Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 5
Capítulo 5




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Quantos vivem toda a vida sem descobrir o que sabem e amam?
Tantos.
Não ser um desses é essa a tua missão.

Richard Bach

Um mês avia se passado desde que Rick tinha chegado ao acampamento. Depois daquele ataque, eles não tinham sido atacados de novo, e decidiram continuar ali para ver o que ia acontecer. Rick tinha tentado convencer Shane que sai dali era a melhor escolha, mas não tinha tido muito sucesso com isso. Ally, Daryl e alguns dos outros do grupo estavam querendo seguir Rick, mas o mesmo parecia relutante em assumir a liderança. Ally e Rick tinham se aproximando bastante nesse último mês. Eles passavam horas conversando. Sempre que ficavam juntos de vigia, falavam sobre suas vidas. Como tudo era antes do apocalipse, o que costumava fazer, como sua vida era com Daryl e Merle naquela cidadezinha. Rick falava com tinha sido infância, como tinha sido seu casamento com Lori, a separação e como ele queria ter ficado com a guarda do filho.

– Quando eu tinha que leva-lo para a casa de Lori e via Shane lá, esperando por ele, sentia como se um buraco estivesse aberto em meu peito. – Rick disse enquanto os dois estavam sentados à beira do lago. – Quando descobri da traição, pedi um exame de DNA, Lori ficou tão ofendida. Eu disse que depois de tudo, ela não tinha o direito de se ofender. Carl ficou confuso. Parou de falar com a mãe e com Shane. Ele fugia da escola para ir até a delegacia. Uma vez eu quase o atropelei. Estava indo rápido e ele entrou na frente do carro com tudo. Ele me disse que não queria morar com a mãe e com Shane. Disse que se morasse com eles, eu ai deixar de ama-lo e ia parar de vê-lo, já que pensava que não era meu filho. Eu levei um tempo até explicar tudo para ele o que estava acontecendo e que não importava o resultado do exame, ele é meu filho. Até explicar que mesmo que ele não tivesse meu sangue, era meu, ele ficou bastante confuso. Mas finalmente consegui colocar na cabeça dele que nada no mundo ia fazer com que eu o amasse menos. Ou deixasse de vê-lo como meu filho.

– E o que deu o resultado? – Ally perguntou olhando para a lua refletida na água.

– Positivo. Ele é meu filho.

Eles ficaram um tempo em silêncio. Apenas olhando para frente e prestando atenção aos sons em volta deles.

– Quando eu era pequena, sempre pensei que fosse adotada. – Ally quebrou o silêncio. – Não sou parecida com ninguém da minha família. Meus irmãos mais velhos são bem parecidos com meu pai. Meu irmão mais novo com a minha mãe. Eu passei a acreditar que sou uma mistura dos dois. Se for ver pela personalidade, não encaixaria em lugar nenhum da minha família. Sou mais calma, odeio sair e adoro ler. Mas eu os amo. Prefiro pensar que eles estão vivos e que talvez um dia os encontre, mas não acredito nisso realmente. Mesmo se tiverem vivos, estão no Brasil e eu aqui.

– Eu achei meu filho, talvez você encontre sua família. Temos que manter a esperança.

– Com um líder como Shane? – Ally perguntou dando uma risada irônica. – Ele nem sabe o que está fazendo, Rick. Eu sei que isso pode ser cruel ou até mesmo parecer egoísmo, mas não podemos continuar aqui por muito mais tempo. Temos que seguir em frente. Temos que sair. Estamos muito perto da cidade, é apenas uma questão de tempo até outra horla ache a gente, mas pessoas vão morrer.

– Eu concordo com você, mas Shane quer ficar e não posso fazer nada. Não vou deixar meu filho correr perigo desnecessário.

– Ele já está correndo. – Ally disse olhando para ele. – A verdade é que você tem medo. Medo de sair e Lori ficar com Carl aqui. Medo de nunca mais o ver. Eu entendo, e concordo com você. Mas Rick, não temos mais lei, se ele quiser ir com você, nem ela, nem ninguém pode impedi isso.

– Eu não sei se ele iria querer vim comigo. – ele disse olhando para os olhos dela. – Tenho medo que ele veja Shane como seu pai. Que prefira ele a mim. Eu passei os primeiros meses desse inferno em coma. Quando ele precisou de mim, eu não estava lá.

– Você não o viu como eu vi. Toda vez que Morales saia e volta, que as crianças corriam para os braços do pai, ele chorava. Ás vezes, ele ia na minha barraca a noite me contar histórias sobre vocês dois e me mostra fotos suas. Lori odiava isso. Ele nunca se abriu com ela, e isso a matava. Mas acho que por ser uma estranha para ele foi mais fácil.

– Você leva jeito com as crianças.

– Já fui babá. – ela disse sorrindo. – Tenho que levar.

Ally olhou para ele intensamente. Ela tinha um pequeno sorriso nos lábias e parecia estar estudando Rick.

– O que foi? – Rick perguntou olhando para ela e sorrindo.

– Você é bonito. – ela disse e corou. – Droga, eu disse isso mesmo?

– Disse. – ele falou rindo. – Obrigado. Você também é bonita.

Eles ficaram em silêncio. Ally olhava para qualquer lugar que não fosse Rick e o xerife a estudava com os olhos.

– Eu não sou boa nisso. – ela disse atirando pedras na água. – Sabe, nesse negócio de flertar. Eu nunca tive um namorado. E o último cara que demostrou interesse em mim tentou me comer quando esse surto começou, então eu só dou fora. Bom, eu nem sei se você está flertando comigo, presumo que sim. Se não, me desculpa por acha que sim. Mas você tem um charme, uma coisa que me chama a atenção. Eu não sei explicar. Acho que se você continuar me dando toda essa atenção, eu sou capaz de me apaixonar por você. Mas não precisa se senti culpado eu que sou uma boba. Você pode ainda gosta da sua ex-esposa, ou até mesmo gosta de uma outra pessoa que conheceu depois que se separou dela, e...

Rick a calou com um beijo. Ally ficou surpresa no primeiro momento, mas correspondeu. O beijo era tímido e apenas um rosar de lábios. Mas Rick decidiu que queria mais. Ele levou as mãos até o rosto de Ally e a puxou mais para ela, passando a língua no lábio inferior dela. Ally abriu a boca e correspondeu ao beijo. Eles ficaram um tempo assim, até que se separaram por falta de ar.

– Foi o único jeito que achei para te fazer cala a boca. – Rick sussurrou com a testa encostada na dela.

– Um ótimo jeito. – ela disse com um sorriso bobo.

– Eu não gosto mais da Lori. Acho que a muito tempo não gosto. Eu fiquei arrasado quando descobri o caso dela com Shane, por sabe que ela não confiava em mim para me falar que não aguentava mais, para me dizer que tinha se apaixonado por outro. – ele disse a abraçando. – Eu sei que o mundo acabou, mas se você quiser, podemos tentar. Não posso te dizer se vai dá certo ou não. Se vamos viver para nos apaixonamos. Mas posso te garanti que farei de tudo para dá certo.

Ally mordeu o lábio inferior e parecia pensar.

– Se vamos ter qualquer coisa, tenho que te falar umas coisas antes. – ela disse por fim. – Como eu te disse, nunca namorei. Eu sempre acreditei que para uma mulher se entregar para um homem tinha que ser por confiar nele, por conhece-lo e como te disse não tenho muita pratica com homens. Nunca dormi com ninguém. Sou virgem. – Ally não se atreveu olhar para ele. – Se você está pensando em ter alguma coisa comigo por causa do sexo, sinto te dizer que ainda não confio em você para me deitar com você. E mesmo que não fosse virgem, não iria para a cama com você. Eu respeito meu corpo a cima de tudo e não vou com qualquer um para a cama apenas por desejo. Segundo, eu quero que você saiba que tenho minhas manias. Adora falar sozinha e odeio que me corrijam, mesmo sabendo que estou errada. Adoro mitologia grega, e ás vezes faço referência a ela. Tenho medo de aranhas e buracos.

– Buracos? – ele perguntou olhando para ela confuso.

– Eu tenho tripofobia. – ela disse calmamente. – Sabe quando a formiga come a folha, e deixa ela cheia daqueles buraquinhos? Isso me deixa louca. Ou quando você se ajoelha onde tem pedrinhas e sua pele fica marcada? Eu não suporto ver aquilo. Geralmente, está mais ligada ao fato de ver vários círculos pertos em um mesmo lugar.

– Mas alguma coisa que devo saber?

– Eu não como carne.

– Sério? – ele perguntou a encarando surpreso.

– Sim. Faz mais de anos que não coloco um pedaço de carne na boca. Mesmo ajudando Daryl a cuidar da caça, eu não a como.

– Tudo bem. Acho que posso viver com isso. – Rick disse sorrindo para ela. – Podemos fazer isso dá certo. Apenas não sei se vou poder te ajudar com seu medo de círculos.

– Eu me viro. – ela disse rindo.

Eles ficaram ainda um tempo ali, namorando até que notaram que estava ficando muito tarde. Eles voltaram de mãos dadas para o acampamento enquanto falavam coisas bobas. Assim que colocaram o pé no acampamento, Daryl olhou para eles. Hoje era a noite dele ficar de guarda. O caipira olhou para as mãos deles e franziu a testa.

– Acho melhor eu ir falar com ele. – Ally disse se virando para Rick.

– Quer que eu vá com você? – ele perguntou olhando para Daryl.

– Não. Está tudo bem. – ela disse sorrindo. – Nós vemos amanhã.

– Certo. – ele disse se aproximando. – Vou falar com Carl amanhã cedo. Saber o que ele acha sobre isso.

– Tudo bem.

Rick beijou ela rapidamente e foi para o carro que estava dormindo. Ally suspirou e foi até Daryl. O caçador estava esperando ela com sua besta na mão.

– Então você sumiu para se agarrar com o xerife? – ele perguntou quando ela começou a andar com ele.

– Não. A gente estava conversando. – ela sorriu para ele. – Acabei falando mais do que devia, como sempre, e a gente se beijou. Depois ele me disse que queria tentar alguma coisa comigo. E então, estamos juntos.

– Hum...

Eles andaram por um tempo em volta do acampamento. Daryl olhava para a floresta, mas tinha um sorriso quase imperceptível nos lábios, quase.

– Você não acha que estamos indo rápido demais?

– Acho que demoraram muito. – ele disse olhando para ela. – Desde que ele falou que você não ia para a cidade com a gente quando fomos atrás de Merle, sabia que vocês iam acabar juntos.

– Por quê?

– Pelo jeito que ele te olhava e que você olhava para ele. Isso sem falar que ele estava muito preocupado com você enquanto estamos tentando resgatar o Glenn. – Daryl disse e o braço no ombro dela. – A, se é isso que você quer, se é isso que vai te fazer feliz, vai fundo. Aproveite o quanto pode, já que não sabemos se vamos estar aqui amanhã.

– Eu tenho medo. – ela disse se sentando em uma pedra. – Medo de me apaixonar e ele me deixar. Ver que não era isso que queria, ou morrer. Eu já perdi minha família, não quero perde mais ninguém.

– Não posso te dizer que isso não vai acontecer. Não posso te dizer que vocês vão se gosta do mesmo modo ou que ele não vai morrer. Mas viva isso enquanto pude.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Ally olhou para o irmão. Daryl não era de falar isso. Para falar a verdade, essa era a primeira vez que ele falava algo desse tipo para ela. Mas ele estava certo, ela tinha que viver isso enquanto ainda podia.

– Então tudo bem se eu convidar ele para dormi comigo na minha barraca? – ela perguntou olhando para ele.

– Não vamos tão rápido. – Daryl disse fazendo ela ri. – Certo, tem que viver a vida, mas não tão rápido.

– Eu sei. Estava apenas brincando. Apesar de estar pensando em dá minha barraca para ele. Ele tem reclamado de dores nas costas.

– E você vai dormi onde?

– Na sua barraca. Com você. – ela sorriu para ele.

– Tudo bem. Acho melhor você ir se deitar. Ficou de guarda ontem e já está tarde.

– Certo, papai. – ela disse se levantando e dando um beijo na bochecha dele. – Boa noite, Daryl.

Ela foi para sua barraca, depois de se trocar, deitou. Ela levou um tempo para finalmente conseguir dormi. Quando conseguiu teve bons sonos.


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Notas finais do capítulo

Atendendo aos pedidos de Confidbieber, estou postando dois capítulos juntos.
Lyne



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