Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 52
Capítulo 52




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Salvo se formos cretinos, morremos sempre na incerteza do nosso próprio valor e do da nossa obra.

Gustave Flaubert

A gasolina acabou ao mesmo tempo em que anoiteceu. Pelo Ally conseguiu parar o carro em um lugar protegido, para depois fechar os olhos com força e encostar a cabeça no volante. Ela não sabia ao certo o que ia fazer. Estava com a filha. Mas não sabia se o filho e o marido estavam vivos. Não sabia se alguém de seu grupo estava vivo. Tinha comida, mas não sabia quanto tempo duraria. Ao todo eles eram seis pessoas e dois cachorros, a comida não duraria para sempre e ela sabia disso. Ally abriu os olhos e olhou para seu pulso que ainda sangrava. Menos do que antes, mas ainda saia sangue. Ela ficou um tempo olhando seu sangue escorrer enquanto pensava no que faria.

– Ally? – Amy chamou a tirando de seus pensamentos. – O que vamos fazer?

– No momento, vocês vão descasar. Amanhã temos que andar muito. Vou ficar de vigia essa noite. Comam alguma coisa. Amanhã vamos ver quanto de comida temos e o que vamos fazer. Que direção seguir, essas coisas. – ela disse se esticando e abrindo o porta-luvas, pegando o quite de primeiro socorros. – Eu vou ficar em cima do carro. Tranque as portas e se ver qualquer coisa suspeita dê uma batidinha no vidro.

Ally abriu a porta e saiu do carro, fechando a mesmo logo em seguida. Depois subiu no capo e do capo foi para cima do teto. Ela se sentou e usou a pequena lanterna que sempre deixava na bota para ver o corte no pulso. Não tinha sido tão fundo como ela pensou, nem tão grande. Ally pegou um algodão com álcool e limpou um pouco do sangue. Quando levantou a manga da pulsa comprida que usava notou que estava faltando alguma coisa em seu pulso. Sua pulseira, aquela que ganho de Daryl quando foi se casar com Rick, sumiu. Provavelmente, ela recebeu o golpe todo. Suspirando, ela limpou a ferida e fez um curativo. Depois de colocar as coisas de lado, ela olhou para frente e começou a chorar. Ela chorou como nunca tinha chorado na vida. Chorou pelas pessoas que morreram na prisão, chorou por Carl, Rick, Daryl, Maggie, Beth, Hershel e todos os outros da sua família. Chorou pelas aquelas crianças no carro. Por sua filha, pelo mundo que tinha ido a merda muito antes disso acontecer. Muito antes dos walkers aparecerem. Um mundo de gente como o Governador. Ally abraçou as pernas e tentou conter o choro. Mas não conseguiu. Tinha perdido tudo e a incerteza de saber se além de tudo, tinha perdido sua família. Principalmente, Carl e Rick. Como poderia cuidar daquelas crianças? Apenas ela e Amy não seriam capazes de fazer muito por muito tempo. Precisavam de comida, água, um abrigo. E no momento, Ally não tinha nada. Nem mesmo confiança para aquelas crianças.

Ela passou as próximas horas abraçada a suas pernas olhando para o horizonte. Lentamente, ela assistiu o nascer do sol. Desde que era pequena, sempre quis assisti ao nascer e o pôr do sol. Quando isso começou, ela assistiu muitos. Assistiu várias e várias vezes, mas nunca se cansava da sensação que aquilo lhe causava. A paz que sentia. Ela pegou o quite de primeiros socorros e desceu do carro. Ela bateu na porta e esperou Amy abri. Quando ela abriu, Ally entrou se sentando no banco do motorista.

– Tudo bem? – Amy perguntou olhando para ela preocupa. Apesar de Ally chorar baixo, Amy conseguiu escutar os soluços da mulher. E isso a deixava preocupada. A última vez que viu Ally chorando foi durante a gravidez quando estava com os hormônios a mil.

– Não. Mas vamos ficar. Quando as crianças acordarem, vamos pegar tudo o que podemos usar de dentro do carro e seguir em frente. – ela disse fechando os olhos com força, respirando fundo. – Vamos pela floresta. Lá estaremos mais seguras do que na estrada.

– E depois? O que faremos? Seguiremos em frente e só?

– Eu não sei. Vamos tentar encontrar alguém. – Ally abriu os olhos e passou a mão pelos cabelos. – Temos que ter esperança que vamos encontrar. Vamos procura, mas temos que ter em mente que precisamos proteger essas crianças.

– Será que Edwin está vivo? – Amy sussurrou.

– Acho que sim. Ele estava te preocupando no meio do tiroteio. Ele estava doido atrás de você. Me parou para pergunta se sabia onde você estava. Ele provavelmente, saiu e está te procurando nesse exato momento.

– Aposto que Rick e Carl também estavam atrás de você.

Ally olhou para a frente e nada disse. Judith resmungou e começou a chorar. Amy a pegou no colo e entregou para Ally que tinha se virado para pegar a filha. A jovem passou a mamadeira de Judith para Ally que colocou delicadamente na boca da filha. Judith sugava com força enquanto olhava para a mãe com seus profundos olhos azuis, tão parecidos com os do pai e do irmão. Ally deu um beijo na testa da filha, antes de olhar para Amy novamente.

– Eu estava tão perto de Carl quando o tiroteio começou. Estava a menos de três metros dele. Mas o Governador saiu da minha mira e eu fui atrás de uma mira melhor, queria matar ele pelo que fez com Hershel. Me afastei de onde estava, e em questão de um segundo perdi Carl de vista. Foi a mesma coisa com Rick. A última vez que vi meu marido, foi quando ele se jogou atrás do ônibus depois que acertaram um tiro na perna dele. Como posso acreditar que ele esteja vivo se ele foi baleado? Se eles foram em sua direção? Como posso acreditar que Carl esteja vivo quando eu quase morri? Se não fosso Poseidon e as crianças, estaria morta. Eu quero acreditar, Amy. Mas não sei se posso. Não os vi fugindo. Não vi para onde eles foram. Nem eles, nem ninguém. Quando vi aquele ônibus indo embora, pensei que tinha perdido Judith também. Não sei se vamos encontra alguém.

– Eu sei que vamos encontra alguém. Podemos ir para Big Spot, era para lá que o ônibus ia. – Amy disse olhando para ela. – Talvez encontramos alguém.

– Podemos ir. – Ally concordou tirando a mamadeira da boca da filha. – Acorde as crianças temos que ir. Estamos muito tempo aqui e a qualquer momento uma horla pode aparecer.

– Tudo bem.

Amy chamou as crianças enquanto Ally saia do carro. Ela foi até o porta mala e o abriu. Ali tinha comida, mais comida do que ela imaginou. Uma mochila, alguns revolves e munição. Ally suspirou aliviada quando encontrou garrafas de água. Ally colocou a filha sentada ali e começou a guarda as coisas na mochila. Depois de guarda tudo, pegou a filha no colo e fechou a porta mala. Amy e as crianças já estavam fora do carro. Todos tinham um pacote de bolacha na mão. Ally sorriu e entregou a mochila para Amy, colocando seu violão nas costas.

– Vamos.

Juntos eles foram para a floresta. Ally pensou qual seria o melhor caminho para eles seguirem, mas notou que isso não importava realmente. Não sabia para onde os outros tinham ido. Eles seguiram andando por algumas horas, pararam apenas duas vezes por causa de Judith. Uma ela estava com fome, e na outra com a frauda suja.

– Para onde estamos indo? – Mika perguntou.

– Não sei ainda. – Ally respondeu olhando para a menina. – Vamos apenas anda até encontramos uma casa ou alguma coisa assim para conseguimos mais coisas. Sei que estávamos no meio do nada, mas geralmente perto de prisão tem lugares desse tipo.

– Vamos procura os outros? – Mike perguntou olhando para ela.

– Sim. Se tiver algum dos nossos por aí, vamos encontra-los. Mas preciso que façam tudo o que eu mantar. Amy e eu vamos cuidar de vocês, certo?

– Certo.

Ally sorriu para eles e foi para o lado de Poseidon e Laica. Ela se ajoelhou no chão e olhou para eles.

– Será que podem tentar encontra algum cheiro que não seja de animais e walkers? – ela perguntou passando a mão ferida na cabeça dos cachorros. – Um cheio de casa mofando?

Ambos olharam para ela e depois começaram a cheirar o chão. Ally deixou que eles tomassem a dianteira e passou a seguir e eles. Eles andaram por algumas horas até que finalmente pararam para comer. Ally pegou um pedaço de pão e dividiu jogando para os cachorros. Ela comeu lentamente enquanto olhava para a frente.

– Temos que encontra um meio de caçar. Não podemos usar as balas. Uma hora vai acabar. Se eu tivesse com meu arco aqui... – Ally passou a mão no rosto da filha. – Temos que seguir em frente.

– Certo. – Amy disse dando comida para as crianças. – Podemos arma um acampamento e fazer pequenas armadilhas em volta. Quem sabe não pegamos alguma coisa.

– Vamos ver. – ela disse sorrindo fracamente para eles. – Temos mais meio dia de caminha. Vamos ver se encontramos um lugar para passar a noite.

Ally pegou a filha no colo e se levantou. Os outros fizeram o mesmo e eles seguiram em frente. Amy conversava com as crianças tentando distrai-las. Ally apenas ia na frente olhando para o nada. Ela estava sentindo falta de Rick e Carl. Essa era a primeira noite que dormi sem realmente saber onde eles estavam em muito tempo. Ela suspirou e balançou a cabeça para afastar aquele pensamento. Eles seguiram assim por mais algumas horas. De tempos em tempos, encontravam alguns walkers pelo caminho, os quais Ally matava com a espada. Amy tinha pegado Judith e levava a menina adormecia em seu colo.

– Vamos andar por muito mais tempo? – Lizzie perguntou chamando a atenção de Ally.

– Apenas até encontramos um bom lugar para acampar. – Ally respondeu olhando em volta. – Aqui estamos muito expostos.

Eles andaram mais um pouco até que encontraram uma pequena campina rodeada por árvores. Não era perfeito, mas era o melhor que encontraram o dia todo.

– Vamos nos arrumar aqui. – ela disse tirando o violão das costas. – Temos que fazer uma fogueira. Mike, você sabe o que fazer, então me ajuda. Mika e Lizzie, peguem um lençol que tem na mochila e tirem essas folhas e galhos do chão e o estique. Assim podemos dormi no chão.

Ally se afastou com Mike para pegar lenha. Ele ajudava Daryl antes de encontrarem a prisão, então sabia o que devia fazer. Juntos pegaram o máximo de gravetos e madeiras pequenas que conseguiram. Depois foram montaram a fogueira. Ally preparou um pouco de feijão em lata para eles. Depois ela fez a mamadeira para a filha e a fez dormi.

– Vá descansar um pouco. – Amy disse se sentando ao lado dela encostando na mesma árvore que Ally estava. – Eu fico de guarda hoje.

– Tem certeza? – Ally perguntou olhando para ela. – Posso dormi amanhã antes de voltamos a andar.

– Tenho. Pode ir. Qualquer coisa eu te chamo. – Amy disse pegando uma arma.

Ally levantou e foi deitar onde os outros estavam deitados. Ela se deitou e colocou a filha em cima de seu peito, a abraçando com carinho e cuidado. Ela ficou um tempo olhando para cima, apenas admirando as estrelas. Mas finalmente o cansaço a venceu e ela dormiu.

– É assim, mãe? – Carl perguntou olhando para a mãe enquanto segurava a irmã na banheira cheia de água.

– Levante um pouco mais a cabeça dela. Assim. – Ally disse e mostrou como ele tinha que segurar a irmã. – Muito bem, querido.

– Papai disse que tenho que aprender a cuidar dela. – o menino disse enquanto passava sabão na irmã. – Disse que quando a senhora não pudesse, eu que ia cuidar dela.

– Eu sei. – Ally disse sorrindo para ele. – Já está bom. Tire o sabão dela e eu vou te ensinar a vesti-la.

Ally ajudou o filho a secar e trocar Judith, antes de deixar ele brincando com a irmã, enquanto ia pegar a mamadeira dela. Assim que voltou para a seu cela, Rick estava lá, com a filha no colo sorrindo para Carl que fazia caretas para a irmã. Ally se encostou no batente da porta e olhou para a sua família. Não conseguiria chegar ali sem Rick. Ele lhe deu seus dois bens mais preciosos e sempre cuidou dela desde que se conheceram. Carl, apesar de já ser um homem, ainda era seu garotinho. Seu anjinho, assim com Judith.

– Ei, vai ficar aí na porta? – Rick perguntou olhando para ela. – Precisamos de você aqui com a gente.

– Eu estou, Rick. Sempre vou estar. Mas quem está abandonando a gente é você. – ela disse se sentando na cama. – Passa mais tempo com aquelas plantas do que com a família.

– É só por um tempo. Depois vou passar mais tempo com vocês. – ele beijou a esposa. – Tanto que vão até enjoar de mim. Pode acreditar.

– Isso não vale para mim. – Carl disse. – Passo muito tempo com você. Já enjoei.

– Mas ainda assim, terá que me aguenta. – Rick disse sorrindo para o filho. – Pelo menos por um tempo, seremos apenas, você e eu, Carl.

– Ally, acorde. – Ally acordou ao senti alguém balançando seu braço.

– O que foi? – ela perguntou passando a mão livre pelo rosto.

– Acho que é uma horla. – Amy olhava assustada para a floresta.

– Apague o fogo e vamos. – ela disse quando viu que as crianças já estavam acordadas.

Rapidamente, eles pegaram as coisas deles e apagaram o fogo antes de seguirem viagem. Eles passaram boa parte da noite andando pela floresta. Laica e Poseidon ainda farejam o chão, mas o cheiro dos walkers mascarava qualquer outro que pudesse ter ali.

– O que foi isso? – Mika perguntou quando escutaram um estalo. A menina olhava para todos os lados assustada.

– Apenas um animal. – Ally respondeu passando a mão no rosto. – Nada demais. Continue andando.

Eles seguiram assim até que as árvores foram diminuindo. Quando notaram estavam em uma grande clareira. Mais diferente do que se esperava, no meio não tinha apenas mato ou flores e sim, uma construção. Ally olhou para Amy e acenou com a cabeça. Lentamente eles se aproximaram da casa.

– Crianças, vocês vão ficar aqui fora. – Ally disse se abaixando para ficar da altura deles. – Amy e eu vamos ver se a casa está livre e já voltamos.

– Vão nós deixar sozinhos? – Mika preguntou olhando para ela com os olhos arregalados.

– Não vamos demorar. – Ally entregou a filha para Lizzie. – Vocês vão ficar do lado de fora da casa. Qualquer coisa, gritem que a gente vem correndo. Usem suas armas apenas se for realmente necessário. Voltamos rápido.

Ally se arrumou e tirou a espada das costas. Respirando fundo, ela passou a andar em direção a construção. Ela subiu a pequena escada e entrou na casa primeiro. Amy a seguiu e ela se separaram indo cada uma para um lado. Levou um tempo para vascular tudo, mas passaram por todos os cômodos. Elas encontraram apenas um walker lá dentro. O qual Ally não teve problemas para matar. Antes de mandar Amy sair e ir buscar as crianças. Assim que se viu sozinha, Ally foi até um balcão que tinha ali. Ela começou a mexer nos papeis. Ali era uma espécie de spa para se distanciar do trabalho.

– Isso era uma espécie de spa. – ela disse olhando alguns papeis velhos e degastados, quando escutou os passos dos outros. – Vamos pegar um quarto para a gente. Todos no mesmo. Vamos fechar as portas e janelas. Vamos. Depois de dormimos um pouco, vamos andar de quarto em quarto e ver o que podemos pegar. Depois vamos seguir em frente.

Eles subiram e foram para um dos últimos quarto. O maior que tinha, com mais camas. Eles deitaram em nas camas e dormiram um pouco. Ally acordou algumas horas mais tarde com Poseidon lambando o rosto dela. Ela afastou o cachorro do rosto e se levantou, olhando para a filha que estava dormindo ao lado dela. Ela foi até a janela e viu que já devia ser meio dia. Depois de se esticar toda olhou em volta. Mika já estava acordada e desenhava no canto.

– Querida, vou ver o que tem por aí. Se Amy acorda e pergunta diga a ela para acorda os outros e vão me ajudar, certo?

– Sim.

Ally pegou sua espada e saiu do quarto depois de beijar a testa da filha. Ela passou de quarto em quarto, pegando tudo o que tinha nos frigobar que ainda dava para ser aproveitado. Ela estava terminando aquele andar quando Amy e os outros foram para junto dela. Eles passaram uma hora andando de quarto em quarto, até que Ally disse que eles já tinham tudo o que podiam levar e que sairiam dali daqui uma hora. Eles voltaram para o quarto para arrumar as coisas, enquanto Ally pegou a filha e foi para o escritório. Depois de revistar tudo, ela encontrou um mapa da cidade. Ela o pegou e foi para o quarto, onde ela se sentou na cama colocando a filha ao seu lado tentando descobri qual seria o próximo passo que eles dariam. Ela tinha que conhecer o local, para poder seguir sem medo.


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