Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 1
01


Notas iniciais do capítulo

Olá e olá =)Com Paternidade (minha outra coleção de drabbles) se encaminhando para o fim, decidi iniciar outra, só que inspirada na viagem que Sasuke e Sakura fizeram antes de ter a Sarada *-*...Espero que gostem e boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

Só os grandes amam a monotonia.

Clarice Lispector.

I

Ele voltou.

Depois de anos de espera, de noites angustiosas repletas de saudades e de dias melancólicos, Sasuke Uchiha enfim havia retornado para a sua vila natal, Konohagakure no Sato.

Haviam sido primaveras esmorecidas, verões aborrecidos, outonos sofridos e invernos intermináveis na sua ausência. Agora, a notícia corria depressa por toda a aldeia, sendo passada de boca em boca pelos aldeões naquela manhã improfícua.

Sakura acabara de sair do hospital, alheia a todo aquele burburinho. Tinha a cabeça cheia e o coração pesava no peito como se a ele houvesse uma rocha atada. Assim, vagava a esmo pelas ruas acalmadas, suspirando de tempos em tempos sob a sombra dos bordos vistosos.

Pragmática, ela recapitulou os compromissos e tarefas que ainda a aguardavam. Com sua mestra vagando pelo País do Fogo, uma imensa responsabilidade havia sido delegada a ela.

Naruto também não estava na vila; recebera uma missão no País do Arroz e, quando não estava ocupado com seus deveres como Shinobi, ele e Hinata pareciam viver numa eterna lua-de-mel: felizes e apaixonados.

Kakashi andava ocupado com seus afazeres como Hokage e Ino tinha um encontro com Sai mais tarde; ela prometeu que ambas remarcariam a visita àquela nova loja de eletrônicos que abrira na semana passada — advinda dos progressos modernos que afloraram após o fim da guerra.

De repente, ela parou e olhou para o céu azul índigo. Nos seus pensamentos, havia apenas um rosto e trazê-lo à tona ainda a fazia suspirar de saudade e de amor. Sakura sentia que daria tudo para revê-lo.

Eu sei que ele manterá sua palavra, eram as palavras que lhe vinham à mente sempre no intuito de confortá-la, reassegurar a fé que tinha quando mais se sentia abatida e pessimista.

Distraída, tornou a percorrer o caminho de lajotas, silenciando a voz dentro da sua cabeça que a recriminava por voltar àquele lugar. Sim, lá estava o banco de cimento, os canteiros mas já sem as flores de crisântemos e sempre-vivas, o verdor dos pinheiros vistosos, o caminho que a levaria até os portões da vila.

Ela fechou os olhos para melhor apreciar a sensação do vento no rosto e no cabelo; rajadas ondulantes e frescas que sussurravam nos ramos e nas folhas que já haviam decaído, estalando no pavimento.

Fechou os olhos para ver o rosto dele, mesmo que isso a fizesse praticamente morrer de saudades.

— Sakura.

Abriu os olhos num rompante, por um instante afogando-se no próprio estupor e descrença. Seu coração açodou o compasso, subindo até a sua garganta e ensurdecendo-a momentaneamente sob uma palpitação descontrolada.

Mas não havia engano, ainda estava lúcida. E lá estava ele, diante dela; entrajado com um manto puído, o cabelo negro crescido tapando um dos olhos — aquele cujo padrão da pupila e cuja cor lilás a intrigava.

Sakura apartou os lábios delicados e rosados ao passo que suas pupilas dilatavam-se. Da sua boca, apenas uma palavra foi proferida, tremulamente balbuciada:

— Sa-Sasuke-kun...


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Notas finais do capítulo

Toda vez que eu penso nesses dois viajando sozinhos pelo mundo, recém-casados, eu preciso me controlar MUITO pra não surtar! AHUAHUAHUA...Não se esqueçam de comentar, ok? Isso me incentiva ;)Até o próximo!