Namorado de Aluguel escrita por Andye


Capítulo 7
Pedido Especial


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu vim hoje, antes do prazo que tinha me estipulado porque fiquei tão feliz com os comentários que quis recompensá-los de alguma forma.
Obrigada pela participação de vocês e por todos os leitores fantasmas que estão deixando de ser invisíveis.
Espero que gostem desse capítulo. Grande beijo e uma ótima semana!

PS: Pra quem gosta de Romione, da uma passadinha na minha
Uma comédia com muita confusão e discussão entre esses dois!
https://fanfiction.com.br/historia/628542/ACasaCaiu/



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Quando Draco e Astoria resolveram voltar para casa, havia uma sensação estranha entre eles, como se tivessem acabado de se conhecer e perceber como cada um era especial de uma forma diferente, e como essas diferenças lhes faziam bem.

Na casa dela, os pais se preparavam para o almoço que, aparentemente, transcorreu tranquilamente, se é que alguém poderia chamar aquilo de tranquilo.

Dafne estava um irritação só. Toda a alegria e animação de horas atrás estavam condicionadas a tensão na sua vida. Falava sem parar daquela despedida de solteiros e de como estava se sentindo ameaçada pelo fato do noivo ir para um clube de strepers. A maior vontade de Astoria era lhe dar vários tapas na cara para ver se ela parava de um vez por todas com aquele show de “preciso que todos me deem atenção máxima existente no universo”, mas respirou profundamente, sendo observada discretamente por Draco.

Astoria levantou o rosto de relance, sentindo que era observada, e se deparou com os olhos acinzentados, tão profundos, brilhantes… envolventes... Abaixou-os rapidamente, envergonhada, talvez. Mas por que? Fitou as azeitonas e as cenouras de seu prato. Respirou lentamente. Pela primeira vez naquela tarde não ouvia a voz da irmã se fazendo de desconsolada, nem a de sua mãe tentando consolá-la ou simplesmente, lhe dizendo desaforos.

Elevou novamente os olhos sem conseguir controlar o desejo de olhá-lo. E como por instinto, como se aquilo houvesse sido cronometrado, ele também a olhou. Sentiu então a face esquentar. O que está acontecendo comigo? Se perguntou voltando a visão novamente para o prato, a vontade de comer se extinguindo completo. Ele foi tão bom comigo hoje pela manhã. Jamais imaginei que alguém pudesse me fazer sentir tão bem.

— Esta tudo bem, minha filha? - ouviu a voz do pai lhe despertando de seus devaneios.

— Está sim papai. Obrigada.

— Eu percebi você um pouco distante. Está se sentindo bem? Está sem fome, meu anjo?

— Pra falar a verdade, estou sem fome sim... - falou sentindo a face esquentar. A irmã e a mãe pararam de falar para ouvi-la. Draco a observava e ela se sentia como uma idiota por isto.

— Por que não vai deitar um pouco Tory? - o pai sugeriu carinhosamente.

— Realmente, agora que seu pai falou, parece um pouco abatida - a mãe completou.

— Por favor, Tory. Vá descansar - foi a vez de Dafne tomar a palavra —Não quero que passe mal em minha despedida ou em meu casamento.

Draco, enfim, entendia o porquê de estar ali com Astoria. Era inegável o quanto ela precisava de atenção, de carinho e, acima de tudo, de respeito. Respirou fundo, a fome o abandonando também. Olhou para ela e sorriu de leve, discretamente, apenas deixando claro para ela que ele a entendia e que estava ao seu lado.

— Vou para meu quarto - falou levantando-se da mesa cheia de coragem — Não se preocupe, Dafne, não vou arruinar seu casamento. Tenha certeza que a única pessoa que terá todas as atenções em seu dia glorioso, será você. Com licença.

Draco a acompanhou com os olhos, uma sensação de orgulho o invadiu, desviando novamente para o prato assim que ela desapareceu no corredor. Respirou fundo novamente. Não tinha mais fome, realmente. Pensou no que estaria acontecendo, se achando estúpido com o fato de se importar daquela maneira com ela. Era apenas um negócio, mais um negócio, e ele não gostava de se envolver em seus negócios.

— Draco!? - ouviu a voz de Dafne alguns tons mais altos do que ela costumava usar.

— Oi. - respondeu um pouco desorientado.

— Você sabe o que a Tory tem?

— Indisposição? - perguntou sem entender muito bem o motivo daquela pergunta, afinal, todos haviam presenciado o que acontecera durante a manhã.

— Ela nunca falou comigo dessa forma. Ela foi… grossa. Foi… Depreciativa. Foi…

— Direta e objetiva - as palavras saíram da boca do loiro sem que ele pudesse conter — Desculpe.

Lamentou-se ao ver os olhos brilhantes e a cara que anunciava um choro de Dafne. Sua mãe a abraçava. O pai era o único que parecia realmente não se importar.

— O que acha de ver se a Tory está bem, meu filho? - o mais velho sugeriu. Draco apenas assentiu com a cabeça, levantando-se e indo em direção ao quarto.

[…]

— Tory? - Draco falou após abrir uma fresta da porta, observando-a sobre a cama — Posso entrar?

— Claro Draco. Entra, - respondeu sem muito entusiasmo.

— Seu pai ficou preocupado com você. Está tudo bem?

— Sim, está. Obrigada.

— Por que eu não consigo acreditar em você? - falou sério, embora apresentasse um leve sorriso lateral. Tão encantador, ela pensou.

— Estou bem sim, pode acreditar.

— Tory, eu não sei o que você tem agora. Na verdade, você pode estar com muitas coisas, menos bem. Nesse momento eu não estou aqui como seu acompanhante - ela o olhou intrigada — Estou aqui como seu amigo, e você sabe que pode confiar em mim.

Ela sorriu para ele enquanto o ouvia continuar.

— Sabe que agora eu entendo tudo o que você está passando. Sabe que eu sei o quanto é difícil e dolorido para você está aqui, ter de ser obrigada a viver tudo isto. Mas você é forte, você é capaz de superar tudo isto e muito mais coisas, e sem a ajuda de ninguém, porque em toda a minha vida, Tory, não conheci uma mulher mais encantadora que você.

— Eu… - ela soluçou.

Os olhos avermelhados com lágrimas presas ao ponto de serem libertadas. Ele se sentou sobre a cama e a abraçou antes que ela se sentisse fraca demais para isto. Astoria chorou. Finalmente, ela chorou.

— Tudo bem, Tory. Faz parte de nossa vida chorar. Eu mesmo choro bastante - sorriu pelo nariz parecendo lembrar-se de algo — Faz parte de nós nos sentirmos mal e, principalmente, faz parte de nós sentirmos dúvidas quanto ao que faremos, o que falaremos, ou o que sentimos. Não se sinta pior ou melhor por isto. Todos nós temos dúvidas.

Ele engoliu em seco ao se ouvir falando aquilo. O conselho mais parecia para ele mesmo que para ela.

— Draco… Eu… - ela se afastou do abraço e os olhos estavam vermelhos — Estou tão confusa com tantas coisas. Estou me sentindo mal em relação a tudo isto. Não sei o que pensar. Acho que vou… vou…

— Enlouquecer?

— Sim. - abaixou os olhos mirando o lençol — Quero ir embora. Não sei o que eu vim fazer aqui.

— Você veio enfrentar o seu passado. Você veio vencer tudo e todos os que fazem esses olhos tão lindos chorarem. Você veio mostrar pra todos os que não acreditaram em você, o quanto você é valiosa, Tory. Você veio mostrar que é a mulher mais forte que eles já conheceram um dia.

— Obrigada, mas eu não sou tão forte como você imagina. Me desculpe.

— Não precisa se desculpar, apenas acreditar que é verdade. Eu nunca erro.

Ela conseguiu sorrir, e Draco achou que era o sorriso mais bonito que já vira na vida.

— Quando você se der conta do quanto você é especial, vai perceber como as coisas ficarão mais fáceis.

— É um pouco difícil de acreditar em você tendo a vida que tenho e vivendo da forma que vivo, mas eu prometo que tentarei.

— Já é um grande passo, pode ter certeza.

Ele a abraçou novamente, desta vez, sem lágrimas. Seus corpos pareciam se encaixar e esperar por aquele contato a mais tempo do que eles poderiam imaginar. Se sentiram bem com o toque, afinal. Não poderiam negar, de fato. A sensação era de acolhimento, de aceitação.

— Você tem um abraço gostoso - ela falou com a cabeça apoiada em seu peito, se sentindo aconchegada.

— E você é gostosa de abraçar - respondeu.

Uma das mãos fazia um leve cafuné nos cabelos escuros da garota. O queixo descansava sobre a cabeça dela.

— Vou deixar você descansar um pouco, tudo bem? - falou interrompendo o abraço e a olhando nos olhos, segurando seu rosto com as mãos. Ela piscou os olhos.

— Posso te pedir uma coisa? Algo além de negócios?

— Claro.

— Não vai embora. Fica comigo... E me abraça.

— Tudo bem, eu não vou - ele jamais entenderia o motivo do solavanco que sentiu em seu estômago ao ouvir aquele pedido. Astoria era uma mulher linda e ele não conseguia dizer não.

Acomodou-se, ficando ao seu lado. Astoria estava sentada sobre a cama, o observando. Seus olhos cheios de apreensão e carência. Ele lhe abriu o abraço e ela se aconchegou em seu peito. A mão livre do rapaz voltou a lhe fazer cafunés.

O peito dele subia e descia tranquilamente. As batidas do seu coração a acalmaram, mas os seus pensamentos não deixaram de a atormentar. Se perdeu no cheiro que a camisa dele exalava e fechou os olhos imaginando, tentando compreender o porquê de estar se sentindo assim. Não sabia se poderia ou se alguém seria capaz de respondê-la.

Draco apenas fechou os olhos, pensando em como poderiam ter feito Astoria sofrer daquela forma, como puderam lhe negar tanto carinho e afeição. Perdidos em seus próprios pensamentos, e neste envolvimento conjunto dos corpos, adormeceram.

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