Isabella caminhava lentamente diante da vitrine de uma das mais caras joalherias que tinha visto, seu acompanhante mandão estava às voltas com o vendedor procurando um presente para levar a sua mãe, Sue Black. Segundo ele seus pais chegariam em torno de uma semana para conhecer sua nora.

            Passou os dedos na grande pedra de diamante em seu anel, fazia uma semana que tinha sido delicadamente “empurrado” em seu dedo. Suspirou observando seu noivo, Jacob Black podia ser facilmente encaixado na categoria de homem perfeito: Bonito, rico e extremamente atencioso, exceto quando não discutiam suas ordens.

Sua ultima semana tinha sido uma loucura desde o dia em que acordara no apartamento de Jacob, o que acontecera em detalhes na noite anterior ainda permanecia em incógnita, mas se ele não comentava, ela era que não iria constranger a si mesma. Durante toda a semana tinha sido arrastada carinhosamente (como ele costumava dizer) por lojas e mais lojas de enxovais. O maluco realmente estava levando a serio esta história de casamento e sempre que tentava protestar era rebatida com um “o que você tem a perder?”

Sim, afinal o que tinha a perder, na realidade Rosalie dizia que havia tirado a sorte grande, já conhecia Jacob profissionalmente e das rodas sociais, e garantia que Edward era um lixo perto dele. Como sempre Rose era exagerada.

Mas não se sentia segura em relação a Jacob, tinham tido pouco contato, até agora só sabia dele coisas banais, nada que fizesse realmente sentido. Porque um homem com todos esses predicados, necessitaria casar com a primeira desconhecida bêbada que encontrou em uma boate? As vezes achava que talvez fosse o fato de ter sido seu primeiro amante; bom se realmente ele o foi, afinal durante toda a semana ele não havia tentado nenhuma aproximação mais intima, apenas sutis toques em suas costas, suaves beijos em seu rosto e testa e o agarre constante a sua mão sempre que andavam juntos. Como fazia agora pela calçada em direção ao carro.

Jacob abriu a porta para que ela entrasse e voltou-se para seu próprio lado.

- Tome Bells. Sua voz era suave enquanto lhe estendia um molho com chaves de vários tamanhos.

- O que é isso? Perguntou enquanto observava as chaves.

- São as chaves de nossa casa, eu lhe disse que poderia mudar o que quisesse e até agora você não o fez nada. Falou impaciente, varias vezes já insistira com ela nisso, queria que ela ficasse a vontade na casa que logo compartilhariam, mas Isabella ainda se restringia.

- Jacob são as chaves da sua casa. E eu continuo achando essa idéia de casamento uma loucura, como posso me casar com alguém que não amo?- soltou o olhando calmamente. Para  sua surpresa Jacob freou o carro abruptamente, se não estivesse atada ao cinto de segurança teria voado. Ia lhe dizer poucas e boas quando encontrou seus olhos negros brilhando sardonicamente desistiu.

- O que amor tem a ver com isso? – rugiu por entre dentes. – Não sou um menino Isabella e você muito menos, não acha que já passamos da fase de contos de fada? Sou um homem e você uma mulher, o que há demais em duas pessoas adultas se casarem. O casamento pode trazer vantagens para ambos, já lhe disse isso: preciso de uma mulher para comandar minha casa, receber meus amigos, me acompanhar onde eu precise estar acompanhado e  aquecer meus lençóis durante a noite.

Isabella sentiu o fogo subir para suas bochechas, uma mescla de ódio e vergonha pela idéia de compartilhar a cama.

- Você já me disse isso, mas nunca me perguntou se eu gostaria de ocupar esse lugar, nunca me perguntou se eu apreciaria compartilhar sua cama. Soltou com frieza, tentando imprimir um pouco de desprezo a voz.

-Oh.. você já fez isso uma vez querida, e posso garantir que dormiu tranquilamente envolta em meus braços. Respondeu sarcástico.

- Eu estava bêbada seu idiota, nem sequer me lembro de nada, não acho que seja de bom-tom, alardear por ai que se aproveitou de uma garota bêbada, isso poderia manchar a reputação do magnífico Jacob Black.

Isabella agora estava indignada, a menção da noite que passaram juntos fez com que sua cólera aumentasse. Quem ele pensava que era?  Tomara posse do seu corpo sem permissão e ainda por cima acabara com seus sonhos, sempre quisera ter uma noite de núpcias inesquecível, com direito a virgindade e tudo mais, queria que fosse algo de que pudesse se recordar para toda vida e não aquilo.

 - Você nunca pensou que eu poderia ter imaginado minha primeira vez de outra forma? Continuou seu desabafo, diante do olhar fixo e nublado a sua frente, não tinha idéia do que ele sentia no momento, sua expressão era indecifrável. – Nunca pensou que eu talvez tivesse reservado esse direito de intimidade a alguém que eu considerasse especial. As lagrimas começaram a banhar seu rosto. – Provavelmente o todo poderoso Jacob não está acostumado a encontrar virgens por ai, alias quem se importa com isso?

Jacob respirou profundamente, mas não disse nada. Pôs o carro em movimento e conduziu vagarosamente com uma Bella chorosa ao seu lado.

Não emitiu nenhuma palavra nenhum som durante todo o percurso. Parou em frente ao edifício onde ficava o apartamento que Bella e Rose dividiam. Quando sua voz saiu era suave, quase mortificada.

- Bells, eu nunca me aproveitei de você, naquela noite eu não toquei em você, simplesmente não sabia onde você morava, como você mesma disse estava bêbada e eu a levei a meu apartamento, seu vestido rasgou quando te tirava do carro. Nunca tomaria uma mulher inconsciente, gosto que minhas mulheres estejam bem acordadas enquanto as faço gritar de prazer. Gosto que digam meu nome enquanto as possuo. Se você é virgem é uma opção sua, não vejo isso um problema. Mas se eu estiver te fazendo tão mal assim. Pensarei melhor sobre nós.

Abriu a porta do carro para uma Bella atônita e boquiaberta, depois entrou no carro sem dizer mais nada e foi embora.

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- O que faz em casa em pleno sábado à noite?  Rose entrou falante em casa, encontrando uma Bella jogada no sofá em frente a TV comendo pipocas, ou melhor se entupindo delas.

Não se deu ao trabalho de responder apenas suspirou desanimada.

- Tá fala logo, o que houve com o Black nesses três dias que estive viajando? Conte tudo não me esconda nada. Brigaram?  - Rose já havia se livrado das bolsas e jogou -se na poltrona em frente a sua prima.

Gostava de falar com Rose, sempre se deram muito bem e sua prima sempre tinha um ponto de vista diferente de tudo.

- Não brigamos, acho que ele desistiu de mim, talvez tenha pensado que eu sou um tipo de pessoa que eu não sou. Sabe Rose, lembra que eu falei sobre aquela noite, pois é, ele  disse que não me tocou “Nunca tomaria uma mulher inconsciente, gosto que minhas mulheres estejam bem acordadas enquanto as faço gritar de prazer. Gosto que digam meu nome enquanto as possuo “ dá pra acreditar? Falou imitando a jeito masculino próprio de Jacob.

Rose revirou os olhos e fez um gesto exagerado de dor.  – Querida acredite ou não você, tenho plena convicção que ele é capaz de fazer gritar a qualquer mulher que tenha o privilégio de estar em seu leito. Encarou Bella e com olhar investigador continuou:

-  Você não sentiu nenhuma pontinha de vontade de provar da sexualidade de Jacob? Espera me escuta, eu sei que você tinha o sonho de casar com Edward, que nunca permitiu que ele mesmo a tocasse, nunca imaginou que isso fosse injusto com seu próprio corpo?

- Como assim? Isabella sentou-se, sua prima era uma mulher experiente, sabia que ela já tinha tido vários amantes e por isso gostava de escutá-la.

- Bella você é uma mulher bonita, saudável, tenho certeza que seu corpo tem desejos, nunca sentiu vontade de experimentar uma relação intima de um homem e uma mulher. Não é uma coisa pecaminosa, sei que Titia sempre nos disse que devíamos ser de nossos maridos, mas seria certo privar-se de uma coisa tão normal e gostosa como o Sexo?

Isabella pensou por um momento. – talvez Rose, mas eu queria que a primeira vez fosse especial.

- Querida nós a fazemos ser especial, o fazemos quando escolhemos o momento, quando nós queremos que aconteça e não quando somos pressionadas a isso. Jacob é um homem experiente e pelo que corre em boca de suas ex-amantes um homem muito carinhoso.

Não sabia porque mas seu coração apertava ao pensar em Jacob tomando outras mulheres, a verdade é que estes três dias sem vê-lo  haviam deixado um buraco em sua vida. Admitia que gostava do jeito mandão e as vezes divertido dele. Sentia falta de sua voz e principalmente da companhia, Jacob era agradável.

- Esqueça Edward. Rose continuou- o casamento será daqui a um mês recebemos o convite.

Bela sentiu o ar faltar. – recebemos?

- Sim chegou há alguns dias, mas você estava pra cima e pra baixo com Jacob que eu não quis te mostrar antes. Bella, Edward é um interesseiro. Todos comentam que o interesse maior dele não é na própria Leah e sim no fato de ela ser filha única e o pai tem uma fortuna. Ele é dono de todo o edifício onde Edward tem seu escritório e além do mais corre a boca pequena que tem uma doença incurável, que não lhe resta muito tempo de vida.

As lagrimas agora saiam abundantes dos grandes olhos marrons de Bella, como pudera se enganar tanto com um homem, Edward não só a trocara por outra mas ainda lhe mandava o convite de casamento.

Rose saiu da sala e foi para o quarto deixando Isabella sentada e chorosa no sofá.