Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 51
Capítulo 51




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Toda a doutrina social que visa destruir a família é má, e para mais inaplicável. Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo mas sim a família.

Victor Hugo

Ally saiu do bloco B e foi até o prédio da administração. Quando passou pelo portão, olhou Carl e Rick ao longe e depois seguiu em frente. Ela estava morrendo de saudades da filha e não queria perde tempo, queria logo seu bebê em seus braços. Ela entrou rapidamente e foi para a sala onde eles estavam. Assim que chegou lá, viu Judith sentada no chão brincando com Beth. Ela se aproximou delas e pegou a filha no colo. Judith abriu um sorriso enorme quando viu a mãe e soltou um gritinho. Ally jogou ela para cima e a pegou no ar e a arrumou no colo.

– Oi, amor. – ela disse beijando a filha várias vezes. – Estava com tanta saudades suas.

– Ela também estava sentindo sua falta. – Beth disse sorrindo. – Não parava de resmungar.

– Estava dando trabalho para Beth, é amor? – Ally perguntou beijando o pescoço da filha.

– Ela apenas não está acostumada a passar mais do que algumas horas longe de você e acho que ela nunca dormiu longe de você. Quando estava dormindo depois do parto, Rick a colocou na cama com você. Mesmo no berço, é você quem levanta para ver ela. – Amy disse sorrindo para Judith. – Está apenas com saudades da mãe, não é, mocinha?

– Como estão todos? Rick apenas disse que tinham voltado com os remédios e que Edwin e meu pai estavam cuidado de todos.

– Eles estão bem, Beth. – Ally arrumou a filha no colo. – Falei com seu pai ainda agora. Eles estão se recuperando. Glenn que era o que estava pior, já está respirando sozinho e vai até mesmo dá uma volta pelo pátio da prisão. Não precisa se preocupar com nada. Por que não vai tomar café e comer alguma coisa? Depois pode ir ver Glenn e Maggie. Seu pai deu uma saidinha, mas logo deve estar de volta.

– Ele está bem? – a menina perguntou olhando nos olhos de Ally.

Ali a mulher podia ver toda as dúvidas da menina. Podia ver como ela estava se sentindo impotente e como tinha medo do que seu pai pudesse ter visto ou feito.

– Ele apenas precisa de um tempo. Michonne foi levar os corpos dos walkers que matamos ontem e ele foi ajudar ela. Ele está bem. Precisa apenas de ar fresco.

– Eu vou comer. – ela disse sorrindo enquanto se afastava.

– Ela vai ficar bem? – Amy perguntou vendo Beth saindo do prédio.

– Está tudo bem. Ela apenas está preocupada. Assim como você. Vamos ficar bem, Amy. – Ally disse sorrindo. Uma parte dela não conseguia acreditar naquilo. – Você também deve comer alguma coisa. Vá.

– Tudo bem. Venham crianças.

Amy saiu e levou, Mike e Mika. Ally olhou para Sofia que estava parada olhando para ela.

– Onde minha está? – ela perguntou parada na frente dela. – Está com a Lizzie?

– Sofia, temos que conversar. – ela disse fazendo sinal para a menina se sentar com ela. – Você sabe que sou amiga da sua mãe. E que gosto muito dela. Ela é uma das minhas melhor amiga. Me ajudou muito quando estava gravida e ficou triste quando não pode me ajudar quando Judith nasceu. Sabe que gosto dela tanto quanto gosto do meu irmão. Não sabe?

– O que aconteceu com ela? – Sofia já estava quase chorando.

– Rick a mandou embora. – Ally disse cuidadosamente. – Sua mãe confessou que matou Karen e David. Se Tyreese descobri, iria matá-la. Daryl o mataria se tentasse se aproximar da sua mãe. Carol sabia o que estava fazendo e sabia o que Rick iria fazer com ela assim que descobri o que ela fez. Ela me pediu para cuidar de vocês. E eu vou. Eu e Rick vamos cuidar de vocês como se fossem nossos filhos. Daryl já considera vocês dele, e vai cuida de vocês também. Está tudo bem. Juntos vamos encontra um meio de arrumar tudo.

– Ele não é mais o líder. – Sofia disse chorando. – Não podia decidi isso por todos, temos o conselho agora.

– Você viu o rosto do Rick? Os machucados que ele ganhou quando os corpos foram encontrados?

– Sim.

– Tyreese fez aquilo quando Rick pediu para ele se acalmar, que eles iam descobri quem fez aquilo. Ele simplesmente socou o Rick duas vezes. O que você acha que ele faria com a sua mãe?

– Meu pai vai surta quando descobri o que Rick fez.

– Ele já sabe e já sutou, mas não precisa se preocupar com isso. Rick pode lidar com Daryl. Querida, olhe para mim. – Ally levantou o rosto dela delicadamente. – Eu vou cuida de você, do Mike, da Lizzie e da Mika, mas você é a mais velha e vai precisar me ajudar. Eu preciso de você, certo?

– Sim. Eu tô com medo.

– Eu sei, querida. – Ally a abraçou. – Vai ficar tudo bem. Vamos comer, sim?

– Tudo bem.

Ally e Sofia levantaram e foram para o bloco B. Quando chegaram lá, Daryl e Rick estavam conversando perto da cela que Ally e Rick dividiam. Ally levou Sofia até a mesa e deu comida para ela. Depois a mandou para a horta ajuda Carl. Ela não precisava ver aquilo. Amy olhou para eles confusa, mas não perguntou.

– Beth, pode ficar com ela para mim?

– Claro. – Ally entregou a filha para a loira e se afastou, pegando a louça para lava.

– Ally? – Rick chamou parando ao lado dela. – Vamos conta para Tyreese. Como Sofia agiu?

– Bem. Ela chorou, mas está bem. – Ally olhou para ele. – Tome cuidado.

E voltou para a louça. Rick riu e a abraçou beijando o pescoço dela antes de se afastar e seguir Daryl para onde Tyreese estava. Ally terminou a louça e saiu com Beth e Amy para ver como estavam de água enquanto Mike e Mika ficavam com Judith e chamariam ela se acontecesse alguma coisa.

– Papai ainda não voltou. – Beth disse olhando para ela. – Será que aconteceu alguma coisa?

– Acho que não, querida. – Ally disse tirando o cabelo do rosto. – Eles já devem estar voltando.

– É, acho que está certa.

– O que vamos fazer hoje para comer?

Ally abriu a boca para responder à pergunta de Amy quando um barulho alto e o chão tremendo a fez para.

– O que foi isso? – Beth perguntou assustada.

– Não sei. Vamos.

As três correram em direção ao portão. Carl, Sofia, Sasha e Bob também corriam para lá.

– Se abaixem. – Rick disse saindo de dentro da prisão com Daryl e Tyreese.

Rick foi até o portão e olhou para longe. Ally esticou o pescoço e viu vários carros parados ali.

– Aquilo é um tanque? – ela perguntou se afastando mais o moro.

– Ally se abaixe. – Rick mandou.

– Rick! Venha aqui. Precisamos conversa. – Ally reconhecia aquela voz. Era a voz do Governador. Ela olhou para o marido que olhava para a frente com a arma ainda na mão. Todos saíram de trás do muro e olharam para ele. Ele tinha um exército.

– Não cabe a mim. – Rick gritou de volta. – Temos um conselho agora. Eles conduzem esse lugar.

– Hershel é do conselho? – ele perguntou fazendo um sinal para uma mulher que foi até um dos carros e tirou Hershel de lá, fazendo com que ele se ajoelhasse na frente do grupo.

Ally sentiu seu coração cada vez mais acelerado dentro do peito. Ela olhou para Beth e Maggie que olhavam para o pai desesperadas, enquanto davam as mãos nervosas.

– Rick... – Ally deixou escapar.

– E Michonne? Ela é do conselho também? – Dessa vez foi um homem quem a pegou e fez com que se ajoelhasse ao lado de Hershel.

– Eu não tomo mais decisões.

– Terá que toma decisões hoje, Rick. – o Governador disse. – Venha até aqui e vamos conversar.

Rick olhou para Daryl, depois para Carl e por último para Ally. Ele foi até o filho e tocou o rosto dele.

– Passaremos isso. Certo? – ele disse para o filho antes de guarda a arma e sair dali.

Rick e Daryl abriram o portão antes do xerife passar. Daryl fechou o portão e eles ficaram vendo Rick descer. Ally soltou a respiração com força e olhou para o filho que olhava para ela. Ela sorriu e foi para o lado de Daryl, Sasha, Tyreese e Bob.

– Não podemos contra todos eles. – Daryl disse baixo. – Vamos pela ala principal e saímos pela mata como planejado. Estamos em menor número. Quando checaram o estoque que temos no ônibus?

– Antes de irmos ao Big Spot. – Sasha respondeu. – Estávamos com pouco comida como agora.

– Vamos dá um jeito. Se as coisas pioraram, vamos todos para o ônibus. – Daryl disse finalmente olhando para eles. – Avisem a todos.

– E se não souberem a hora de ir? – Tyreese perguntou. – Por quanto tempo esperaremos?

– O quanto podemos. – Daryl disse se afastando.

Daryl foi até onde eles deixavam as armas e pegou um dos carrinhos disfarçadamente. Ele entregou um revolve para Bob, e depois um rifle. Fez o mesmo com Maggie, Beth, Tyreese, Sasha, Carl, Sofia e Amy. Eles começaram a se posicionar.

Ally foi até o outro carrinho e pegou dois rifles e bastante munição. Tanto para os rifles, quanto para seu revolve. Depois saiu de perto deles e correu em direção ao bloco B.

– Pessoal, vamos ter que sair daqui. Peguem suas coisas e vão para o ônibus. – ela disse subindo as escadas correndo e indo para a sua cela onde Mike estava com Judith chorando no colo. – Ei, amor, está tudo bem. Vamos dá um passeio?

Ally pegou a cadeirinha da filha e a colocou amarrada. Depois foi até onde estava seu violão dentro da capa e a colocou na cama, abriu a capa e colocou um dos rifles ali e colocou metade das munições junto. Desde que Rick disse que não queria que eles andassem armados, ela tinha colocado parte das suas facas ali. Ela pegou a espada e colocou nas costas, pegando a bolsa de Judith logo depois, para jogar algumas roupas ali dentro, junto com as fraudas e as formulas que tinha guarda na cela. Depois jogou o violão nas costas, pegou a cadeirinha e desceu as escadas correndo.

– Mike, cuide da Judith para mim, certo? Eu vou para o ônibus assim que dê. Certo?

– Sim.

– Pegue suas coisas e vá. – Ally beijou a filha e saiu correndo se colocando parada no portão da frente.

De onde ela estava podia ver Carl e Daryl, mas não escutar, assim como não podia escutar o que Rick e o Governador estavam falando. Ally sentiu seu coração quase parar quando o Governador desceu do tanque e pegou a espada de Michonne a colocando no pescoço de Hershel. Ela preparou a arma e olhou para o filho, ela sabia como aqui acabaria. Ally passou o ombro no rosto e olhou para a prisão, onde as crianças deveriam estar.

– Judith. Carl. – ela sussurrou olhando para o filho antes de volta sua atenção para o que acontecia a sua frente.

Ally destravou a arma e esperou. O mundo pareceu parar quando o Governador pegou a espada e afastou um pouco de Hershel e depois o acertou. Maggie e Beth se agarraram na cerca e começaram a chorar.

– Não. – gritou Rick e pegou a arma começando a atirar nele.

Ally, assim como os outros não perderam tempo, e começaram a revidar. Ally atirava o máximo que podia. Sabia que de onde eles estavam seriam difícil, mas não impossível acerta. Ally viu quando Rick foi atingido na perna, mas não por isso parou de atirar.

– Pai. – Maggie gritou enquanto atirava.

– Pai. – Beth disse agarrada a cerca.

Ally se afastou de onde estava atirando, quando o Governador se afastou da mira dela. Ela mesma queria matar aquele desgraçado. Quando viu o tanque vindo em direção a prisão, Ally correu para o lado e começou a atirar. Ela matou três e olhou em volta.

– Carl. – Gritou enquanto recarregava a arma. – Carl. – Ela não conseguia ver o filho em lugar nenhum. – Carl. Droga.

Ally se jogou atrás das plantas e protegeu a cabeça com os braços quando o tanque arrebentou o portão perto dela. Ela pegou a arma e começou a atirar.

– Onde está Amy? – Edwin perguntou aparecendo ao lado dela.

– Eu não sei. Eu não sei onde está ninguém.

Ally passou a atirar novamente e viu Edwin se afastando. Ela se levantou e foi em direção ao ônibus. Ela estava quase chegando lá, quando um homem pulou em cima dela. Eles rolaram no chão e quando ela parou estava com a arma longe. E ele já estava indo para cima dela novamente. Eles começaram a brigar. Ally deu um soco nele, que devolveu. Ela deu outro que o fez se abaixar um pouco, usando o cotovelo acertou as costelas dele com força, depois pegou a cabeça dele e acetou com tudo no joelho, fazendo ele cair inconsciente no chão. Respirando com dificuldade, ela se afastou dele e se abaixou para pegar sua arma.

– Sua vadia, matou meu pai. – Ally apenas teve tempo de se virar, para ver uma menina um pouco mais nova que ela com uma arma na mão. – Vou te matar.

Ally viu apenas um vulto branco pulando em cima da mulher antes dela ir para o chão e Poseidon começar a estraçalhar a garganta dela. Ally pegou a arma no chão e olhou em volta. O ônibus estava indo embora.

– Não. Judith. – ela gritou passando a mão no rosto, correndo em direção ao ônibus. – Não.

Ela caiu de joelho no chão quando escutou dois tiros atrás de si. Mesmo sem forças, ela se virou e viu Lizzie e Mika com revolves nas mãos. E dois corpos no chão, com tiros na cabeças. Mike estava um pouco mais atrás com Judith na cadeirinha olhando em volta.

– Temos que sair daqui. – ela disse indo até eles aliviada por ver que a filha estava ali e estava bem. – O que estão fazendo aqui? Deveriam estar no ônibus.

Ally correu até eles para pega-los e tirarem dali antes que acontecesse alguma coisa com eles, quando uma mulher pulou em cima dela com uma faça. Ally conseguiu se desviar dela, mas não saiu imune. A faca pegou em seu pulso e o cortou. Ally pegou seu revolve e deu um tiro certeiro na cabeça dela. De onde estavam vindo essa pessoas cangurus? Ela se levantou e pegou a filha no colo sujando a cadeirinha de sangue, mas não ligou. Judith estava com ela. Com a mão machucada ela colocou o violão nas costas, e pegou a bolsa de Judith entregando para Mike.

– Temos que ir. – ela gritou indo em direção a cerca derrubada. – Vamos. Temos que sair daqui agora.

– Ally, me esperar.

Ally olhou para trás e viu Amy correndo em direção a eles com a arma na mão. Ally parou e esperou a menina, que passava pelos walkers sem atirar em nenhum. Amy pegou o violão, vendo que Ally estava machucada e eles correram em direção a cerca.

– A vã. – Ally apontou para o carro parado perto deles. – Rick colocou alguns suprimentos lá há uma semana. Vão. Temos que sair daqui rápido.

Eles correram para lá. Ally entregou a filha para Amy, que estava no banco de trás e correu para o banco do motorista.

– Laica, Poseidon, venham. – Ally gritou quando passou pelos cachorros que estavam rosnado para os walkers.

Os cachorros foram até o carro e entram pela porta que Lizzie manteve aberta para eles. Assim que eles entraram, Ally arrancou, saindo dali o mais rápido possível. Apenas quando estavam a alguns quilômetros de distância, Ally teve coragem de olhar para atrás, pensando se algum dia iam encontra alguém do seu grupo.

Rick finalmente conseguiu chegar ao pátio da prisão. Ele ainda não acreditava no que tinha acontecido. Ele viu Hershel ser morto, viu seu lar cair e não sabia se sua família estava viva. Se não fosse por Michonne, ele estaria morto agora. Em sua cabeça a única coisa que se passava era que precisava encontra Carl, Judith e Ally. Isso era tudo o que importava no momento. Sua única preocupação. Ele chegou ao lado do tanque e se apoiou.

– Ally! Carl! – ele gritou, mas parou quando viu dois walkers se aproximando dele.

Ele ia recuar quando escutou dois tiros. Quando os walkers caíram, viu Carl atrás deles com a arma na mão.

– Carl. – ele se aproximou e abraçou o filho chorando. – Sua mãe. Judith.

– Eu não sei. Não as vi.

Carl apoiou o pai enquanto andavam. Eles mal deram dois passos e encontraram a cadeirinha da Judith. Eles foram caminhando até lá e viram que estava cheia de sangue. Rick começou a chorar e se ajoelhou ao lado dela e viu uma coisa brilhando no chão. Quando pegou sentiu o coração parar. Era a pulseira de Ally cheia de sangue.

– Não. – ele sussurrou quando escutou passos atrás de si. Mas não tinha foras para se levantar. Tinha perdido seu chão.

Carl se virou e viu um walker. Ele começou a atirar com toda a raiva que estava sentindo.

– Carl. Carl. – ele gritou abraçando o filho, fazendo ele parar de atirar. – Temos que sair daqui. Temos que ir. Acabou.

Ele disse enquanto o filho chorava. Rick nunca escutou o filho chorando daquele jeito. Nunca escutou ele chorando com tanta dor. Assim como Rick tinha acabado de perde duas das pessoas que mais amava, Carl também tinha. Juntos, os dois saíram da prisão. Eles estavam longe da prisão quando Carl fez menção de olhar para trás.

– Não olhe para trás, Carl. Continue andando. – Rick disse olhando para o filho. – Apenas continue andando.


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