Assistindo os Potter escrita por letter


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, como dito nas notas da fic, essa é uma fic com temática proposta peloo grupo Madame Pince Ficlibrary, o link para o grupo está nas notas prévias. Eu estava com muuuuuuuita saudades de escrever, não sei se ainda tenho o dom, mas vamos ver o que vai virar. O capítulo não está betado, então perdoem os erros de português.



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Silêncio. Finalmente silêncio.

“É agora”, pensou Riddle consigo mesmo. Afinal, porque ele estava esperando? Ele era o Lord das Trevas, não deveria esperar nada que não fosse para seu beneficio próprio. Poderia muito bem ter feito o trabalho que viera fazer no momento em que chegou, mas o escandaloso choro do menino Potter o fez ficar parado a poucos metros da casa que viera visitar. Riddle não se petrificou no lugar porque havia qualquer magia poderosa no choro do menino, não, não fora por isso. Riddle se petrificou no lugar porque até onde seu ego se permitira admitir, havia certo deleite em ver a Potter mãe ruiva através da vidraçaria da janela semi coberta por uma persiana, colocar o garotinho em seu colo e niná-lo até que o mesmo finalmente se calou.

Então era assim que uma mãe deveria ser.

Riddle conhecera diversas famílias ao longo da sua vida, mas nunca conhecera a sua própria ou vira de perto como funcionava as engrenagens de uma. Quer dizer, outrora conhecera o tal senhor que descobrira ser seu pai, mas não teve mais do que vinte minutos de desprazer em sua presença antes de matá-lo.

Quanto sua mãe, Riddle sabia apenas o que ouvira. O mais perto que chegou de sua família materna foi quando estuporou um velho vestido em trapos que se dizia Morfino Gaunt, seu tio.

Tais memórias de tanto tempo atrás parecia para Riddle que acontecera em outra vida, com seu outro eu.

Riddle tirou a varinha de pena de fênix de dentro de dentro de sua capa, estava pronto agora.

— Lily? – Tom chegou mais para o lado, para ter uma visão panorâmica de dentro da casa. Era James Potter chamando pela mulher, constatou Tom, vendo e ouvindo o casal que nunca imaginariam estar sendo assistidos nesse momento tão singular de sua noite.

— Acho que ele está preocupado com nós – respondeu à ruiva, colocando o garoto no berço, com um sorriso em seus lábios — Desde cedo não nos deixa ficar muito tempo longe dele.

Tom pensou ironicamente se a criança que ainda babava em cima de si própria poderia pressentir o que estava por vir. Enquanto matutava a idéia disso ser possível, viu Potter caminhando até sua esposa e a abraçado por trás, enquanto a mulher observava o filho no berço. Potter afastou as madeixas ruivas de Lily e lhe enchia de beijos no pescoço.

— Vamos pra cama – dizia ele com os lábios no pescoço da esposa — Está tarde.

Lily se virou para ele dentro de seu próprio abraço e plantou um rápido beijo em seus lábios, assentindo. Porém antes de sair do quarto, ambos se viraram para o berço do garoto e ficaram o contemplando por alguns minutos.

— Da pra imaginar que uma coisinha desse tamanho vai ser um dia o melhor apanhador que Hogwarts já viu? — perguntou James olhando para o filho que dormia imerso em sonhos.

— Como pode saber disso? – perguntou Lily sorrindo — Ele pode muito bem optar por outros rumos.

— Bah! – Exclamou James abanando a mão que não estava em volta na cintura de Lily — Ele é um Potter! Assim como o pai vai ter o privilégio de ver todas as meninas daquela escola querendo montar em sua vassoura.

— James! – exclamou Lily arregalando os olhos e o fitando incrédula — Ele é só um bebe! Não fale essas coisas na frente dele.

— O que? – perguntou James confuso — Não falei nada de mais. Que mentizinha mais suja Lils. Embora verdade seja dita, você adorou montar em minha vassoura quando foi à primeira vez – disse James acenando a cabeça com o olhar sugestivo.

— Apenas porque era uma nimbus 1.0 – explicou ela.

— Você sabe do que estou falando – continuou James com uma careta que Lorde Voldemort ao assistir não entendia.

— James Potter, não sei do que você está falando – afirmou Lily voltando a olhar para o filho — Não podemos falar dessas coisas perto dele – sussurrou ela para o marido.

James riu.

— Claro, vamos traumatizar nosso filho, com certeza ele está entendendo tudo – confirmou Potter — Vamos Lils, ele está bem, devemos ter uma hora de sono antes que ele acorde de novo.

— Você vai me tarar se formos deitar agora.

— O que? Claro que não – respondeu James se fazendo de ofendido — Vamos amor da minha vida, quero deitar de conchinha hoje.

Lily riu de James, se inclinou e deu um beijo nas bochechas rosadas de Harry.

Era ridiculamente estranho ver como aqueles dois agiam perto um do outro. Lorde Voldemort nunca entendeu bem o que era um casal apaixonado, imaginou que deveria ter presenciado exatamente isso. Dava até... pena.

“Posso matar apenas o garoto. Ele que é o estorvo” pensou Riddle quando a luz do quarto do menino se apagou e os pais saíram. “Não” negou uma parte dentro do Lorde, não poderia estar com pena dessa família, desse casal, afinal, ele era o Lorde das Trevas, nunca sentiu pena de ninguém a sua volta, não seria agora que sentiria.

Mas Riddle não conseguia entender, família era isso? Família era olhar de forma amável um para o outro com a mente tranqüila mesmo sabendo o que acontecia fora das paredes de sua casa, mesmo sabendo o que estava atrás deles e o que lhes poderia acontecer?

Riddle se desvencilhou de seus devaneios e apurou sua audição. Já teria os Potter dormido? Uma ronda pelo terreno da casa o mostrou que não. As sombras camuflavam Riddle, era uma noite sem lua ou estrelas, ninguém notava sua presença ao parar atrás de uma árvore mal podada plantada em frente ao quarto do casal.

O jovem casal se iludia imaginando que a casa fora protegida, talvez por isso não se preocuparam em lacrar suas janelas, como havia feito metade de Godric's Hollow.

— James... – Tom vira Lily pronunciar sentada na cama de casal de costas para o marido já deitado — Estou com medo. Isso nunca acaba.

— Eu também estou – admitiu o Potter com pesar, o que formou um sorriso espontâneo no rosto de Riddle, que os assistia — Mas eu te prometo que isso vai acabar.

A ruiva se virou para o marido.

— Quando? Quando isso vai acabar para nós?

Potter colocou sua mão sobre a mão da mulher.

— Logo – disse ele sorrindo — Logo estará tudo bem, estaremos em paz, nós três, sem nos preocupar com nada.

Riddle segurou a gargalhada, pobre traidor do sangue, não sabia o quanto suas palavras eram verdadeiras.

A ruiva puxou a coberta e se deitou ao lado do marido. Riddle não conseguia vê-los bem agora, mas imaginava que deveriam estar deitados frente a frente, se fitando como um casal que ainda estava apaixonado.

— Enquanto estivermos juntos, não precisamos ter medo – Tom ouviu Potter pronunciar.

Os segundos se passaram e o silêncio se alastrou. Deveriam ter caído no sono, à hora era agora.

— Eu te amo James – ouviu Riddle quando estava prestes a adentrar a casa. E sem saber por que, ele parou novamente no lugar. Não fazia sentido como as pessoas colocavam sua fé em um sentimento, Riddle não entendia isso — E se há quatro anos eu soubesse tudo que aconteceria hoje quando aceitei sair com você... Eu havia aceitado mais cedo.

Tom ouviu o som de uma risada.

— Eu sabia que você desde o inicio foi afim de mim Evans. Azar o seu perder esse pedaço de mau caminho por um tempo.

— Alguém tinha que ensinar o senhor Pontas a ser mais humilde – pronunciou Lily —Era bom ver você se arrastar por mim.

— Eu ainda me arrasto por você mulher! – exclamou Potter.

Agora Tom ouviu o som de duas risadas.

— E que continue assim, porque vou te falar, aguentar James Potter sem ter um mimo em troca não é fácil! Você da mais trabalho que o Harry.

— O que? – exasperou James ofendido — Está falando isso por causa do porta retrato nosso que quebrou hoje? Eu já disse que não foi eu, foi o Harry.

— Ah sim! Ele abriu o armário, pegou a vassoura sozinho, montou e saiu voando pela casa sem controle por livre e espontânea vontade - disse Lily como se fosse algo óbvio.

— Foi exatamente isso! – alegou James, rindo do olhar recriminador da esposa — Mas você tem que admitir, ver ele rindo daquele jeito, valeu a pena.

Lily assentiu sorrindo:

— Sim... Eu só quero que todos os dias ele sorria assim.

— Mas se eu soubesse... – começou James — Teria insistido com você para sair comigo antes, eu sempre quis, mas nunca imaginei que seria assim, tão bom. Não me arrependo de nada Lils, tenho você, o Harry e pra mim o mundo não precisa de mais nada.

— Vai dar tudo certo, não vai? – perguntou ela.

— Claro, você vai ver, vamos dar boas risadas quando contarmos tudo isso ao Harry quando ele crescer.

— Assim espero. Eu te amo James.

— Também te amo Lils.

Tom não sabe se esperou muito ou pouco tempo depois que o silêncio caiu dentro da casa e as luzes se apagaram.

Então era assim uma família. Riddle não sabia o que pensar. Vira muitas famílias, mas não sabia como era. Não sabia por que as mulheres faziam tanta questão de se casar, ter herdeiros. Era por isso? Pelos sorrisos fáceis e momentos leves? Os homens quando propunham a mão de uma mulher esperavam isso, afeto e troca de promessas de uma vida cheio de amor durante as noite?

A varinha na mão do Lorde das Trevas por um momento pareceu mais pesada que o normal.

Uma parte de si praguejava contra aqueles três dentro da casa. Porque aquela família não poderia ter aceitado a sua causa e se juntado a ele? Poderiam muito bem ver o filho crescer e viver essa coisa esquisita de romance por muitos anos! Porque duas pessoas que não tem nem culhões para enfrentá-lo tinham de escolher lutar contra ele? Eles não o davam escolha.

“São apenas mais uns entre tantos outros” disse Riddle a si mesmo para tirar tais pensamentos da cabeça. Assentiu consigo, e apertou a varinha entre as mãos, decidiu que a confusão de sentimentos era culpa dele mesmo por ter dado preferência a curiosidade e não ter feito antes, já era pra isso ter acabado e ele ter voltado para sua sede.

Saiu com passadas firme de trás da árvore, se desvencilhando das sombras. Percebeu que se não pensasse sobre o assunto, não sentiria nada.

Acenou sua varinha para a fechadura da porta da frente e a mesma abriu com um estrondo. Ouviu os Potters acordar e o pequeno Harry começar a chorar.

Riddle desacelerou os passos. Os Potter mereciam um segundo para se olharem uma última vez. E como estava certo o Lorde. Dentro do quarto de James e Lily, o casal trocava seu último beijo, olhavam intensamente um para o outro com os olhos marejados, sabiam o que os aguardavam e não tinham esperança que o destino fosse ajudá-los. “Eu te amo” foram as últimas palavras que James disse antes de sair do quarto com o coração quebrado ao ouvir o choro de Harry e olhar pela última vez aqueles olhos de Lily que por anos o fizeram perder o sono, “eu te amo” respondia Lily sabendo o que aconteceria a James assim que ele confrontasse o Lorde.

Riddle subiu as escadas, passo a passo, não estava com pressa, queria que os Potters tivessem seu último momento. Mas quando terminou de subir, James Potter já o esperava. O Lorde das Trevas até admirava a compostura do traidor de sangue que o olhava com os olhos firmes, segurando sua varinha com uma postura destemida, se colocando entre ele e sua família. Tom sentiu pena, desprezo e raiva ao mesmo tempo por aquele Potter ter coragem de encará-lo, mas não quis prolongar o momento. Apenas sussurrou a maldição da morte e o Potter caiu duro no chão.

Ao ouvir o baque surdo não muito longe dali, Lily estremeceu com Harry em seu colo. Sabia o que havia acontecido, e uma lágrima escorreu por seu James.

— Harry – sussurrou ela no ouvido do garoto apertando ele entre seus braços — Você tem que ser fica a salvo, você tem que ser forte. Eu te amo, seu pai te ama, e nossa família sempre estará unida.

Harry já não chorava alto, mas Lily sentia as lágrimas de seu pequeno pingarem em seu braço. Lily também ouvia os passos se aproximando. “Então é isso” pensou a ruiva que apenas desejava ter tido mais tempo com sua família.

Apertou as pálpebras com força uma contra a outra, quando ouviu os paços mais perto. Não queria ver, e de olhos fechados fez uma pequena oração para que Harry ficasse bem.

“Então é isso” pensou Lorde Voldemort, ao ver a pequena criatura ruiva de olhos fechados enrolada com a criança nos braços.

Por fim, família não é esperança nem amor, por fim, decidiu Voldemort, que família é fraqueza. E se havia algo que Lorde Voldemort desprezava nesse mundo era a fraqueza.

Voldemort apontou sua varinha para aqueles dois seres e ao som de seu Avada Kedavra o fio de luz verde emanou de sua varinha para o que restara da família Potter.

Aquela luz verde foi à última coisa que Lily viu quando abriu os olhos.

Aquela luz verde foi à última coisa que Tom Riddle viu antes de fechar os olhos.

Aquela luz verde foi à única lembrança verdadeira que Harry Potter guardou de sua família.


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Notas finais do capítulo

So what? Espero que tenham gostado, eu realmente gostei de voltar a incorporar a Letter. Por favor, digam o que acharam.