Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 61
Capítulo 61




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/631542/chapter/61

É através das ações positivas e ajudando ao próximo é que estamos reparando erros do passado. Tenha a boa-fé para escutar e ser ouvido tendo as práticas diária assim do amor.

Lucas Fernandes

Rick olhou uma vez para trás para ver se Ally estava bem. Ele ainda estava preocupado com o pé dela. Ela apenas arrumou a filha no colo e seguiu o grupo. Quando eles chegaram de onde vinham os gritos viram um homem sentado em cima de uma pedra gritando enquanto vários walkers estavam em volta. Carl deu um tiro no que estava segurando o pé do homem enquanto Rick pegava o outro com a cabeça. Ally ficou um pouco mais atrás enquanto eles cuidavam dos walkers. Eles mataram todos rapidamente e olharam em volta procurando por mais.

– Acabou. – Rick disse enquanto o homem tremia em cima da pedra. – Fiquem de olho. Pode descer.

Assim que o homem se sentou direito para desce ela viu que era um padre. Ela nunca foi muito religiosa, por isso ela e Rick se davam bem nessa parte, mas seu pai era. E mais uma vez desde que isso começou ela se perguntou se ele estava vivo ou não. Ele olhou para todos assustado e tremendo.

– Você está bem? – Rick perguntou antes do cara levantar a mão e vomitar.

Depois olharam para ele com nojo. Rick olhou para a esposa como se perguntasse: “ele fez isso mesmo?”. Ally apenas sorriu e balançou a filha no colo que se estiva inquieta no colo dela.

– Desculpa. Estou. – ele disse se arrumando e ficando em pé direito. – Obrigado. Sou Gabriel.

– Tem alguma arma? – Rick perguntou sem dizer seu nome.

Gabriel começou a rir nervosamente e olhou para Michonne que estava parada atrás dele de cara fechada e depois para Rick.

– Pareço alguém que tem alguma arma? – perguntou levantando as mãos.

– Não estamos nem aí para o que você parece. – Abraham respondeu por Rick.

– Não tenho arma de nenhum tipo. – disse nervosamente. – A palavra de Deus é a proteção que preciso.

– Não foi o que pareceu. – Daryl disse apontando para os corpos no chão.

– Eu pedi por ajuda e vocês apareceram. – ele sorriu olhando para todos. Ally balançou a cabeça e beijo a testa da filha fazendo uma careta para ela que sorriu. – Vocês... tem comida? Ou o que for. De onde venho, acabou tudo.

– Aqui. Pegue algumas nozes. – Carl disse estendendo para ele.

– Obrigado. – Gabriel pegou hesitante e olhava para Rick que nem por um momento desviou os olhos dele. Depois olhou para Ally com Judith nos braços. – É uma linda criança.

Ally arrumou a filha no colo e passou a mão na cabeça dela, enquanto que olhava para o estranho na sua frente. Ela sabia que ele estava nervoso e que todos olhavam para ele como se fossem mata-lo a qualquer momento, mas isso não significava nada. Se fossem matar ele, já teriam matado a tempos.

– Vocês tem acampamento? – o padre perguntou olhando para o líder do grupo. Ele sabia que se ele desse um sinal, eles começariam a carnificina.

– Não. – Rick respondeu sem emoção. – Você tem?

– Eu tenho uma igreja.

– Ah... levanta as mãos agora. – Rick disse e o empurrou começando a revista ele enquanto ele fazia o que Rick mandava. – Quantos walkers já matou?

– Nenhum na verdade.

– Quantas pessoas já matou?

– Nenhuma.

– Por que?

– Porque é pecado. Deus é contra isso.

– O que você fez? Todos nós já fizemos alguma coisa. – Rick disse o virando para ficar cara a cara com ele.

– Eu sou um pecador. Peco todos os dias. Mas confesso meus pecados a Deus. Não a estranhos. – ele disse nervosamente. E nessa hora Ally soube que ele estava escondendo alguma coisa.

– Disse que tem uma igreja? – Michonne perguntou olhando para ele.

– Sim. A alguns quilômetros daqui.

– Vamos para lá. – Rick disse olhando para todos. – Mas se tentar alguma coisa, qualquer coisa... Você morrer.

– Ei, tudo bem, amor. – Ally disse para a filha que começou a chorar quando o pai passou por ela e não a pegou. – Ei, tudo bem. Carl me passe a mamadeira dela, por favor.

Carl abriu a mochila e pegou a mamadeira com água da irmã e entregou a mãe. Ally arrumou Judith no colo e fez uma careta quando sentiu seu corte na mão doendo. Mas mesmo assim, deu a água para a filha, enquanto eles começaram a andar.

– Mas cedo, você estava observando a gente? – Rick perguntou enquanto eles andavam.

– Não me meto com os outros. – o padre respondeu. – Hoje em dia estão tão perigosos quanto esses bichos. Não acha?

– Não as pessoas estão piores. – Daryl respondeu olhando por onde andava procurando pegadas.

– Não estava vigiando vocês. Apenas passei do riacho além da minha igreja algumas vezes até hoje. – respondeu. – Quer saber, eu posso estar mentindo para vocês. Posso não ter uma igreja. Posso estar levando vocês para uma armadilha.

– Se isso que acabou de dizer for verdade, antes do anoitecer você estará morto. Assim como seu pessoal. – Ally disse entregando a mamadeira para Carl.

– O pessoal da minha paroquia, sempre disse que meu humor deixa a deseja. – ele disse quando viu que Daryl, Rick, Abraham e Glenn o tinham cercado.

– Eles estão certos. – Daryl disse arrumando a besta nas costas. O que ele fazia sempre que queria mostra que estava armado.

Ally arrumou Judith no colo e olhou para o pulso esquerdo. Estava dolorido, mas bem.

– Deixa que eu a levo. – Carl disse parando na frente da mãe.

Ally passou a filha para ele e pegou a bolsa que ele estava levando. Rick olhou para eles e levantou a sobrancelha ao ver Carl com a irmã. Eles andaram mais um pouco antes de chegaram a igreja. Como sempre eles se posicionaram parando todos na frente enquanto olhavam para o padre subi as escadas.

– Se importa se olhássemos primeiro. – Rick perguntou parando na frente dele. – Não podemos só sorte ao azar.

Rick pegou a chave da mão dele e entrou com Carol, Michonne, Daryl e Glenn. Ally parou ao lado dos filhos e passou a mão delicadamente na cabeça dos dois. Abraham e Rosita foram para ver envolta da igreja enquanto eles esperavam ali.

– Vai usar daquele ônibus que está nos fundos? – Abraham perguntou olhando para o padre.

– Não.

– Então, podemos pegar ele?

– Podem, mas está quebrado.

– Eu posso concerta.

Ally olhou para dentro da igreja e viu Rick e os outros vindo para perto deles.

– Eu passei meses aí dentro. – o padre disse enquanto Rick entregava a chave para ele. – Me surpreenderia se tivesse alguém ali.

– Obrigado por isso. – Carl disse dando um passo à frente. Ally passou o braço pelos ombros dele e sorriu.

– Tem um ônibus lá nos fundos. O padre disse que podemos usar. Parece que achamos um transporte. – Abraham disse enquanto Rick ia para o lado da esposa e dos filhos. – Você sabe o que está em jogo, não sabe?

– Sei. – Rick passou a mão delicadamente na cabeça da filha que estava quase dormindo com a cabeça encostada no ombro do irmão.

– Agora que podemos respirar? – Michonne perguntou.

– Se relaxamos ou respiramos, morremos. – Abraham respondeu olhando para ela. – É assim que as coisas são.

– Precisamos de suprimentos. Não importa o depois. – a mulher respondeu.

– Isso mesmo. Água, comida, munição. – Rick disse dando o primeiro passo para dentro da igreja, sendo seguido pelos demais.

Ally passou pelo marido e foi até um dos bancos da frente, colocando as suas mochilas ali. Rick pegou a filha quando ela começou a chora se esticando para ele. Ally arrumou a mamadeira e pegou outra roupa para a bebê, junto com uma frauda limpa. Ela preferiria se pudesse dá banho na filha, mas sabia que isso não era possível.

– Onde conseguiu seus suprimentos? – Rick perguntou para o padre depois de olhar envolta e ver as latas vazias no chão.

– Sorte. Fazemos uma campanha de recolhimento de comida todos os anos. Quando tudo começou, tinha bastante aqui. Depois limpei os lugares mais perto. Menos um.

– Por que? – Rick perguntou enquanto a esposa foi até ele e pegou a filha.

– Vem, monstrinha. – ela disse pegando a filha com cuidado.

Ally passou foi para onde estava as coisas da filha e se sentou deitando ela no colo dela e começou a tirar a roupa da filha, para colocar uma mais fresca.

– Está tomado.

– Quantos?

– Uma dúzia. – respondeu olhando para eles.

– Damos conta de doze. – Rick disse. – Podemos limpar fácil.

– Bob e eu vamos com você. – Sasha disse indo para o lado de Rick. – Tyreese, por que não fica aqui e ajuda a proteger Judith?

– Claro. Sempre que precisar de mim para cuidar ela, estaria à sua disposição. – o homem disse olhando para Rick.

– Obrigado. – Rick disse sorrindo para ele.

– Eu vou fazer um mapa para você. – Gabriel disse começando a andar.

– Não vai precisar. Você vai com a gente. – Rick falou fazendo com que ele olhasse para o líder assustado.

– O que? Você viu que eu não sou bom com essas coisas.

– Você vai com a gente. – Rick disse dando um ponto final na discursão. – Michonne?

– Estou nessa. – a mulher disse sorrindo para ele.

– Bom, saímos em dez minutos. – Rick disse antes de ir até a esposa que estava terminando de colocar o vestido na filha. – Não devemos demorar muito. Precisamos disso.

– Eu sei. – ela disse sentando a filha no colo. – Cuidado.

– Vou tomar. – ele a beijou depois beijou a filha. – Voltamos logo.

Rick se afastou dela indo para o fundo da igreja com Carl. Ally suspirou e pegou a mamadeira da filha colocando na boca dela. Judith sugava o líquido olhando em volta. Ally ainda se surpreendia em como a filha podia se acostumar fácil com a mudança de ambiente. Ela não ficava enjoada e não estranhava. O que era um alivio para ela. Quando terminou de mamar, a menina já dormia.

– Oi. – Carl disse se sentando ao lado da mãe.

– Oi. – ela disse sorrindo para ele. – Tudo bem?

– Sim. O pai não confia na padre. – ele disse pegando a mão da irmã. – Disse que era para mim ficar atendo e cuidar da senhora e da Jude.

– Isso é bem dele. – Ally disse e olhou para a filha. – Eu também não confio no Gabriel, ele está escondendo alguma coisa.

– Acha que ele é mal?

– Não. Acho que ele está confuso e com medo de nós falar alguma coisa. Quando seu pai estava fazendo as perguntas para ele, eu vi. O modo como ele olhava para todos nós... Tem alguma coisa errada com ele. Não sei o que, mas tem.

– Nem todo mundo é ruim.

– Eu sei, querido. Não estou falando que ele seja, apenas que está escondendo alguma coisa da gente.

Eles ficaram um tempo em silêncio. Carl olhava para a irmã que estava dormindo no colo da mãe.

– Seu pai me contou sobre o que aconteceu na estrada. – ela disse olhando para ele. – Quer falar sobre isso?

– Falar o que?

– Não sei. Seu pai me disse que você conversou com Michonne e depois dessa conversa voltou olhar para ele sem medo.

– Eu não estava com medo dele...

– Carl...

– Eu nunca pensei que ele fosse capaz de fazer aqui. Mesmo depois do homem estava morto, ele continuou... Eu tenho medo de ficar igual a ele.

– Amor, seu pai tem um lado mal. Todos tem. Eu sei que dá medo quando vemos ele de perto pela primeira vez, mas acredite em mim, seu pai nunca o usaria contra qualquer um de nós. Nosso grupo está seguro. Ele sabe a hora de deixar aquilo sair. Carl, você e Judith são as coisas mais importante para seu pai e eu. Faríamos qualquer coisa por vocês, não precisa ter medo dele.

– Eu sei. Michonne me disse uma coisa parecida. Mas mãe, eu sou o monstro da história. Eu, não o pai.

– Amor, você não é um monstro.

– Eu matei aquele menino.

– Eu vou te contar uma coisa que ninguém sabe. Ninguém mesmo. Nem Daryl, nem seu pai. Apenas eu, bom, eu e Merle, mas como ele está morto... Enfim, antes disso começar eu trabalhava em um bar, isso você sabe. Um dia eu estava indo para casa tarde depois de termina meu turno. A cidade que morávamos é pequena e tem muita floresta. Minha casa era longe do bar e eu não tinha carro, na verdade nem sabia dirige, quem me ensinou foi Merle. Devia ser umas três ou quatro horas da manhã. Era terça, então fechávamos mais cedo. Quando estava a mais ou menos uma quadra de casa quando uns seis homens saíram do nada. Eles estavam me esperando. Eles veio para cima de mim. Eu não sabia o que fazer. Eram cinco e eu apenas uma. Como você sabe, sou paranoica e tinha esperei de pimenta na bolsa. Consegui acerta em três, mas um me pegou por trás e me jogou no chão. Eu não saberia te explicar o que aconteceu, apenas dei que olhei para o lado e tinha uma pedra. Sabia que não podia lugar contra dois, mas tentaria. O que me jogou não chão começou a passar a mão pelo meu corpo, me estiquei um pouco e peguei a pedra e acertei na cabeça dele. Por sorte, Merle estava passando por lá e me reconheceu, ele e o outro começaram a lutar. Enquanto isso, eu subi em cima do cara e comecei a acerta a cabeça dele com a pedra. Não sei quantos golpes ou por quanto tempo fiquei ali, apenas sei que Merle me tirou de cima dele e me segurou. Bom, com um homem morreu teríamos que dá queixa, mas os amigos dele disse que se livrariam do corpo se não contar aquilo para ninguém. Merle concordou e me levou para a casa dele. Quando ele me deixou no banheiro e foi busca uma roupa para que eu pudesse tomar banho, foi que notei como estava. De cima a baixo, eu era apenas sangue. Nem quando matei aqueles walkers na frente da cabana fiquei com tanto sangue. Merle queimou minhas roupas e no dia seguinte passei a morar com eles. O corpo foi encontrado uma semana depois em precipício, sendo devorado por ursos. Eu também sou um monstro, Carl. Não me orgulho de ter matado aquele homem, mas não me arrependo. Eu seria apenas mais uma em várias que ele estupraria.

Carl olhou para a mãe, ela olhava para a filha perdida em pensamentos.

– Eu sinto muito. – Carl disse abraçando ela de lado. – Eu não tenho medo dele. Apenas de me torna um monstro.

– Você tem que dizer isso para seu pai. Converse com ele. Sei que ele está preocupado com você. Pensa que você acha que ele é um monstro.

– Eu não penso isso. Ele é meu herói, sempre foi.

– Ele sabe?

– Não. Vou falar com ele mais tarde. Acho que está na hora de termos uma conversa.

– Eu também, baby.

– Mãe...

– Desculpa, saiu sem querer.

– Sei. – Carl olhou para Ally novamente e para o colar dela. – Você nunca tira ele, não é?

– Nunca. Foi um presente seu, do seu pai e do Daryl. Sempre vou usar.

– Acha que Daryl ficaria com muita raiva se eu o chamasse de tio?

– Não sei, amor. Ele uma vez quase surtou quando Sofia o chamou assim. – Ally se calou ao falar o nome da menina.

– Acha que ela morreu?

– Não sei, Carl. – ela disse olhando para ele. – Ela é forte, já passou por isso uma vez. Ficou perdida sozinha e encontramos ela. Vamos ter fé.

– Isso é um saco. Quando começamos a namorar, aquele desgraçado ataca a prisão e nos separamos.

– Ei, que história é essa de namoro mocinho? – ela perguntou fazendo ele corar.

– Quando estávamos na sala naquela noite que você estava de vigia quando o pessoal estava doente, bom, todos foram dormi e eu e Sofia ficamos conversando... E sabe, conversa vai, conversa vem e acabamos nos beijando. Depois a pedi em namoro e ela aceitou. Eu ia falar com Daryl e tudo mais.

– Eu sinto muito, filho.

– Eu senti falta disso. – Carl disse pegando a mão da mãe. – Senti falta de você me chamando de filho.

– Oh, baby, desculpa.

– Ok, você acabou com a graça do momento. – ele disse se afastando dela de brincadeira. – Eu vou lá fora ver se encontro alguma coisa para fazer, certo?

– Sim. Cuidado.

– Sempre, mãe.

Ally olhou para o filho se afastando e sorriu. Seu bebê não era mais um bebê. Já era um homenzinho que tinha namorada. Fica velha doía.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Survival Instinct" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.