– Ela está demorando! - Falei para Caroline, Bonnie, Stefan e Kai que estavam ao meu redor.

– Ora, Damon... Você está mais nervoso que seus pais! - Caroline lançou a mim um sorriso reconfortante. - Ela já está a caminho! - Disse com certeza, dei de ombros.

– Espero que sim! - Era realmente do feitio de Elena se atrasar, mas meus pais já tinham até renovado os votos, será mesmo que ela não iria? Ela sabia que eu estava preparando algo, a hora de eu fazer o meu discurso se aproximava, mas ele não faria nenhum sentido se ela não estivesse aqui para vê-lo/ouvi-lo. - Eu vou atrás dela. - Avisei enquanto dava alguns passos em direção a saída, mas Stefan segurou o meu braço. -

– Não Damon, você não pode sair agora, a qualquer momento vão te chamar para você fazer o seu discurso! - Ele falou em um tom baixo ao perceber os olhares que nos cercavam.

– Tudo bem... Eu só tenho que ligar pra ela! - O problema era que eu estava sem o meu celular, já que minha mãe o tirou de mim novamente, só que desta vez o seu argumento era diferente, não é um castigo querido, antes de viajar eu te devolvo, só não quero que você fique teclando enquanto eu e seu pai renovamos os nossos votos! – Ela disse a mim... - Algum de vocês pode me emprestar o celular? - Perguntei, eles se entreolharam e Bonnie tirou o celular de dentro de sua bolsinha de mão, quando ela estava prestes a me entregar, senti uma mão pequena, porém forte me puxar para longe deles aos poucos.

– Mas o que... - Era a responsável pela festa, provavelmente a hora de eu fazer o meu discurso era essa.

– Já pro palco! - Ela era jovem e bonita, porém era mal-humorada que só ela, dei de ombros e subi as escadinhas que levavam até o palco, quando assim subi no mesmo, tinham muitas pessoas, tanto conhecidas como pessoas que eu nunca tinha visto na minha vida, até agora, claro.

A mesma que tinha me puxado para o palco, agora segurava uma taça de champanhe e batia levemente um talher na taça de cristal, gelei na hora, as pessoas voltaram toda a sua atenção pra mim, eu não era tímido, muito pelo contrário, eu só não sabia mesmo o que falar, eu tinha pensado em um texto completo com o intuito de no final, dizer a todos quem de fato é a minha namorada, mas olhe só?! Ela não veio!

– Hoje é um dia muito especial... - Agora eu precisava inventar uma coisa que fizesse algum sentido... - São 30 anos, eu olho pra vocês e me inspiro todos os dias, mesmo os meus pais não sendo um casal "perfeito" eu tenho orgulho de dizer que eles ainda estão juntos, já que hoje em dia é raro de se achar casamentos que durem mais de 10 anos. - Eu não acreditava em nenhuma palavra do que eu dizia. Por Deus, vi Elena adentrar o salão apressada e olhando ao redor, então ela me viu e me lançou um sorriso encorajador, é... O pior de tudo foi que eu me esqueci do que tanto tinha ensaiado, mas... Porque ela tinha que ter demorado tanto? Ela me fez passar por um nervosismo que no final, só me fez esquecer do meu discurso. - Sou muito grato por ter vocês, mesmo que nós sempre descordemos de tudo, e com imenso prazer eu digo: Quero ter um casamento duradouro, assim como o de vocês!- Dei um meio sorriso para os meus pais e depois olhei para Elena. - Com a minha namorada é claro. -Dei uma olhadinha para Katherine que sorria toda envergonhada, sua mãe batia leves palminhas e o pai negava com a cabeça, mas não sério. - Elena! - Na mesma hora Katherine, arregalou os olhos, as risadinhas cessaram, meus pais ficaram brancos. E então eu terminei o meu discurso. - Desejo toda a felicidade do mundo à vocês! - E depois disso, só ouvi o som das palmas. Fiz questão de passar perto de Katherine e sua família, não me importava com o que aconteceria depois, só queria dizer a Elena o que eu já queria ter dito a muito tempo.

[...]

Quanto mais eu me aproximava, mais apaixonado eu ficava, aquele vestido tinha lhe caído muito bem.

– Você está... Linda! - Disse assim que me aproximei dela, Elena deu um meio sorriso e então me deu um selinho.

– Você é que está! - Fala cara!

– Tenho uma coisa pra te confessar! - Ela se afastou um pouco e me olhou desconfiada, sorri e comecei a falar.- Eu nunca senti o que eu estou sentindo com você, é um sentimento novo pra mim, mas mesmo sendo novo, eu sei qual é...- Ela abriu de leve a boca para me interromper, mas eu não deixei. - Eu sei, sou péssimo com as palavras, mas eu vou demonstrar o que eu sinto, com atitudes, o que tiver ao meu alcance, por você eu faço porque... - Chegou a hora. – Eu te amo! -Ela já estava pálida antes, agora ela estava mais branca que nunca. Ela travou, nem piscar ela piscava.

–Damon! - Ouvi minha mãe me chamar enquanto se aproximava, me virei para encara-la e pela cara dela... Estava furiosa. - Vem comigo. A-G-O-R-A. -Ordenou pausadamente, dei de ombros e olhei pra Elena que ainda estava paralisada, será que era muito cedo? Será que ela não sente o mesmo? -

–Você está bem? -Perguntei, ela só assentiu e falou.

–Vai... -Ela falou tão baixo que eu só entendi porque li os lábios dela.

Então eu fui, eu tinha planejado tudo direito, tinha feito um discurso decente, mas na hora deu tudo errado, não foi absolutamente nada do que eu pensei. Ainda mais a reação de Elena, eu pensei que ela diria que também me amava, mas ela não disse, aquilo era pior do que qualquer bronca que viria a seguir.

– VOCÊ É LOUCO, DAMON? - Minha mãe gritou assim que entramos em uma sala vazia ao lado do salão de festas. - VOCÊ ACABOU DE LEVAR A EMPRESA A FALÊNCIA DE NOVO! -Revirei os olhos.

– Me arrependi de não ter dito na frente de todos, que tanto você quanto o meu pai, só pensam em dinheiro e não na minha felicidade! - Era hora de falar umas boas verdades.- Não me importo se a droga de empresa vá falir, só sei que se vocês fossem bons pais nada dessa droga estaria acontecendo. - Não aumentei o meu tom de voz um segundo sequer. Depois do meu "mini" desabafo, meu pai entrou na salinha e se aproximou de nós dois.

– Olhe só Giuseppe, nós devíamos ter posto ele em um colégio interno.- E falou e eu dei uma risadinha. Meu pai negou com a cabeça.

–Ele está certo, Lily. - Declarou o meu pai, eu o olhei espantado, claro. Porque diabos ele estava concordando comigo? -

–O que?- Minha mãe se virou furiosa para o meu pai que suspirou.

– Somos péssimos pais, olhe onde chegamos, usamos o nosso filho... - Ela o interrompeu.

– ELE É UMA CRIANÇA, NÃO SABE NEM O QUE FAZ. - meu pai negou com a cabeça.

– Vá Damon, eu cuido disso! - Dei um meio sorriso e mais do que depressa eu sai dali, não era uma boa hora para a minha mãe.

[...]

Procurei a Elena por toda parte, assim ela como os meus amigos, tinham desaparecido, todos eles. De longe avistei Bonnie e Kai sentados comendo alguns petiscos, quando eu me aproximei, Bonnie deu um sorriso carinhoso.

– Você foi tão fofo - Falou meigamente, mas fechou a cara quando ouviu o comentário de Kai.

– Parecia um gayzinho. - Zoou, revirei os olhos.

– Vocês viram a Elena? - Bonnie e Kai se entreolharam e é óbvio, fiquei curioso em saber o porque disso. - O que foi? Aconteceu alguma coisa? - Bonnie limpou a garganta e respondeu.

– Bom... - Suspirou e Kai soltou uma risadinha baixa. - A Elena se estressou um pouco e precisou ir embora! - Franzi o cenho não entendendo.

– Se estressou com o que? - Perguntei um pouco confuso. Bonnie torceu os lábios e completou.

– Com a Katherine. - Disse apenas. Foi o bastante pra eu entender que Elena foi expulsa da festa. Eu não queria nem saber o que aconteceria quando minha mãe descobrisse.

– Você tinha que ver a Katherine, saiu daqui toda descabelada! - Kai caiu na gargalhada e eu neguei coma cabeça, onde Elena estava com a cabeça.

– Preciso falar com ela. - Declarei, mas seria impossível eu sair daquele lugar, tinha minhas dúvidas de que minha mãe ainda iria pra tal lua-de-mel depois de tudo o que eu "aprontei". Foi eu terminar de falar isso e minha mãe acenou pra mim de longe, suspirei. - Agora preciso enfrentar a fera. - Bufei e me distanciei de meus amigos indo em direção a minha mãe, assim que eu cheguei perto dela, um dos seguranças da festa acabara de falar algo com ela, suponho que seja sobre a Elena.

– Você tem certeza que quer se misturar com uma pobretona favelada? - Minha mãe perguntou baixinho assim que eu parei ao lado dela. Ela estava incrédula e eu também fiquei quando ouvi ela falar isso.

– A senhora tem noção do que está dizendo? - Ela assentiu e me interrompeu.

– Não estou aqui pra receber seus sermões, só quero avisar-te que está de castigo até o fim de nossa viagem! - Falou como se fosse a coisa mais legal do mundo.

– Mãe! - A repreendi. - Não vou ficar em casa, não mesmo! - Declarei sem medo algum.

– Tente sair e veja o que te acontece! - Me ameaçou, dei uma risadinha e neguei com a cabeça.

– Se tentou me por medo, falhou, só aumentou mais a minha vontade de sair daquela casa! - Ela cerrou os olhos e punhos, mas então respirou fundo umas três vezes, até voltar a falar.

– Tudo bem, saia, mas quando eu voltar, vai ficar uma semana de castigo e nem ouse me desobedecer. - Dei de ombros, não ficaria de castigo, nem agora e muito menos depois.

– Preciso ir. - Falei e ela franziu o cenho.

– Onde vai? - Perguntou curiosa.

– Ver a minha namorada! - Falei já dando as costas, mas ela segurou-me pelo braço e fui "obrigado" a me virar para encará-la.

– Mas a festa ainda não acabou. - Falou ela, revirei os olhos e torci os lábios. Ela abaixou a cabeça e continuou. - Eu faço isso pro seu bem, querido... - A interrompi, não estava nenhum pouco afim de ouvir as baboseiras que ela estava querendo me contar.

– Tchau, mãe! - Ela me largou e então eu caminhei em direção a saída, era tudo o que eu precisava. UMA SEMANA, uma semana sozinho em casa.

[...]

Enquanto eu estacionava o meu carro em frente a casa de Elena, pude perceber que a mesma estava sentada na varanda ao lado de Caroline que estava séria, o que era uma raridade de se ver, já que a mesma era sempre a mais animada de todas. Assim que eu sai do carro Caroline cochichou algo com a Elena que negou com a cabeça e se levantou, ela ainda estava arrumada, só estava sem o salto e bolsa, o cabelo estava um pouco desarrumado, -por causa da briga - . Ela veio em minha direção ainda com a cara fechada.

– Porque você fez isso? -Perguntei me referindo a Katherine e ela revirou os olhos e deu de ombros.

–Lá vem você defender essa aí...- Exclamou ela irritada.

– Eu não estou defendendo ela, eu só quero saber o porque disso... - Expliquei calmamente.

– Hm... -Caroline nos interrompeu. - Eu. Vou. Ali. Dentro. - Ela se levantou um pouco envergonhada por presenciar um início de um DR e então entrou pra dentro da casa de Elena.

Neguei com a cabeça e voltei a encarar Elena, só agora pude perceber que tinha um pequeno arranhão no rosto dela, me assustei de início- A Katherine tinha feito aquilo? -

– A Katherine fez isso com você? - Perguntei sentindo o meu sangue começando a ferver, ela assentiu.

– Você idealiza ela de uma forma incrível, achou que ela não fosse capaz de fazer isso? - Revirei os olhos e neguei com a cabeça.

–Eu sei mais do que ninguém do que a Katherine é capaz, só não imaginei que você cairia tão fácil nas implicâncias dela. -Declarei começando a ficar estressado. Elena puxou um riso e então bufou.

– E O QUE VOCÊ ESPERAVA QUE EU FIZESSE? -Ela aumentou um pouco o tom de voz. - VOCÊ SABE COMO EU SOU DAMON, VOCÊ SABIA DISSO QUANDO ME PEDIU EM NAMORO. -Perae... Porque ela estava assim comigo? Eu não tinha feito nada além de...

E por um instante a minha ficha caiu. Ela estava tentando se livrar de mim? De novo a Katherine no meio da gente? Isso me lembrava algo... Me lembrava de quando ela começou com a história de querer um tempo. Ela estava pensando em me dar um outro fora? Ela estava querendo me chutar porque não me amava?

– Eu acho que estou entendendo... - Falei então caindo em si, sem esconder a minha irritação e sem deixar a mágoa/tristeza transparecer. Elena franziu o cenho e pôs as mãos na cintura.- Você tá dando todo esse show porque quer terminar! - Disse convicto de que era aquilo mesmo. Ela negou com a cabeça e acho que levou aquilo com uma ofensa, mas eu não me calei. - Se você não me ama, tudo bem... Mas pelo menos tenha a decência de falar a verdade e não colocar a culpa em quem não tem nada a ver com isso! - Elena me pareceu ficar pasma com aquilo, mas eu mais do que ninguém sabia que quando ela queria, era uma ÓTIMA atriz.

– VOCÊ TÁ LOUCO? - Ela perguntou incrédula e eu forcei um riso, como eu sou um idiota.

– Não, você está louca em achar que eu iria acreditar nessa sua história.- Neguei com a cabeça e me martirizei mentalmente. -Eu sou mesmo um babaca! - Virei a cara pra ela e então me dei conta de como eu era burro, porque eu falei que a amava,hoje em dia isso não vai de nada mesmo.

– DAMON! - Ela me repreendeu e tocou o meu rosto para me encarar melhor. Ela respirou fundo e quando ela ia falar eu falei primeiro.

– Eu não devia ter dito que te amava, tá vendo? Eu faço tudo errado... Se eu não tivesse dito, tudo estaria bem... Mas não, eu sempre tenho que dar um jeito e estragar tudo! - Me arrependi severamente.

– DAMON! - Censurou-me novamente.

–E quer saber? Me apaixonei mesmo e não me arrependo... - Ela me encarava ainda incrédula e ainda mais pálida do que mais cedo.

– EU TE AMO! - Eu gelei, agora eu entendia o que ela tinha passado quando eu me declarei pra ela. Foi a melhor sensação que eu já tive depois de quando nós nos beijamos pela primeira vez. - E droga...- Ela bufou. - Eu sou completamente apaixonada por você seu idiota! - Disse ela e eu fiquei paralisado. - Você é um tolo, Damon! - Ela disse enquanto olhava para os lados. - Como você pensa em uma coisa dessas? Como eu não te amaria? - Ela deu um riso forçado e aos poucos aquela ideia maluca que se formava em minha cabeça, sumiu... Evaporou!

Poderia não durar pra vida toda, mas... Eu faria de tudo para que isso acontecesse.

♥