Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 64
Capítulo 64




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A tristeza de uma despedida de um amigo, toca no coração, que fazem as lagrimas cair, e as lembranças da vida surgirem no olhar.

Débora Cristina Coelho da Rocha

– Vai estar sempre com a gente. – Maggie disse tentando sorri. – Não importa onde estivemos, você ainda será um de nos.

– Eu sei. Seja lá onde esteja estarei olhando para vocês. E sinceramente, espero me encontra com Hershel, isso se tiver alguma coisa depois dessa merda toda.

– Se o encontra, diga a ele que o amo. – Maggie abraçou Bob e se levantou.

– Não importa quanto tempo passe, vamos nos encontra. – Glenn disse olhando para ele. – Sempre estaremos pensando em você, assim como pensamos nos outros.

Ally se sentou ao lado dele e pegou uma coisa de dentro da bota e entregou para ele. Bob sorriu fraco para ela e segurou o seu pulso onde estava a pulseira. Com um pouco de dificuldade, ele abriu o esmalte preto e procurou até encontra o boneco que representava ele. Sasha levou as mãos a boca quando percebeu o que ele faria. Sobre o olhar atento de todos, ele pintou o lado que tinha escrito seu nome. E mais um pingente negro foi adicionado a pulseira dela.

– Não se esqueça da moeda do barqueiro. – Ally disse o abraçando. – Era sobre isso que eu e Cely estávamos conversando quando ela morreu. Na mitologia grega, quem não tinha dinheiro para pagar Caronte, ficava esperando por um milênio, ou até ele está de bom humor para poder atravessar o rio e finalmente ir para o mundo dos mortos. Está com a gente. Sempre. É uma parte valiosa da família.

Ally se levantou e eles começaram a sair.

– Rick. – Bob chamou o líder fazendo com que ele olhasse para atrás. Ally se adiantou e ia pegar a filha quando Bob a interrompeu. – Não. Deixe ela fica. Confio nela.

Ally colocou a mão no ombro de Carl e juntos eles foram para fora.

– Estou aqui fora. – Sasha disse saindo junto com os outros.

Rick se aproximou do sofá e ficou de pé. Não que ele achasse que Bob podia tentar morde Judith ou coisa parecida, apenas não parecia certo para ele se sentar ali quando não pode proteger Bob duplamente. Quando ele foi mordido e quando os canibais o pegaram.

– Eu queria apenas te agradecer. – ele disse sorrindo.

– Agradecer pelo que?

– Por te me acolhido. – ele respondeu simplesmente. – Antes da prisão pensei que não tinha mais pessoas. Pensei que não tinham mais coisas boas no mundo. Mas quando te conheci... Quando vi aquele homem sentado ao lado de uma garotinha com a esposa do lado, falando coisas que não faziam sentidos para mim, depois dela quebra as regras e ser mordida, me mostrou que não importa o quão ferrado o mundo esteja. Sempre podemos ter esperança de um dia melhor. – Rick se sentou ao lado dele e olhou para a filha. – Carl me contou o que fizeram ontem. E você estava certo. Deveríamos ter voltado lá e acabado com eles. Não pelo que fizeram comigo, já estava morto. Mas pelo que queriam fazer com Ally, Sasha, Carol. Você está certo a maior parte do tempo e por isso que Ally ainda te defende com unhas e dentes. Ela consegue ver através de você, melhor do que consegue ver atrás dos outros. Na minha primeira noite ne prisão, ela me disse que se quisesse ficar lá, tinha que parar de beber, e uma pessoa morreu por causa disso. Por que não a ouvi. Sei que estou morrendo e não tenho o direito de te pedi nada, mas peço mesmo assim. Não importa o que aconteça o quão irritado esteja. Escute a sua esposa, ela sabe o que está falando. Os pesadelos acabam, Rick, e esse também vai acabar. Mas isso é apenas a opinião de um homem morto.

– E eu aceitou. – Rick disse segurando a mão dele. – E você é mais do que apenas um homem morto. É um amigo querido. Um irmão.

Nessa hora Judith se esticou e tocou a mão de Bob que estava na cama. O homem sorriu.

– Olhe para ela e me diga que ainda não podemos ter esperança, que o mundo não vai mudar. Sempre que olho para ela, sei que esse pesadelo vai acabar. O que disse para você ainda está valendo, Rick. Os pesadelos acabam, mas não deixe que eles acabem com você.

Ally estava sentado ao lado de Carl na frente o altar quando Rick saiu com Judith. No mesmo minuto Sasha se levantou e entrou no escritório. Rick foi para o lado deles e se sentou. Ally pegou a filha no colo e encostou a cabeça no ombro do marido.

– O que foi aquilo que ele fez? – Rosita perguntou quebrando o silêncio. – O que ele fez com sua pulseira.

– Daryl me deu essa pulseira quando me casei com Rick. – Ally respondeu olhando para os pingente. – Tinham apenas três. Rick, Carl e Daryl. Ele me deu uma caixa com vários pingentes e eu pedi para ele escrever o nome de todos as pessoas que estavam no nosso grupo. Conforme fomos perdendo, não tivemos tempo de fazer um enterro para todos, então eu os pintei de preto onde estava escrito seus nomes. Daryl fez cortes fundos, então mesmo quando estão pretos, podemos ver os nomes. Mesmo depois de enterramos as pessoas, ainda fazemos o mesmo ritual. Uma vez Bob me perguntou se quando chegasse a hora dele e ele tivesse a chance, ele mesmo pinta o pingente que o representa. Eu achei que devia cumpri sua última vontade.

– Tem um nosso? – Eugenio perguntou olhando para a mão dela.

– Sim. Apenas não tem seus nomes, como pode ver não temos energia para gravar e não saímos da floresta, então...

– Qual sou eu? – ele perguntou se aproximando dela.

– Serio que quer saber disso agora? Bob está morrendo lá dentro. – Rosita perguntou se levantando e se afastando dele.

– Desculpe. Apenas fique curioso. – falou ficando vermelho.

– Esse. – Ally disse mostrando o pingente para ele. – Esse é Abraham, esse Rosita e esse Tara.

– Eu também tenho um? – Tara perguntou surpresa.

– Claro. É parte do grupo. Da família. – ela respondeu sorrindo.

Tyreese se levantou e entrou na sala com Sasha e Bob. Alguns segundos depois Sasha saiu de lá chorando. Ally entregou a filha para Rick e se levantou indo até a mulher que a abraçou com força antes de começar a chorar mais alto. Ally falava para ela que estava ali e que ela podia chorar. Depois de tantas perdas, eles descobriram que nunca podiam falar que estava tudo bem ou que ia ficar tudo bem. Não ajudava em nada. A dor não diminuía. Apenas aumentava.

– Estamos aqui para você, Sasha. – Ally disse secando as lágrimas dela, sem ligar para as suas. Agora precisava apenas se preocupar com Sasha. – Estamos com você. Estou aqui, pode chorar.

– Ally, ele morreu. Por que? Por que? – ela apertou ainda mais os braços. – Dói.

– Eu sei. Eu sei. Venha. Não precisa ficar aqui. – ela disse a tirando dali e levando até a outra sala.

Ally conhecia Sasha bem o suficiente para saber que ela não queria que os outros a vissem assim, tanto que aceitou o abraço de Ally e escondeu a cabeça em seu ombro. As duas se sentaram ali e Sasha chorou.

– Eu preciso fazer uma cruz para ele. – Sasha disse se afastando um pouco do ombro da amiga.

– Está bem para isso?

– Estou.

As duas se levantaram e saíram dali. Ally viu Sasha saindo e foi para onde Carl estava com Judith. Gabriel estava no canto e olhava para o chão sem saber o que realmente ver.

– Tudo bem? – Carl perguntou para ela.

– Vamos ficar. – ela respondeu se sentando ao lado dele. – Apesar de estamos perdendo pessoas a tanto tempo, isso não diminui a dor que sentimos a cada um que morrer do nosso grupo.

– Eu sei.

Juntos, todos assistiram o velório de Bob acontecer. Sasha estava abraçada ao irmão e chorava um pouco. Ally estava com os filhos e o marido. Rick tinha tido algumas palavras, assim com Gabriel. Eles enterraram Bob e voltaram para dentro da igreja. Rick e Abraham foram para um lado conversa, enquanto Ally e Carol faziam a comida. Sasha estava mais calma, mas estava sentada longe de todos olhando para a parede com um olhar perdido.

– Ela vai ficar bem? – Rosita perguntou parando ao lado de Ally.

– Vai. Sempre ficamos. – ela respondeu olhando para a panela a sua frente. – Estamos perdendo pessoas que amamos a muito tempo. De certo modo, já nos acostumamos a isso. Mas não quer dizer que ainda não dói. Por que dói. Dói muito.

– Ei, pessoal. – Rick disse chamando a atenção deles. – Vamos parti amanhã. Abraham e eu já concordamos com isso. Preparem suas coisas.

Ally suspirou e viu os dois homens saírem, provavelmente para resolver os últimos detalhes da viagem.

– Carl, olhe sua irmã para mim, certo? Vou busca mais água. – Ally disse pegando as garrafas vazias em cima da mesa.

– Quer que eu vá com você? – Carol perguntou olhando para ela.

– Não precisa. Vou falar para Amy vim te ajudar enquanto estou fora.

Ally olhou para os filhos um última vez e se afastou. Ela passou por Amy e disse para ela entrar e ajudar Carol. Depois disso, saiu. Ela foi andando pela estrada, já que era mais fácil ver alguém se aproximando e assim poderia ver se alguma coisa se aproximasse dela. Ela foi até o riacho, encheu as garrafas e voltou. Quando estava a alguns metros quando pode ver Daryl de longe. O caçador viu que ela estava com peso e começou a andar na sua direção. Como estava de costas para aquele lado, Ally não viu o carro preto vindo do nada.

– Ally, cuidado. – ele gritou chamando a atenção dos outros. Mas era tarde demais, o carro a atropelou.

Daryl começou a correr na direção deles. Desceu dois homens fardados do carro e verificaram os sinais vitais dela, antes de colocarem ela no carro e darem partida.

– Não. Parem. Ally. – Daryl gritou correndo atrás do carro que passou por eles.

– Daryl, o que aconteceu? – Rick perguntou vindo com os outros com armas nas mãos. Eles apenas viram o carro preto com uma cruz branca se afastando. – Onde está Ally?

– Eles a levaram. A atropelaram e levaram. Eu estava muito longe para fazer qualquer coisa. Eles passaram por mim sem se importar.

Rick olhou para Daryl e depois para o carro antes de começar a correr. Juntos, Daryl e ele foram atras do carro, enquanto os outros olhavam para Carl que estava com Judith no colo olhando para eles da porta da igreja querendo saber o que tinha acontecido com a mãe.


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