Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 33
33


Notas iniciais do capítulo

Trigésima terceira drabble!
Meus agradecimentos à Cassi que além de estar fazendo aniversário hoje também me pediu há algum tempo uma cena SasuSaku inspirada na famosíssima cena do mel HakYona de Akatsuki no Yona (se não conhecem, PELO AMOR DE DEUS PROCUREM ASSISTIR!). Espero que goste! ahsuahsuahsua
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Boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

XXXIII

 

Sakura estava inquieta naquele fim de tarde. Fazia aproximadamente duas semanas desde que eles haviam chegado àquela cidade e desde a descoberta da gravidez e, desde então, Sasuke havia sido categórico ao estender a permanência deles — fosse qual fosse o motivo, ela suspeitava o que os mantinha ali.

Nos últimos dias, o sol brilhante havia sido substituído por nuvens cinzentas e por um chuvisco persistente que amuava o humor de Sakura a cada dia. E para complementar seus hormônios descontrolados de grávida a estavam deixando maluca. Só nessa semana ela já havia rebentado em crises de choro inexplicáveis por duas vezes. Também havia brigado com Sasuke sem razão alguma e chorado logo depois disso por se sentir culpada.

Ela estava sensível e se sentia fragilizada num nível que era tão emocional quanto físico. Também havia acordado por mais de uma vez no meio da madrugada cheia de desejos e Sakura tinha certeza de que nunca tivera tanta libido. Sasuke não precisava nem mesmo se esforçar para deixá-la num estado de excitação que era quase impossível de suportar — não que ele, geralmente, precisasse.

Sakura tinha certeza de que as suas variações malucas de humor eram tão difíceis de assimilar para ele quanto eram para ela.

Mas naquele momento, a inquietação de Sakura não tinha nada a ver com mudanças abruptas de humor ou com a sua libido insaciável. Ela cruzou o quarto do hotel pela décima vez naquele fim de tarde e se jogou frustrada na cama com um suspiro profundo que enfatizava seu descontentamento.

Sasuke, sentado à escrivaninha e ocupado com um dos poucos pergaminhos que trazia consigo, olhou-a de esguelha com uma sobrancelha levantada. Resignado, enrolou o pergaminho e o lacrou, voltando-se para ela.

— Você está inquieta hoje — observou, atraindo os grandes olhos dela para o seu rosto.

Sakura remexeu as mãos entrelaçadas sobre o colo e assentiu, mas não disse nada. Sasuke sabia que ela precisaria de mais um pouco de estímulo por parte dele para contar o que a estava afligindo daquela vez. Franzindo o cenho ele se levantou da cadeira e se aproximou da cama, mas não fez menção de se sentar novamente.

— Está sentindo alguma coisa? — pressionou com impaciência e Sakura bufou pelo nariz.

— Eu estou com desejo, Sasuke-kun.

— Desejo? — ele ecoou, aturdido. O pouco conhecimento que possuía de gravidezes não o salvou naquela ocasião.

— Sim, desejos de grávida — explicou ela, desenlaçando as mãos para acenar com elas em gestos amplos e enfáticos. — Achei que pudesse lidar com isso, mas, francamente, está me matando!

E que tipo de desejo poderia ser esse?, ele se perguntava. Esperou que ela se explicasse. O que aconteceu logo em seguida, acompanhado de mais suspiros aborrecidos.

— Estou morrendo de vontade de comer Anmitsu.

Sasuke contraiu o rosto à menção de doces. Detestava-os, não, enojava-os e nunca escondeu isso de ninguém. O fato de que Sakura estava sentindo uma vontade aflitiva de ingeri-los não podia ser compreendido por ele. Nunca.

Ela se levantou num rompante e olhou-o com aqueles grandes e brilhantes olhos verdes.

— Não vou aguentar, Sasuke-kun. Acho que tem um mercadinho no fim da próxima rua. Se eu for agora...

— De jeito nenhum — ele a cortou severo quando percebeu suas intenções, relanceando brevemente para o vidro molhado da janela do quarto.

Só de pensar que Sakura se arriscaria a sair naquele sereno frio ele se contraía todo.

— Mas, Sasuke-kun! — ela apelou para um tom suplicante, quase desesperado.

Merda, ele não resistia àquele par de olhos. Sem lhe dizer mais nada, Sasuke se afastou para pegar sua capa e para calçar suas botas enquanto Sakura observava cada movimento seu, ansiosa.

Quando ele murmurou que voltava logo e fechou a porta, ela voltou a afundar na cama, mas dessa vez com um sorriso enorme.

Vinte minutos contados dolorosamente no relógio depois, ela ouviu o som de passos e se sentou ereta na cama. Sasuke passou pela porta com a capa e os cabelos úmidos pelo chuvisco e, sob o manto, trazia uma sacola na mão.

Sakura achou que nunca poderia agradecê-lo o suficiente pelo gesto. Tinha a sensação de que se não satisfizesse aquele desejo aflitivo enlouqueceria, ou pior: não sobreviveria ao dia seguinte. Ela precisava de doces como precisava de ar naquele momento.

Sasuke se aproximou e estendeu para ela a sacola.

— Era isso o que você queria?

Ela apanhou a sacola da mão dele e retirou seu conteúdo com pressa.

— Obrigada, Sasuke-kun! Muito, muito obrigada!

Ele se afastou então para tirar a capa molhada e para secar os cabelos enquanto sua esposa removia a tampa do pote como se estivesse desembrulhando um manjar dos deuses. Nada se comparou, entretanto, ao gemido de prazer que ela soltou quando provou a primeira colherada.

Sasuke a observava, intrigado. Ao menos agora ela parecia ter sossegado. Ele voltou para a cama uma vez que estava seco novamente e sentou com as costas apoiadas na cabeceira. Francamente, ele estava até se divertindo um pouco com a visão. Sua esposa parecia ser uma criança outra vez.

— Ainda não consigo acreditar que deteste doces, Sasuke-kun — ela murmurou enquanto lambia o xarope escuro da colher.

Ele não disse nada em resposta. Mesmo que não soubesse há anos que Anmitsu era uma das sobremesas favoritas de sua esposa, sabia que no momento ela só estava reagindo aos seus “desejos de grávida”, como ela própria havia chamado.

— Não quer provar um pouco? — ela ofereceu com um sorriso brincalhão e ele se retraiu todo em resposta, esboçando uma expressão de nojo.

Sakura aparentemente achou sua reação exagerada divertida porque riu um riso longo e cristalino, tombando a cabeça para trás. Nesse pequeno instante de distração, o xarope deslizou através da colher para uma das mãos dela, lambuzando a pele clara e macia.

— Desculpa, Sasuke-kun, mas a sua completa aversão a doces é um tanto engraçada — justificou-se ela, que continuava a rir às suas custas.

Ansioso por desarmá-la e para encerrar o assunto acerca das suas predileções alimentares, Sasuke mudou de posição: sentou-se de frente para a esposa e, sem cerimônias, apanhou a mão lambuzada que ela tentava limpar. Sob o olhar chocado dela, trouxe-a até os seus lábios só para deslizar sua língua através da pele, livrando-a dos vestígios do xarope doce.

Sakura arquejou, pega completamente de surpresa pela atitude de Sasuke. E o modo como ele moveu a língua na pele dela era um tanto erótico. Os olhos dele, tão escuros e tão quentes, deixaram-na ainda mais desconcertada. Ele lambeu sem pressa as costas da sua mão e passou para os seus dedos em seguida, roçando os lábios neles vez ou outra.

Ela o olhou como se estivesse em transe até que ele soltou sua mão para admitir num tom rouco que fez seu coração martelar suas costelas:

— Não é tão ruim quanto eu pensei que fosse, afinal.

O sangue de Sakura estava fervendo agora e não dava indícios de que esfriaria tão cedo. A atitude dele ao invés de havê-la constrangido acendeu um verdadeiro fogaréu na sua libido. Sem conseguir se controlar — e devido aos seus hormônios que entravam em combustão —, ela deixou o doce de lado, esquecido, para se atirar sobre Sasuke, cercando-o com braços e pernas ao praticamente subir no colo dele.

Então o beijou, apertando-se contra ele e remexendo-se sobre os quadris dele para ganhar um gemido rouco em resposta. Ela se afastou para apoiar as mãos nos ombros dele e usar sua força bruta para empurrá-lo de encontro ao colchão e subjugá-lo. Céus, quando foi a última vez em que havia sido tão ousada assim?!, perguntava-se.

Sem delongas, puxou a camiseta masculina que usava pela cabeça e se inclinou até o rosto dele, recapturando os lábios em outro beijo. Acabou abafando o que pareceu ser o começo de um protesto de Sasuke. Honestamente, ele se preocupava demais e antes que conseguisse sufocá-la com tanta proteção ela tiraria o que queria dele.

Por via das dúvidas, no entanto, não retirou as mãos dos ombros dele para mantê-lo pressionado contra o colchão. Tornou a remexer os quadris em círculos para arrancar de Sasuke uma resposta mais impetuosa e conseguiu que ele envolvesse seu quadril com a mão.

Mordiscou os lábios dele e, pelos deuses, ela parecia uma predadora atacando-o daquela forma, mas não conseguia se importar o bastante para parar. Havia acordado ofegante e frustrada vezes demais naquela semana, louca de desejo pelo corpo do seu marido, para parar agora.

Tornou a se distanciar só quando teve certeza de que ele não poderia mais recuar. Então levou as mãos até a blusa dele e a puxou com pressa. Queria-o nu o mais depressa possível — precisava senti-lo ou enlouqueceria de frustração.

Sasuke aproveitou esse momento para se sentar e para envolvê-la no seu abraço, afagando suas costas, mas mantendo-a no seu colo. Sabia que ele preferia que fossem mais devagar, especialmente agora com a sua condição, mas Sakura precisava de intensidade. Mesmo assim, deixou-se ser dissuadida pelos beijos demorados na sua boca e pelas carícias suaves que ele deixava na sua pele.

Quando chegou o momento, ele apenas a deitou sobre os travesseiros e beijou seu rosto com tamanha delicadeza que seus hormônios malucos deixaram-na com lágrimas nos cantos dos olhos. Permitiu que ele ditasse o ritmo, seguindo-o mais acanhada agora ao mexer seus quadris contra as investidas lentas, e foi recompensada com o doce prazer prolongado que a atingiu.

Sua pele estava pegajosa de suor e ela ainda não havia reencontrado a sua respiração quando Sasuke se deitou sobre o seu corpo, mas sem apoiar qualquer peso sobre ela. Protetor, ela repetiu com um sorriso cansado.

Ao final, ele a deixou tão satisfeita e sonolenta que Sakura não demorou a cair no sono, embolada tanto nos lençóis que os dois haviam deixado em desalinho quanto nos membros esparramados de Sasuke.

Pela primeira vez, desde a descoberta da gravidez, seus hormônios descontrolados haviam conseguido deixá-la extremamente feliz.

E, aparentemente, Sasuke tinha encontrado uma forma eficiente de lidar com as suas variações de humor a partir de agora.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu vou tentar aproveitar as minhas férias do curso e da pós-graduação ao máximo pra atualizar e postar tudo o que eu quero porque mês que vem acaba o meu sossego! XD
Quero começar 2017 com o pé direito! ahushaushaushausa
...
Não sei ao certo quantas drabbles (que não são drabbles) ainda nos restem e, para ser sincera, ainda estou incerta sobre em que ponto encerrar Monotonia. Então, vou deixar rolar e quando achar que for a hora de terminá-la, vou terminá-la, ok? ;)
...
Obrigada a todos que comentaram e nos vemos no próximo!