Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 11
11


Notas iniciais do capítulo

Décima primeira drabble.
Boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

XI

Sakura quase não conseguia acreditar em como tudo acontecia rápido.

De uma forma estranha, gostava disso, de como o tempo acelerara até, finalmente, ela e Sasuke poderem trocar seus votos matrimoniais e, em seguida, realizar a cerimônia do sakê*.

Apesar de suas mãos não estarem completamente seguras, ela conseguiu disfarçar um leve tremor enquanto bebia um gole da bebida, de olho nos movimentos minimamente calculados do noivo, sentado à mesa defronte para ela. Era crucial que ambos os noivos bebessem ao mesmo tempo e, até mesmo, que pousassem o recipiente na mesa ao mesmo tempo. Não sincronizarem seus movimentos era sinal de mau agouro.

Por sorte, o olhar de Sasuke a distraía de tudo, de todas as suas inseguranças e medos. Assim, sentiu-se exultante quando ambos os sakazukis foram pousados na mesa simultaneamente. Por fim, levantou-se para assinar o documento que os tornavam oficialmente marido e mulher.

Sakura se sentiu estranha ao assinar o novo sobrenome, traçando os kanjis com um sentimento que mesclava estranheza e fascínio. Era Uchiha Sakura, esposa de Uchiha Sasuke.

Seu coração por pouco não lhe veio à boca quando Sasuke se aproximou um tanto sem jeito; os dois estavam cientes da plateia expectante.

Mas para a sua surpresa, ao invés do costumeiro beijo nos lábios que as noivas consuetudinariamente recebiam, Sasuke optou por romper a tradição e tocou os dedos indicador e médio na sua testa. A mão dele encontrou a sua em seguida e a apertou num gesto de asseguração.

Ela mal se lembraria dos minutos seguintes, de receber os desejos de felicidade dos poucos convidados presentes. Ino abraçou-a apertado, mas não mais do que Mebuki ou Tsunade. As felicitações mais calorosas vieram, é claro, de Naruto e do seu sorriso radiante.

O vento suave desfolhava as ameixeiras, despetalando suas flores miúdas e coloridas, e forrando o pátio do templo com um tapete perfumado e macio. Sakura se lembraria da cor do céu naquele dia: azul e límpido e do sol ameno e brilhante.

Depois disso, só conseguiria se recordar da voz de Sasuke sussurrando ao pé do seu ouvido que deveriam se separar para trocar de roupa e apanhar a pouca bagagem que ele a recomendou a levar.

— Te espero nos portões da vila — concluiu e, se por acidente ou não, seus lábios roçaram a pele fina do seu pescoço; o hálito quente a arrepiou e a deixou enrubescida com o rumo dos próprios pensamentos.

As meninas a arrastaram dali então, enquanto Sasuke parecia conversar com Naruto e Kakashi. Espichou os olhos para tentar descobrir o que conversavam, mas Ino foi irredutível quanto à tirá-la dali o mais rápido possível.

De volta à sua casa, tudo parecia igual e diferente ao mesmo tempo, do momento em que passou pela soleira da porta não mais como uma Haruno. Uma vez no seu antigo quarto, foi despida, teve o penteado desmanchando, os grampos tirados e quase toda a maquiagem removida.

Foi categórica quanto a vestir seus trajes ninja e, nisso, precisou vencer Ino na argumentação. Queria conforto para viajar com Sasuke, ora, nem mesmo sabia onde dormiriam aquela noite. Portanto, colocou o vestido sem mangas, com gola chinesa e o shorts de lycra que sempre vestia. Na mochila, levava poucas mudas de roupa, uma capa grossa para que aguentasse chuva e frio e um conjunto de lingerie — presente de Ino — que foi expressamente recomendado para ser usado na noite de núpcias.

Sakura sentia seu estômago se contorcer a cada vez que se lembrava disso. Se pensasse com muita frequência no fato de que dormiria com Sasuke pela primeira vez em algumas horas, ficaria ainda mais ansiosa — ou acabaria com uma hemorragia nasal.

Por fim, enfiou seu hitaiate na mochila e pendurou-a nos ombros, começando a se despedir do seu quarto e de todos os pertences que deixaria para trás. Despediu-se de Ino, de Hinata e Tenten. E, à porta, abraçou forte a mãe, prometendo que, quando possível, enviaria mensagens informando seu paradeiro.

Recebeu um comentário incentivador de sua mestra e um sorriso de Shizune. E então, partiu, em direção aos portões da vila, acenando efusivamente para todos aqueles que deixava para trás.

Respirou fundo e apertou o passo, distinguindo três silhuetas distintas sob o sol do meio-dia; eram Naruto, Kakashi e... seu marido, também vestindo trajes ninja. Um sorriso lhe vinha aos lábios a cada vez que pensava em Sasuke como seu agora.

— Ei, Sakura-chan! — Naruto a saudou assim que ela se postou ao lado de Sasuke e sorriu nervosa para os dois outros homens.

— Então, é isso — Kakashi murmurou com um sorriso perceptível e orgulhoso sob a máscara. — Cuidem-se, vocês dois — recomendou com um forte senso paternal.

— Obrigada, Kakashi-sensei — ela agradeceu a preocupação dele com um sorriso suave.

— Nós já estamos de partida — Sasuke anunciou com firmeza para ambos.

— Mandem notícias quando puderem!

Naruto os fez prometer enquanto Sasuke abria um meio sorriso e girava o corpo para a trilha estreita de terra, margeada em ambos os lados por bordos frondosos. Sakura acenou uma última vez para eles antes de seguir pelo mesmo caminho, ela se lembrava que, na última vez, havia visto a silhueta do amado afastar-se por essa mesma vereda até desaparecer.

Agora é diferente, pensou enquanto sorria, acertando o passo com o dele, andando lado a lado. Agora, ela estava partindo junto com Sasuke; não seria mais deixada para trás em nenhum sentido.

Olhando-o enquanto caminhavam, seu perfil aristocrático e sisudo, ela se perguntou o que os aguardava agora. De repente, ele tombou o olhar para ela e crispou o sobrecenho, intrigado:

— Algum problema, Sakura?

Mas ela tornou a sorrir, sentia-se mais confiante agora que estavam a sós.

— Só estou pensando que agora eu vou aonde você for, Sasuke-kun — respondeu-o e, para a sua surpresa, viu-o desviar o olhar.

Sakura não soube afirmar com certeza se as faces dele estavam coradas, não vistas daquele ângulo. Portanto, mordiscou o lábio e conteve um sorriso inoportuno.

Finalmente a sua jornada com Sasuke se iniciaria.

*Cerimônia do sakê: Segundo a tradição, ambos os noivos devem beber o sakê e pousar os sakazukis ao mesmo tempo na mesa, para que um não morra antes do outro.


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Notas finais do capítulo

Próxima drabble: a diversão começa :v Hehehehehehehehe
...
Comentem, ok?
Até o próximo!



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