve desde maio, e voltou do final de outubro, então, foram cerca de 40 dias para concluirmos esses 5 meses, e não foi fácil.
Quase perdi uma cadeira, mas passei arrasta, e não fui pra nenhuma final > POR ISSO ESTOU AQUI
Deixando as explicações um pouco de lado, afinal, acho que já entenderam, vamos ao que interessa. Quase um mês sem atualizar a fic, tenho muito o que fazer para me desculpar de verdade com vocês!

Beijos da Andye!!!



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Ela só poderia estar louca. Louca de pedra, era a resposta mais condizente. Aquela despedida de solteira foi muito de longe tranquila. Estava tão bêbada que mal conseguia se manter de pé. Uma vergonha, pensou. Mas estava animada. Havia lavado a alma e pensava mais asneiras que jamais imaginou.

A limusine exclusiva, alugada especialmente para o casamento, agora levava Pansy, Dafne, Astoria, a prima Lucy e duas amigas, Jenna e Megan para casa. Pelo menos, esta era a ideia inicial. A executada foi bem diferente.

Na abertura do teto era possível ver uma Astoria, e uma Dafne igualmente bêbada, gritando aos quatro cantos da cidade que dormia àquela hora da madrugada.

— Ah... Esta é a minha irmãzinha - gritava Astoria — Ela vai casarrrr...

— Sim, eu vou casarrrr...

De dentro do carro, mais gritos das outras duas. O motorista revirava os olhos como se aquilo fosse a coisa mais estúpida que ele já vira na vida. E se realmente não fosse. Mas era pago para trabalhar, e o trabalho envolvia estar diretamente ligado as pessoas loucas que usam a desculpa da bebida para extravasar.

Então Astoria, mesmo que embriagada, se preocupou. Percebeu que a irmã chorava e não entendia o porquê. Estava bem até um segundo atrás e agora tinha os olhos vermelhos, acompanhados de lágrimas e uma tristeza que parecia ser devastadora.

— O que você tem? - Astoria se preocupou de verdade.

— Eu... Eu não sei... Não sei se posso...

— Não sabe se pode o que?

— Casar.

— Como assim?

— Você devia mandar proibir o meu casamento. É sério, Tory. - ela estava embriagada, mas falava com coerência.

— Mas que conversa é essa, Dafne? - Astoria perguntou, virando-se totalmente pra ela. As outras ainda gritavam dentro do carro.

Então, do nada, ela começou a sorrir. Como em surto, ela simplesmente demonstrou esquecer tudo o que falara e recomeçara a gritar. Gritava euforicamente, e Astoria não sabia ao certo o que fazer. Na verdade, fez a única coisa que poderia: relevou. Relevou e voltou a gritar em coro com a irmã e as primas.

— Para aqui... Para aqui... Para...

Astoria falou rapidamente, muito apressada ao motorista, escorregando pela cabine aberta e sentando entre as primas. Procurou a carteira jogada pelo carro que, após alguns instantes, encontrou com a ajuda de Lucy.

Saiu cambaleante do carro, depois de apoiar-se nas primas que permaneciam sentadas. Não falou nada. Apenas sorria displicente como se aprontasse algo realmente digno de orgulho. Caminhou, as pernas passando uma na frente da outra, em uma linha ondulada, até um caixa eletrônico em uma pequena galeria já fechada.

A dificuldade em conseguir colocar o cartão no leitor do auto atendimento a irritou. Xingou algumas vezes, até finalmente, conseguir conectar à máquina. Seguiu o menu. Saque máximo: £800,00. Sacou.

Novo saque.

Novo saque.

Repetiu o procedimento com todos os cartões de banco que tinha em sua carteira até completar uma quantia que ela imaginou ser o suficiente para seus planos. Sorriu da própria esperteza.

Tentou contar os maços de dinheiro enquanto as outras gritavam lhe chamando. £4.800,00. Sorriu novamente. Guardou o dinheiro de qualquer jeito na carteira e voltou, caminhando desordenadamente até o carro que as conduzia, esperando que o motorista deixasse cada uma delas em suas devidas moradas. E ela ansiava por voltar para casa. Sorriu novamente.

Quando entrou em casa ainda não tinha certeza do que deveria fazer, mas o desejo era crescente, embora o medo prevalecesse em seu peito.

Sorriu.

Não tinha o que temer. Era adulta, afinal. Caminhou discretamente após retirar os sapatos até a cozinha da casa. Um copo grande de água gelada veio a calhar. Desceu resfriando o desejo que ela sentia.

Resfriando. Não apagando.

Tomando a carteira de volta às suas mãos, não conseguiu conter um sorriso bobo. Estava decidida. Embriagada, era verdade, mas havia decidido. Não seria mais uma fraca. Faria o que bem entendia. Adulta. Dona de seus atos e responsável por suas consequências.

Caminhou até o quarto e estancou ao abrir a porta.

Draco usava apenas uma boxer branca. Estava deitado de um jeito totalmente relaxado. O peito subia e descia calmamente, em resposta a respiração tranquila.

Suspirou sentindo o seu corpo responder.

O cabelo claro, platinado pela luz suave da lua que transpassava a janela, delicadamente bagunçado emoldurava sua face. Parecia relaxado. Estava tão profundamente relaxado que ela desistiu, impossibilitada de despertá-lo daquela paz.

Descartou os sapatos a beira do roupeiro e caminhou até ele. Tinha um livro entre os dedos. Era estranho que um prostituto fosse culto. Tão culto. Sorriu. Precisava rever seus conceitos.

Urgentemente.

Inclinou um pouco o corpo, apoiando as pernas na cama e começou calmamente a retirar o livro de entre os seus dedos, com uma tranquilidade que desafiava a bebedeira da noite.

Arfou. Ele segurava o livro com mais força do que ela imaginou. Prendeu a respiração.

Ele abriu os olhos e a fitou carinhoso. Carinhoso demais. Ela se derreteu por dentro. Aquela sensação voltou. O desejo de agarrá-lo. Beijar seus lábios até não mais ter sentido voltou a corroer cada pedaço de seu pequeno e quente corpo.

— Oi… - ele falou virando para ela, soltando o livro — Está tudo bem?

Astoria não sabia o porquê da pergunta. Imaginou que estaria com a expressão entre o acanhamento, espanto e carinho. Pegou seu livro de cima da cama sem dizer uma única palavra. Seus olhos estavam fixos nos dele. De alguma forma, ela imaginava que ele já sabia quais eram as suas intenções... Suas verdadeiras intenções.

Sorriu.

Ele sorriu de volta. Ela teve certeza que ele sabia.

Então ela caminhou até a borda da cama, ficando de frente para ele, e num súbito de coragem e nova decisão, desamarrou o lenço que cobria o pescoço, descartando o mesmo em seguida.

Ele a olhava atento. Não conseguiu conter um sorriso de satisfação.

Nervosismo? Talvez. Espanto? Com certeza.

Mas não podia deixar de lado a alegria que sentia ao ver que ela estava tão decidida, tão obstinada. Desejou avançar sobre ela e tentar silenciar, em seu corpo, o desejo de seu próprio corpo. Resolveu apenas observar. Tinha autocontrole suficiente para observar.

Ela continuou. Imaginou que as pernas tremendo eram resultado da bebedeira anterior. Das muitas garrafas de Wisky e dos incontáveis copos de batida. Pensava no motivo do tremor enquanto abria o ziper lateral da saia e a deixava deslizar por suas pernas.

Na cama, imóvel, o peito de Draco doía em resposta ao descompassado de seu coração. Ele sentia algo que lhe machucava ao mesmo tempo em que era tão bom. Tão gostoso de sentir.

"Por que estou me sentindo assim? Não sou um adolescente virgem e inexperiente."

Não. Realmente não era. Mas ali, de frente com ela, vendo-a tão firme, decidida. Provocante. Era assim que sentia-se, enfim. E sentia-se um idiota por se sentir assim.

Ela tirou a camisa com um único impulso e sorriu para ele, piscando o olho e recebendo um sorriso - sincero - como resposta.

Quando Astoria levou as mãos as costas, em seu sutiã, Draco sentiu ter um ataque momentâneo. Seu coração parou e ele arfou. Na penumbra, os cabelos negros dela estavam descendo desordenados em contraste a pele tão branca. Um corpo perfeito, totalmente feminino. Um olhar que era um misto de desejo e temor. Imaginou não ser real. Um sonho, talvez. Um sonho no qual ele era um moleque adolescente virgem e inexperiente ao ponto de ter sua primeira vez.

Ela estava em silêncio e permaneceu assim enquanto caminhou até ele, subindo na cama, engatinhando entre suas pernas, beijando ternamente suas pernas, barriga, peito, pescoço e lábios, em uma doce descoberta.

O peito rugia. O bater era forte. O dele em resposta ao dela.

Por fim, sentiu seu corpo virar em resposta a pressão que ele fez contra ela. Seus cabelos desgrenhados sobre os lençóis. Os lábios dele ao pressionar os seus lábios, pescoço, seios.

Arfou. Ofegou. Um gemido contido escapou de seus lábios.

Abriu os olhos.

Fitou o teto do quarto aparentemente tão interessante.

"Isto é real?"

Fechou os olhos e se deixou levar, se envolvendo sem medidas, sem preconceitos… Sem medos. Apenas vivendo a intensidade que àquele momento, fosse ele um sonho ou não, lhe estava proporcionado.

Feliz.

O coração batia astutamente acelerado, mas era de contentamento. De felicidade, de paz…

Paz.

Realização.


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Notas finais do capítulo

Então é isso... Espero que tenham gostado do surto de coragem da Tory... E isso ainda vai dar o que falar, podem esperar ;)



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