Monotonia escrita por Deusa Nariko
Notas iniciais do capítulo
Quinta drabble.
Boa leitura!
Monotonia
Por Deusa Nariko
V
❇
Sakura notou que nos próximos dias, Sasuke esteve mais próximo e receptivo para com ela do que em todos aqueles anos que o conhecia e conviviam; ele passou a conversar mais, contou sobre os lugares que conheceu e os que mais gostou de visitar durante sua jornada.
Ela estava impressionada — e contente — com sua súbita mudança de postura, antes tão circunspecta e melindrada.
Naruto retornou de missão no quinto dia do regresso de Sasuke para a vila e os três (não surpreendentemente) decidiram comemorar o feito entre tigelas fumegantes de ramen no Ichiraku. Ela se sentiu tão completa como há anos não se sentia: entre os resmungos ocasionais de Sasuke e os desaforos agudos de Naruto, encontrou-se.
Quando se despediram algum tempo depois, Sasuke se propôs a levá-la para casa e murmurou algo sobre ser tarde e estar escuro um pouco antes de alcançar-lhe a mão, enlaçando seus dedos.
Sakura sorriu, afirmando o entrelace dos seus dedos nos dele, e mirou o céu juncado por estrelas, a lua nova infundida no veludo índigo da noite. A brisa fresca estivera até então agradável, mas a temperatura decaíra alguns graus e, por consequência, seus braços desnudos agora estavam arrepiados.
— Com frio? — A voz de Sasuke, ao romper o silêncio, por pouco não a sobressaltou.
— Estou bem, Sasuke-kun — assegurou, tímida, sem olhá-lo nos olhos.
Pensou ouvi-lo resmungar algo antes de ter seu corpo puxado de forma brusca contra o dele, fazendo-a colar-se na sua estrutura imponente. Corou fortemente e agradeceu à lua nova naquela noite, pois assim podia mascarar seu rubor. Afora os abraços espontâneos e fugazes (de modo geral sempre iniciados por ela), eles ainda não haviam estado tão próximos quanto agora.
— Deveria ter trazido um agasalho.
Ele ralhou consigo, mas, erguendo o rosto para fitá-lo, Sakura notou as sobrancelhas escuras levemente crispadas, a boca lindamente esculpida arqueada para baixo. Apertou-se contra ele quando reconheceu o sentimento que o tomava: preocupação.
O cheiro dele variava entre uma fragrância sutil e amadeirada, e suas roupas definitivamente tinham um perfume limpo e agradável. Satisfeita com o calor que dele emanava, tornou a afundar a face ruborizada no seu peito, envolvendo-o pela cintura.
A única mão dele afagou a pele arrepiada do seu braço no intuito de aquecê-la.
— Melhor? — perguntou e ela aquiesceu, abafando um tímido agradecimento na blusa dele.
Sakura decidiu provocá-lo quando notou que Sasuke tomou outro caminho ao invés do usual que sempre usara para levá-la para casa, conduzindo-a junto dele:
— Ne, Sasuke-kun, a casa dos meus pais fica do outro lado...
— Eu sei. — Foi a resposta resmungada que obteve dele. — Mas eu quero conversar com você antes... A sós — enfatizou com um tom categórico que fez seu estômago revirar com a possibilidade.
Sasuke a levou para o seu próprio apartamento, abriu a porta e a suscitou a entrar, o que ela fez no ápice do embaraço e com o coração lhe socando as costelas como um punho zangado. Sakura tinha certeza de estar quase à beira de um colapso nervoso quando o ouviu fechar a porta às suas costas e desaparecer no interior do modesto apartamento.
Ele voltou dentro de segundos, trazendo na mão um pedaço de tecido escuro que, desdobrado, mostrou-se um agasalho. Sakura o apanhou agradecida e o vestiu, embora alegando não ser necessário. Passou os braços pelas mangas e sentiu novamente o cheiro de Sasuke.
Então, o momento pelo qual mais aguardara — e mais temera — havia chegado. Olhou-o nos olhos, decidida (talvez um pouco ressabiada), mas encontrou-o sereno:
— O que queria conversar comigo, Sasuke-kun?
Ele respirou fundo e Sakura vacilou um passo. Mas a intensidade apaixonada nos olhos dele não mentia, entregava-o. Por isso, não se moveu um centímetro quando ele se aproximou e tocou uma mecha do seu cabelo perfumado.
— Sakura, eu tenho algo importante para te dizer.
— Pode dizer, Sasuke-kun — instigou-o a prosseguir, mesmo que suas entranhas se revirassem a cada segundo expectante.
Outra demorada inspiração por parte dele e Sakura sentiu seus nervos de aço afrouxando.
— Eu te disse porque voltei à vila, Sakura, e te disse que não pretendo ficar por muito tempo. Mas eu quero fazer isso da forma correta — ele se explicava e, ela notou, relutava com o rubor em suas bochechas. — Eu sinto que não posso ter você se não fizer isso do jeito certo.
— O que quer dizer, Sasuke-kun? — indagou aturdida, mas ele sorriu torto, com ar triunfante.
— Preciso conhecer os seus pais primeiro, Sakura.
E, de novo, ela viu-se confusa e, mais importante: aparvalhada com seu pedido.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada a todos que comentaram! E não, eu não posso aumentar o tamanho das drabbles, caso contrário não vou nem mais poder chamá-las de drabbles porque as minhas já estão extrapolando em questão de tamanho XD
Sorry ;-;
...
Até o próximo!