Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 55
Capítulo 55




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O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.

John Dryden

Ally olhou para Carol que dava comida para Mike. Ela estava feliz por elas terem se encontrado. Se não fosse por Carol, as crianças e Amy podiam estar mortos. Ela olhou para a filha que dormia calmamente em seu colo. Judith estava tão calma que não parecia em nada com a menina que Carol disse que chamou a atenção dela por causa do choro. Mike terminou de comer e Carol o mandou dormi com as meninas. Ally se aproximou de Carol e se sentou ao lado dela.

– O que aconteceu? Amy apenas me disse que a prisão tinha caído. – Carol perguntou guardando as coisas na mochila. – Mas como tinham que ir atrás de você nem perguntei como aconteceu.

– Um dia depois que Rick a expulsou, o Governador apareceu. Ele estava com Hershel e Michonne com prisioneiros e tinha um exército com ele, todos armados. Disse que queria falar com Rick, que eles não fariam nada, apenas que queria conversar. Rick disse que não era mais o líder e que não podia falar com ele, que ele não tomava mais decisões. Que isso tinha que ser o conselho. Mas ele não quis, disse que teria que ser o Rick ou ia matar os dois. Rick foi de encontro a eles. Eles conversaram por um tempo, enquanto preparamos tudo para irmos embora. Ele estava com um tanque e não quis escutar. Rick tentou... – Ally parou por um segundo se lembrando de tudo o que tinha acontecido. – O Governador simplesmente pegou a espada de Michonne e cortou o pescoço de Hershel. Rick sacou a arma e começou a atirar, depois todos fizeram o mesmo e um tiroteio começou. Foi uma loucura. Tiros e walkers para todos os lados. Ele derrubou as cercas e entrou. Mandei Mike levar Judith para o ônibus antes da morte de Hershel, mas Lizzie convenceu ele e Mika ficarem para lutar. Lizzie salvou minha vida e corremos para o carro. Amy veio e saímos de lá. Depois disso, não sei de mais ninguém. Não sei se mais alguém sobrevivei. Sei apenas que o ônibus com os doentes saiu, não vi mais ninguém. Nem Rick, nem Carl, nem Daryl.

– Sofia?

– Eu sinto muito. – Ally disse a abraçando.

– E o que aconteceu com seu pulso? – Carol perguntou depois de um tempo quando elas se separaram.

– No ataque uma mulher pulou em cima de mim do nada com uma faca. Consegui tirar a cabeça e o resto do corpo do caminho, mas a mão ficou ao alcance da faca. Minha pulseira também. A perdi.

– Como você está se sentindo?

– Apenas não deixei que aqueles walkers me matassem por causa de Judith. Se não fosse por Lizzie converse Mike a ficar com ela, eu teria deixa eles me devorarem. Ela manteve minha filha perto de mim.

– Não fale isso. Você é forte.

– Não sei se seria sem eles, Carol. Estou quase enlouquecendo por não saber de Carl, Rick, Daryl... Qualquer um. Te encontramos, mas você não estava lá. Não viu o que aconteceu, não... – Ela desviou os olhos incapaz de continuar. – Acho que o Governador matou Rick.

– Ally, não tem como saber.

– A última vez que o vi, eles estavam lutando. Rick foi baleado... – Ally começou a chorar. – Carl é forte, mas nesse mundo. Sozinho... Me sinto uma vadia falando isso com você sendo que sua filha também sumiu.

– Você tem que acreditar, Ally. Do mesmo modo que acreditou que Sofia estava viva. Se minha garotinha indefesa conseguiu. Eles vão consegui também.

– No momento, acreditar está sendo difícil. – ela disse olhando para a filha. – Mas tenho que ser forte e segui em frente. Estava pensando em segui o caminho por ali. Sairemos um pouco atrás do Big Spot. Tem uma estação de trem a alguns quilômetros daqui. Podemos segui os trilhos e de lá encontra a estrada principal.

As duas ficaram em silencio. Não tinham muita coisa que falar. Ambas tinha que se recuperarem de suas perdas e precisavam seguir em frente. Afinal, tinham pessoas que ainda precisavam delas.

– Eu posso segui meu caminho. Rick não me queria perto dos filhos de vocês.

– Ele estava tentando te proteger. Proteger Daryl. Você sabe que ele teria matado Tyreese se quando ele descobrisse a verdade tentasse fazer qualquer coisa com você. Já estávamos passando por um momento difícil. Estávamos perdendo pessoas que amávamos. Estávamos vendo o nosso pessoal morrer afogados em seu próprio sangue. Acha mesmo que precisávamos de mais? Precisávamos saber que um dos nosso matou outros e ainda por cima ver outro assassinato. Acho que Rick agiu errado quando a expulsou. Sei que não oferecer perigo e que Daryl e você podiam cuidar para que nada acontecesse com vocês, mas as coisas estavam uma loucura. Acho que Daryl e Rick iam falar com Tyreese sobre o que aconteceu quando fomos atacados. E sei que Daryl faria com que eles fosse atrás de você. Sei que ele convenceria Tyreese a te perdoar.

– Não sei por que eu fiz aquilo. Pensei que era o certo. Não pensei na situação como um todo. Apenas no momento. Depois que Rick me deixou pensei muito em tudo. Acho que ele estava certo. Eu não sou confiável. Mas eu tinha que voltar. Tinha que contar para todos o que fiz. Tinha que contar para Tyreese. Eu devia isso a ele. Tinha que pegar meus filhos e talvez até mesmo Daryl.

– Eu sei que você não é uma pessoa má, Carol. E entregaria a segurança dos meus filhos a você sem nem mesmo pensar nisso. Sei que Rick faria o mesmo.

– Obrigada. Por que não dorme um pouco? Deve estar cansada depois de tudo pelo que passou nesse dias.

– Tudo bem. – ela disse sorrindo enquanto ia para o canto e se deitava com Judith em cima dela. – Boa noite, amor. – ela sussurra para o nada e fecha os olhos pensando em Rick e Carl.

Rick estava olhando para a lua ao longe. Carl estava dormindo profundamente perto dele com a cabeça apoiada na mochila. Michonne estava perto da fogueira mexendo no fogo com um pedaço de madeira. O xerife olhou para o céu e se lembrou da sua primeira noite no acampamento. Em como ele e Ally ficaram deitado em cima do carro olhando as estrelas. E como eles tinham mantido esse costume na prisão. Pelo menos uma vez durante a semana, eles iam para o campo e se deitavam no chão. Apenas os dois, depois de colocarem Judith e Carl para dormi. Eles conversavam e falavam sobre o futuro.

– Está pensando em Ally? – Michonne perguntou o tirando de seus pensamentos.

– Estou. – Rick respondeu sem olhar para ela. – Ela adorava olhar para o céu. Principalmente à noite. Passávamos horas deitados no chão olhando as estrelas na prisão. Ela sempre tentava acerta quais eram as constelações, mas era péssima nisso. Nunca conseguiu acerta nenhuma. Ás vezes, ela me contava mitos gregos relacionados aos nomes de algumas constelações.

– Carl me contou sobre a pulseira.

Sem perceber Rick levou a mão até a cintura segurando a pulseira da mulher como se quisesse protege-la. Como se isso pudesse mudar alguma coisa.

– Eu sonhei com ela enquanto estava inconsciente. Ela me falava que tinha que cuidar de Carl e que nos encontraríamos novamente. – Rick olhou para Carl que se mexeu durante o sonho. – Se não tivesse encontrado Carl, acho que teria morrido ali mesmo. Sem nem ao menos me importa com nada.

– Você a ama muito, não é?

– Acho que nunca amei ninguém como amo eu a amo. Minha vida mudou completamente depois dela. Nosso casamento foi tão diferente do meu primeiro. Tinham uma cumplicidade e um amor sem tamanho. Com Lori não era assim. Eu sabia que íamos nos separar mais cedo ou mais tarde. Mesmo depois que Carl nasceu, estávamos fadados ao fracasso. Mesmo quando ainda tínhamos amor, não era como eu e Ally. Lori nunca colocou as coisas do mesmo modo que Ally. Ela falava alto, mas nunca se mostrava pronta para assumir o controle. Já Ally... Era uma força da natureza. Quando não gostava de uma coisa, não tinha que não ficasse sabendo. E tudo sempre tinha que ser do jeito dela. Ally sempre me entendeu com apenas um olhar. Nunca foi assim com ninguém.

– Ela foi a melhor amiga que já tive. Uma das melhores pessoa que há conheci na vida. Acho que nunca falei tanto sobre mim para uma pessoa como fiz com ela. Ela era uma pessoa de ouro. Única.

– Ela era. – Rick olhou para o bonequinho que representava a filha na pulseira e fechou os olhos. Ele queria muito que a esposa e a filha estivessem vivas. Não precisavam está com ele. Mas apenas de saber que elas ainda estavam vivas, daria esperança para ir atrás delas. Daria uma motivo a mais para seguir em frente.

Ally acordou com a claridade em seu rosto. Depois de se espreguiçar, ela se levantou com cuidado por causa da filha. Ela colocou Judith delicadamente no chão e para onde Amy estava sentada de guarda.

– Eu vou ver se encontro alguma coisa para a gente comer. – enquanto pegava suas facas e foi colocando pelas pernas. Ela jogou uma dentro da bota.

– Vai sozinha? – a jovem perguntou olhando para ela preocupada.

– Não posso levar uma das crianças. – ela disse tirando o cabelo do rosto. – Judith vai acorda daqui a pouco. Já deixei uma mamadeira pronta. Depois de comer, ela vai ficar calma. Volto rápido.

– Tudo bem. – Amy disse olhando ela se distanciar.

Ally entrou cada vez mais na floresta. Ela tinha encontrado um silenciador de arma na capa do violão. Provavelmente tinha esquecido ali quando estavam na estrada antes da prisão e pela primeira vez na vida agradeceu por ter uma memória ruim. Ela andou um pouco até que por fim avistou um guaxinim. Ela pegou o rifle e mirou nele. Ela atirou em foi em direção a ele. Colocando o animal morto na bolsa que tinha levado e estava pendurada ao lado, ela continuou andando. Como não queria demorar muito não se afastou muito do acampamento deles. Apenas um quilometro e passou a rodeá-lo. Durante sua caminhada conseguiu dois esquilo e uma coruja. Ela sempre amou coruja, mas agora era uma questão de sobrevivência. Ela estava quase voltando para o acampamento quando cinco walkers foram para cima dela. Ela tirou a espada das costas e se preparou. Ela os matou rapidamente e se virou para ir.

Ela andou um pouco mais para ver se encontrava mais alguma coisa quando se viu em um trilho de trem. Ela estava quase se virando para voltar para a floresta quando viu uma placa. Ela até ignoraria, se ao lado dessa placa não tivesse uma mensagem escrita com sangue.

Glenn, vá para Terminus. Maggie.

Ally tocou no sangue e notou que já estava seco a alguns dias. Ela se virou pronta para contar para os outros sobre a placa.

– Ai. – ela gritou quando deu o primeiro passo e sentiu alguma coisa pegar seu pé. – Droga.

Quando olhou para baixo viu que estava com o pé preso em uma armadilha de caçadores. Ela se senta no chão mordendo os lábios para não grita. Ela se arrumou e se esticou para tirar a armadilha do pé. Assim que colocou a mão no metal ouviu um gemido vindo atrás dela. Se virando rapidamente, viu dois walkers vindo em sua direção. Ela pegou a espada e se preparou. O primeiro ela matou facilmente, mas o segundo conseguiu pegar o braço dela. Ally o puxou e colocou a mão livre na bota tirando sua faca e a enfiando na cabeça dele. Ela olhou em volta e viu mais dois vindo. Ela não poderia sozinha. Não com o pé preso. Ela poderia morrer, mas morreria lutando.

Ela se preparou para lutar sentada mesmo quando o primeiro caiu no chão. Logo depois outros dois foram ao chão. Ally conseguiu se esticar e pegou sua arma. Ela matou os últimos e olhou para Carol que se aproximava dela rapidamente.

– Estava atrás de você quando escutei seu grito. – a mulher disse se ajoelhando no chão ao lado dela. – Eu te ajudo.

As duas juntas conseguiram tirar o pé de Ally da armadilha depois de um tempo. Carol ajudou Ally a ficar de pé. Ela apoiou o pé no chão e sentiu doer.

– Droga. – Ela disse quando quase caiu.

– Quebrou? – Carol segurou o braço dela tentando apoia-la.

– Não. Mas está doendo. Vamos voltar para o acampamento e eu vejo melhor o que aconteceu. Temos muito o que conversar.

As duas pegaram as coisas no chão e seguiram o caminho de volta para o acampamento.

Rick ainda não sabia o que Michonne tinha dito para Carl, mas era grato. O menino estava mais solto e brincava com a mulher. Os dois apostavam para ver quem ficava mais tempo em cima dos trilhos. Assim que Michonne colocou os pés no chão, Rick soube que ela deixou que Carl ganhasse.

– Ganhei. – o menino exclamou feliz.

– Ganhou. – Michonne disse tirando o chocolate de dentro da bolsa e dando para ele.

Carl abriu o chocolate e passou o pai sorrindo.

– Você faz bem para ele. – Rick disse andando ao lado da mulher. – Ele está mais animado, mas sorridente.

– Algumas vezes tenho meus momentos. Como está? Já estar cem por cento?

– Sim. – Rick olhou para a frente. – Quase um novo homem.

– Você também está diferente de quando eu te encontrei.

– Ver Carl assim, me faz bem. – ele disse olhando para o filho. – Ele foi tudo que me restou. Vê-lo feliz, me faz feliz.

– Eu gosto de te ver feliz. Posso ver o que Ally sempre me falava sobre você.

– O que ela falava?

– Que seu ar malvado dava um toque doce a você e quando sorria, uma pessoa podia ficar horas olhando para seu sorriso sem se cansar.

– Ela falava isso?

– O tempo todo. Principalmente quando queria que eu confessasse que sinto uma forte atração por você. – ela disse com um pequeno sorriso. – Ela me mandava sentar e falava do seu sorriso e dos seus olhos. Sempre o sorriso e os olhos.

Eles ficaram em silêncio. Toda vez que escutava alguma coisas sobre a esposa era como se alguém colocasse um ferro quente na ferida. Doia a cada segundo mais.

– Carl? Vamos para a floresta. Quero acender uma fogueira e preparar alguma coisa para comemos. – Rick chamou depois de um tempo andando e sem falar nada com Michonne. Ele sentia falta a esposa.


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