Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 14
14


Notas iniciais do capítulo

Décima quarta drabble.
Boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

XIV

Sakura jamais conseguiria definir em palavras o que sentiu em sua primeira noite com Sasuke.Especial não seria o bastante para descrevê-la, mas talvez única bastasse.

Ela entregou-se ao homem que amava mais do que a si própria e sentiu que o elo de confiança, forjado a partir do respeito que tinha por ele, era recíproco. A sensação de descobrir aquele tipo novo de intimidade aqueceu seu peito; ela não teve mais receios e tampouco ele.

Àquela hora, o ocaso consumia-se numa noite mansa de luar prateado, que ascendia lentamente no céu escuro. Uma brisa suave fazia farfalhar e estalar os bordos vermelhos às margens da laguna, ondulando suas águas serenas; a canção que predominava ali era a do silêncio, profundo e aconchegante.

Sakura encontrou esse mesmo tipo de silêncio nos olhos desiguais de Sasuke quando estes a fitaram. Encontrou-o na sua expressão cinzelada, nos seus toques contidos e nos seus beijos cálidos.

Em certo ponto, ela enlaçou o pescoço dele sem cerimônias e suspirou nos lábios que lhe roubavam o fôlego. Acariciou os fios compridos entre os seus dedos e sentiu que o único braço em torno da sua cintura estreitou-se um pouco, trazendo-a ainda para mais perto. Moldou-se ao redor dele sem qualquer inibição e, como resultado, a mão nas suas costas cerrou-se em um punho.

— Sasuke-kun— suspirou sem pensar e tombou o rosto assim que os beijos do seu marido rumaram para a pele fina do seu pescoço, provando sua textura.

Mas Sakura jamais combinou com a palavra passiva, por isso levou ambas as mãos aos ombros fortes de Sasuke e insinuou-as para debaixo do roupão que ele ainda vestia; sentiu na ponta dos dedos a quentura da pele e a rigidez dos músculos.

Outro suspiro deixou seus lábios apartados no instante em que ele levou a mão até o nó do seu roupão, desfazendo-o sem dificuldades. Ela não levantou qualquer objeção quando as faixas penderam soltas e seu roupão abriu-se, revelando a lingerie de renda branca. Mesmo com as faces quentes, Sakura permitiu que ele se afastasse o bastante para contemplá-la.

O meio sorriso que se formou nos lábios dele intensificou seu sentimento de acanhamento e a deixou ainda mais consciente de sua seminudez. Com sua única mão, ele empurrou a vestimenta dos seus ombros delicadamente, desnudando-as para os seus olhos causticantes.

Sakura mal conseguiu esboçar uma reação quando as mangas do roupão deslizaram pelos seus braços e caíram numa poça ao redor dos seus pés. O ar noturno em contato com a sua pele nua deixou-a arrepiada e ainda mais consciente do estado vulnerável em que se encontrou.

Mas entre um arquejo involuntário e uma batida falha do seu coração, ela reencontrou os olhos de Sasuke e sentiu-se amolecida sob a intensidade tempestuosa do desejo que enxergou neles.

Confie em mim”, eram os que os olhos dele lhe diziam; e ela confiou. Ajudou-o a tirar o próprio roupão e acariciou a pele do peito, do abdome, os bíceps fortes, até mesmo o toco já cicatrizado do braço esquerdo. Ela amava cada pedacinho dele.

Tornou a beijá-lo nos lábios e deixou-se ser guiada até o futon. Conteve um gemido quando a mão de Sasuke subiu pela sua espinha lentamente, numa carícia quase receosa; a ponta de um dedo pousou sobre o fecho do seu sutiã, mas não fez qualquer tentativa de abri-lo.

Sakura afastou-se com um sorriso tímido nos lábios inchados pelos beijos. Levou as mãos ao fecho do sutiã e desabotoou-o ainda que uma pontinha de insegurança persistisse em roer sua autoconfiança.

Ao contrário do que se esperava, entretanto, ela não quebrou o contato visual, mesmo quando a sensação da mão de Sasuke nos seus ombros, baixando as alças do seu sutiã, deixou-a petrificada. Viu-se tragada pelo que viu no olhar dele.

Ele era tão belo, descobriu assim que também o desnudou; surrealmente lindo. Uma beleza dolorosa de se contemplar, pois tanto seu corpo quanto sua alma haviam sido marcados por seu passado tenebroso. Sakura dedilhou e beijou cada uma das tênues cicatrizes que encontrou na pele quente dele.

Mas Sasuke encarou a sua lenta exploração, aparentemente, como uma provocação e recompensou-a com carícias torturantes ao afundar o rosto entre os seus seios delicados e mapear sua pele com seus dedos, alcançando partes do seu corpo que a deixariam embaraçada se não estivesse tão perdida no prazer que sentia.

Quando suas costas encontraram o futon, ela já havia partido em direção a outro mundo e regressado, sob o olhar sempre atento de Sasuke. Seus pulmões ainda imploravam por ar tão logo ele se acomodou entre as suas pernas nuas; os lábios dele haviam retornado para lhe roubar mais beijos fugazes e para tentar sua sanidade.

Enlaçando seu pescoço e ombros, ela deixou-se levar por ele e entre um suspiro e outro deixou escapar o quanto o amava, o quanto o queria. Mais uma vez, ele dedilhou os contornos do seu corpo com calma e mais uma vez ela perdeu-se. Os toques dele a incendiavam e os beijos dele a quebrantavam pouco a pouco.

Parecia haver se passado uma eternidade desde que ela estivera ali, presa no enlace de Sasuke, mas, por fim, ele se afastou uma última vez, apoiado no único braço que lhe restara, para fitá-la com tamanha intensidade que as palavras lhe fugiram todas.

E foi assim que aconteceu e foi assim que fizeram amor pela primeira vez; ambos inexperientes, mas suficientemente afoitos para descobrirem juntos os prazeres secretos da arte de amar.

Foi lento e afetuoso, delicado e cândido. Seus corpos se uniram tardiamente, pois suas almas há tanto já haviam sido entrelaçadas: tornaram-se amantes muito antes de trocarem votos e eram cúmplices sem que o soubessem havia muito mais tempo.

Por isso, quando o êxtase o arrebatou e a deixou suspensa sobre o princípio do abismo, encontraram-se ofegantes, ainda entrelaçados e incapazes de deixar o outro ir. O ar que respiravam sofregamente era o mesmo e nenhum espaço havia entre os seus corpos.

Sakura não deixou escapar o fato de como longos minutos se passaram antes que Sasuke se desprendesse dos seus braços e deitasse ao seu lado. Ela escondeu um sorriso bobo antes de virar-se para deitar sobre o peito suado dele. Um único braço envolveu-a pela cintura e a manteve por perto.

Quando estava quase pegando no sono, o timbre dele, claro e profundo, trouxe-a de volta:

— Sakura... Eu... Obrigado — ele completou depois de uma breve hesitação.

Ela se colocou sobre os cotovelos para tentar fitá-lo nos olhos, mas assim que o fez sentiu os dedos dele em sua testa. Dessa vez, não conteve um sorriso.

Encontrou os olhos dele sem mais receios e decidiu que a partir de agora nunca mais teria dúvidas quanto aos sentimentos de Sasuke. Nunca mais duvidaria do quanto ele a amava.


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Notas finais do capítulo

E, por fim, as núpcias :v Lembrando que Monotonia é uma série de drabbles, eu não escrevo Hentai, apenas Ecchi (sorry :B) e, para mim, uma primeira vez é extremamente delicada e afetuosa :3
...
Mas não se preocupem, esses dois ainda vão praticar muito a arte de fazer salada HAHAHAHAHAHAHAHA
...
Espero que tenham gostado e nos vemos nos reviews! ;D
Até o próximo.



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