A voz do coração escrita por GarotaDango


Capítulo 13
Sai e Ino, conforto ao coração.


Notas iniciais do capítulo

GarotaDango na área! Aqui mais um capítulo pra vocês.

Obrigada a Hinatinha007 por me ajudar na formatação do cap.



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Avistam o grande hotel onde passarão a noite. A Hyuuga segura à mão do amigo, quem os vê pensa que são um casal. Sai é muito cauteloso, protegendo Hinata nas ruas agitadas. Muitas festas acontecem ao ar livre. Sai puxa Hinata para mais perto dele quando passa por um homem caindo de bêbado. Eles apressam-se. Há um desfile de mascaras ocorrendo, as motos passam pelos lados e os carros buzinam, abrem passagem dificilmente.

Finalmente estão perto do hotel, podem andar com mais calma.

–Haruno. -Sai à chama parando perto da colega. Sente Hinata esconder-se atrás dele. A Hyuuga observa Sakura, acanhada.

A Haruno descansa sentada no baixo muro de pedra circular que protege as raízes da árvore. Há um conjunto arbóreo enfeitando ao redor do hotel.

Sakura. -Sai chama de novo e dessa vez consegue a atenção dela. Quando se aproxima, nota as sandálias de tiras da rosada, arrebentadas. Fita Hinata que expressa preocupação, de certo querendo ajudar a Haruno. Impulsionado pelo seu lado bondoso, pergunta: -Quer ajuda?

Não que o agradasse a companhia da garota, mas ela parece muito cansada. As ruas estão cheias, principalmente de bêbados, perigoso.

Eu...adoraria. -Responde a rosada, contente, depois de perambular muito.

–O que está fazendo aqui?-Sai pergunta enquanto andam para dentro do hotel. Para os seguranças mostra o cartão de identificação e explica a situação de Sakura.

Quando seguem ao elevador, a Haruno responde:

Me perdi dos meus amigos. Fiquei assustada, fugi do show por causa de uns caras que estavam me cercando.

Ele assente confirmando que fez mais do que certo em oferecer ajuda. Dentro do elevador Hinata agarra-lhe o braço e com a outra mão lhe diz:

–”Ela esconde tristeza. Vamos animá-la”.

Sai aperta a garganta. Hinata não teme a presença da Haruno. Fitando a rosada de perfil, consegue notar a vermelhidão nos olhos, pista de um choro demorado. Prefere não perguntar.

Quando Sasuke retornar pedirei que lhe consiga uma carona até...onde você está hospedada?

Sakura coloca a mão no queixo olhando pra cima, pensativa.

–Seria num acampamento, mas como fui direto pra praia, não sei onde é. -Suspira. -Ino deve está muito preocupada.

–Vamos encontrar seus amigos.

–Estou muito grata.

~

Estão providenciando um par de calçados novo. -Sai avisa entrando no espaço, andando na direção da Hyuuga encolhida no centro do quarto entre almofadas aproveitando o banquete a pouco tempo posto pelo serviço do hotel. -Venha Sakura, junte-se a nós também enquanto espera. –Usa de toda educação que lhe foi dada. Quem sabe terá uma noite agradável.

–Estou sem fome, obrigado. -Sakura passa a andar pelo quarto, observando cada objeto caríssimo.

–O que aconteceu entre você e Naruto? -Sai pergunta curioso, estando de costas para a rosada. Serve-se de um suco.

Sorrir para Hinata que se delicia com doces.

De sua pergunta nenhuma malicia soou. Sakura se mostra muito comportada. Confia que não a interessa mais prejudicar a Hyuuga.

Se Naruto estivesse namorando a Haruno ele jamais abandonaria ela sozinha numa multidão, acredita, por que ele insistiria em errar? Hoje comprovou o esforço que ele fez para conversar com Hinata.

–Nos beijamos, é o que namorados fazem. -Sakura responde em tom malicioso que foi prontamente percebido.

Nada mudou. Por que é difícil as pessoas mudarem? Sai interroga-se. Sua segurança é que...Hinata não suspeita sobre o que falam.

–Naruto desceu de nível ainda mais. -Imita o tom dela, já se arrependendo de ter oferecido ajuda. E que Deus o perdoasse, mas deseja que a Haruno fosse embora sem ligar pro pudesse acontecer com ela.

–Não lembro de você ser tão asqueroso com as palavras, Sai. -Ela debocha.

–Mudei muito. Encontrei-me com Naruto na praia....não tenho nada contra ele, peço que cuide muito bem dele. -Agora tem certeza que Naruto não a namora, ele não a escolheria.

–O que ele lhe disse?

–Pediu perdão e também...quis o perdão da Hinata e Sasuke, e falando neles dois, estão namorando.

Podia ser diferente.

Porque todos não podiam ser amigos?

Qual o propósito de estender tanto rancor?

–Mentira!

Veste sua mascara de ferro, respondendo-a:

–Estão indo devagar, o primeiro passo foi dado, um lindo beijo. -Não pode deixar de rir. -Foi uma surpresa para Naruto também, mas não foi difícil ele aceitar, você sabe o quanto o Uzumaki mudou.

Hinata carrega o olhar com incógnita, curiosa para saber o motivo do sorriso frequente de Sai. Observa Sakura se aproximando, com uma mão atrás das costas e quando para a poucos centímetros do Sai, o acerta com uma luminária.

Sai não teve muito tempo para reagir, nos segundos anteriores reparou na expressão de estranheza da Hinata, quando decidiu olhar para a Haruno, se quer teve tempo de virar o rosto. A dor na sua cabeça, próxima da nuca o fez cair, gemendo, desorientado.

~

Sai, se levanta. -Naruto o ajuda a ficar de pé, o abraça firme. Sai chora como uma criança. -Seu curativo tá muito sujo, melhor pedir alguém para trocá-lo. -Recua para fitá-lo, sério. -A culpa sempre será minha, entenda isso.

Não é o suficiente para Sai, mas sente-se melhor por saber que não é alvo de um sentimento rancoroso do Uzumaki. Tentou cessar o choro, porém as lágrimas ganham vida própria.

Neji ficou louco, mas está se acalmando agora. Ele....só quer ver Hinata, mas ela ainda passa por exames.

–.....-Naruto fita o teto. Sua expressão é dura. -Vou ao banheiro.

E assim se afasta não apenas fisicamente, mas Sai consegue saber que a partir daquele instante o Uzumaki se distancia de corpo e alma.

Sasuke recluso na sua tormenta.

Naquele dia terrível, Sai retornou para casa junto de Ino, ela que o levou até os colegas. Também o acompanhou até o lar onde o irmão o esperava cheio de preocupação.

~

–O Uzumaki ainda não retornou?

–Não, acho que ele nem voltará.

–A Hyuuga não morreu?

–Está internada, mas não sei se acordou.

–E a Sakura?

–Quase foi presa, mas ela tá piradona. Ouvi falar que foi levada para um sanatório, talvez aquele que mais parece um presídio perto do cemitério.

–Sanatório?! A Sakura? Que nada, acho que ela foi presa.

–Duvido. Ela é muito nova. Fizeram exames que comprovaram o desequilíbrio mental.

–É mais possível que esteja internada na clínica Yoshitoki, lá os pacientes são crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos e dependência química. A clínica localiza-se no bairro onde a família Haruno mora.

O retorno das aulas preenchido por muito tumulto nas primeiras semanas.

Sai volta com sua quietude, encolhido no seu lugar, concentrado nos estudos, se abstendo de responder qualquer pergunta que um ou outro curioso lhe faz a respeito da tragédia.

Outubro chega com o assunto dizimado do interesse dos estudantes. Na segunda semana do mês, segunda feira, Sai ocupa seu tempo sozinho na sala de artes. As cores na tela branca misturam-se sem formas, uma mancha que se expande a cada pincelada.

Sai. –A professora Kurenai preparada para ir à sala dos professores, preocupa-se: -Seus colegas do clube estão esperando.

Poderia avisá-los que ficarei aqui? Prometo guardar o material quando terminar.

A professora lembra do excelente aluno que Sai foi um dia. Desprovida do conhecimento da atual situação do menino, decide retirar-se sem palavras, engolindo a vontade de confortá-lo.

É a quinta tela usada por Sai, ele a abandona junto das outras nas quais residem as manchas.

Minutos prosseguem.

Olá. –Ino cumprimenta tímida chegando a quatro passos atrás do garoto. Ansiosa para poder conversar com ele. Lembrando todos os dias do menino atormentado que acompanhou até em casa, segurando a mão dele o tempo inteiro ouvindo o choro diminuto.

Yamanaka. –Sai a observa de lado, recorda-se dela. Levanta-se do assento para pegar outra tela em branco. -A professora acabou de sair. –Avisa.

A loira assiste as telas julgando que as manchas são apenas sujeira. Entrelaça os dedos na frente do colo, envergonhada.

Não estou à procura dela.

Sinta-se a vontade.–Sai ajeita a nova tela na frente do seu lugar.

Ele está longe, muito distante, a Yamanaka o encontra frio.

Quero conversar...com você.

Comigo? Sobre o quê? –Ele permanece de costas pra ela, atento a tela branca, esperando que a inspiração venha e controle seus dedos.

Sobre a Sakura. –Ino treme, não conversou sobre ela com mais ninguém além dos seus pais.

O que tem a me dizer?–O tom dele é natural. Talvez um pouco curioso.

Me sinto culpada por não descobrir que ela estava doente. Se eu tivesse a acolhido melhor na noite do show...eu sabia o quanto Sakura estava triste por ter visto Sasuke com a Hinata e você....juntos. -Poderia ter sido mais atenta, ter consolado-a melhor, ter tido a ideia de animá-la, porque é isso que grandes amigas fazem. -Eu....deveria ter ao menos conversado com ela, é uma dor muito grande suportar o que aconteceu.

Por que interessa me dizer isso? –Sai começa a pintar, novamente sem forma, cria o início de uma nova mancha, a inspiração lhe é artificial.

Por que somos os únicos que ainda lembram deles. Sasuke, Hinata, Sakura e Naruto. Nossos colegas não estão mais falando nesse assunto, eles não se importam como a gente, o período de provas, preparativos para os festivais escolares, toda essa correria e a tragédia foi enterrada, nem mesmo os fofoqueiros de plantão querem saber o que aconteceu com eles. Esqueceram....esqueceram tudo. -A Yamanaka sente o ar faltar. Amizades verdadeiras, onde estão?

Novas tragédias acontecem, o incêndio de um prédio próximo da escola, um terremoto em algum lugar do Japão, uma enchente, acidentes no trânsito, algo de horrível estampado nos jornais todos os dias.

Hinata, o caso dela foi mais um varrido pra debaixo do tapete.

Eu também não penso neles. -Sai revela.

Como...por que? –Ino espanta-se.

Eu sei apenas os nomes deles. –Ele levanta-se abandonando o pincel e a aquarela sobre o banco. Retira de sua mochila um caderno pequeno e entrega nas mãos da Yamanaka. -Tentei desenhá-los, mas nem os rostos deles eu lembro.

Há quatro crianças desenhadas, estão de mãos dadas. Naruto, Sasuke, Hinata e Sai. Todos sem rostos.

Esse aqui do canto é você não é? Não consegue desenhar nem o próprio rosto?

–Não recordo que expressão eu fazia quando estava com eles.

Mas...você ainda lembra o que aconteceu?

O especialista que me examinou disse que foi um bloqueio emocional. –Sai leva a mão na parte posterior da cabeça onde sente os pontos. -Apesar de saber o que houve, na minha memória não vêm imagens. -Consegue sorrir um pouco. -Mas isso é bom, assim é menos doloroso.

A Yamanaka espreme o pequeno caderno contra o peito.

Mas....eu...te acompanhei até em casa, vi o quanto você sofria....não é possível que tenha se esquecido.

Fui esquecendo a cada dia. -Sai sustenta a calma. -O único incomodo é desconhecer como eu me sentia perto dessas pessoas.

A Yamanaka especula: Seja o que tenha acontecido a saúde mental de Sai, é uma forma dele se proteger do imenso sofrimento.

Tem...ódio da Sakura? -Afinal foi a Haruno que o fez estar nessa condição.

Não sinto nada em relação a mais ninguém. Nada de bom, nada de ruim.

Ino vence a distância entre eles, o abraça pela cintura. Suas lágrimas molham a camisa do uniforme dele. Aperta firme o caderno que considera precioso.

....? –Sai acha incompreensível à reação da Yamanaka.

~

A casa de Sai é a única a conservar o estilo tradicional japonês dentre o conjunto de moradas separadas por muros.

Ino verifica o vestido florido que usa, passa a mão mais uma vez pelo tecido, em seguida toca delicadamente a tiara sobre a cabeça, os cabelos longos estão soltos e lhe passam da cintura.

Respira profundamente.

Toca a campainha.

A espera traz-lhe nervosismo.

Aperta com mais força a alça da cesta de biscoitos que carrega.

Bom dia, posso ajudá-la? –Surge o irmão de Sai. Ele é um rapaz alto e forte, cabelos compridos e sustenta uma exaustão notável. Usa um quimono cinza de faixa preta.

Shin, o senhor não deve lembrar-se de mim, mas voltei junto com Sai da viagem de férias. –A Yamanaka teme trazer lembranças atormentadas.

Verdade, lembro. Desculpe se não lhe recebi direito naquele dia, venha entre.

Não peça desculpa. –A Yamanaka faz menção de tirar as sapatilhas, no entanto, Shin a impede fazendo sinal com a mão para ela prosseguir caminho. -O senhor estava muito preocupado. E tive que voltar pra minha casa.

Um copo de água?–Ino nega balançando a cabeça. -Então me deixe levá-la até o quarto do Sai, por aqui. -Shin esconde as mãos dentro das mangas do quimono ao cruzar os braços. -Como vai sua amiga?

Não melhor que o Sai.

Eu devo me sentir bem em relação a isso?

Ino engole em seco, fitando as costas do rapaz, abraça a cesta contra o colo.

Estão andando por um corredor, nas paredes quadros guardam desenhos os quais a Yamanaka tem certeza que pertencem a Sai.

E-eu não sei o que o senhor pensa d-dela. Mas...não vou culpa-lo se tiver....guardando magoas. Ela agrediu seu irmão e...ele acabou tendo problemas graves.

Shin para na frente de uma porta, estão no fim do corredor que faz uma curva para o banheiro.

Sua amiga arrancou um pedaço importante do meu irmão. -Ino enrijece todo o corpo ao ouvi-lo. -Entendo que você nunca esperava que ela agisse de modo monstruoso, mas....ela matou uma parte de Sai.

_.....

_Ele sabe como foram nossas vidas, mas não tem mais lembranças. Possui apenas informações que não se traduzem para imagens. As vezes sinto que ele me acha um estranho. Sai perdeu gradualmente todas as imagens de sua mente....até restar apenas as lembranças após a tragédia.

Ino treme.

O conhecimento de Sai sobre a própria vida é sabida através de contos.

Temos...que ter esperanças.

Eu tenho esperança, muita. Você deve ter esperança que sua amiga melhore e saia do sanatório para ter a vida normal de volta não é? -Shin controla a voz.

Vamos torcer juntos...que o Sai tenha sua memória recuperada e....Sakura....

Seria muito justo. -Shin interrompe-a. -Porque não sei como agiria se sua amiga saísse do local onde está internada e meu irmão continuasse assim, do jeito que ela o deixou.

_.....

Shin enxerga a internação de Sakura como um castigo pelo que causou. Recuperando sua compostura, bate levemente na porta do quarto avisando alto:

Sai, tem visita! Estarei no banho. -Assente para Ino e caminha direto no corredor até dobrar e sumir da vista dela.

_”Sakura-chan....não consigo lhe defender....”. -Ino pensa sofrida.

Sai empurra a porta para o lado. Ergue as sobrancelhas, curioso sobre a presença da Yamanaka na manhã de domingo.

Seja bem vinda. –Fala educado. -O que a traz aqui senhorita Yamanaka?

Ino repara no pijama escuro do menino. Ele anda descalço e começa a arrumar os papeis espalhados pelo piso.

Quero conversar. Se estiver arrumando por minha causa, não precisa. -Ino segura o pulso direito dele e oferece com a outra mão a cesta. -Fiz biscoitos, espero que goste.

Obrigado, mas não tenho nada para lhe dar. -Ele segura a cesta delicado, gostando do enfeite florido na borda.

Não precisa. -Ino admira as paredes preenchidas com pintura. -Você fez tudo isso, pintou uma floresta inteira!

Antes do ferimento. –Sai informa erguendo o pano que cobre a cesta. Escolhe um biscoito em formato de gatinho. -O médico não disse, mas acho que perdi meu talento. Não consigo mais fazer nenhum trabalho com formatos perfeitos. Mesmo olhando o que quero desenhar, o resultado não sai como esperado.

Ino sorrir achando uma oportunidade para se aproximar do menino.

E...eu sempre quis aprender a desenhar. O que acha...de aprendermos juntos?

Sai observa a bela garota que lhe olha com ternura. Entretanto, no fundo desconfia da existência de melancolia.

~

Cinco dias depois.

Os alunos estão saindo da sala de aula.

Sai-kun. –Ino sentada ao lado dele aperta a mão direita do mesmo. -Obrigado por me acompanhar, treinei muito ontem.

Se refere à aula de desenho que os dois assistiram na casa dela. Juntos imitaram os passos do autor da vídeo-aula.

E-eu gostei também Ino-san. –Sai aperta os lábios. Levanta a capa do caderno, na parte inferior desenhada uma rosa e uma menina de perfil cheirando as pétalas. -....O que acha?

Essa sou eu.–A Yamanaka adivinha pelo cabelo preso no rabo de cavalo.

O abraça forte encostando o rosto dele contra seu peito.

Na sala de aula Ino passou a sentar ao lado de Sai depois de visitá-lo em casa. Ele é muito quieto e sempre a escuta. Quando deseja falar a Yamanaka também lhe é muito atenciosa.

Ah, você tomou água hoje? –Ino pergunta enquanto faz carinho nos cabelos negros e lisos. Sempre cuidadosa para não encostar nos pontos. -Não se esqueceu dos comprimidos, esqueceu?

Lie, tomei no horário certo, antes do intervalo.

Maravilha, volte com cuidado pra casa. Hoje terei que ficar e arrumar a sala. Diga ao seu irmão que te visitarei mais tarde para estudarmos.

Shin de verdade não tem qualquer aversão sobre Ino, os sentimentos revoltosos do rapaz são destinados unicamente a Haruno. Devido a isso a Yamanaka não teve qualquer problema em continuar frequentando o lar de Sai.

Ela da um beijinho na testa do garoto. Sua proximidade é completamente inocente, não o enxerga com malicia como fazia com Sasuke. Ainda que alguns colegas os chamassem de namorados, não permite que isso constranja o menino.

Quero ajudar a Ino-san. -Sai se nega a ir embora.

Sai...-Ino se comove o abraçando com mais carinho.

~

O primeiro dia de aula no mês de novembro.

Ino falta nesse dia trazendo a Sai grande inquietação.

Muito bem, graças às notas de todos vocês que melhoraram, o castigo dado à turma A-8 foi cancelado, considerem-se perdoados. –O professor Mizuke nada comovido discursa sobre o esforço dos estudantes. Terminando, se prepara rapidamente e abandona a turma, louco para voltar pra casa, foi sua última aula exaustiva do dia.

A turma comemora.

Estou livre de limpar o pátio da escola, que alegria, pensei que trabalharia até o fim do mês. –Fala o garoto sentado atrás de Sai. -Não aguentava mais!

Nem fale Sora...porque mesmo fazíamos isso? –Alguém pergunta.

Tá esquecido? Foi por causa da menina surda que estudava na nossa turma, mas nem na escola ela está mais. Lembra que...

Sai tampa os ouvidos, impedindo a si mesmo de ouvir sobre o que sua mente falha em trazer. Move seu olhar para a turma, reconhecendo o alivio e a alegria dos colegas por estarem livres da punição.

Hinata....Hinata....as visitas a ela ainda são exclusivas de parentes pela ordem de Hyuuga Neji.

"Mas o que eu faria se fosse visitá-la, ela ainda não acordou, acredito".

Tem curiosidade sobre o que a garota tem a dizer....será que foram grandes amigos? Será que Hinata o fazia sentir-se bem, do mesmo modo que Ino?

"Naruto, porque não vem me ver? Por que não voltou pra escola?"

Ele quer ver ao menos uma vez a face daquele que possui o nome que seu cérebro consegue resgatar.

"Sasuke...ainda está na cidade? Também me abandonou?"

Que diferença faz? Há meses não vê nenhum deles. O pouco de informação que recebe de nada lhe serve. Tentou visitar o tal Uzumaki, mas a casa estava fechada em todas as vezes que foi até lá.

O que anda acontecendo?

Impede essa vontade de descobrir...só precisa de alguém que ocupe o vazio do seu coração.

Ino....

~

–Saaaiii! Saaii! -Sasame corre para alcançar o garoto que anda longe atravessando a faixa de segurança. Ele para já seguro do outro lado da rua. A menina ofegante sorrir envergonhada pelo escândalo. -Estou indo para a casa da Ino, entregarei as provas dela, quer ir comigo?

–Você...é amiga da Ino? -Sai indaga curioso. Sua convivência com a Yamanaka o fez perceber que nenhum colega mais conversa com ela. Dói achar que contribui para ela ser excluída dos círculos sociais existentes na turma.

–Amiga, quero ser. Nós duas conversávamos antes, sempre em grupo com as garotas, mas o grupo se desfez.

–É minha culpa ela não ter mais amigas?

Sasame responde com a franqueza natural:

–Ela nunca teve amigas. Se as meninas pararam de conversar com ela por andar com você, nunca foi amizade. E tenho certeza que Ino não sente falta, sempre a vejo sorrindo quando fala contigo.

Sai, dentro de si, uma chama o aquece, saber que é motivo de Ino sorrir o faz sentir-se bem.

Ela tirou acima da média, como representante de classe eu entregarei as provas recebidas hoje. -Sasame continua a falar. -Então, você vem comigo?

Sim, é o que quero muito. -Sai a responde terno.

~

–Sai-kun! Sasame...-Ino deitada em sua cama, usa um pijama rosa listrado verticalmente em branco. Seus cabelos estão soltos e pouco penteados. Estando em repouso o dia inteiro recebendo visitas apenas dos pais, é uma grande surpresa ver seus colegas presentes. -Desculpem, estou péssima de saúde.

–Febre? -Sasame se aproxima da cama. Observa um pouco a decoração do quarto caracterizada pela cor rosa. E na parede acima da cama sorrir para os desenhos postos um ao lado do outro.

Aham. -Ino estranha ao ver Sai detido na porta. Ele abraça a mochila na frente do corpo parecendo usá-la como escudo.

Vim lhe trazer as notas, parabéns. -Sasame coloca sobre o colo da Yamanaka as provas grampeadas. -A turma A-8 não será mais responsável pela limpeza.

.....-O sorriso aberto por Ino é minusculo, forçado. -Os alunos da sala se animaram com o fim do castigo? -Analisa as folhas rapidamente, satisfeita com o resultado do esforço feito para melhorar as notas.

Sim....-Sasame responde com pesar. -Como seria diferente né? Eles nunca concordaram que a punição foi merecida.

A loira balança a cabeça, positivamente, guarda as provas dobradas em cima do cômodo ao lado. Volta sua atenção para o menino na porta do quarto.

Sai...entre, vem cá.

Ele permanece parado contemplando os desenhos da Yamanaka. São traços infantis demais, porém percebe o avanço de um desenho a outro. E seu coração acelera ao ver seu nome escrito junto ao de Ino dentro de um coração enquanto debaixo, duas pessoas estão sorrindo.

Sua mãe nos recebeu. –Sasame relata: -Nos disse que se continuar doente se ausentará da escola até o resto do ano.

A Yamanaka confirma com o semblante abatido.

Sai quer estudar junto com a Yamanaka. São muitos dias sem ela até o fim do ano. -Ino...Ino vai me abandonar? -Pergunta andando devagarzinho na direção da cama, espremendo a mochila.

Os orbes azuis brilham tristemente por causa do medo reconhecido na face do amigo.

Sai esteve muito nervoso hoje na escola. -Sasame avisa a Ino -Se apegou muito a você.

Eu também me apeguei a ele. -A loira estende os braços chamando Sai com os dedos, abrindo e fechando as mãos. -Venha cá Sai, nós ainda vamos nos ver muito.

Ele se apressa enfim, deixando a mochila ao pé da cama, subindo no colchão e engatinhando até se encaixar no abraço oferecido por Ino.

Sente o corpo dela quente.

Ouve o coração.

Os dedos dela acariciam seus cabelos.


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Notas finais do capítulo

Genteee o final pertinho.

Agradeço quem está lendo, acompanhando, favoritando.

Ainda responderei os comentários.



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