As Máscaras de Sakura escrita por Siryen Blue


Capítulo 32
Primeira Fase: Confuso


Notas iniciais do capítulo

Hi, bitches!!! I'm back!

IMPLORO PARA QUE LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Como aguentar essa maromba de mais TRÊS FUCKING RECOMENDAÇÕES! Já nem sei mais como expressar minha felicidade!

thuani: Haha! Bom, eu tento ser decente na escrita! Fico feliz em saber que vc gosta! Muito obrigada, gatinhaaa!

Kassia: GAAAATA!!!! Desgosto onde? Eu não sei se é possível eu sorrir mais do que sorri lendo a sua recomendação PERFEITA!! Pode até ter um "olho na minha lágrima", mas isso a gente deixa em off pra não acabar com a minha fama de má, rs! Se vc se envolve assim com a fic, quer dizer q alguma coisa de certo eu fiz, kk! Faz todo o meu esforço valer a pena! Suas palavras me emocionaram de verdade e eu vou guardá-las com carinho!

JuScarlet: MEU DEUS! Tiro foi o que eu recebi com essa recomendação! Gata... Sei nem o que dizer... Vc interpretou com PERFEIÇÃO a personalidade da Sakura e a história q eu quero contar! To besta!!! E nenhuma palavra que eu te diga vai te dizer exatamente o que eu senti lendo tudo que vc escreveu! Só posso te agradecer com cada pedaço do meu coração! Muito obrigada! ♥

Capítulo dedicado as três lindas que fizeram meu dia mais feliz!

Enjoy!



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POV: Akasuna no Sasori

Ele atirou. Ele. Atirou.

Porra! Fodeu! Fodeu pra caralho!

Foi como se uma onda de choque tivesse me atingindo com a força de um tsunami. O choque era até maior que a dor que eu sentia em meu braço cortado.

Deidara nos colocara em um caminho sem volta. Ele estava fodido! Eu estava fodido.

Longe demais! Longe demais! Fomos longe demais! Não havia como escapar! Estava tudo fora de controle! Caralho!

Eu tinha a impressão de que nunca arrancaria aquela imagem da cabeça. Sakura e Sasuke estavam lá... Sentados e encostados na parede, com aparência detonada e olhos amedrontados encarando a minha mão que segurava a arma apontada para eles. Seus olhares então demonstraram alívio quando eu desisti de atirar, e por fim... Deidara... Enlouqueceu de vez e enfiou uma faca em meu braço, pegando o revólver e atirando neles sem pensar duas vezes.

Porém a cena que mais me surpreendeu, foi quando aquela cachorrinha fiel — até demais — do Uchiha jogou seu corpo em cima do dele, abraçando-o e, consequentemente, recebendo o tiro que fora direcionado a Sasuke.

I-n-a-c-r-e-d-i-t-á-v-e-l. Porra! Não dava para acreditar em nada daquilo. Era como se eu visse tudo através de um estado de torpor.

Tudo aconteceu tão rápido, mas eu estava ciente de cada movimento.

Roger foi quem agiu rápido. Pouco tempo depois do disparo, ele parou de pressionar a minha ferida para pular em cima de Deidara, agarrando e torcendo seus dois braços, que perderam a força nas mãos e deixaram o revólver e a faca caírem no chão. Roger não perdeu tempo em pegá-los para si.

Surpreendente foi ver que Deidara nem ao menos resistiu. Ele parecia hipnotizado com a cena à sua frente — de Sakura sangrando nos braços de Sasuke —, como se fosse a coisa mais fascinante do mundo.

E foi quando percebi que eu estava assustado. Tão, tão assustado que não conseguia sequer ter alguma reação que não fosse olhar para aquilo tudo com meus dois olhos arregalados.

Não demorou até que os homens que contratamos para ajudar no sequestro entrassem no recinto — provavelmente atraídos pelo disparo da arma. Mas não era neles em quem minha atenção estava concentrada. Era nela.

Sakura estava nos braços de Sasuke. O tiro havia acertado suas costas — na região das costelas, pelo que vi — e o sangue se espalhava por sua blusa, tingindo-a de vermelho.

Ela tremia, sua dificuldade em respirar era perceptível. Os dois compartilhavam um olhar tão pessoal que fez eu me sentir um invasor por presenciar aquilo. Era tão, tão íntimo.

"Sakura!" O Uchiha chamou, com voz trêmula, embargada e apavorada. "Sakura! Não! Por favor, não! Não fecha os olhos! Fica comigo! Sakura!"

Sasuke tremia. Ele segurava a Haruno em seus braços como se ela fosse o tesouro mais precioso do mundo e a olhava com agonia palpável. Havia lágrimas e um pavor incrivelmente perturbador em seus olhos, do tipo que eu nunca pensei que veria em Uchiha Sasuke. Ele era o desespero em pessoa.

Nos segundos seguintes, Sakura fechou os olhos e meu interior se contraiu de medo e algo a mais que eu não sabia definir. Era algo como pena — ou compaixão. Mas não. Eu não sentia compaixão por ninguém. Só sabia que tínhamos ido longe demais.

Fodidos! Estávamos fodidos!

"Sakura!" O Uchiha voltou a chamar. Ele tocou o rosto dela como se fosse de cristal e pudesse quebrar. "Acorda! Acorda, Sakura!"

Então ele a abraçou. Enterrou seu rosto no pescoço dela... E chorou.

Cada vez ficava mais difícil acreditar em tudo que estava acontecendo. A minha cabeça girava e tudo se confundia, dando nó.

Parte de mim queria rir. Eu queria gargalhar bem alto, contente ao ver meu inimigo sem chão, numa situação de completa angústia. Mas por outro lado... Havia um incômodo incomum em meu peito. 

Aquilo não podia ter acontecido. Não era para ninguém estar ferido desse jeito. Não era esse o plano. As coisas não deviam acabar assim. Não era isso que eu queria. Na verdade, eu nem sabia ao certo o que queria. Eu estava com tanto ódio pelo Uchiha estar com a minha Ino — tanto, tanto ódio — que só queria me vingar dele. Dar um susto, bater até que ficasse deformado. E então mamãe... Mamãe...Partiu... Só o pensamento já me tirava do eixo e me fazia ter vontade de descontar toda a minha dor em algo — ou alguém. Sasuke e Sakura eram meus alvos, meus sacos de pancadas. Eu queria que eles recebessem a dor que eu sentia. Queria poder passar minha dor adiante, arrancá-la de mim. Eu realmente — realmente — sentia como se estivesse à beira de explodir, de matar. Mas... Não. Isso era demais. Minha mãe me odiaria, seja lá em que mundo ela estivesse. Eu me odiaria.

Enquanto eu estava com a arma em minhas mãos, por um segundo — apenas um segundo — pensei em atirar. Eu quis atirar. Quis acabar com tudo e ver o Uchiha sangrar até a morte. Eu desejei isso. Parte de mim sentiu prazer com o simples pensamento. Mas... Porra! Eu não podia fazer isso. Eu não queria tirar a vida de alguém. Quer dizer... A maior parte de mim não queria, pelo menos. Acho.

Estava tudo tão confuso.

Como Deidara pôde fazer isso sem nem ao menos pestanejar? Eu sabia das tendências cruéis de dele — e até me divertia com algumas delas — mas isso era além dos limites.

Não prestávamos, disso eu sabia. Éramos os vilões, também sabia. E eu gostava. Gostava de ser o cara mau.

Dentro de mim havia uma parte — muito forte — que sentia prazer em ver outras pessoas machucadas, mesmo que por vezes eu me sentisse culpado por uma coisa ou outra que quase me faziam ultrapassar o limite. Sim, eu sempre estive muito perto do limite, brincando em cima da sua linha — por vezes até cheguei perturbadoramente perto de cruzá-la e me tornar um monstro de vez, mas algo sempre me fazia hesitar e pensar duas vezes, algo sempre me parava, mesmo quando a ponta do meu pé já estava pisando no outro lado.

Mas Deidara... Ele nem piscou. Nem sequer hesitou por um mísero segundo. Ele atirou como se estivesse atirando numa das garrafas em que treinávamos a pontaria, quando ainda estávamos em Konoha. Mesmo agora, ele parecia sentir um prazer sem fim com o que fez a Sakura.

Cara... Isso era doentio. Era demais até para mim.

Talvez eu também sentisse certo prazer se fosse Sasuke sangrando ao invés de Sakura, mas aquilo estava errado. Era uma vida, porra! Uma vida! Isso tinha valor, caralho! Até eu sabia disso.

E Sakura... Eu nunca gostei dela. Essa garota sempre me irritou profundamente com suas criancices, birras e paixonite ridícula por Uchiha Sasuke. Pra mim ela sempre foi exatamente como uma cadelinha, seguindo seu dono e latindo para quem se aproximasse — quantas não foram as vezes que eu a vi tentando estragar os encontros do Uchiha? Sempre se metendo, sempre fazendo birra como uma criança mimada, sempre insistindo com alguém que dizia claramente que ela não era mais que amiga. Mas não... A cadelinha não largava o osso. Pra mim não existia pessoa mais chata, estúpida e ridícula do que ela.

No entanto... Nos últimos tempos ela parecia diferente... Mudada. Do seu jeito de andar e falar até o jeito de olhar, estava diferente. Seu olhar... Havia algo nele que estranhamente causava-me uma coceira mental, como se eu já o tivesse visto em algum outro lugar. Deixava-me inquieto.

Mas agora isso não era ao importante. Puta que pariu! Eu nunca imaginei isso! Ela se jogou na frente da bala! O que no mundo levava uma pessoa a fazer isso por outra?! Quando Sakura ficara tão corajosa e altruísta, a ponto de estar disposta a dar sua vida pelo Uchiha? Que porra estava acontecendo?

Aquilo foi o ato mais nobre e surpreendente que eu já vira. E vindo logo de Sakura? A cadelinha Sakura?!

Não dava para entender. Tudo estava uma bagunça. Aquela não era a Sakura que eu conhecia. Aquele não era o Deidara que eu chamava de melhor amigo. Estava tudo — tudo — errado, virado de cabeça pra baixo.

E agora, caralho?! Sakura podia estar morta! Morta! Havia tanto sangue, merda...

O Uchiha estava agarrado a ela, sem saber o que fazer. Ninguém sabia o que fazer.

Estávamos todos parados feito imbecis enquanto o Uchiha se agarrava a uma Sakura apagada em seus braços.

Foi então que um forte barulho na porta da frente da casa — de arrombamento, aparentemente — chamou a atenção de todos e fez meu coração pular. Pus-me imediatamente de joelhos, e meu braço reclamou, doendo com o esforço. Caralho! Eu vou matar o Deidara de porrada depois dessa!

Passos do lado de fora eram audíveis. Olhei para Roger, assustado, e ele imediatamente largou Deidara, apontando o revólver para a porta.

"Vão lá ver o que está acontecendo." Roger disse para os homens que contratamos para o sequestro — sugeridos pelo próprio, inclusive. Ele tinha seus contatos.

Os caras seguiram em direção à porta e—

"PARADOS!" Um grito ordenou.

Meu sangue gelou. Eram policiais.

Rápido. Tudo acontecia muito rápido.

Nem todos os homens que contratamos tinham armas, mas os que tinham sacaram as suas e atiraram. Roger também atirou.

No entanto, a polícia entrou em formação de defesa. Todos próximos uns dos outros, escondidos atrás de seus escudos que faziam uma barreira à prova de bala.

A polícia atirou por detrás do escudo, atingindo um de meus contratados na perna.

Deidara correu agachado para perto da parede, onde havia algumas caixas que ele usou para tentar se esconder. Olhei para os lados, mas eu estava longe de qualquer lugar onde pudesse me proteger. Joguei-me no chão, ao mesmo tempo em que Roger era atingido na perna. Ele caiu, gritando de dor.

Eu só conseguia pensar que a qualquer momento eu mesmo seria baleado. Já estava até me preparando para a dor. Meu corpo inteiro tremia de medo e meu coração só faltava sair pela boca.

Era uma cena de caos.

Haviam gritos por todo lugar, mas eu não conseguia distinguir nenhuma fala.

Logo, meus aliados estavam no chão, subjugados pela polícia, que já havia desfeito o escudo e apenas apontava armas em nossa direções.

Fodeu.

"Precisamos de uma ambulância!" A voz de um desconhecido disse. "Chamem o Christian para fazer os primeiros socorros na menina."

Uma movimentação ocorreu. Virei a cabeça a tempo de ver um policial sair correndo pela porta, mas não ousei me mexer mais que isso. Havia uma arma apontada para minha cabeça, então permaneci deitado no chão, com meu braço voltando a latejar de dor.

Olhei para Roger, que gemia de dor segurando sua perna baleada. Havia muito sangue manchando sua calça e aquilo me preocupou. Eu já havia perdido pessoas demais.

Deidara permanecia agachado perto das caixas velhas, no entanto sua expressão já não era mais de puro divertimento. Ele olhava com ódio velado para o policial que lhe apontava a arma.

Estava acabado para nós. E eu não sabia o que sentir, ou o que pensar. Era como se aquilo não fosse real. 

Como as coisas saíram de controle desse jeito?

"Christian!" Um homem falou quando outro policial chegou. "Prioriza a menina. Ela recebeu o tiro de um revólver calibre 38."

"Vou fazer meu melhor." O tal Christian respondeu. "As ambulâncias já estão a caminho."

E então ele correu até Sakura e Sasuke com uma maleta na mão.

"Deixe a menina comigo." O homem disse, agachando-se perto dos dois. "Preciso checar os sinais vitais e estancar o sangramento."

O Uchiha agarrou o braço do policial, ainda em desespero. "Salve-a! Você tem que salvá-la! Você tem... Tem... Você precisa salvá-la!" Ele se atropelava nas próprias palavras.

"Calma, garoto." O homem disse, colocando dois dedos no pescoço de Sakura. "Ela está viva. Acalme-se. Você também não está em bom estado. Deixa eu pegá-la."

O Uchiha parecia relutante em soltar a Haruno, mas mesmo assim permitiu que o homem a tirasse de seus braços e a deitasse no chão.

"Salve-a!" Sasuke repetiu, com voz pesada e respiração alterada, enquanto o policial cuidava de Sakura. "Ela não pode... Não pode..." Ele balançou a cabeça.

"Você realmente precisa de acalmar, garoto." O homem disse, sem no entanto tirar sua atenção da Haruno. "Seu estado não é o melhor."

"Foda-se!" O Uchiha bradou. A respiração dele estava cada vez mais acelerada. "A Sakura... Ela..."

Sasuke tossiu ferozmente. A dor de cada movimento era perceptível em seu rosto. Ele realmente não estava nada bem. Parte de mim quis comemorar.

Por mim podia tossir até a morte. Quem devia ter levado o tiro era ele!

Não! Não! Ninguém deveria ter levado um tiro!

Se bem que... Não!

Porra! Eu gostava de ver o Uchiha sofrer, mas eu não queria de gostar disso. Ou queria?

Merda! Se ao menos a minha cabeça fodida não fosse tão confusa...

Mais uma tosse violenta vinda de Sasuke me chamou atenção.

Um outro policial apareceu do lado dele, tentando lhe dar apoio. Sasuke gemeu de dor, segurando as costelas. Ele tentou falar com o policial que pressionava o ferimento de Sakura, mas isso só lhe causou mais um ataque de tosse. Logo, a tosse foi cessando... E os olhos dele fechando... Até que o Uchiha também apagou.

Sorri.

Eu havia feito isso! Eu havia acabado com esse merdinha. Era meu feito!

Vê-lo nesse estado quase podia fazer tudo valer a pena.

Virei meu olhar para Roger, querendo dividir minha satisfação com ele, e foi quando vi meu amigo desacordado também. Todo o contentamento que eu sentia foi substituído por preocupação.

"Ei!" Gritei para o cara que fazia os primeiros socorros em Sakura. "Meu amigo! Você precisa cuidar do meu amigo também! Ele está ferido e inconsciente!"

"Cala a boca!" O policial que apontava a arma pra mim, gritou.

"Porra nenhuma! Ele tá sangrando pra caralho!" Gritei de volta.

"As vítimas são prioridades." O filho da mãe me olhou com superioridade.

Meu. Sangue. Ferveu.

Algo em mim despertou. A raiva que sempre tomava conta de mim percorreu cada célula do meu corpo. Eu acho que estava tremendo — tremendo de ódio. A vontade louca de descontar em algo, alguém ou qualquer coisa voltou com força total.

Era incontrolável.

"Ele também é vítima, seu filho da puta! Ele é vítima de vocês que atiraram nele!" Berrei, levantando-me do chão num rompante.

Marchei em direção ao meu amigo, mas um policial me impediu, dando-me um golpe de gravata e segurando uma arma apontada para a minha cabeça.

Foda-se! Esses filhos da puta não vão conseguir me prender! Eu vou pegar uma dessas armas e atirar neles! Juro que vou! Estou pouco me fodendo se isso vai me fazer virar assassino! Esse caralho não importa mais! Eu só quero que eles paguem! Vou enfiar uma bala na testa de cada um deles e depois mijar em cima de seus cadáveres!

Gostam de nos tratar como se fôssemos animais?! Estão pouco se fodendo se eu perco meu braço ou Roger perde a perna?! Vão nos deixar sangrar até a morte?!

Bando de viados! Eu vou mostrar pra eles quem pode mais!

Debati-me com fúria, tentando livrar meu pescoço do braço do policial. Enfiei minhas unhas curtas na sua pele, desejando que elas fossem maiores.

"Eu tenho uma arma apontada pra sua cabeça, desgraçado! E o meu dedo no gatilho está coçando!" O cara que me segurava falou. "Quer mesmo morrer?"

"Você não vai atirar! Você não tem culhões pra isso, seu viadinho de merda!" Ri, com escárnio.

"Esse garoto é louco!" O policial gritou, apertando mais o agarre em meu pescoço, quase deixando sem poder respirar.

Queria mandar ele se foder, mas o enforcamento já não permitia que eu falasse.

"Leva esse doido de pedra pra viatura!" Um outro policial disse.

"Vamos, antes que eu decida mesmo te matar, pivete." O cara que me segurava disse, afrouxando o aperto em meu pescoço e me fazendo andar em direção à porta.

Continuei a me debater, tentando me libertar, mas o cara estava fazendo um bom trabalho me segurando.

Caralho! Ao mesmo tempo que eu queria rir de toda aquela situação patética, eu sentia um ódio incontrolável que me fazia querer socar aquelas pessoas todas até a morte! Queria segurar algum pescoço em minhas mãos e estrangulá-lo! Era uma vontade tão louca que não parecia caber em mim.

Quando saímos da casa, a luz do dia estava tão forte que quase cegou meus olhos.

Havia um contingente de viaturas do lado de fora e alguns policiais, mas a maioria ainda estava dentro da casa.

Agora parando um pouco pra pensar...  Como descobriram essa lugar? Como fomos pegos desse jeito?

"Encosta no carro!" O policial libertou meu pescoço e empurrou minha cabeça em direção à parte traseira da viatura. Debati-me, mas outros policiais estavam lá e pegaram em meus pulsos à força, virando-os para trás.

Gritei quando meu braço ferido latejou de dor. Pude até sentir mais sangue saindo do machucado. Os cretinos prenderam meus pulsos com algemas.

"Seus desgraçados! Vão me deixar sem braço." Eu quase podia chorar de dor. Quase. Se não fosse pelo meu ódio que era bem maior.

"Não se preocupe, princesa." Um dos homens falou, com deboche. Quis quebrar a cara do imbecil. "Isso é só um cortezinho de nada."

'Cortezinho de nada' porque não é com ele!

Precisei respirar fundo na tentativa de afugentar a dor que já começava a ultrapassar minha raiva.

Virei-me de frente, apoiando minhas costas na viatura.

Todas aquelas bostas de policiais estavam me olhando fulminantemente e eu quis esmagá-los. Talvez esmague mesmo... Quando meu braço parar de doer, claro.

Meu olhar foi atraído para um par de olhos que me encaravam com fúria. E foi apenas quando eu o reconheci que congelei no lugar, confuso demais para processar algum pensamento claro.

Sabaku no Gaara.

Ele estava ali, em minha frente, acompanhado de dois policiais. Seu olhar parecia me fuzilar e eu não estava entendendo porra nenhuma. O que diabos ele fazia aqui?

O Sabaku começou a vir na minha direção, sendo acompanhado pelo olhar dos policiais, porém sem ser impedido por nenhum deles.

Tentando achar uma resposta para a razão dele estar aqui, eu não vi seu próximo passo — até que o senti.

Um soco. Bem em minha mandíbula, que doeu como o inferno.

"Seu filho da puta!" Ele gritou, puxando minha gola. "O que você fez com a Sakura?!"

Sakura?

Ele estava... Falando de Sakura?

Nem minha raiva e vontade de revidar o soco eram maiores que a confusão — até porque com as minhas mãos presas nas costas não havia muito que eu pudesse fazer.

"O que você fez com a Sakura, seu desgraçado?!" O Sabaku repetiu, ainda mais furioso. Os policiais nem piscavam, deixando ele continuar agarrando a gola da minha camisa.

"O que você tem haver com ela?" Rebati a pergunta.

Outro soco veio. Quis soltar minhas mãos para revidar, mas era impossível.

"Já chega, garoto." O policial finalmente interviu, puxando o ruivo e o obrigando a me soltar.

Eu ainda estava meio sem reação. Minha mente confusa tentava formar alguma conexão. Mas como encontrar uma conexão entre um dos maiores superstars do mundo e uma cadelinha insignificante como a Sakura? Como isso podia fazer sentido?

"Como a Sakura está?" O Sabaku já não se dirigia a mim, e sim ao policial que me trouxera para fora. "Ela está bem, não é?"

O policial não respondeu e Gaara o olhou com desconfiança. Ele parecia desesperado e enquanto isso a minha confusão e surpresa só aumentavam. Eu precisava encontrar uma resposta, mas nenhum ponto se ligava.

Quer dizer... Soube que os dois foram parceiros em Química... Mas ele não estaria nesse estado apenas por uma colega de turma.

Será que eles ficaram tão próximos assim durante as aulas? Não fazia muito sentido.

Interrompendo minha busca por respostas, um grupo grande de pessoas vestidas de branco passaram correndo por entre as árvores trazendo macas e maletas.

"Os paramédicos chegaram!" Um policial gritou.

"Tivemos que caminhar até aqui, não encontramos passagem para a ambulância." Um dos paramédicos respondeu enquanto os outros adentravam a casa.

"Pelo menos vocês foram rápidos. A garota precisa de cuidados urgentes." O homem rebateu.

"Sakura..." Gaara sussurrou. "O que aconteceu com a Sakura?!" Ele aumentou o tom de voz, dirigindo-se ao policial.

"Eu não sei que porra você e Sakura têm..." Comecei, atraindo sua atenção. "Mas ela se jogou na frente de um tiro que era destinado ao Uchiha." Contei de uma vez, observando o rosto do ruivo ficar branco. "Achei que você deveria saber."

E também achei que ele partiria pra cima de mim.

Mas não. Não havia ódio nem raiva em seu rosto — apenas dor. Foi como se eu tivesse lhe dado uma facada com minhas palavras.

Ele se virou para a casa no momento em que os paramédicos gritaram para abrirem passagem. Sakura estava amarrada em uma maca, ensanguentada e inconsciente.

Gaara caminhou até ela como se estivesse entorpecido e fora da realidade.

Ele correu,acompanhando os paramédicos, em desespero puro. Seus lábios se moviam chamando o nome de Sakura, mas sua voz era tão baixa que não chegava a ser audível.

Os paramédicos não pararam seu caminho e tampouco Gaara parou. Eles desapareceram por entre as árvores, deixando mais uma imagem marcada em minhas memórias.

Parte de mim se sentia muito mal pelo que ocorrera com Sakura. Eu não gostava dela nem um pouco, por inúmeros motivos. Apesar de que algumas de suas atitudes recentes haviam me surpreendido de maneira ímpar.

Não foi só o fato de ela ter tomado um tiro no lugar do Uchiha. Havia mais. Era seu jeito que estava diferente. Seu andar, seu tom de voz, seu olhar... Olhar esse que era tão determinado e feroz, mas que eu vira poucas vezes em seus olhos — ele estava presente quando ela me enfrentou no dia em que chegamos a Nova York e há pouco tempo, dentro do cativeiro. Era um olhar poderoso, marcante e singular, que me causava uma coceira mental, como se me avisasse de que eu já o vira em outro lugar. Mas onde?

E como num clique a resposta veio — tão perturbadora e avassaladora que me fez perder a respiração.

Aqueles olhos... Carregavam o mesmo olhar que eu recebera no dia em que os audicionados e indicados se encontraram no palco. Os pontos começaram a se ligar de maneira rápida e absurda. Roger dissera que alguém havia pago o pessoal da cozinha para envenenar a mim ao invés de Lümina e Sai. Lümina estava ligada a Gaara. Gaara tinha uma irmã na produção do Soul Talent. Gaara estava aqui e parecia desesperado com o estado de Sakura. O cabelo rosa. A voz. O jeito de andar. O olhar.

Comecei a me sentir tonto e enjoado.

Parecia absurdo, mas fazia sentido.

Não podia ser. Mas era.

Era impossível. Mas não era.

A mesma pessoa.

Haruno Sakura e Lümina eram a mesma pessoa.

*

POV: Sabaku no Gaara

Eles a levaram pra sala de cirurgia.

Eu fizera com que a ambulância trouxesse Sakura para o melhor hospital de Nova York — que, por sorte, também era o mais próximo. Com a ajuda da polícia, os médicos rapidamente aceitaram levá-la para a sala de operações, mesmo sem a autorização do responsável. Sakura era estrangeira, seria difícil contatar a mãe e ela precisava ser atendida imediatamente ou morreria. O hospital teve que aceitá-la — claro que o fato de eu ter dito que pagaria o dobro pela cirurgia pode ter influenciado a decisão.

Tsunade devia ter algum papel legal assinado pela mãe de Sakura que pudesse resolver o caso, afinal fora ela quem pegara a autorização para que a rosada participasse do Soul Talent — e se não tivesse, tinha certeza que conseguiria o que fosse preciso. O importante era que Sakura já estava sendo operada.

E eu estava aqui... Encarando a porta dupla por onde a equipe operatória passara, levando consigo minha Maluquinha desacordada e ensanguentada.

Eu parecia estar fora de meu próprio corpo. Meio vazio. Era como se aquelas portas duplas fossem um lembrete da minha impotência: eu não podia ultrapassá-las, não podia ajudar em nada, ser útil em nada. N-a-d-a.

"Você vai sobreviver", foi tudo que eu consegui dizer para uma Sakura inconsciente na maca da ambulância. E repeti... Repeti... "Você vai sobreviver" — era como um mantra.

Não sabia quanto tempo havia ficado de pé, encarando as portas duplas como se fossem algum tipo de portal do inferno, mas fora tempo suficiente para que Tsunade chegasse ao hospital e me encontrasse ali plantado.

"Gaara..." Tsunade começou. "Shizune está vindo com alguns dos amigos da Sakura e é melhor que eles não te vejam... Por isso falei diretamente com o diretor e ele permitiu que usássemos a sala de descanso dos residentes. Vamos esperar lá até que a cirurgia acabe." Ela disse, puxando meu braço. Não me movi. "Gaara... Por favor..." Puxou-me novamente. Continuei no mesmo lugar, encarando as portas infernais.

"Eu não saio daqui." Falei, apenas.

"Gaara... Os amigos da Sakura não podem te ver, senão eles vão ligar os pontos e saber que ela é Lümina." Tsunade segurou meu rosto com as duas mãos, fazendo com que eu a olhasse. "Não é o que Sakura quer — não assim. Ela se esforçou muito para esconder o fato dos amigos, cabe a ela decidir quando e como eles saberão. Fora que eles já tem que segurar uma barra pesada com os dois amigos feridos... Tudo que não precisam agora é dessa descoberta."

"Ela vai sobreviver." Entoei o mantra. "Vai sobreviver." Havia um nó em minha garganta.

"Vai sim. E vai chutar sua bunda se você estragar o disfarce dela." Ela deu um sorriso mínimo que eu não consegui retribuir. "Vamos, meu menino. Alguém já deve ter tirado alguma foto sua aqui no hospital, mas a gente pode dizer que você trouxe uma fã machucada para ser tratada. Quanto aos paramédicos que vieram com você na ambulância eu posso usar do bom e velho — porém sempre útil — suborno."

"Como você consegue se preocupar com essas coisas imbecis enquanto a Sakura está lá dentro lutando pela vida?" Perguntei irritado. Tsunade parecia se importar com Sakura, mas seu jeito de sempre colocar o trabalho em primeiro lugar era um tanto quanto insensível.

"É a minha missão, Gaara: eu mantenho as coisas em ordem, mesmo em meio ao furacão." Ela acariciou meu rosto. "Agora vamos."

E dessa vez, quando ela me puxou, eu fui. Não ousei olhar novamente para as portas infernais, com medo que elas continuassem a me atrair como ímãs e não me deixassem sair o lugar.

Tsunade estava certa. Eu não podia estragar as coisas.

Sakura iria sobreviver.

E quando ela acordar tem 

que encontrar tudo em seu lugar. As decisões precisam ser tomadas por ela e as revelações feitas por ela.

Isso definitivamente irá acontecer. Porque ela vai sobreviver.

*

*

*

As horas se passavam e nenhuma notícia era dada.

Shizune estava na sala de espera com os amigos de Sakura aguardando o final da operação. Ela mandaria uma mensagem assim que acabasse.

Mas estava demorando. Eram as horas mais longas da minha vida, e a cada minuto minha agonia aumentava.

Eu odiava essa sensação de impotência. Odiava.

A única coisa na qual eu me agarrava era ao meu mantra: ela vai sobreviver.

Se eu deixasse de acreditar nisto por um segundo, eu tinha certeza que piraria. Por isso repetia incansavelmente até que aquilo se tornasse algum tipo de dogma.

Saltei do sofá onde estava sentado assim que a porta foi aberta. O médico que eu vira entrando para fazer a cirurgia de Sakura chegou na sala acompanhado de Shizune. Meu coração batia acelerado.

"Como ela está, doutor?" Tsunade perguntou.

"Estabilizada, a cirurgia correu bem." O médico respondeu em tom sério.

Senti um peso sair de cima de mim — ainda que não completamente —, mas aquilo me deixou muito mais aliviado.

"Mas ela corre riscos?" Perguntei, ansioso. Precisava ouvir que tudo ficaria bem.

"Ela teve sorte. Se o tiro fosse dado mais de perto os danos poderiam ter sido irreparáveis. Mas a paciente está em risco sim." O médico disse, fazendo uma corrente de medo ser enviada por todo meu corpo. "O tiro estilhaçou duas costelas e atingiu parte do fígado. Conseguimos retirar a bala e conter o sangramento no órgão e nas artérias intercostais que foram estilhaçadas junto com a costela. O fígado pode se regenerar, mas são as próximas 48 horas que terão peso decisivo na recuperação de Sakura. Ela está sendo levada para a UTI, onde receberá os cuidados necessários. Mas há um problema."

"Além desses?" Perguntei, agoniado.

O médico assentiu com a cabeça. "Fui informado ainda a pouco que recebemos uma ligação do hospital público onde o amigo dela de sobrenome Uchiha está sendo atendido. Disseram que ele apresentou Campylobacter jejuni nas fezes, uma bactéria adquirida através da ingestão de água impura que ele teve que beber. Como o garoto afirma que os dois tomaram da mesma água, é muito provável que ela também esteja infectada. Isso pode complicar o caso."

"Mas é grave, doutor? O que essa bactéria faz?" Tsunade questionou.

"Bom... A bactéria fica incubada por até quatro dias sem causar sintomas, depois ela começa a agir causando cólicas, diarreia, febre, náuseas e vômito. Os sintomas persistem por até dez dias. No caso do amigo dela não é grave, já no caso de uma paciente em pós-operatório como Sakura... Pode ser bem ruim. Mas iremos cuidar dela da melhor forma possível e fazer de tudo para que consiga se recuperar bem."

"As chances dela são boas?" Tsunade perguntou.

Chances? Que porra de chances? Sakura iria sobreviver, essa era a única alternativa existente!

"É cedo para dizer. Como ela reage ao pós-operatório é muito importante." O médico respondeu. "Mas a garota está lutando pela vida como uma verdadeira guerreira e suportou bem a operação."

Como sempre. Sakura era especialista em aguentar situações difíceis. Por isso eu tinha a certeza que ela iria sair dessa.

"Eu posso vê-la?" Perguntei.

"Espere alguns minutos. A operação acabou há pouco e ela ainda deve estar sendo instalada na UTI."

Assenti, enquanto o médico se retirava da sala.

Shizune se aproximou de mim, abraçando-me. "Vai ficar tudo bem, Gaara." Ela me soltou. "Cuidei de tudo relacionado às legalidades do hospital e despesas. Foi complicado porque nenhum de nós é da família de Sakura, mas você sabe que eu sempre dou meu jeito."

"O que você falou para os amigos da Sakura?" Tsunade perguntou.

"Apenas pedi para não se preocuparem com as despesas hospitalares que eu pagaria. Ficaram gratos." Shizune respondeu. "Neji, Hinata, Tenten e Ino estão aqui. Os outros estão com Sasuke no hospital público."

"Como o Uchiha está?" Eu quis saber.

"Costelas quebradas, infectado com uma bactéria e cheio de machucados." Contou. "O médico de lá disse que o corpo dele estava exausto por ter passado dos limites. Aparentemente o que lhe manteve em movimento foram altos níveis de adrenalina adquiridos por causa da situação de perigo. A adrenalina lhe deu poder para continuar lutando, mas em compensação deixou seu corpo mais machucado, já que em situações normais ele nem teria conseguido se mover no estado em que estava."

A minha vontade era ficar frente a frente com esse garoto e lhe falar algumas verdades.

Sakura tomara um tiro por ele. Ela havia tomado a porra de um tiro por um desgraçado que nem se importava minimamente com ela.

Que tipo de amor era esse que Sakura sentia? Ela amava aquele garoto mais que a si mesma!

Eu não era capaz de competir com isso... Eu não queria competir com isso. Mas havia algo que não permitia que eu me afastasse, nem que eu desistisse. Ela provocava em mim sentimentos que eu nunca tivera antes. Às vezes eu odiava isso mais que tudo. Agora eu odiava isso mais que tudo.

Tudo porque eu estava apaixonado por Sakura.

Sim. Essa era uma verdade irrefutável.

Eu não tinha nenhuma noção de quando comecei a me apaixonar ou como Sakura havia quebrado minhas barreiras com tanta facilidade. Não era exagero e nem presunção dizer que muitas garotas haviam tentado fervorosamente me conquistar, mas todas haviam falhado. Não que eu nunca tivesse gostado de uma ou de outra, mas com Sakura era algo completamente diferente. E ela nem havia se esforçado. Ela nem ao menos queria que eu me apaixonasse.

Não era como se eu fosse me jogar na frente de uma bala por ela — não acho que faria isso nem por meus pais — mas também não era como se pudesse cair fora dessa porra de triângulo amoroso em que eu havia me metido e onde nenhum de nós dois estávamos felizes.

Puta que pariu! Não dava pra entender! Esse tempo próximo à Sakura devia ter me contaminado com algum tipo torto de masoquismo. Se alguém me dissesse há alguns meses que eu me apaixonaria por uma garota, não seria correspondido e mesmo assim insistiria em ficar ao seu lado... Eu daria uma grande risada e diria que a pessoa estava delirando. Eu gostava demais de mim pra me meter nesse tipo de situação. Ou pelo menos assim eu pensava.

Achava que, eventualmente, Sakura esqueceria daquele garoto e teria olhos somente para mim. Pensava que se ficasse ao seu lado, deixando que ela própria curasse suas feridas, então ela viria a mim de coração inteiro e pronta pra viver a nossa historia. Mas... Caralho! Ela havia tomado um tiro por outro cara! Como eu poderia competir com isso? E o pior de tudo era que nem assim eu conseguia me afastar. Eu me odiava por isso, cara. Odiava estar fazendo esse papel ridículo do qual eu sempre debochei e odiava mais ainda não ser capaz de seguir em frente. Como eu poderia? Cada dia eu gostava mais dela!

Enquanto minhas pernas me guiavam até onde Sakura estava, eu tinha a certeza de que não conseguiria dar nenhum passo para trás, ou me afastar nem que fosse um centímetro dela, por mais masoquista que isso pudesse soar.

E foi quando eu entrei na UTI e a vi, por detrás de um vidro, ligada por inúmeros fios a diversas máquinas, que meu coração soube pela primeira vez o significado verdadeiro de quebrar.


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Notas finais do capítulo

Primeiro queria dizer que, pelo que eu li, se um menor de idade sem responsável chega num hospital dos EUA precisando de cirurgia imediata (caso de vida ou morte), o hospital pode fazer a cirurgia mesmo sem a autorização legal. Confesso pra vcs que não pesquisei muito sobre o sistema hospitalar americano, então desculpem qualquer erro.

Mas não era sobre isso que eu queria conversar com vcs...

Galera, é o seguinte... Sentem aqui comigo e vamos conversar. Olha... Preciso da ajuda de vocês pra tomar uma decisão importante em relação à fic. Desde o começo eu disse que AMDS seria dividida em duas fases pq desde o começo eu sabia muito bem pra onde eu queria ir com a história. Pra quem me acompanha há um tempo já deve saber que eu comecei a escrever essa fic pra mim, pra suprir uma necessidade que eu sentia de colocar pra fora uma história q há tempos estava na minha cabeça. Só que agora eu não estou mais sozinha nessa estrada. Vcs estão comigo. Eu não consigo agradecer vcs o suficiente pelo apoio e carinho que AMDS recebe. É por conta disso que eu fico frustrada e chateada toda vez que passo um tempo longo sem postar capítulo... Pq eu sei que muitos aqui esperam ansiosamente. Mas gente... Tá muito difícil... Juro pra vcs como do último cap pra cá eu me esforcei pra escrever rápido, mas não deu muito certo... Eu até queria... Mas não deu MESMO. Apesar de eu amar fanfic, essa não é minha prioridade. Eu faço facu integral que agora tá me puxando como nunca (quer dizer... Agora eu to me dedicando como nunca)! Eu queria escrever AMDS, mas sempre tinha um trabalho pra fazer, sempre tinha uma matéria pra estudar que acabava consumindo meu dia "livre" inteiro, sempre tinha um projeto de extensão e ainda tinha as minhas responsabilidades com a monitoria. A faculdade está tomando o meu tempo LITERALMENTE inteiro. Há um tempo atrás eu fiquei largada, sabe? Fazia apenas o q era preciso pra passar nas provas, não me envolvia em projetos extras (que PQP como são importantes!)... Enfim... Eu tava só seguindo a correnteza... Até que a água começou a me afogar e eu me dei conta de que se eu queria mesmo aquilo eu teria que nadar com todas as minhas forças. Então, agora eu to fazendo isso... To vivendo pra facu, pros projetos da facu e pro estudo. Por isso vim aqui pra que vcs me ajudem a tomar uma decisão... Tem ainda muita história que eu quero contar em AMDS... Tem ainda uma temporada inteira com histórias da minha cabeça... Mas tá difícil encontrar tempo de escrever... Então... O que eu quero saber, é se vcs querem segunda fase, mesmo com a demora? Eu to considerando seriamente encerrar AMDS na primeira fase e dar logo um final definitivo... Claro que tem muita ponta que eu vou acabar tendo que deixar solta e coisas que eu vou ter que mudar drasticamente do que eu tinha planejado pra dar um final agora... Mas caso isso aconteça, prometo me esforçar pra que, mesmo apressado e fora do programado, o final seja digno. Vcs querem um "The end" no final da primeira fase? Vcs preferem assim? Caso não queiram, eu posso continuar escrevendo pra segunda fase, mas vcs tem que estar avisados de que eu poderei demorar muito pra postar e a fanfic tbm vai demorar pra ser concluída... Provavelmente apenas um capítulo por mês ou até mais tempo. O que vcs acham? Encerro logo pra acabar de vez, ou continuo e vcs vão ter que aturar minha demora? Me digam o que acham e eu prometo levar a escolha da maioria em consideração quando tomar minha decisão final.

Ah! Quem está com saudades de músicas na fic? Haha! A abstinência de música aqui acaba no próximo!

XOXO