As Máscaras de Sakura escrita por Siryen Blue


Capítulo 36
Extra: Premiação


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tô sendo rápida né? Daqui a pouco vcs enjoam da minha cara! Rsrs!

Esse capítulo é dedicado a linda da Rubia que fez uma recomendação maravilhosa pra fic! Rubia, meu amor, amei! Obrigada de coração!

Enjoy!



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POV: Haruno Sakura

O tapete vermelho se estendia para além do meu campo de visão, e eu caminhava por ele com meu vestido glamouroso.

Um funcionário da equipe da premiação me guiou até o local onde os famosos posavam para as fotos da mídia. Itachi e Ross, meus seguranças, me acompanhavam de perto.

Assim que eu apareci os fotógrafos foram à loucura. Eles gritavam meu nome para que eu desse às suas câmeras um pouco de atenção. Era tanto flash que eu não sabia como ninguém tinha ficado cego ainda.

Não era a minha primeira vez no tapete vermelho, mas a sensação era sempre a mesma: sentia-me como um manequim exposto na vitrine. Incomodava, mas ainda assim eu precisava sorrir e posar como se estivesse adorando aquilo, ou as manchetes do próximo dia seriam sobre como eu era antipática.

A primeira parte do tapete vermelho fora concluída com sucesso, quando encerrei a sessão de fotos. Agora vinha a segunda: as entrevistas.

Essa parte era até mais legal, pelo menos eu era um manequim falante – ainda que tivesse que policiar minhas falas.

Apesar de não gostar muito de tapetes vermelhos, eu estava feliz.

Era o meu primeiro Grammy!

Esse era o tipo de premiação que eu assistia em Konoha, pela minha minúscula televisão, e nem ousava sonhar um dia participar. E agora eu estava aqui, não apenas como convidada, mas como indicada.

Todos os repórteres por quem eu passei queriam saber como eu estava me sentindo e a resposta era sempre a mesma: honrada. Eu me sentia honrada. Ser indicada no meio de tantos artistas renomados era muito mais do que eu podia esperar.

Sai tinha ganhado três Grammys no ano passado. Esse ano ele não concorria, já que não havia lançado nenhum álbum ou single* desde o trabalho que lhe rendeu os prêmios.

Mas ele já estava em estúdio, produzindo o novo álbum, apesar do grande público não ter conhecimento disso. Pelo que pouco que ouvi quando o visitei, o álbum será um arraso.

Na categoria de artista do ano, eu concorria com Gaara. Nem a mídia, nem o público sabia de nosso relacionamento.

Éramos meio que namorados, ainda que não nos rotulássemos. A partir do momento em que ficamos juntos, nos tornamos inseparáveis, e isso valia muito mais que rótulos.

Quando finalmente encerrei minha aparição no tapete vermelho, fui conduzida até meu assento. Gaara já estava sentado na cadeira ao lado da minha e eu sorri, desta vez verdadeiramente, ao vê-lo.

Ele se levantou, fazendo uma pequena reverência, que eu espelhei.

"Você está absurdamente deslumbrante." Ele disse, no meu ouvido, assim que sentamos. "Daria tudo para te beijar agora mesmo."

Sorri, divertida. "Se você quiser ser manchete amanhã por todas as razões erradas..."

"É um preço justo." Brincou.

Ao nosso redor eu podia sentir olhos e câmeras à espreita, o que nunca me deixava totalmente confortável, mas já era algo que eu estava me acostumando. Premiações eram sempre assim. O Grammy podia ter mais glamour que as outras, mas o esquema era o mesmo.

No entanto, tudo com Gaara ficava mais fácil, simples. Eu sabia que podia enfrentar qualquer coisa, desde que estivéssemos juntos.

O mundo da fama era cheio de máscaras. Glamour mascarando podridão, simpatia mascarando inveja, bom humor mascarando depressão... A lista era grande.

A maioria dos famosos tinham o que Gaara e eu chamávamos de duas caras. Na frente das câmeras eram bem-humorados, simpáticos e gentis, enquanto por trás eram seres insuportáveis, cheios de si, que só pensavam em si mesmos. Havia ainda os falsos amigos, que tratavam todo mundo bem, cumprimentavam com sorrisos, mas por dentro não gostavam de ninguém e eram cheios de inveja.

Então premiações não era nada mais do que um grande palco de atuações, enquanto todo mundo fingia se dar bem, ainda que não se suportassem. Claro, havia exceções, mas eram poucas. E mesmo quem tentava fugir de toda essa falsidade, como eu, Gaara e Sai, ainda precisava dançar conforme a música ou ficava para trás. Então, de certa forma, nós também usávamos nossas máscaras, involuntariamente.

Essa era a verdadeira indústria musical. Todo mundo sorria para você, enquanto no fundo torcia para o seu tropeço.

Gaara e Sai eram meus únicos amigos verdadeiros nesse meio. Os dois tinham ficado bem próximos um do outro ao longo desses dois anos, desenvolvendo uma amizade bonita. Aos olhos do público, nós éramos a jovem trindade inseparável da Columbia.

Infelizmente, ainda não tinha visto Sai. Eu sabia que o assento dele era um pouco distante do meu, já que esse ano ele não tinha vindo como indicado.

Quando a premiação de fato começou, comecei a ficar nervosa ao ver os artistas se apresentarem no palco – logo seria a minha vez e eu queria estar à altura. Parecia que todos eles guardavam as melhores apresentações para o Grammy. Era tudo bem mais sofisticado que nas outras premiações e agora eu podia sentir a real diferença.

Até mesmo nos discursos dos premiados, era tudo mais emocionante. E eu ficava cada vez mais nervosa.

Na hora do anúncio de Artista Revelação comecei a tremer. Gaara fez uma leve carícia em meus ombros, enquanto assistíamos Sai subir ao palco para apresentar o prêmio. Ano passado ele havia vencido a categoria.

Enquanto Sai apresentava e os indicados apareciam no telão, procurei apoio nas mãos de Gaara. Mesmo que o público nos visse de mãos dadas agora, pensariam que era só um apoio de amigos, e era disso que eu precisava.

Eu queria tanto aquele prêmio!

Gaara havia me dito que receber um Grammy muda a maneira que um artista é visto na indústria musical. A vida dos cantores era dividida em antes e depois do Grammy. Era algo relacionado com respeito artístico.

O Sabaku já tinha alguns Grammys de fazer inveja na conta, apesar da pouca idade, e hoje concorria a mais um. Sai também já tinha Grammys. Eu queria o meu.

"E o Grammy vai para..." Sai fez uma pausa para abrir o envelope. Quando ele abriu o maior dos sorrisos, eu soube antes de ele dizer. "Sakura Haruno!"

Meu coração deu um salto dentro do peito e eu ostentei meu sorriso mais brilhante.

Eu consegui! Consegui! Meu próprio Grammy! Meu!

Olhei para Gaara transbordando felicidade e os olhos dele refletiam os meus. Ele me deu um abraço apertado e eu segui até o palco, sendo parabenizada por outros artistas em meu caminho.

Pulei nos braços de Sai e ele me rodopiou, sorrindo de orelha a orelha.

"Parabéns!" Sussurrou em meu ouvido.

Então ele me entregou meu Grammy e recebi como quem recebe algo sagrado.

Com lágrimas nos olhos me aproximei do microfone para fazer meu agradecimento. O relógio em minha frente cronometrava meu tempo de discurso, então eu sabia que tinha que ser rápida e não podia enrolar.

"Ser considerada a Revelação do Ano é uma das maiores honras da minha vida." Falei, engolindo o nó em minha garganta. "Muito obrigada a todas as pessoas que me apoiaram mesmo quando eu achava que era tudo um sonho louco e impossível. Agradeço ao Gaara, que deu a oportunidade de ouro da minha vida e esteve sempre ao meu lado. Ao Sai, que foi um dos meus grandes apoios dentro do Soul Talent. A Karin, Temari, Shizune e Tsunade que são um porto seguro. A minha gravadora, Columbia Records, que tornou esse sonho possível e aos meus queridos fãs que me aceitaram sem máscara! Obrigada!"

Encerrei o discurso com olhos marejados e com aplausos da plateia.

Sai me ofereceu educadamente seu braço enquanto saíamos do palco. Uma enxurrada de fotógrafos esperava por nós nos bastidores.

Posamos para as fotos, enquanto eu ostentava meu Grammy.

Sai e eu trocávamos olhares cúmplices. Ele sabia que tudo que eu queria era me livrar daquelas câmeras e gritar de felicidade.

"Você conseguiu seu tão sonhado Grammy." Ele disse, sorrindo.

Já tinha perdido as contas de quantas vezes tinha enchido os ouvidos de Sai falando de como eu queria ganhar um Grammy, depois da minha indicação.

"Antes e depois, o Gaara disse." Olhei para o prêmio. "Antes e depois do Grammy."

"E é verdade." Sai concordou. "As mudanças são sutis, mas quando você se torna um vencedor de Grammy é como se você ganhasse um novo patamar na indústria musical."

Sorri, orgulhosa.

Fomos direcionados de volta aos nossos lugares e eu tive que deixar meu Grammy com minha equipe.

"Você está radiante!" Gaara observou, assim que voltei ao meu assento.

"Eu tenho um Grammy!" Dei de ombros, divertida.

Gaara balançou a cabeça sorrindo. "E provavelmente não será o único."

O que o ruivo disse acabou se tornando realidade. Eu venci nas categorias de Melhor Álbum Vocal de Pop e Melhor Álbum Pop.

As únicas que eu tinha perdido até agora eram Gravação do Ano e Melhor Performance Solo de Pop.

Eu acabava me repetindo nos discursos e estava tão extasiada que nem parecia que estava vivendo a vida real. Era como um sonho. Surreal! Surreal!

Nos intervalos, nem me importei de posar para as câmeras com outros artistas, que eu mal tinha contato, fingindo amizade. Nada ia me abalar.

Em certo momento, uma pessoa da equipe de produção foi até meu assento dizer que eu precisava ir aos bastidores me preparar para a minha apresentação. Gaara me deu um olhar de incentivo enquanto eu me levantava. Meu estômago se revirou em nervosismo, mas eu respirei fundo.

Era só a minha primeira apresentação na maior premiação musical do mundo.

Grande coisa.

*

*

*

Eu estava nos bastidores, prestes a entrar no palco do Grammy para me apresentar.

Enquanto uma atriz em ascensão me introduzia, eu terminava de ajeitar meu in-ear* e meu microfone.

Eu não ia deixar o nervosismo me dominar. Eu era uma profissional agora.

Respirei fundo, arrancando confiança de dentro de mim e subi no palco.

A plateia chamava por mim e eu estava pronta. As luzes iluminaram a minha figura e eu olhei para a câmera que se aproximava.

Então eu comecei a cantar uma versão acústica e lenta da faixa que dava título ao meu álbum.

[Unwritten – Natasha Bedingfield]

Eu estou em branco, não se pode ler minha mente, eu sou indefinida

Estou apenas começando, a caneta está em minha mão

O final não está planejado

A melodia estava mais lenta que a versão original e eu cantava olhando diretamente para a câmera.

Encarando a página em branco a sua frente

Abra a janela suja

Deixe o sol iluminar as palavras que você não pôde achar

Tentando alcançar algo distante

Tão próximo que você quase pode provar

Liberte suas inibições

Escrevi a canção pouco depois de ter resolvido mudar o rumo da minha história e me permitir um recomeço. A música acabou dando título ao meu álbum, apesar de não ter sido single.

Sinta a chuva na sua pele

Ninguém pode senti-la por você

Somente você pode deixar entrar

Ninguém mais, ninguém mais

Pode dizer as palavras em seus lábios

Mergulhe nas palavras não ditas

Viva sua vida com braços abertos

Hoje é o dia em que seu livro começa

O resto ainda não foi escrito

Terminei a canção, e os instrumentos fizeram a transição para a próxima. Movimentei-me no palco e comecei a cantar meu single.

[Fight Song – Rachel Platten]

Como um pequeno barco no oceano

Enviando grandes ondas em movimento

Como uma única palavra pode fazer um coração se abrir

Eu posso até ter apenas um fósforo

Mas posso fazer uma explosão

O sucesso que essa música tinha feito havia me surpreendido. Por nove semanas ela permaneceu em primeiro lugar e tocava em todos os lugares. Permaneceu meses no top 10 da maioria dos charts.

E todas aquelas coisas que eu não disse

Bolas de demolição dentro do meu cérebro

Vou gritar bem alto hoje à noite

Você pode ouvir minha voz desta vez?

Eu cantava revezando meu olhar entre a plateia e as câmeras. O jogo de luzes e cenário eram um show à parte.

Essa é a minha música de luta

Recupere a minha vida, música

Prove que eu estou bem, música

Meus poderes foram ligados

Começando agora mesmo eu vou ser forte

Eu vou tocar a minha música de luta

E eu realmente não me importo se ninguém mais acreditar

Porque eu ainda tenho muita luta restante em mim

Usei meu poder vocal com vontade no refrão. Aquela música era meu grito de guerra, a minha libertação em forma de música.

Perdendo amigos e perseguindo o sono

Todo mundo está preocupado comigo

Me afundando, eles dizem que eu estou me afundando

E fazem dois anos

Eu sinto falta do meu lar

Mas há um fogo queimando em meus ossos

E eu ainda acredito, sim, eu ainda acredito

Toda vez que eu me pensava em Konoha, meu coração se revirava em saudades. Saudades da cidade onde eu cresci, e, principalmente, saudades das pessoas com quem cresci. Mas eu ainda tinha um longo caminho a trilhar e não podia olhar para trás.

E todas aquelas coisas que eu não disse

Bolas de demolição dentro do meu cérebro

Vou gritar bem alto hoje à noite

Você pode ouvir minha voz desta vez?

O palco era meu. Era como se ele me pertencesse e eu o pertencesse. Eu sempre me transformava através da música e adorava todas as sensações que aquilo me trazia.

Essa é a minha música de luta

Recupere a minha vida, música

Prove que eu estou bem, música

Meus poderes foram ligados

Começando agora mesmo eu vou ser forte

Eu vou tocar a minha música de luta

E eu realmente não me importo se ninguém mais acreditar

Porque eu ainda tenho muita luta restante em mim

Muita luta restante em mim

Êxtase. O palco era minha droga, meu vício. Eu o dominava. Podia ser quem eu quisesse ser ali em cima. Podia ser livre.

Como um pequeno barco no oceano

Enviando grandes ondas em movimento

Como uma única palavra pode fazer um coração se abrir

Eu posso até ter apenas um fósforo

Mas posso fazer uma explosão

A música ficou mais lenta e eu cantei com meus olhos fechados, apenas para voltar a explodir no refrão.

Essa é a minha música de luta

Recupere a minha vida, música

Prove que eu estou bem, música

Meus poderes foram ligados

Começando agora mesmo eu vou ser forte

Eu vou tocar a minha música de luta

E eu realmente não me importo se ninguém mais acreditar

Porque eu ainda tenho muita luta restante em mim

Agora eu ainda tenho muita luta restante em mim

Terminei a canção com meu coração batendo acelerado e um sentimento de orgulho.

Missão cumprida.

Minha primeira apresentação no Grammy tinha sido um sucesso.

A adrenalina gostosa que o palco provocava em mim ainda corria pelo meu corpo enquanto eu seguia para os bastidores.

Troquei novamente de roupa, substituindo minhas vestes de apresentação pelo meu vestido glamouroso.

Quando retornei ao meu assento, Gaara me recebeu com o sorriso orgulhoso que ele sempre me presenteava após minhas performances bem-sucedidas.

"Você foi um arraso!" Ele disse. "Como sempre."

"Obrigada!" Apertei a mão dele rapidamente, cuidando para que os curiosos que nos assistiam não interpretassem errado e tivessem motivos para criar rumores.

A minha relação com Gaara não era algo que eu queria dividir com um bando de abutres.

Os grandes prêmios da noite estavam prestes a serem anunciados e eu quase não me aguentava de ansiedade.

A cantora Lorde subiu ao palco para anunciar o prêmio de Música do Ano. Alguns a achavam esquisita, mas eu a admirava por ser uma das poucas artistas que não era afogada em falsidade.

Eu concorria na categoria com duas canções: Fight Song, com a qual me apresentei e Because of You, música que fiz para minha mãe.

Sinceramente, Fight Song era a que tinha mais chances, por ter ficado mais tempo em primeiro e ido melhor nos charts, mas Because of You era mais significativa para mim – tanto que ainda era difícil para mim cantá-la sem ser inundada por lembranças dolorosas.

"E o Grammy vai para..." Lorde abriu o envelope. "Fight Song, Sakura Haruno."

A câmera focou em mim, enquanto eu me levantava sorrindo para Gaara.

Ele me abraçou com carinho antes de, mais uma vez, eu subir no palco. Dessa vez, Dylan Foster, produtor que trabalhou comigo na música subiu comigo.

Ganhamos um dos maiores prêmios da noite.

Eu estava flutuando num sonho irreal. Depois de todas as dificuldades pelas quais passei, sentia-me vitoriosa por alcançar um feito tão grande.

Lorde me entregou o prêmio e me deu um rápido abraço de congratulação.

"Preciso agradecer mais uma vez a minha gravadora e ao Dylan Foster, que produziu comigo Fight Song." Agradeci ao produtor. "Todas as minhas músicas têm significado e essa não é diferente. Para todos os meus fãs que a escutaram e ajudaram a colocá-la em primeiro lugar por tantas semanas, espero que vocês a usem como incentivo para lutar pelos seus sonhos e nunca desistir da sua verdade. Essa noite é inacreditável! Muito obrigada!"

Então deixei o microfone para que Dylan falasse. Ele agradeceu a mim e à família.

Nos bastidores, apressaram-me de volta ao meu lugar, pois eu também concorria na categoria seguinte: Artista do Ano.

E pela primeira vez na noite, eu não queria ganhar, já que Gaara concorria comigo.

"Você leva essa." Disse-lhe, segurando sua mão.

"Eu vou ficar feliz se qualquer um de nós vencer." O ruivo respondeu.

E então Sam Smith subiu ao palco para apresentar o prêmio.

Quando a indicação de Gaara apareceu no telão a multidão foi à loucura.

Ele merecia. Durante o ano ele podia não ter lançado single ou álbum, mas o Sabaku estava por todo lado. Ele se apresentou no Victoria's Secrets Fashion Show e fez a grande performance do Super Bowl – que nada mais era que a apresentação anual mais cobiçada do mundo da música. Além disso ele aparecia em tudo quanto era comercial e revista. Gaara foi um dos artistas mais rentáveis do ano, mesmo sem lançamento de álbum.

Ano passado ele competiu no Grammy com Sai e os dois saíram com três prêmios cada. Eu não podia ter estado mais orgulhosa. E esse ano, eu sabia que o prêmio de Artista do Ano tinha que ser dele. Tinha que ser.

"E o Grammy vai para..." Sam Smith abriu o envelope. "Gaara no Sabaku!"

Pulei do meu assento, extasiada.

Gaara parecia mais maravilhado com a minha reação do que com o prêmio em si.

"Parabéns!" Falei em seu ouvido, quando ele me abraçou.

"Obrigada, Maluquinha." Apertou-me com carinho, antes de me soltar e subir ao palco.

Gaara agradeceu à sua equipe, principalmente Tsunade, e à sua gravadora que tinha lhe aberto tantas portas. Ele agradeceu à família, em especial Temari e Kankuro que sempre lhe apoiaram. Agradeceu aos amigos que mantinham a sua cabeça no lugar e eu sabia que era de mim e Sai que ele estava falando. Agradeceu aos fãs, fez uma reverência e saiu do palco, como um verdadeiro rei.

Ah! Como eu sentia orgulho! Queria agarrá-lo ali mesmo!

Eu não parava de sorrir para ele quando o ruivo retornou ao seu lugar. Precisava me controlar ou então o mundo inteiro ia perceber que eu estava perdidamente apaixonada por aquele garoto.

O último prêmio era o de Álbum do ano. Meu álbum, Unwritten, concorria e era um dos mais cotados para vencer, segundo a crítica especializada.

Meu primeiro álbum tinha vendido milhões e milhões de cópias no mundo inteiro e emplacado um total de cinco singles no primeiro lugar. Fora um sucesso absoluto e eu realmente tinha esperanças de vencer na categoria.

Meus produtores estavam sentados ao meu redor, em expectativa.

O grande ícone da música Paul McCartney era o apresentador do prêmio, mas eu mal podia escutar suas palavras de tão ansiosa que eu estava.

Acho que me tornei ambiciosa. Meu objetivo antes da premiação era conquistar ''apenas'' Música do Ano, mas conforme fui vencendo, minha ambição aumentou, e agora eu me via querendo desesperadamente o Álbum do Ano. Era o maior prêmio do mundo da música. O maior dos maiores. E eu queria.

O ícone Paul McCartney deu um breve discurso sobre os indicados, e, quando falou sobre mim, disse que eu era um talento raro e que tinha um futuro grandioso pela frente. Fiquei me sentindo glorificada.

Tentei parecer tranquila, toda vez que a câmera focava em mim, mas a verdade era que eu estava uma pilha de nervos.

"E o Grammy vai para..." Mais uma vez ouvi aquela frase. "Unwritten, Sakura Haruno."

Gritei. De verdade. Eu gritei.

Não consegui conter a emoção. Era o maior prêmio da indústria musical. E era meu!

Gaara e meus produtores levantaram, comemorando. O ruivo me abraçou, rodopiando-me e percebi que eu estava chorando.

De mãos dadas com Gaara e com Dylan subi ao palco mais uma vez, agora acompanhada de toda a minha equipe de produção.

Recebi meu prêmio, fazendo uma reverência a Paul McCartney e comecei meu discurso com voz embargada. "Esse time inteiro que está preenchendo o palco é a minha equipe maravilhosa que me ajudou a criar esse álbum! Sem eles nada disso seria possível." Olhei para eles em agradecimento. "Eu sou realmente grata à Columbia Records e aos meus produtores por me ajudarem a fazer a música que eu tanto amo. Sou grata aos meus fãs por estarem constantemente ao meu lado, apoiando fervorosamente minha carreira. Hanamis, eu amo vocês!"

Hanami era o nome dado ao meu fandom. Hanami significa 'contemplar as flores' e é um costume japonês de admirar as sakuras (flores de cerejeira) quando estão florescendo. E foi assim que meus fãs se denominaram, como admiradores de Sakura.

"O Soul Talent me abriu tantas portas que eu nunca pensei que poderiam ser abertas para mim." Continuei meu discurso. "Eu devo isso ao Gaara." Olhei para ele com carinho. Ele também fazia parte desse prêmio diretamente, já que também participou da produção do álbum. "Tem todo um apoio por trás de mim que vocês não fazem ideia, mas que faz de mim quem eu sou hoje. Eu espero nunca os decepcionar e poder continuar fazendo a minha música e mostrando-a para o mundo. De todo o meu coração, e com toda a minha gratidão, obrigada!"

Então, eu e minha equipe nos abraçamos no palco, antes de nos retirarmos.

Nos bastidores, todos nós gritamos e pulamos em comemoração.

Sai correu ao meu encontro, dando-me um abraço apertado. "Parabéns, Sakura!" Ele me sacudiu.

"Ok, já chega." Gaara falou, puxando o ombro de Sai. Sua expressão, no entanto, era divertida.

Nós três rimos e os dois se abraçaram.

"Parabéns para você também, irmão." Sai lhe disse."

"Valeu, cara!" Gaara respondeu ao amigo. Enquanto os dois engatavam numa conversa sobre a festa de comemoração, avistei Itachi, um pouco mais ao fundo, com sua característica vestimenta de segurança. Ele sorria para mim.

"Itachi!" Saltitei em sua direção. "Você viu, você viu? Eu venci!"

O Uchiha sorriu. "Você está parecendo uma criancinha."

Mostrei a língua para ele.

De alguma forma, eu costumava agir de forma infantil quando estava ao seu redor. Talvez fossem as lembranças de infância. Talvez fosse porque ele parecia com o irmão mais velho que eu não tinha.

Itachi era como o meu pedacinho de Konoha em Nova York. Às vezes, quando eu sentia muita saudade, eu sentava perto dele, fechava meus olhos e deixava meus pensamentos me transportarem de volta à minha cidade natal.  Às vezes eu lembrava do tempo em que eu, ele e Sasuke éramos um trio e meu coração doía com a falta de um tempo que não voltaria mais.

Ter Itachi por perto, matava um pouco da minha saudade, inclusive a que eu sentia do seu irmão. Não que eu ainda pensasse em Sasuke de maneira romântica. Não. Mas eu sentia falta do meu amigo.

De vez em quando eu olhava para a minha carreira e me sentia mal pela Three Pieces, me sentia mal pelos meus amigos de infância. Eu queria que eles também provassem o gosto do sucesso.

"Se eu não estivesse em serviço, bagunçaria seus cabelos." Itachi provocou, arrancando-me de meus pensamentos saudosos.

"Ia acabar com o meu penteado!" Torci os lábios. "Mas eu aceito um abraço!"

Itachi entortou a cabeça. "Não posso. Estou em serviço."

Sempre a mesma história. Quando estava trabalhando o Uchiha era muito sério em relação a mim. Mas eu não me importava com isso.

Passei meus braços ao redor da cintura dele.

"Eu ganhei o maior prêmio da música." Sorri, com a cabeça em seu peito. "Deixa de ser chato e me parabeniza direito!"

Itachi riu, passando os braços ao meu redor. "Parabéns, Sakura-chan. Eu já sabia que você ia ganhar."

Aumentei o sorriso. Se eu tivesse um irmão mais velho, ele iria ter problemas para superar Itachi.

Uma tosse forçada fez o Uchiha me soltar. Virei-me para encontrar Gaara com cara de poucos amigos.

Ele não tinha problemas quando Sai me abraçava – até brincava com isso – mas ficava irritado toda vez que se tratava de Itachi. Se dependesse de Gaara, o Uchiha teria deixado de ser meu guarda-costas há muito tempo.

Revirei os olhos, com o ciuminho besta do Sabaku.

"Se vocês não quiserem que a notícia amanhã seja sobre um suposto romance entre Sakura Haruno e seu segurança, é melhor serem mais discretos."

Itachi também não gostava muito de Gaara, mas nunca deixava isso às claras. Eu sabia porque o conhecia.

No entanto, o ruivo estava certo, era melhor não dar espaço para falsas manchetes.

"Bom..." Itachi começou. "Você agora precisa posar para os fotógrafos com seus cinco Grammys." Falou, mudando de assunto e, sutilmente, ignorando Gaara.

Cinco Grammys. Sorri.

Eu podia até ser como um manequim na vitrine para aqueles fotógrafos desesperados, mas eu era um manequim na vitrine com Grammys.

Itachi me guiou até o tapete vermelho, onde os fotógrafos tiravam fotos dos vencedores com seus prêmios. E eu era a maior vencedora da noite. O maior destaque.

A assistente me passou os cinco gramofones e eu posei com o meu maior sorriso.

Eu ainda tive que conceder algumas entrevistas pós-Grammy onde praticamente repeti meus discursos não ensaiados – odiava ensaiar discurso, pois fazia eu me sentir presunçosa e forçada.

Enfim, após todos aqueles protocolos de premiação a serem seguidos, eu estava livre.

Após a premiação, muitos famosos davam festas particulares que sempre eram bombadas, mas, apesar de convidada para um bocado delas, preferi comemorar com minha equipe e meus amigos.

Karin e Temari organizaram uma grande – porém privada – festa na residência dos Sabakus. De famosos só havia eu, Gaara e Sai.

"Eu ainda tenho dois Grammys a mais que você." Gaara proferiu, em tom brincalhão, enquanto eu me sentava em seu colo.

Nossa relação podia ser escondida do grande público, mas nossos amigos e equipe sabiam há tempos que estávamos juntos.

"Já, já eu te alcanço." Dei-lhe um selinho estalado. Depois outro. E outro. E logo estávamos nos beijando apaixonadamente.

"Vão se amar no quarto." Sai provocou. "Os jovens e seus hormônios." Ele balançou a cabeça, dando um gole no seu uísque.

"Vem cá, você não é pirralho demais para beber, não?" Karin provocou.

"Falou a velha." Ele devolveu, apontando para o copo na mão da ruiva.

"Eu sou maior de idade, querido!" Karin virou o copo.

"Então eu posso mandar te prender por ficar me secando?" O Uchiha deu um sorriso malicioso. Deus! Quando ele bebia não tinha papas na língua.

As bochechas da Uzumaki ficaram quase tão vermelhas quanto seu cabelo. "Você está é louco! Por que eu iria secar um garoto cor de papel feito você?!"

"Não era você quem dizia que ele era gatinho?" Temari botou mais lenha na fogueira.

Sai gargalhou, sendo acompanhado por todos nós – com exceção de Karin.

"Eu nunca disse tal absurdo!" A ruiva parecia querer abrir um buraco no chão e se enfiar.

Era sempre assim entre Sai e Karin. Os dois viviam se alfinetando e provocando toda vez que se encontravam. Eu até torceria pelos dois, se Karin não tivesse namorado – mas que ela tinha uma queda por Sai, ah, isso tinha! Só que a Uzumaki era orgulhosa demais para admitir que gostava de alguém mais novo e Sai... Bem, ninguém sabia o que Sai realmente pensava.

Curti o resto da noite com aquelas pessoas que participaram da minha conquista e me faziam tão bem.

No meio da madrugada Tsunade estava tão bêbada que mal se aguentava em pé e eu me ofereci para levá-la para casa, mas Shizune e Itachi tomaram a frente, dizendo que eu tinha que aproveitar a minha noite.

E então eu realmente aproveitei. Dancei, gargalhei com meus amigos, bebi ilegalmente e beijei Gaara até o dia amanhecer.

Eu estava vivendo uma vida que alguns anos atrás nunca achei que seria minha. Mas agora era – e eu não abriria mão, porque tinha me tornado mais ambiciosa e egoísta. Esse foi o caminho que eu escolhi para mim, e em nenhum momento me arrependi. Ainda que eu me deparasse com pedras e obstáculos, era um caminho, essencialmente, feliz.

*

*

*

Meses depois

Depois de um dia exaustivo me dividindo entre o estúdio de gravação e entrevistas, finalmente eu tinha a chance de descansar. No entanto, sabendo que precisava melhorar minha dança, mais uma vez optei pelo ensaio, ao invés do descanso.

Tsunade havia mandado fazer uma sala de treinamento para mim em casa, o que me trouxe mais comodidade. Antes, eu treinava o tempo inteiro na sede da Columbia e muitas vezes nem vinha para casa, dormindo de qualquer jeito. Agora, quando eu estivesse caindo de sono, era só me deslocar para o meu quarto, que ficava ao lado. Claro, eu ainda treinava bastante na Columbia, com os professores vocais e de dança. Mas meus treinamentos solos eu fazia em casa mesmo.

Com o passar dos anos, já tinha me acostumado a viver com Tsunade e Shizune. As duas cuidavam muito bem de mim, muito além do cuidado profissional. Em contrapartida, eu havia desenvolvido um sentimento especial de carinho por elas. Tsunade e Shizune eram uma espécie de família para mim, ainda que eu não pudesse encaixá-las em nenhuma denominação familiar – talvez se aproximassem de tias, mas 'tias' não parecia realmente servir.

Viver com as duas era muito diferente de viver com a minha mãe. Elas me tratavam super bem e nunca me botavam para baixo. Ainda assim, elas não eram minha mãe, e parte de mim sentia saudade da minha casa materna, mesmo com toda a dor que aquele lugar me infligiu. Masoquismo? Podia ser, mas ela nunca ia deixar de ser a minha mãe – e eu a amava, ainda que ela tivesse deixado claro que não era recíproco.

Mamãe nunca me atendia, ou retornava minhas ligações. Eventualmente, eu desisti de contatá-la, mas meu coração ainda doía e sentia a falta dela.

Suspirando e afastando os pensamentos de melancolia que rodeavam minha mente, levantei-me do sofá-cama da minha sala de treino e voltei a dançar. Já tinha descansado o suficiente.

A sala que Tsunade fez para mim era bastante ampla e confortável. Havia espaço para dança, uma parede espelhada, instrumentos musicais mais ao canto, uma cabine de gravação, uma poltrona, um sofá-cama, no qual muitas vezes eu dormia, um frigorífico e uma porta que levava ao banheiro compartilhado com meu quarto. Eu adorava aquele lugar.

Coloquei uma playlist aleatória e voltei a dançar. Eu não me achava uma dançarina tão boa, mas me esforçava para melhorar. Deixei meu corpo se movimentar às batidas, testando novos movimentos.

Não muito tempo depois, vi, pelo espelho, a porta ser aberta. Era meu Gaara.

Sorri involuntariamente com a presença dele, sendo retribuída com o tipo de sorriso estonteante que ele só dirigia a mim. Meu tipo preferido.

O ruivo vinha me ver praticamente todas as noites, e muitas vezes até acabava dormindo no quarto de hóspedes. Tsunade brincava que era mais fácil ele se mudar de vez – e, sinceramente, eu não achava uma má ideia.

Gaara se aproximou com seu olhar malicioso, abraçando-me por trás. Suspirei, respirando seu cheiro embriagante e me derretendo em seus braços. Não havia lugar melhor no mundo.

Ele acariciou minha barriga e beijou meu pescoço, enquanto acompanhava lentamente meus movimentos ao som de uma música qualquer.

Como era bom.

O Sabaku moveu a cabeça para beijar o outro lado do meu pescoço e dessa vez, senti sua língua quente em minha pele.

Suspirei em seus braços.

Reconheci a música que tocava como The Hills do The Weeknd. Que apropriado.

Gaara apertou minha barriga e beijou meu pescoço com mais fervor.

Eu não consegui evitar rebolar junto ao seu corpo e Gaara acompanhou meus movimentos.

Eu não sabia se era a música, a dança ou os beijos dele, mas aquilo era erótico e eu sentia meu corpo começar a entrar em combustão.

Eu não queria parar.

Gaara ousou colocar a mão debaixo da minha blusa e acariciou minha barriga nua ao mesmo tempo que arranhava meu pescoço com os dentes, suavemente. Um arrepio gostoso percorreu todo o meu corpo.

Uma mão atrevida começou a traçar um caminho para cima, com lentidão. Seus dedos tocaram a parte de baixo do meu sutiã e eu estremeci. Ele me deu um momento para impedi-lo de continuar, mas eu não o fiz, apenas continuei rebolando.

Gaara tocou-me por cima do sutiã, não demorando a levantá-lo e tocar minha pele nua. Ele me apertava com vigor enviando um calor torturante para ao meu baixo ventre.

"Gaara..." Suspirei.

Virei minha cabeça, buscando seus lábios. Ele deixou meu pescoço e seus beijos encontraram minha boca. Sua língua estava mais quente que o normal. Sensual.

A mão que estava em minha barriga desceu, encontrando o cós da minha calça de moletom. Mais uma vez ele me deu tempo de recuar, mas ao invés disso eu o beijei com mais fervor.

Então ele desceu sua mão, adentrando minha calça e me tocando.

A mão de cima começou a trabalhar com mais vontade, seguindo a de baixo.

Eu fui às nuvens.

Não era a primeira vez que o clima entre Gaara e eu ficava mais quente, mas foi a primeira vez que eu o deixei ir tão longe.

Ser tocada por Gaara era como ser levada ao inferno e paraíso ao mesmo.

Gemi em seus lábios, sem conseguir me controlar.

Gaara tirou suas mãos de mim, apenas para me virar para ele.

Nossas bocas se beijavam com paixão, enquanto eu o puxava para mais perto pelo pescoço e costas.

O ruivo me levantou do chão e quase que de imediato eu envolvi minhas pernas em sua cintura.

Ele me carregou até a parede de espelhos, imprensando-me a ali, sem deixar de me beijar.

Estava tão quente. E eu queria tanto Gaara.

O quadril do ruivo se movimentava junto ao meu, de modo que eu podia sentir que ele estava animado. Ainda assim, eu não queria parar.

Eu estava queimando.

[Fire Meet Gasoline – Sia]

É perigoso se apaixonar, mas quero queimar com você esta noite

Me machuque

Há dois de nós

Temos a certeza do desejo

O prazer que há na dor e no fogo

Me queime

Os beijos de Gaara desceram para o meu pescoço, fazendo eu me arrepiar.

A luxúria estava ludibriando meus sentidos e não havia nada que eu pudesse fazer para impedir.

Puxei a camisa de Gaara por suas costas, arranhando-o com minhas unhas e arrancando um som rouco de sua garganta.

Então vamos lá

Eu vou guiá-lo, vou guiá-lo

Eu sofro por amor, sofro por nós

Por que você não vem, não vem um pouco mais perto?

Gaara me carregou até o sofá-cama, onde já tínhamos passado noites e noites conversando e namorando.

Ele me deitou ali, ficando por cima de mim. Só então deixou meus lábios para me olhar. Havia fogo vivo em seus olhos.

"Se você quiser parar, essa é a hora." Ele disse.

"Eu não quero." Respondi, puxando-o para mais um beijo apaixonado.

Puxei a camisa dele, e dessa vez ele levantou os braços e quebrou o beijo momentaneamente para que eu a tirasse.

Então venha agora

Risque o fósforo

Risque o fósforo agora

Nós somos a combinação perfeita, perfeita de alguma forma

Fomos feitos um para o outro

Se aproxime um pouco mais

"Isso tinha que ser mais especial." Gaara falou, sem tirar a boca da minha. "Com velas e pétalas."

"Não faz meu estilo." Passei a beijar o pescoço dele. "Eu estou pronta e quero você agora."

Gaara me olhou, queimando em luxúria. "Droga, Sakura." Ele jogou os lábios nos meus, com fervor.

A mão do ruivo subiu, levantando minha blusa que eu ajudei a tirar.

Não havia medo ou vergonha, como eu pensei que haveria, apenas desejo e fogo.

Chama, você veio para mim

Fogo encontra gasolina

Fogo encontra gasolina

Estou queimando viva

Gaara me despiu, beijando centímetro por centímetro da minha pele. A boca dele alcançou meu peito desnudo e eu senti que poderia gritar, cega pelo prazer.

Eu mal posso respirar

Quando você está aqui me amando

Fogo encontra gasolina

Fogo encontra gasolina

Gaara terminou de se despir e foi só ao ver sua masculinidade que eu me senti tímida. Ele beijou minha testa, sorrindo ao perceber a situação. Comecei a ficar nervosa enquanto ele colocava a proteção em si.

Ele, então, voltou a me beijar calorosamente, tocando minha feminilidade e eu voltei a sentir um prazer cego. Ele sabia exatamente onde e como me tocar.

Olhando-me com um misto de paixão e carinho, Gaara buscou meu consentimento. Eu estava pronta, e ele conseguiu ler o meu olhar.

Tive tudo de que precisava

Quando você veio atrás de mim

Fogo encontra gasolina

E estou queimando viva

Gaara se uniu a mim e por um momento eu desejei que não tivesse feito. Ainda que ele fosse gentil, doeu. Incomodou.

Agarrei seus ombros gemendo com a dor. Ele beijou meu pescoço e mais uma vez esperou até que estivesse pronta.

Depois que ele começou a se movimentar, o incômodo foi sendo superado pelo prazer lascivo. Em certo ponto, eu já não conseguia desenvolver nenhum pensamento racional.

Prazer. Prazer. Prazer.

Era como ser levada ao paraíso ao mesmo tempo que queimava no inferno.

E eu mal posso respirar

Quando você está aqui me amando

Fogo encontra gasolina

Queime comigo esta noite

Eu estava sendo apresentada a um novo mundo, do qual só ouvia falar. Um mundo carnal, prazeroso e que faria qualquer santo gostar do pecado.

E nós iremos voar

Como fumaça escurecendo no céu

E como Eva, quero experimentar

Dar a mordida

Eu queimava e me afogava na paixão de Gaara. Eu o queria tanto que me consumia. E quanto mais ele se movimentava, mas eu me perdia naquele caminho sem volta.

"Eu te amo." Ele sussurrou em meu ouvido.

Tive tudo de que precisava

Quando você veio atrás de mim

Fogo encontra gasolina

E estou queimando viva

Era a primeira vez. A primeira vez que ele dizia as três palavras. Sorri, extasiada, puxando seus lábios para mim.

E então eu cheguei ao ápice, fechando meus olhos com força e sentindo um prazer que eu nunca pensei existir.

Era um novo tipo de vício.

E eu mal posso respirar

Quando você está aqui me amando

Fogo encontra gasolina

Queime comigo esta noite

Após Gaara também atingir o limite, ele se deitou em meu peito e nossas respirações descompassadas se misturaram.

Brincamos com nossas mãos unidas, trocando beijos e olhares que somente os casais mais apaixonados entenderiam.

Nada precisava ser dito – nossos olhos e sorrisos diziam tudo.

Agora nós éramos um. E eu estava irremediavelmente entregue.


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Notas finais do capítulo

Importante: nenhuma das músicas do capítulo me pertencem.

Because of You que a Sakura cita como tendo sido escrita para a mãe é aquela Because of You da Kelly Clarkson.

*In-ear: é um tipo de fone usado pelos cantores, também chamado de retorno, que lhes permite ouvir claramente suas vozes e/ou instrumentos.

*Single: é a música com a qual o artista promove (tipo, a que manda pras rádios, apresenta em programas, etc.).

Sobre a primeira vez GaaSaku... A fic é 16+ então tentei não fazer nada explícito, e me desculpem as hentai de plantão, mas eu não sirvo pra escrever bem o gênero, cenas descritas assim são raras aqui, mas achei importante escrever a primeira vez da Sakura!

Ah! E o CD da Sakura seria com essas músicas aqui (coloquem na playlist):

1º CD Sakura — Unwritten

Unwritten — Natalie Imbruglia
Brand New Day — Lorena Simpson (Single)
Because I'm Stupid — SS501
Nothing In This World Will Ever Break My Heart Again — Hayden Panettiere
Because Of You — Kelly Clarkson (Single)
Stone Cold — Demi Lovato
Falling For You — Nick Howard
Here I Am — Renee Sandstrom (Single)
I Can't Make You Love Me — Adele
Almost Lover — A Fine Frenzy
Say Something — A Great Big World ft. Christina Aguilera (Single)
You Found Me — Kelly Clarkson
I Get To Love You — Ruelle
Breakaway — Kelly Clarkson
Fight Song — Rachel Platten (Single)

Bonus Tracks (Versão Deluxe)
Dancing On My Own — KATO
I Almost Do — Taylor Swift
Near To You — A Fine Frenzy

*

Será que vocês adivinham para quem ou sobre o quê cada uma foi "escrita"? Haha!

Agora sim, os extras estão finalizados e eu vejo vcs na segunda fase!

Até lá!

XOXO