As Máscaras de Sakura escrita por Siryen Blue


Capítulo 25
Primeira Fase: Veneno


Notas iniciais do capítulo

OMG!!! Não me odeiem!!! Então... Gente... Aconteceu tantos imprevistos! Vocês sabem que eu estava em provas finais, certo? Então... Estava pesado. Semana passada eu não escrevi NADA pra AMDS! Dai só tive tempo sexta. E advinha? Sexta eu resolvi escrever one, jurando que eu conseguiria escrever pra AMDS no sábado e postar à noite. Mas daí meu sábado foi uma DESGRAÇA! Imprevistos acontecem, né? Domingo foi só uma grande continuação de sábado. Mas hoje consegui escrever! Então... É isso! Mil perdões pelo atraso! Bom... Agora eu estou de FÉRIAS! Então... Acho que não terão mais atrasos daqui pra frente!

E EU ESTOU RESPONDENDO TODOS OS COMENTÁRIOS! Eu sei que já era pra ter respondido, e eu não gosto de postar sem antes ter feito isso. Mas como eu sei q já fiz vcs esperarem demais, resolvi postar o capítulo e só então responder os comentários! Até amanhã vc terão a resposta de vcs!

Passando a parte das explicações... GENTE! RECEBI UMA RECOMENDAÇÃO LIIIINDAAAA!! 😍😍

Mitsue chan! Muito obrigada! De verdade! A sua recomendação me emocionou com todo o carinho que vc tem pela fic! ♥ Linda!

Capítulo dedicado à essa pessoa maravilhosaaaaaa!!!

Enjoy!



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POV: Hyuuga Neji

Eu estava surpreso.

Sakura — Lümina — tinha cantado uma música muito triste, que claramente falava sobre Sasuke.

Ela havia desistido dele?

Pela letra... E pelas lágrimas dela... Tudo indicava que sim.

Mas... Por que de uma hora para outra?

Não é como se ela soubesse de Sasuke e Ino.

Sasuke e Ino.

Eu juro que queria vomitar.

Eles chegaram, duas noites atrás, de mãos dadas, anunciando o namoro.

Ninguém estava realmente contente com isso, com a exceção de Tenten.

Tudo em que conseguíamos pensar, era em como isso iria afetar Sakura. Pior... Em como isso iria afetar a amizade do grupo.

A diferença era que todos achavam que Sakura iria brigar com todo mundo e ficar louca de raiva.

Já eu, sabia que Sakura não faria isso.

Ela, provavelmente, sairia muito machucada, mas ficaria na sua.

A reação que eu imagino ela tendo era exatamente a que ela havia apresentado no palco do Soul Talent: triste, magoada, mas sem nenhum ódio.

Só que Sakura não tinha como saber do namoro de Ino e Sasuke.

Então... Talvez ela simplesmente tivesse resolvido seguir em frente.

Mas, honestamente, eu preferia que ela ficasse com raiva do que magoada. Seria bem mais fácil de lidar.

De vez em quando, enquanto estávamos assistindo a apresentação de Lümina, eu desviava meu olhar para Sasuke.

Ele parecia profundamente tocado e mantinha seus olhos grudados na tela da televisão. A expressão dele estava triste. Era como se ele sentisse a tristeza dela.

Perguntava-me o que Sasuke diria se soubesse que a garota mascarada era Sakura, e que a música, muito provavelmente, era para ele.

Talvez tudo fosse diferente.

Todos ali pensavam que Sakura era uma garota boba, vivendo em mundo de fantasias. Todos achavam que ela confundia amizade com amor. Que ela não era verdadeiramente apaixonada por Sasuke.

Todos estavam errados.

E muito.

Por algum tempo compartilhei das opiniões deles, mas desde que passei a observar melhor Sakura, eu a entendia melhor.

Sim, ela tinha tido atitudes infantis e isso influenciou o modo que todos a viam. Sim, ela nunca foi honesta o suficiente.

Mas não, o amor que ela tinha por Sasuke não era uma simples paixonite.

Agora eu sabia.

Ela era apenas uma garota que aprendeu a esconder suas dores e a fingir sorrisos.

Parando para pensar... Isso era bem triste.

"Ela foi incrível." Sasuke falou. "Lümina foi incrível!"

Hinata derramou algumas lágrimas. "E-Emocionante." Fungou.

"Mas por que ela deixou o palco desse jeito?" Ino perguntou, encostando sua cabeça no ombro de Sasuke. Vou vomitar. "Os jurados nem chegaram a comentar."

"É uma música muito pessoal." Sasuke falou, parecendo ainda estar hipnotizado com a performance de Lümina. Que... Irônico. "Ela não queria outros comentando uma música tão importante como essa."

"É um bom palpite." Shikamaru disse.

"Era como se... A música dela falasse comigo." Sasuke falou. "Foi realmente tocante... E triste."

"Talvez ela tenha cantado pro Sai." Tenten riu.

"Até parece!" Ino disse, levantando a cabeça. "Lümina e Sai não estão juntos! Esse boatos são ridículos!"

"Não é o que as fotos mostram!" Tenten rebateu.

"O que de tão bombástico tem nas fotos?" Ino bufou. "Eles andando molhados pelo hotel? Provavelmente um deles caiu na piscina e o outro foi ajudar."

"Por que te incomoda tanto a possibilidade de Sai estar com Lümina?" Perguntei, roubando as atenções para mim. Sasuke encarou Ino, esperando uma resposta.

Ela pareceu ficar desconfortável. "Não incomoda. Só acho que se eles estivessem mesmo juntos não teriam se deixado ficar tão expostos. E também por que eu acho que Lümina e Gaara fazem um ótimo casal!"

Tenten riu. "Nisso eu tenho que concordar."

Não comprei uma palavra que Ino disse. Ela era do tipo que gostava de ter as atenções voltadas para si. Saber que Sai poderia não gostar mais dela, irritava-a.

Típico.

"A música que Lümina escreveu..." Sasuke falou. "Era profunda... Dolorosa. Não tem nada haver com Sai, que ela mal conhece. Lümina cantou sentimentos que já estavam dentro dela há muito tempo."

"Então pode ser pro Gaara!" Hinata disse.

"Também acho que não..." Sasuke continuou. "Por que, então, ela estaria querendo cortar relações com ele — é o que diz a música. E pelo que eu saiba... Os dois terão que trabalhar juntos na final."

"Isso se ela for para a final." Tenten disse.

"É claro que vai." Sasuke afirmou, certo do que dizia.

Como a vida é irônica.

Tive que trincar meu maxilar para não falar nada. Minha vontade era de jogar tudo na cara deles.

Queria só ver o que iriam dizer para Sakura.

Ino e Sasuke não valorizavam os sentimentos da Haruno, assim como eu também não valorizei um dia.

Mas o preço disso seria caro.

E meu maior medo era de que perdêssemos Sakura.

Afinal... Nesse momento há um mundo inteiro a idolatrando.

Mesmo que não ganhasse o concurso... Que gravadora não iria querer contratar um garota de 15 anos com um talento gigantesco?

Sakura seria disputada a pau.

E nós, seus amigos? Será que ela continuaria conosco? Ou simplesmente iria viver sua vida longe da gente?

A música que ela cantou... Falava sobre despedida.

Mas se Sakura de despedisse de Sasuke, ela também não iria se despedir de todos nós?

Eu não gostava do caminho para o qual minha mente estava me levando.

Era por essas e outras que eu não conseguia aceitar o namoro de Ino e Sasuke.

Eles estavam, praticamente, empurrando Sakura para longe de nós.

E não havia nada que eu pudesse fazer para impedir.

*

*

*

POV: Haruno Sakura

Sai havia arrasado.

Sinceramente, ele havia feito uma das melhores apresentações que eu já vira na vida.

A voz dele nunca esteve tão linda e envolvente. Os incríveis efeitos de iluminação ajudavam a fazer do momento ainda mais mágico. A emoção que Sai passou ao cantar, tocou todos os corações que o assistiram. Foi fenomenal.

E sua música, The Motions — que ele tocou na guitarra e acompanhado da banda —, era absolutamente linda, com batidas e letras fortes.

A canção era, claramente, sobre a vontade que Sai tinha de dar seu melhor e se arriscar. Mas eu pude me identificar.

Na verdade, estava mais para me inspirar.

As palavras de sua música giravam em minha cabeça.

Eu não quero passar minha vida inteira perguntando:

'E se eu tivesse dado tudo, ao invés de só deixar a vida rolar?'

Aquilo fora como um tapa em minha cara. Eu sabia que não era a intenção de Sai — ele já havia escrito a música há algum tempo.

Mas, mesmo assim... Eu havia sido descuidada ao extremo. Quase acabei com meu sonho por nada. Tive uma semana para me preparar e deixei tudo para última hora, enquanto todos os outros davam o sangue para a competição.

Eu já havia chegado tão longe... Mas até agora não tinha dado tudo de mim. Sim, eu me entregava quando estava no palco. Mas o concurso era muito mais que isso. Era sobre se empenhar em cada mínimo detalhe das apresentações.

Se eu avançasse, precisaria respirar o concurso, se quisesse avançar até a fase final.

Dar tudo de mim, como Sai fazia.

Sai... Ele foi aplaudido de pé.

John Mayer disse que não imaginava que alguém pudesse superar minha apresentação, mas que Sai havia conseguido.

Todos concordaram que Sai havia feito a melhor performance do concurso, até aquele momento.

Por um lado, eu ficava feliz por ele, e por ter confirmado que minha apresentação fora boa. Por outro... Acho que meu lado competitivo aflorou, quando o jurado me citou, dizendo que Sai fora melhor que eu.

Mas eu não podia ficar chateada... Sai fez por merecer. Ele se preparou muito mais.

Parabenizei-o, assim que voltou para o meu lado.

As apresentações terminaram e, algumas horas depois, fomos chamados de volta ao palco, para os resultados.

Parte de mim estava confiante. Os jurados me aplaudiram de pé — o que faziam com poucos — e a plateia havia ficado bem entusiasmada comigo.

Mas havia outra grande parte com medo. Medo porque dezessete de cada grupo seriam eliminados. Medo porque minha saída antecipada do palco podia ter causado má impressão. Eu apenas não queria comentários sobre minha música. Não uma que era tão pessoal.

"Formaremos agora o top 8 audicionados e o top 8 indicados." Ryan Seacrest anunciou. "E o primeiro aprovado é..." Fez seu suspense habitual. "Sasori Akasuna!"

A multidão gritou em euforia, enquanto Sasori seguia até a parte reservada aos aprovados, de cabeça erguida e sorriso orgulhoso.

Eu nem sabia como tinha sido sua apresentação. Havia feito questão de não ver.

Já era ruim o suficiente saber que Sasori era um músico incrível. Eu não precisava vê-lo arrasar no palco. Aquilo só me causaria raiva.

"O segundo aprovado é..." Mais suspense. "Lümina!"

Meu coração pulou, imediatamente. Ser aprovada logo no início foi um pouco inesperado!

Sorri, aliviada, enquanto a plateia fazia muito barulho em aprovação. Dei um olhar de apoio a Sai, que parecia genuinamente feliz por eu ter sido aprovada, e me vi obrigada a seguir até onde Sasori estava.

Ele me deu um sorriso claramente falso, que eu não retribuí. Ignorei-o, como se ele não existisse.

Poucos candidatos depois, Sai foi chamado.

Eu podia jurar que a multidão gritava mais para ele do que para qualquer outro.

Por um momento, fiquei intimidada.

Fomos chamados de volta ao palco quando o top estava completo.

Eu não podia dizer que as eliminações foram surpreendentes, porque, honestamente, todos os que foram aprovados eram merecedores — talvez eu não. Mas... Mesmo assim, os cortes foram brutais. Dezessete participantes de cada lado estavam partindo, e qualquer um deles poderiam ter sido aprovado. Eram todos excelentes.

"Soul Talent, aplaudam seu top 8 indicados e top 8 audicionados." A plateia fez barulho. "Agora... Como todos vocês sabem, a próxima apresentação definirá quem vai para a final." Ryan Seacrest falou. Fiquei nervosa. "Vocês terão uma semana para preparar suas apresentações. Quatro audicionados e quatro indicados avançarão para a grande final, onde todos terão mentores. Os indicados serão mentorados pelos artistas que os indicaram, e os audicionados, pelos quatro jurados aqui presentes." Apontou para Mariah, Beyoncé, John e Pharrell. "Os resultados serão anunciados de maneira diferente para os audicionados. O mais votado escolherá seu jurado primeiro, seguido do segundo, terceiro e quarto. Na ordem." O público aplaudiu. "Boa sorte a todos! Trabalhem duro, porque ao final das apresentações, metade de vocês irá embora!"

Dessa maneira, o programa se encerrou.

E enquanto eu voltava para o hotel, cansada e com sono, não pude deixar de notar a chama que se acendeu em meu coração.

O concurso era tudo que me restava, e minha cabeça, a partir daquele momento estaria 100% na competição.

Porque eu queria ganhar.

*

*

*

POV: Akasuna no Sasori

Eu estava puto.

Quem Sai e Lümina pensavam que eram?

O quê?! Fizeram a melhor performance?!

Ha! Até parece! Eu fui muito melhor que eles! Aqueles jurados que eram uns estúpidos.

Maldito Uchiha.

Que. Raça.

Se eu pudesse explodir toda aquela família de merda com uma bomba, eu explodiria sem remorsos.

Até agora eu havia subestimado Sai e achado que apenas Lümina seria um — pequeno — obstáculo. Não mais.

Agora eu encararia aquele Uchiha fedelho como meu rival.

O foda, era que o público parecia bem envolvido com os dois.

Mas eu não deixaria nada entrar em meu caminho.

Eu seria o vencedor, nem que eu tivesse que derrubar todos eles. Por bem, ou por mal.

"O que você pretende fazer?" Roger perguntou. Estávamos em meu quarto e já era madrugada — o único momento em que ele podia vir, já que ninguém podia saber que éramos amigos.

"Não sei bem..." Falei. "Como está a situação na internet?"

Roger suspirou. "O povo está louco com Lümina e Sai. Você também é um dos favoritos, mas acho que começou a perder espaço..."

Apertei os punhos.

"Temos que fazer algo." Afirmei.

"Sonífero?" Ele perguntou.

Neguei. "Não. Seria arriscado usar essa tática novamente."

Roger pareceu pensar. Depois de um tempo, ele falou: "Eu acho que tenho uma ideia."

Olhei-o, com expectativa. "Qual?"

"Eu conheço um veneno... Bem fraco... Mas que causa irritação na garganta." Disse, com um sorriso maléfico. "Em doses elevadas, pode até deixar a pessoa sem conseguir falar por alguns dias."

Sorri, com meus olhos brilhando.

"Isso é perfeito!" Exclamei. "Genial! Ainda mais por que os dois foram vistos andando, por aí, molhados em pleno inverno!"

"É... Mas sei lá... Eles cantaram muito bem na última performance, mesmo sendo depois das fotos. Acho que não vão cair nessa de que ficaram doentes por causa da piscina."

"Foda-se." Dei de ombros. "A imunidade deles ficou baixa e os dois pegaram resfriados! Certifique-se de dizer isso aos sites quando eles não conseguirem cantar."

Roger assentiu. "Tudo bem. Eu vou conseguir o veneno e subornar o pessoal da cozinha pra colocar na comida deles um dia antes."

"Faça isso!"

É hora de virar o jogo.

*

*

*

POV: Sabaku no Temari

Sakura estava empenhada.

Demais.

Era como se ela finalmente percebesse a importância do concurso.

Em qualquer momento que a procurasse, ela estava trabalhando em sua música. Em cada mínimo detalhe.

Havia sido bem específica para mim e Karin até sobre o tipo de iluminação que queria.

Finalmente, sua cabeça estava no jogo.

Pelo que eu tinha visto, seria uma apresentação diferente de todas. Uma superprodução, com direito à música poderosa e dança.

Definitivamente uma performance que poderia garantir sua vaga na final.

A semana de preparo já estava quase acabando — estávamos a um dia das apresentações — e tudo parecia se encaminhar.

Porém... Algo estava me deixando inquieta.

Certa madrugada, vi Roger, um dos seguranças, entrar no quarto de Sasori.

Das duas uma: ou eles tinham um caso, ou eles estavam aprontando alguma.

Pela impressão que eu tinha da índole deles, eu apostava na segunda opção.

Então, mantive meus olhos e ouvidos bem abertos.

Mas até agora, nada.

Sakura jurava de pés juntos que fora Sasori quem causou a eliminação da banda de seus amigos. Aparentemente, ele tinha colocado sonífero na bebida deles.

Se ela estivesse certa, então havia possibilidade do Akasuna querer fazer isso novamente.

E, bom... A equipe da cozinha não era das mais honestas.

Foi pensando nisso que eu fui falar com o cozinheiro principal.

Disse-lhe que se qualquer pessoa tentasse suborná-los, avisassem-me que eu pagaria o dobro.

Mas até agora, não havia aviso.

"Você acha que eles te falarão algo?" Karin perguntou.

"Acho que sim..." Dei de ombros. "Eu ofereci pagar o dobro de qualquer quantia que lhes oferecessem. Seriam burros de não aceitar."

Karin assentiu, um tanto incerta.

Foi quando um dos serventes da cozinha se aproximou, parecendo nervoso.
Ele veio até mim, receoso. "O chef quer falar com você." Avisou, dando-me as costas antes que eu pudesse responder.

Karin e eu trocamos um olhar.

Porra!

Algo estava acontecendo.

Sem demoras, segui até a cozinha, onde o chef me recebeu, puxando-me para longe dos ouvidos de outros.

"E então?" Perguntei, ansiosa.

"Ofereceram-me quinhentos dólares para fazer um servicinho. Pague mil e eu te dou a informação." O homem disse.

"Você sabe que eu sou uma mulher de palavra." Falei. "Eu pago."

O chef assentiu. "Bom... Roger pediu para eu colocar um veneno na comida de Sai e Lümina."

"Veneno?!" Exclamei, assustada.

"Sim..." Continuou. "Mas é fraco. Apenas irrita a garganta da pessoa."

Pisquei, surpresa.

Então era isso...

Que golpe baixo.

Sorri, quando um pensamento cruzou minha mente.

"Hum..." Comecei. "Se eu te pagar dois mil dólares, você faz um favor para mim?"

Os olhos do chef brilharam. "Por dois mil dólares eu me torno seu escravo."

Sorri, maldosamente.

Se Sasori queria jogar sujo, então nós iríamos jogar sujo.

*

*

*

POV: Akasuna no Sasori

"Nesse momento eles já devem estar comendo." Roger disse, divertido.

"Sim." Sorri, malicioso. "Quanto tempo até a garganta deles começar a irritar?"

Roger deu de ombros. "Disso eu não sei... Mas acho que não muito."

Suspirei. Esperava que fosse o mais rápido possível.

Continuei a comer meu sanduíche. Já estava quase acostumado à comida americana.

O suco de abacaxi, no entanto, estava com um gosto estranho.

"Cara... Esse suco de abacaxi deles já foi melhor." Falei.

"Está ruim?"

"Não... Só com um gosto um pouco estranho." Respondi.

"Deve ser a fruta que não estava boa." Ele deu de ombros.

"É... Pode ser." Continuei a tomar meu suco. "Você não quer mesmo nada?"

"Não, cara... Comi faz pouco tempo." Roger se levantou. "Já vou, irmão. Vê se dorme logo, porque amanhã é o grande dia."

"Ok." Batemos nossos punhos. "Obrigado, irmão."

"Por nada." Sorriu, saindo do quarto.

Tratei de terminar meu lanche noturno e me deitar para dormir.

Eu precisava arrasar no palco amanhã.

*

*

*

O barulho do despertador me fez pular.

Eu. Odiava. Manhãs.

Depois de relutar, tive que juntar forças para levantar. Era o dia da apresentação. Eu não podia ter moleza.

De repente, notei um incômodo em minha garganta e comecei a tossir.

Mas que porra...?

"Ah..." Testei minha voz. Saiu completamente rouca. Entrei em desespero. "AH... A-AH!"

CARALHO!

MINHA VOZ!

O que estava acontecendo?!

Corri até o frigobar, retirando uma garrafa de água e tomando-a furiosamente.

Testei minha voz, novamente.

Rouca!

Que porra era essa?!

Não era a minha voz que devia estar assim!

O desespero estava tomando conta de mim, enquanto eu tossia, tentando me livrar do incômodo em minha garganta.

Falei algumas frases, só para confirmar que minha voz estava fodida.

Tomado pelo medo, saí imediatamente do quarto, sem nem me importar em me calçar.

Procurei Roger, como um louco.

Quando o encontrei, ele estava parado perto do elevador.

"Roger!" Chamei, forçando minha voz.

Ele me olhou assustado. Não sabia se era por minha voz ou por eu estar falando com ele em público.

Ele me puxou para um canto afastado. "Ficou maluco, cara?! Você sabe que não pode falar comigo em público!"

Agarrei sua camisa pelo colarinho. "O que você fez com a minha voz?" Indaguei, ameaçadoramente.

Roger me deu um olhar assustado, "Cara... Você está rouco! O que houve?"

"Você me diz!"

Roger empurrou-me, libertando-se de meu agarro.

"Eu juro que eu não sei!" Disse, irritado. "Sua voz está rouca... Assim... De uma hora pra outra. É quase como se..."

"Eu tivesse sido envenenado." Completei.

Roger me olhou assustado. "Eu não tenho nada haver com isso, irmão. Eu fiz tudo que você me mandou."

"Então explique minha voz estar desse jeito!"
Roger balançou a cabeça. "Olha... Fica aqui. Eu já volto."

E então, ele saiu, pisando duro.

Passei as mãos em meus cabelos, sentindo desespero puro.

E agora?

Que merda tinha acontecido?

Como num clique, lembrei do suco de abacaxi... Com gosto estranho.

Porra!

Não era possível! Eu havia mesmo sido envenenado?

Roger voltou alguns minutos depois, com expressão dura.

"Sasori..." Ele começou. "O chef da cozinha veio me devolver os quinhentos dólares, dizendo que era por não ter cumprido o serviço. Fiquei sem entender nada. Então, disse-lhe que ele não precisava me devolver o dinheiro se me dissesse o que tinha acontecido."

"E...?"

Ele suspirou. "O chef não citou nomes, mas disse que uma pessoa ofereceu dois mil dólares para ele não colocar nada na bebida de Sai e Lümina e, ao invés, colocar na sua."

Arregalei os olhos, enchendo-me de fúria e apertando meus punhos. "Quem foi o puto?!"

"E eu lá sei!" Roger deu de ombros. "Mas, irmão... Não é hora de pensar nisso! Nós temos que dar um jeito na sua voz antes que seja tarde!"

"Como?!" Rosnei.

Ele balançou a cabeça. "Talvez com algum chá... Ou mel... Sei lá... Essas coisas boas pra garganta. Pelo menos algo que melhore sua voz, porque está muito rouca!"

Puxei meus cabelos. Meu corpo vibrava querendo bater em alguém.

"Faça qualquer merda que recupere minha voz a tempo!" Falei, em tom de ordem.

"Vou tentar, irmão." Afirmou. "Recuperá-la totalmente não vai dar, mas acho que a gente consegue melhorá-la."

"Eu forço meu canto... Faço que for!" Falei. "Mas eu não vou deixar esse concurso!"

Sob nenhuma hipótese!

*

*

*

POV: Haruno Sakura

Eu esperava minha vez de subir ao palco, com minha cabeça à mil.

Sai já havia se apresentado.

E... Como dizer? Bom... Muito provavelmente sua vaga estava mais que garantida na final.

Era até repetitivo dizer que ele tinha sido fenomenal. Mas tinha.

Cada vez que ele subia ao palco, superava-se. Era impressionante.

A evolução de Sai era clara. E sua confiança também.

Ele parecia um vencedor. E isso ainda era intimidante.

Nós tínhamos nos falado pouco na última semana.

Ele estava ocupado com seus preparativos, e eu com os meus.

Às vezes almoçávamos juntos, mas era só.

Até o momento de sua apresentação, eu ainda não tinha visto nada do que ele havia preparado.

Sua música, Hall of Fame, era diferente das outras que ele tinha tocado. As batidas eram fortes e marcantes, porém com base no piano, causando um efeito maravilhoso. A letra falava sobre perseguir seus sonhos e deixar sua marca no mundo.

Insana.

Essa era a única palavra que descrevia a reação do público com a performance: insana.

Cada vez mais, Sai despontava como o favorito. Isso era notório.

"Lümina, prepare-se para entrar." Um dos homens da produção falou.

Assenti, nervosa, e passei a ajeitar minha roupa — mesmo que não houvesse nada para arrumar.

Dessa vez eu estava com um short cor de vinho, blusa colada preta — de alça fina —, camisa amarrada na cintura e tênis preto. Shizune chamou de "visual street", no papel que acompanhava a combinação de roupas. Ela realmente tinha deixado tudo pronto. Era só vestir.

Esfreguei minhas mãos, ansiosa.

Na última semana minha cabeça tinha estado apenas na música. Não me permitia pensar em nada que não envolvesse minha música.

Eu tinha escrito a canção que cantaria hoje há uns dois anos e, obviamente,tratava-se de Sasuke-kun. Para deixá-la menos infantil, fiz pequenas modificações na letra. Depois, foquei nos arranjos.

O resultado ficara maravilhoso. Estava orgulhosa de mim mesma.

Usar meu tempo concentrada apenas na apresentação mantinha minha cabeça ocupada e longe de coisas que eu preferia não pensar.

"Soul Talent, vocês são completamente obcecados pela próxima concorrente." Ryan Seacrest começou. "Cantando sua música original, 'We Found Love', recebam a maravilhosa... Lümina!"

Respirei fundo, seguindo até o centro do palco, sob os gritos da plateia. Os dançarinos já me aguardavam, e eu me posicionei no meio deles.

Logo, a música começou.

Diamantes amarelos iluminados

E nós estamos lado a lado

Enquanto sua sombra cruza a minha

É o que basta para que eu ganhe vida

É o jeito que estou me sentindo, não posso negar

Mas eu tenho que deixar para lá

Os dançarinos seguiam o som da batida da música, iniciando seus movimentos em um ritmo mais lento. Eu ficava no meio, cantando com minha melhor afinação.

Milhares de luzes iluminavam o palco, tornando o momento ainda mais especial.

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Após cantar o refrão, as batidas da música cresceram, ficando bem mais fortes e eletrônicas. Eu e Peter havíamos trabalhado duro para conseguir o melhor efeito possível.

E então, a parte da dança começou. Os dançarinos se espalharam pelo palco e nós fizemos a coreografia que tínhamos preparado. Nossos movimentos eram perfeitamente sincronizados com a música. A multidão gritava, ensandecida a cada movimento que fazíamos.

Logo, a parte do canto recomeçou.

Brilha uma luz através de uma porta aberta

Eu vou dividir amor e vida

Dê meia volta, porque preciso mais de você

Sinto as batidas do coração em minha cabeça

É o jeito que estou me sentindo, não posso negar

Mas tenho que deixar para lá

Preciso deixar para lá. Essa havia sido uma frase acrescentada recentemente.

Minha música foi escrita há alguns anos, quando eu pensava apenas em todos os sentimentos maravilhosos que Sasuke-kun me fazia sentir. Quando eu me achava sortuda por ter encontrado alguém que me fizesse sentir do jeito que ele fazia, mesmo no meio do furacão que eu tive que passar — com a morte de papai e os maus-tratos que sofri de mamãe.

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Eu sentia a plateia reagir a mim. Sentia a energia. Era como se eles estivessem na palma de minha mão.

Não podia existir sensação melhor e mais única do que aquela.

A música, então, ficou mais suave.

Diamantes amarelos iluminados

E nós estamos lado a lado

Enquanto sua sombra cruza a minha

Cantei, de olhos fechados, sentindo meu corpo vibrar com o poder que a música tinha em mim.

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Eu e os dançarinos voltamos a fazer nossa coreografia ensaiada, assim que terminei de cantar o refrão.

Com todos os gritos da multidão, e vendo os jurados em minha frente sorrirem e se mexerem ao som da música — sem nunca tirar os olhos de mim —, senti-me poderosa.

Como se eu pudesse qualquer coisa no mundo.

Logo, voltei a cantar a parte final.

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encontramos amor em um lugar sem esperança

Encerrei a apresentação, cercada pelos dançarinos.

A multidão explodiu em gritos e palmas.

Eu sentia a energia deles fluindo em minhas veias.

A adrenalina percorria meu corpo.

Deus! Eu já havia quase esquecido o quão viciante era essa sensação.

Os jurados, mais uma vez, ficaram de pé para me aplaudir.

Logo, os dançarinos me cumprimentaram e deixaram o palco.

De volta aos seus assentos, o primeiro a falar foi Pharrell.

"Uau!" O jurado sorriu. "Ainda bem que dessa vez você não deixou o palco antes que a gente pudesse te parabenizar pela apresentação incrível." A plateia riu, divertida. "Lümina... Toda vez que você sobe ao palco, eu digo a mim mesmo que não vou te aplaudir de pé. Mas é simplesmente impossível! Você é absurdamente talentosa! Mas eu tenho que te dizer... Hoje, você surpreendeu todo mundo! Quero dizer... Ninguém estava esperando esse tipo de apresentação vinda de você, e essa é a melhor parte! Parabéns!"

"Obrigada, Pharrell!" Agradeci, sorrindo de orelha a orelha.

"Minha querida..." Mariah tomou a palavra. "Você foi absolutamente fabulosa. Eu não sei quais motivos te levaram a deixar o palco na apresentação passada, mas isso não importa. Naquela performance você chorou e me fez querer chorar. Nessa, você dançou e me fez querer dançar. Isso é uma qualidade de grandes artistas. Você nos transmite todos seus sentimentos através da música. E hoje foi, definitivamente, a sua noite! Parabéns!"

"Obrigada!" Falei, grata e experimentando o gosto da felicidade.

"Será que a gente pode falar um pouco sobre o quão maravilhosa é essa música que a Lümina criou?" Beyoncé disse. "Uau! Isso tem cheiro de hit número um! Eu estou apaixonada pela música! E por você! Como o Pharrell disse... É impossível não te aplaudir de pé! Olha... Nós chegamos em uma parte crucial, e é muito importante mostrar versatilidade. Hoje você provou que ainda há muito para ser visto em você. Ter feito algo diferente de suas outras apresentações foi genial! Porque mostrou um lado seu que não conhecíamos. E que lado! Eu mal posso esperar pelo dia em que você irá, finalmente, tirar a máscara! Obrigada por essa apresentação!"

"Eu que agradeço!" Respondi, animada.

"Lümina... Hoje você se superou." John disse. "Claro que todos aqui sabemos o quão maravilhosa você é, mas não sabíamos que era capaz disso. Cantou, dançou e performou como uma verdadeira profissional. Arrisco a dizer que você é a artista mais completa dessa competição. Canta, toca, compõe, produz e, além de tudo, você dança! Lümina... Você está absolutamente pronta para a indústria musical! E... Meu Deus! É inacreditável o quão jovem você é! Eu gostei de ver seu comprometimento com a apresentação. Seu empenho foi notável. E valeu à pena! Essa performance surpreendeu da melhor maneira possível!"

"Obrigada, John!"

A plateia gritou meu nome, fazendo meu coração se acelerar.

Sem conseguir parar de sorrir, deixei o palco.

Estava satisfeita. Dessa vez eu havia me esforçado muito, e se ganhasse um lugar na final, seria por mérito.

Meus concorrentes me parabenizaram e eu conversei um pouco com eles.

Nós não nos falávamos muito — era cada um no seu canto — mas eles eram muito educados.

"Soube que o Sasori está rouco." Mike, um dos audicionados disse.

"Ele vai conseguir cantar?" Bia, a indicada de Adele, perguntou.

"Espero que não." Falei.

Eles riram.

"Ninguém vai com a cara dele." Sai disse.

"Ele se acha muito." Bia completou. "Sasori olha pra gente como se fôssemos lixo."

Bufei. "O único lixo é ele."

Mais risadas.

Pouco tempo depois, Sasori apareceu no recinto, acompanhado de uma mulher da produção.

Ele passou por nós como se não existíssemos.

"Viu?" Bia balançou a cabeça. "Era disso que eu estava falando."

"Liga não, Bia." Mike falou. "Aposto que ele bem vai conseguir cantar hoje."

"Tomara!" Ela disse.

E então, o Akasuna foi chamado ao palco.

Pela primeira vez, pude ver Sasori caminhar receoso, com postura encolhida.

Ele parecia bem nervoso.

O palco estava montado com os membros da banda do concurso em destaque. O garoto seguiu até o meio deles, posicionando-se em frente ao pedestal com o microfone.

Era perceptível que ele estava hesitando a começar a apresentação.

Sasori limpou a garganta algumas vezes e respirou fundo.

E então, ele cantou.


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Notas finais do capítulo

IMPORTANTE: A primeira música mencionada, cantada pelo Sai, é The Motions, do Matthew West. A segunda, cantada pela Sakura, é We Found Love, da Rihanna com o Calvin Harris. A terceira mencionada, também cantada pelo Sai, é Hall of Fame, da banda The Script com o will.i.am.

No cap passado o Nyah me trollou. Eu coloquei notas finais gigantes que foram cortadas com sucesso! E, bom... Acho que são notas que interessariam a vcs, então, eu ajeitei e vcs podem ir lá ver.

Por isso... Caso vc tenha corrido pra ler assim que eu postei, acho que seria uma boa voltar lá e ler o que eu escrevi.

Outra coisa que eu não me atentei, foi que a música da Adele, All I Ask não estava fácil de achar na net! Haha! Soooorry! É que eu dei meu dinheiro pra bicha, e comprei o álbum dela pelo celular.

Assim... Eu fui atrás e não achei em qualidade de estúdio.

O que eu achei foi uma apresentação que ela fez ao vivo. Segue o link:

https://youtube.com/watch?v=pGlSENDfZdE

Fiz duas ones novas. Quem quiser conferir:

https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-naruto-caminhos-4895146

https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-naruto-minha-razao-4875972

XOXO