Ela ficou perplexa e eu assustado, não era pra menos, eu tinha acabado de dizer que estava apaixonado por ela, minutos se passaram e o silencio do carro só me deixava mas ansioso.

– Eu falei pra você não se apaixonar. – A minha sorte era que eu dirigia.

– Eu provavelmente achei que seria fácil, não se apaixonar por você... Mas agora que te conheço pelo menos um pouco, sei que é bem difícil não se apaixonar. – E depois disso o silencio voltou a reinar no meu carro.

...

Quando chegamos a minha casa, ela ainda não tinha dito nada, não demonstrava se importar com nada, e isso me preocupou, me preocupou muito!

–Ora Damon.... – Minha mãe disse quando viu que tinha visita. – Pensei que tinha se mancado... –Não estava nem um pouco afim de ouvir as implicâncias da minha mãe.

–Mãe, não comece, por favor! – Elena deu um meio sorriso sem graça pra mim, e eu fiquei bem menos nervoso. – Cadê a Katherine? –Perguntei não dando muita importância, afinal, fiquei curioso em saber o que ela queria comigo.

– Ela desistiu de te esperar, e ainda bem que ela foi embora, não gostaria de ver você com essa ai... – Olhou de rabo de olho para Elena.

– Minha senhora, meu nome é Elena, e por favor, nunca mais me chame de coisas do tipo: –Abriu aspas com as mãos. – Essa ai... –Fechou aspas e fez uma voz engraçada ao falar. Minha mãe engoliu em seco e saiu da sala bufando, ela não ia mesmo com a cara de Elena.

– Vamos lá pra fora... – Peguei a mão dela.

– Minha mochila. – Ela lembrou.

– Deixe ela por ai... – Ela tirou a mochila e deixou em cima do sofá, e então fomos até a minha parte preferida da casa... A área de lazer.

– Que lindo! – Disse ela.

– Eu sei, é um dos meus lugares favoritos na casa. – Caminhei até a beira da piscina e me sentei deixando que a água molhasse os meus pés, Elena fez o mesmo, e então éramos só eu, ela e a Elena.

– Eu gosto de você... – Disse. – Mas eu não to pronta pra isso! – Vou falar a verdade, eu nunca tinha levado um fora, aquela sem dúvidas era uma péssima experiência, não a desejo pra ninguém. – Eu sou confusa, Damon... E a convivência que você está tendo comigo, está te deixando assim também! – Deu uma risada, eu a acompanhei, mas no fim neguei com a cabeça.

– Eu sei o que eu quero... – Olhei-a bem nos olhos. – E é você! – Ela não ousou desviar o olhar, mas pude perceber o desconforto dela.

– Está tudo muito bom como está! – Afirmou.

– Está, mas eu quero isso seja real... – Ela engoliu em seco.

– Damon... – Ela respirou fundo e então desviou o olhar.

– Deixa eu te mostrar o quanto eu gosto de você, eu quero viver verdades com você, e não mentiras... Não mais! – Peguei a mão dela e de imediato ela voltou a olhar nos meus olhos. Dei um meio sorriso, tentando passar calma pra ela... –Está tudo bem... – Ela assentiu assustada. – Eu posso esperar, vai ser tudo no seu tempo! – Ela mordeu o lábio e então olhou para os lados.

Não fora do jeito que eu imaginei, não mesmo.

– Que tal assistirmos alguns filmes? – Perguntei tentando não parecer chateado... Acho que eu poderia até ser ator, porque eu estava... E estava muito chateado.

Ela apenas assentiu e se levantou, eu fiz o mesmo.

E então Elena se aproximou lentamente de mim, e então selou os nossos lábios, ela estava certa ao dizer que era confusa, mas eu adorava isso nela... Naquele momento eu não conseguia mas pensar em nada, eu só queria ficar ali, com ela... Depois de alguns segundos nos separamos com alguns selinhos.

– Nós podemos tentar! – Falou envergonhada... Eu sorri e a beijei novamente.

...

Nós estávamos indo pra sala de vídeo, quando me deparei com o meu pai no meio da sala.

– Damon... – Ele sorriu e olhou para Elena. – Que bela moça... – Ele elogiou, meu pai era totalmente o oposto da minha mãe. – Sou Giuseppe. – Ele se aproximou de nós e estendeu a mão pra ela que aceitou, e então ali ele depositou um beijo.

– Elena!

– Meu filho, agora eu posso ver que você herdou o meu bom gosto! – Sorri assentindo.

– Com certeza, meu pai! – Olhei para Elena que estava mais vermelha que uma pimenta. – Onde está minha mãe? – Meu pai fechou a cara.

– Lá em cima, está mais mal-humorada que nunca. – Ele torceu os lábios. – Vocês duas já se conheceram? – Perguntou para Elena.

– Sim, e o motivo do mal-humor dela, sou eu! – Meu pai arregalou os olhos e então me olhou, eu assenti, sem ter muito o que falar...

– Isso vai passar, é só ciúme de mãe! – Meu pai sorriu encorajador.

...

Elena e eu fomos a sala de vídeo para assistir algum filme, o problema era que nós não concordávamos com nenhum...

– Eu odeio filmes de luta! – Declarou ela.

– E eu odeio de terror... – Ela gargalhou.

– Olha que maravilha, meu namorado é um frouxo! – Revirei os olhos e ela me deu um selinho. –

– Não sou frouxo e pra te provar isso, pode colocar qualquer filme de terror, o pior que seja, eu vou assistir e não vou reclamar! – Ela cerrou os olhos e deu de ombros.

– Então ta... – E então ela escolheu, e foi o pior filme que eu já vi em toda a minha vida, Elena dormiu ao longo do filme, no caso, eu assisti aquela porcaria toda, ‘sozinho’ e sem poder me mexer, já que Elena dormiu praticamente em cima de mim.

Nós dois tentaríamos, e tenho certeza de que essa tentativa seria maravilhosa, pelo menos pra mim... Porque estar com ela, me trás uma paz, uma alegria, é impressionante, e eu não me importo de estar enganando os meus amigos, eles entenderiam, eu só precisava achar o momento certo de contar toda a verdade pra eles.

...

Quando acordei no outro dia, Elena não estava ao meu lado, – Onde é que ela se meteu? – Sai dali e fui a procura dela. Vi que ela estava na varanda conversando com o meu pai, então fui até o meu quarto fazer a minha higiene matinal e depois desci pra falar com ela.

...

– Bom dia! – Dei um beijo no rosto dela.

– Bom dia. – Respondeu ela e o meu pai. – Estávamos falando de você, agora mesmo! – Franzi o cenho.

– Falando de mim? – Elena sorriu.

– Sim, falando de quando você se perdeu dentro do shopping! – Gargalharam, eu passei as mãos pelo rosto e sorri.

– Eu não estava perdido, só quis dar uma volta sem os meus pais! – Argumentei. Era uma verdadeira mentira, eu tinha 3 anos e estava desesperado a procura de meus pais... Depois do susto que eles tiveram, compraram até um “ coleira “ pra andar comigo.

Mas pelo que eu bem entendi, Elena e o meu pai tinham se dado bem, talvez o problema fosse mesmo com a minha mãe, ela é uma pessoa bem difícil de lhe dar, mas depois de um tempo, se acostuma... Ela é uma boa pessoa, quando quer... Então, ela só precisa aceitar a Elena, porque se ela não fizesse isso, ela iria nos infernizar até conseguir nos separar e eu sinceramente, não quero isso!